Brejeiro (Ernesto Nazareth)
Dilermando Reis
Os trabalhadores brasileiros entraram 2011 lutando e não está sendo diferente no decorrer do ano. Trabalhadores da construção civil, da mineração, bombeiros, metalúrgicos, servidores municipais e estaduais, professores da rede pública e tantos outros. Os servidores públicos federais estão realizando uma dura campanha desde março. A greve dos trabalhadores técnicos e administrativos das universidades federais já dura um mês. Assim como os professores municipais e estaduais que paralisaram suas atividades em quase todo o país, alguns obtiveram conquistas, outros ainda lutam, como é o caso do Sepe no Rio de Janeiro e de Santa Catarina que conquistou recente vitória com a decretação da legalidade da greve pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Está nas ruas a campanha nacional contra o PNE (Plano Nacional de Ensino) e por 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a Educação já.
Preparar a Semana
As lutas vão continuar no segundo semestre e precisamos apoiar cada uma delas, incentivar cada uma delas. Diversas entidades e movimentos aprovaram a Jornada Nacional de Lutas de 17 a 26 de agosto. Uma semana em que as categorias que estejam em campanha salarial como bancários, petroleiros e outras devem aproveitar para fortalecer sua mobilização, mas todas as categorias mesmo que já tenham realizado lutas no primeiro semestre devem se organizar em seu estado e preparar dias de protestos, manifestações, paralisações onde for possível nos dias 17 e 18 de agosto. E, desde já, é necessário organizar a caravana para o Dia Nacional de Lutas em 24 de agosto, em Brasília.
Essa jornada não será somente nas cidades e categorias organizadas de trabalhadores. Os movimentos populares e contra a opressão também estão preparando a sua participação na jornada, assim como trabalhadores do campo pela reforma agrária e contra o agronegócio. A população pobre continuará sua luta ocupando terrenos e lutando por moradia e condições dignas de vida, sendo que neste momento também precisam enfrentar as remoções e desocupações devido as grandes obras da Copa e Olimpíadas.
Jornada necessária
As empresas aumentam o ritmo de trabalho, impõem jornadas estafantes, aumentando os acidentes e doenças do trabalho. Enquanto isso, o governo Dilma alardeia que é preciso segurar os aumentos dos salários por causa da inflação. O empresários adoram. Os governos federal, dos estados e municípios, dizem que não há recurso para aumentar o investimento na saúde, na educação, na moradia e no transporte. Por isso a população, particularmente nas grandes cidades, sofre com a situação caótica em que se encontra a saúde e a educação públicas, o transporte é caro e de baixa qualidade, o preço da água, da luz, do telefone, tudo sobe mais que os salários.
Dilma Rousseff reafirma sua política a serviço do capital e impõe o corte de 50 bilhões nos gastos com políticas públicas no orçamento deste ano. Ao mesmo tempo em que assegura uma ajuda a grandes empresas que, em benefícios e isenções fiscais, transferiram a elas, só no ano passado, 144 bilhões de reais, conforme informações do TCU (Tribunal de Contas da União). Mais de 40 bilhões é a previsão inicial de gastos com as grandes empreiteiras, para as obras da Copa e das Olimpíadas. Entre 1 de janeiro e 17 de junho deste ano, o governo federal já gastou 364 bilhões de reais com juros e amortizações da dívida externa e interna (51% de todos os gastos do governo neste mesmo período!). É dinheiro que sai da educação, da saúde, da moradia, da reforma agrária, para aumentar os lucros dos bancos e grandes especuladores. Ou seja, não há falta de recursos para o que lhes interessa.
Mas não há recursos para a reforma agrária e para uma política agrícola de apoio ao assentado. Não há recursos para a titularização da terra e apoio às comunidades quilombolas. E voltamos a ouvir autoridades falar em cortes na previdência social, em manter o fator previdenciário ou trocar pelo fator 85/95, o que daria no mesmo.
Por isso as entidades e movimentos que participam da Jornada Nacional de Lutas em agosto conclamam toda a classe trabalhadora, os movimentos populares e a juventude do nosso país para que unamos as nossas lutas e os nossos esforços, para aumentar a pressão sobre os empresários e sobre os governos (federal, estaduais e municipais). Essa desigualdade e essa injustiça não podem continuar. E a forma de mudar esta situação, para priorizar os interesses do povo trabalhador, é a nossa luta.
Vamos todos (as) preparar a Jornada Nacional de Lutas de 17 a 26 de agosto juntamente com as diversas entidades que participam desse movimento: ANDES/SN, ANEL, ASSIBGE/SN, CNESF, COBAP, CONDSEF, CSP-CONLUTAS, FENASPS, INTERSINDICAL, MTST, MTL, SINASEFE e UST.
Nossas bandeiras:
- DEFESA DA APOSENTADORIA E DA PREVIDÊNCIA PÚBLICA – FIM DO FATOR PREVIDENCIÁRIO
- AUMENTO GERAL DOS SALÁRIOS
- REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO SEM REDUÇÃO SALARIAL
- CONTRA OS CORTES DO ORÇAMENTO – DEFESA DO SERVIÇO PUBLICO E DOS DIREITOS SOCIAIS DO POVO BRASILEIRO – COMBATE À CORRUPÇÃO
- SUSPENSÃO DO PAGAMENTO DA DÍVIDA EXTERNA E INTERNA AOS GRANDES ESPECULADORES
- EM DEFESA DA EDUCAÇÃO E DA SAÚDE PÚBLICA
- EM DEFESA DOS(AS) SERVIDORES(AS) PÚBLICOS(AS)
- EM DEFESA DO DIREITO À MORADIA DIGNA / TERRA PARA QUEM NELA TRABALHA – REFORMA AGRÁRIA JÁ
Fonte: ANDES-SN
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