Tenho um sobrinho que hoje faz 42 anos.
Primogênito de minha irmã, seu nascimento foi precedido de peripécias que agora me vem à mente.
Meu pai, preocupado com o fato de minha irmã precisar ir a qualquer momento para a maternidade, comprou um carro. Carro usado, pois naquela época ter carro, mesmo usado, era luxo que poucos tinham.
Nosso carro até então, e desde 1966, era um Ford 1936 (parecido com o da foto acima, só que com trinta anos de uso), quatro portas, que bebia uma gasolina danada. O carro também tinha problemas de freio. Para conseguir parar numa esquina, o motorista tinha que começar a apertar o freio seguidamente desde o meio do quarteirão. Para dar pressão do óleo do freio.
O "novo" carro foi um Dauphine, da Renault, também quatro portas e bem, bem usado. A foto acima é ilustrativa, para conhecimento dos leitores mais jovens.
Ficamos com ele numa tarde, e naquela noite tivemos que ir até uma farmácia comprar remédios para minha irmã. Quem disse que o carro pegava? Foi um tal de empurrar esse carro em frente de casa, para pegar no tranco, e fazer o mesmo no centro da cidade, depois da compra dos remédios. Carrinho pesado, rapaz! Eu tinha treze anos, e empurrar aquele carro foi difícil.
No dia seguinte meu pai devolveu o carro e logo em seguida conseguiu um fusca 1960, cor azul pastel (que eu sempre achei que seria um verde claro, mas paciência!). A foto acima é de um fusca 1960 e a coloco também para que os jovens leitores saibam do que estou falando.
Parece que o nascimento estava esperando pelo carro.
Na primeira noite em que ficamos com o fusca, meu cunhado o levou para casa para caso fosse necessário.
Nessa madrugada minha irmã foi para a maternidade, em trabalho de parto, e o bebê nasceu logo de manhã.
Aí na foto, o garoto, dez dias depois que saiu da maternidade.
No dia de seu batizado. Os padrinhos foram meu irmão mais velho e sua esposa.
Nesse mesmo dia, tiramos essa foto, eu, com ele no colo e os primos e primas (imagina a idade desse povo hoje!).
Antes de começar a andar, já ficava em pé no berço.
Logo começou a exercitar os passos dentro de um andador. E, pela cara, gostou da experiência.
Já um pouco maior, fomos à praia (ele foi muitas vezes à praia com seus pais, mas essa é uma das primeiras vezes). Aí está ele enfrentando as ondas sob minha responsabilidade.
Algum tempo depois, teve contato com o mundo das celebridades. Aí ele aparece carregado pelo Pelé. É esse mesmo, o Edson Arantes do Nascimento.
Na mesma ocasião, ele conheceu Émerson Leão, que ainda era jogador do Palmeiras, da seleção etc.
O outro lourinho é o irmão dele.
Ainda bem novo, teve um casamento relâmpago. Durou o quanto dura uma festa junina.
Como bom aluno de escola confissional, fez sua primeira comunhão.
Teve um segundo casamento relâmpago, que durou tanto quanto o primeiro.
Foi campeão de vôlei. Várias vezes. Essa parece ter sido a primeira.
Ganhou medalhas de natação várias vezes em sua carreira esportiva.
Nas horas vagas, empinava bicicleta. Se bem que seu irmão fosse bem melhor nesse esporte (até com motos, pelo que eu saiba) e garanta até hoje que esta foi a única vez que ele conseguiu fazer isso.
Como membro de família italiana, participava bem feliz das festas com os parentes. Nesse caso, era uma festa de natal.
Campeão estadual de vôlei. Não disse que ele teve vários títulos de campeão?
Concluiu o, então, Segundo Grau.
Depois veio fazer curso superior em universidade pública em Cuiabá. Achando que ia voltar depois que se formasse...
Ledo engano. Formou-se e ficou.
Conheceu uma bela morena cuiabana, casou-se e por aqui ficou. E esse casamento não foi como os das outras fotos acima. Esse é verdadeiro e duradouro.
Na foto acima estão ele e sua filha mais velha.
Esses são seus filhos.
A foto da morena cuiabana que roubou seu coração eu não tenho, porque ela foge de fotos...
Fico contente que eles formam uma família unida, alegre e parabenizo meu sobrinho pelo seu aniversário hoje.
E aproveito para parabenizar sua esposa, que fará aniversário amanhã.
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