Os professores da UFPR discutiram as propostas do governo que levaram ao acordo do sindicato com o governo.
Apesar de defesas de aceitação da proposta governamental, feita por participantes experientes e conhecidos dentro do movimento docente nacional, foi rebatida e, ao final foi rejeitada. Os professores votaram por não aceitar fazer acordo com o governo nos termos da proposta apresentada, optando por indicar a continuidade da greve.
Já postei aqui que a forma súbita como tudo foi decidido foi estonteante. Sou filiado ao sindicato desde a criação da ADUR-RJ, de cuja criação participei ativamente. Todas as greves tiveram seus rituais próprios e adequados tanto para seu início quanto para seu encerramento. As bases eram ouvidas e suas deliberações eram levadas para o sindicato, em Brasília, indicando à diretoria os rumos a seguir.
Desta vez, foi tchan, tchun e tchã tchã tchã tchãããã!!!!!!!
Com base no histórico das greves docentes, com seus ritos democráticos, de base, calculava-se que haveria um certo tempo prolongado de greve, nas idas e vindas de negociações e convencimentos na base do movimento.
Diante disso, muitos alunos que residem fora de Cuiabá, boa parte tem suas famílias em outros Estados, decidiram viajar para aguardar em casa o desfecho da greve. Há que se lembrar que os servidores técnico-administrativos estão em greve, e que o cotidiano fica encarecido e mais difícil para alunos de baixo poder aquisitivo. Diversos serviços não estão disponíveis para os estudantes já desde o início da greve dos técnico-administrativos.
Eu estava preparando o fôlego para trabalhar no Comando Local de Greve, pois dele participei em um grande número das greves passadas.
Também fui delegado da Adufmat no Comando Nacional de Greve por diversas vezes, e digo que aquela instância é uma escola fantástica de análises, questionamentos e percepções do contexto político-social em que o movimento se insere.
Estou ainda por entender por quais caminhos se deu esse acordo, sinceramente.
Vou expressar o primeiro raciocínio que me veio ao saber da notícia: há uma grande quantidade de colegas petistas dentro da direção do sindicato. O governo é petista e diversos parceiros bastante ativos na história do movimento docente ocupam, hoje, cargos dentro dos ministérios. Há, é de se esperar, canais de comunicação entre eles e o seu sindicato.
O problema que vejo é que, se algo parecido com isso de fato aconteceu, deu-se uma mistura de duas coisas imiscíveis. O sindicato não é partidário. Os sindicalizados podem ter, e muitos têm, filiações partidárias e ideais políticos diferentes. O sindicato representa a todos, indistintamente.
Daí o motivo de se ter que ouvir as bases e de que as atitudes do sindicato sejam dirigidas pela base. Se houve mistura dos vínculos partidários com essa negociação, será o fim da crença dos afiliados na postura ética de seus "comandantes".
Sinceramente, e pelo bem do movimento docente e do futuro das universidades públicas, espero que isso não tenha ocorrido.
Abaixo está um vídeo postado no sítio da APUFPR (UFPR) com notícia e flashes da assembleia geral que mencionei no início desta postagem.
Aliás, parabenizo a APUFPR pela qualidade de seu sítio, pelos conteúdos e informações ali contidos, muito distantes, para melhor, do que o que vimos observando no sítio do ANDES-SN. Comunicação e presteza - informação - a hora e a tempo são fundamentais para qualquer mobilização da categoria. O sítio da Seção Sindical da Universidade Federal do Paraná dá de 10 a 0 no sítio do ANDES-SN e em outros sítios das seções sindicais.
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