Ainda ontem à noite eu comentava, com tristeza, sobre os rumos que as coisas estão tomando. As pessoas estão se afastando de qualquer noção de civilidade, de respeito ao próximo. Eu até fiz uma observação em tom de brincadeira - "parece que realmente o fim do mundo está próximo, e todos estão se esbaldando nos minutos finais da festa". Agora pensando bem, essa ideia ganhou espaço em meu pensar. O clima é de fim de festa, fim de orgia, fim de bacanal. Há uma volúpia generalizada por atingir limites, por extrapolar limites, principalmente os limites de consideração que se supõe deveria haver para com quem quer que seja diferente de nós, por qualquer razão.
Porque mataram um jovem negro africano em Cuiabá? Se ele fosse belga e branco, conforme disse meu amigo, mesmo sendo usuário de droga, é provável que ele fosse convidado a sentar-se em alguma mesa próxima e ainda ganharia umas cervejinhas por conta da casa ou dos que foram "molestados" pelo jovem negro. Mas o belga de olhos azuis e falando francês dificilmente teria o mesmo tratamento dado ao negro. O belga identifica-se com o mundo maravilhoso dos países desenvolvidos e, coitado, foi vítima do vício. Mas ele é euripeu, fala várias línguas bonitas e chiques. Ele é o espelho em que nossa elite insiste em se mirar e em admirar. Elite vassala de culturas exógenas e "sofisticadas".
Mas acredito que dificilmente o belga agrediria o negro da forma como ocorreu em Cuiabá. Esse traço cultural nossa elite submissa não enxerga, ou sente ser mais conveniente não enxergar.
Homossexuais estão apanhando nas ruas pelo simples fato de serem o que são. Palmeirenses estão matando corintianos pelo simples fato de torcerem por um time de futebol e vestirem algo que denuncie sua preferencia de time. E vice-versa. E muitos vice-versa para tudo quanto é time de futebol.
Humoristas estão atravessando todas as linhas de decência humana ao sentirem que há plateia para suas tiradas reacionárias, desqualificando minorias, destruindo reputações, constrangendo a história. E eles fazem sucesso, com teatros cheios assistindo aos seus stand-ups carregados de piadas sórdidas. E isso tudo pode ser visto no Youtube, onde crianças sem noção ainda estabelecida dos conceitos basilares da boa convivência humana acabam por achar engraçadas as mais degeneradas formas de preconceitos e de estímulo ao desrespeito que exalam desses stand-ups.
Essas são algumas reflexões que me levam a reproduzir, abaixo, a postagem de Altamiro Borges.
Postagem de 11 de outubro de 2011 no Blog do Miro.
Porque mataram um jovem negro africano em Cuiabá? Se ele fosse belga e branco, conforme disse meu amigo, mesmo sendo usuário de droga, é provável que ele fosse convidado a sentar-se em alguma mesa próxima e ainda ganharia umas cervejinhas por conta da casa ou dos que foram "molestados" pelo jovem negro. Mas o belga de olhos azuis e falando francês dificilmente teria o mesmo tratamento dado ao negro. O belga identifica-se com o mundo maravilhoso dos países desenvolvidos e, coitado, foi vítima do vício. Mas ele é euripeu, fala várias línguas bonitas e chiques. Ele é o espelho em que nossa elite insiste em se mirar e em admirar. Elite vassala de culturas exógenas e "sofisticadas".
Mas acredito que dificilmente o belga agrediria o negro da forma como ocorreu em Cuiabá. Esse traço cultural nossa elite submissa não enxerga, ou sente ser mais conveniente não enxergar.
Homossexuais estão apanhando nas ruas pelo simples fato de serem o que são. Palmeirenses estão matando corintianos pelo simples fato de torcerem por um time de futebol e vestirem algo que denuncie sua preferencia de time. E vice-versa. E muitos vice-versa para tudo quanto é time de futebol.
Humoristas estão atravessando todas as linhas de decência humana ao sentirem que há plateia para suas tiradas reacionárias, desqualificando minorias, destruindo reputações, constrangendo a história. E eles fazem sucesso, com teatros cheios assistindo aos seus stand-ups carregados de piadas sórdidas. E isso tudo pode ser visto no Youtube, onde crianças sem noção ainda estabelecida dos conceitos basilares da boa convivência humana acabam por achar engraçadas as mais degeneradas formas de preconceitos e de estímulo ao desrespeito que exalam desses stand-ups.
Essas são algumas reflexões que me levam a reproduzir, abaixo, a postagem de Altamiro Borges.
Postagem de 11 de outubro de 2011 no Blog do Miro.
Rafinha Bastos agride repórter da Folha
Por Altamiro Borges
O CQC é um programa invasivo, agressivo e intolerante. Seu humor explora o "politicamente incorreto", criando cenas constrangedoras para todos os "entrevistados". Ele abusa dos preconceitos étnicos e de gênero. Ele também beira as idéias fascistas, fazendo a negação da ação política e ridicularizando as instituições democráticas da sociedade. Ele generaliza as críticas e destrói reputações. É adepto da "presunção de culpa", tão em voga na mídia brasileira - num total desrespeito à Constituição.
Tremem diante das críticas
Mas os "homens-de-preto", que adoram esculhambar os outros, não aguentam qualquer tipo de crítica. Na verdade, eles não têm senso de humor. São autoritários, arrogantes e presunçosos. Fazem tudo, custe o que custar, por audiência e grana, muita grana. Quando pressionados, eles revelam a sua mediocridade.
Que o diga Rafinha Bastos, que pediu demissão da Band após ser questionado por suas piadas de péssimo gosto - “Eu comeria ela e o bebê, não tô nem aí”, afirmou ao ser perguntando sobre a gravidez da cantora Wanessa Camargo; "mulheres feias deveriam agradecer caso fossem estupradas, afinal os estupradores estavam lhes fazendo um favor, uma caridade”, respondeu à revista Rolling Stone.
Agora, pressionado, ele revela seu verdadeiro caráter. A própria Folha, que também investe na negação e na escandalização da política, sentiu na carne a "humor" de Rafinha Bastos. Veja a nota publicada ontem na sua versão online:
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"Chupa o meu cacete", diz Rafinha a repórter da Folha
Da Redação
Rafinha Bastos, do "CQC", respondeu hoje com palavrões a repórter da equipe da coluna de Mônica Bergamo, da Folha, quando questionado sobre piadas que fez no domingo em um show em São Caetano do Sul.
"Chupa o meu grosso e vascularizado cacete", afirmou ele à coluna por e-mail.
Ontem, durante o stand-up que fez na cidade do ABC, Rafinha fez piadas com o ator Fábio Assunção e com a Nextel, que o contratou para anúncios publicitários.
Ao dizer que uma operadora de telefonia móvel teria um serviço usado apenas por "prostitutas e traficantes", o apresentador, de acordo com relato publicado pelo site da revista "Veja", disse: "É celular usado por traficante, e o pior é que eles sabem disso. Não é à toa que têm Fábio Assunção como garoto-propaganda."
O ator já admitiu que usou drogas. Foi afastado do trabalho e chegou a ser internado para tratamento médico. Hoje está em cartaz em São Paulo com a peça "Adultérios" e no programa "Tapas e Beijos", da TV Globo.
Assunção não quis se manifestar sobre os comentários de Rafinha.
A Nextel disse: "Acreditamos em personalidades como Fábio, que superam limites e que constroem uma nova história de vida. E, principalmente, em todo ser humano que acredita na transformação e na evolução".
A coluna enviou hoje de manhã e-mail ao apresentador do "CQC" pedindo que comentasse e explicasse a declaração que fez em São Caetano.
Ele enviou o xingamento como resposta. A mensagem chegou depois do fechamento da coluna.
Bando de Hipócrita, aposto que vai continuar 0 comentario!
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