quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Artifícios da Rede Globo para minimizar a homenagem da Gaviões da Fiel ao Presidente Lula (22fev2012)


Ala de passistas mostra mapa do Brasil

 
Literatura de cordel ajuda a contar a história de Lula desde a sua infância
Fotos: Alexandre Schneider / UOL

A má fé da Globo no desfile da Gaviões

Este é talvez o carnaval mais desafiador para as Organizações Globo. Isso porque depois de haver sido alçada á condição de monopólio midiático, pelo persistente apoio do governo americano e do regime militar que se instou no País entre 1964 e 1986, foi a primeira vez que a empresa viu-se obrigada a narrar um desfile de carnaval em homenagem ao seu maior adversário, o ex-presidente Lula da Silva.

Foi aparente a contrariedade da emissora ao mostrar e comentar com menor destaque a apresentação da escola de  samba que levou a homenagem ao ex-presidente para a avenida. Nos breves comentários que fizeram, os locutores não deixam de enfatizar o fato de que o homenageado “não esteve presente devido a um câncer na garganta”, como que querendo atribuir a homenagem não ao mérito do homenageado, mas a uma espécie de despedida de alguém  à beira da morte.

As tomadas à distância, o quase ocultamento do carro simbolizando Brasília, o foco nas fantasias em negro e o destaque à águia dos gaviões da fiel, acompanhada do comentário de tratar-se de uma ave de rapina, foram todos artifícios de que se valeu a inescrupulosa emissora para diminuir o brilho do desfile de alegorias que cercou a figura de Lula da Silva.

Mas ainda assim os narradores da televisão tiveram que relatar cada um dos momentos da vida do homem público, representados pelas diferentes alas que percorreram a avenida do desfile: o menino pobre, o jovem operário, o líder sindical e, por fim, o festejado presidente do Brasil.

No afã de diminuir o impacto da Gaviões na passarela, os apresentadores da Rede Globo insistiram em fazer um contraponto de seu desfile, propositalmente sombreado, com o de outra escola que se valeu de apelos religiosos e pacifistas na evolução. Foi o modo de a emissora fazer passar as alegorias em homenagem a Lula da Silva como associadas a algo que não era exatamente o bem, este fixado nos motivos da outra escola.

A despeito de todo engenho de que a Globo utilizou-se para que a apresentação da escola parecesse menos grandiosa do que era, não conseguiu evitar que ao final em seus estúdios um comentarista, contratado entre sambistas, chorasse e dissesse diante das câmeras que era esse o carnaval mais lindo da vida dele.

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