Campo Grande já fez bem mais do que Cuiabá fará até a Copa
Vista aérea da cidade
Por Rodrigo Vargas | Diário de Cuiabá | No Mídia News
Três anos depois de perder para Cuiabá a indicação para sede pantaneira da Copa de 2014, a capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, cumpriu a maior parte das exigências de infraestrutura que haviam sido prometidas à Fifa antes da decisão.
No período, a cidade abriu mais de 100 quilômetros de novas vias, inaugurou sua nova rodoviária, concluiu o PAC 1, habilitou-se para o PAC 2, inaugurou um hospital de traumas, levou asfalto a 99% das linhas de ônibus e recuperou áreas de valor histórico.
Na semana passada, o prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) assinou em Brasília o convênio para o PAC 2 da Mobilidade Urbana: R$ 180 milhões para a implantação de 58,7 quilômetros de corredores exclusivos para ônibus (o BRT).
“Tudo o que nós prometemos para a Fifa, e que competia ao município, vamos deixar pronto até 2014. Só não fizemos a reforma do estádio porque obviamente não havia necessidade”, relata João Antônio de Marco, secretário de Infraestrutura, Transportes e Habitação.
Em novembro passado, a cidade concluiu a última das quatro obras do PAC 1 (R$ 140 milhões), que incluiu investimentos em drenagem, pontes, pavimentação e implantação de ciclovias e dois parques lineares – acompanhando as margens dos córregos.
Enquanto em Cuiabá as obras do PAC 1 foram embargadas na Operação Pacenas, que prendeu inúmeras pessoas acusadas de corrupção, Campo Grande já se habilitou a buscar o PAC 2, que prevê investimentos de R$ 160 milhões para, entre outras obras, manejo de águas pluviais – um problema recorrente na capital sul-mato-grossense. “O horizonte para conclusão é de dois anos”, diz.
Entre as obras viárias concluídas desde 2009, uma delas chama diretamente a atenção de quem chega à cidade pelo aeroporto.
O acesso ao centro da cidade, antes realizado por uma via estreita e sinuosa, foi substituído por uma avenida duplicada, com três faixas de rolagem e uma ciclovia de quatro quilômetros.
Mais adiante, ao longo do traçado da antiga linha ferroviária, foi inaugurada no final de 2010 a Orla Morena, um parque linear com ciclovias, pista para caminhada e aparelhos de ginástica que se estende por 2,5 quilômetros.
Na Afonso Pena, a principal avenida da cidade, o governo do Estado bancou o recapeamento integral das duas pistas, além de sinalização e novos semáforos. O aspecto é o de uma via recém-inaugurada.
No parque das Nações Indígenas, tapumes cobrem a construção do Aquário do Pantanal, obra de R$ 84 milhões e 18 mil metros quadrados, projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake.
Segundo o governo local, será o maior aquário de água doce do mundo, com mais de 260 espécies. O último levantamento do Tribunal de Contas, realizado no começo deste mês, apontou que 37% do cronograma físico da obra já foi cumprido.
Em toda a cidade, placas indicam a chegada de novos investimentos federais. O caminho, segundo De Marco, consistiu em apresentar “projetos consistentes”. “Tudo o que prometemos para a Fifa já estava em projetos prontos, não eram apenas desenhos de arquitetura”, relata.
Para o secretário, o volume de recursos obtido por Campo Grande desde 2009 mostra que ser sede da Copa do Mundo não é o único caminho para obter melhorias em infraestrutura.
“Não tiro a grandeza do evento e nem minimizo a oportunidade que Cuiabá vai ter em sediar uma Copa. Isso é algo único na história e não se repete mais. Agora, o fato é que não precisa ter Copa para você dotar a cidade da infraestrutura desejada”.
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