Lucrativa empresa norte-americana quer reduzir despesas trabalhistas (19ago2011)

Nice work if you can get it (George Gershwin / Ira Gershwin)
Ella Fitzgerald e Nelson Riddle Orchestra

A Verizon, empresa gigante do ramo das telecomunicações, ameaça demitir, nos Estados Unidos, seus trabalhadores em greve caso não retornem ao trabalho até o final do mês. Veja as matérias em Democracy Now e em Rebelión.

A empresa, que tem tido bons resultados financeiros e altos lucros, pretende reduzir os gastos com planos de saúde e com previdência, além de querer menores custos para o processo de demissão de trabalhadores. É essa a proposta que a empresa apresentou à mesa de negociações e que leva ao recrudescimento da greve.

A ânsia pelo lucro e a exploração de um ambiente de altos índices de desemprego são, provavelmente, os "propulsores" dessa atitude da empresa.

É a situação que todo empresário adora. Se alguém não quer tal salário ou tais condições de trabalho, facilmente será encontrado alguém que esteja mais desesperado e aceite condições aviltantes, na busca pela sobrevivência.

Se pudessem, os empresários retornariam ao regime escravagista, mas com a condição de não terem que alimentar nem dar moradia aos escravos. Só trabalho, pois eles gostam muito do dito popular (certo em muitos aspectos) de que "o trabalho dignifica o homem". Outro bom para eles, também, é o "Deus ajuda a quem cedo madruga", e por ai vai.

Nós conhecemos e fomos personagens desse filme por muitos anos, aqui no Brasil, principalmente durante a aplicação da Gestão de Choque tucana, oriunda dos Chicago Boys e do Consenso de Washington.

Em contraposição, ouvi hoje no rádio que uma loja de materiais de construção daqui de Cuiabá está oferecendo cursos gratuitos para a formação básica de pedreiros, encanadores e eletricistas, com certificado e tudo. A falta de mão-de-obra no mercado de trabalho, nessa área, deve limitar as vendas da empresa, e ela resolve, portanto, incrementar a formação de novos quadros. É interessante quando os índices de desemprego são mais baixos, pois cria-se "espaço" para a valorização do trabalhador.