segunda-feira, 14 de maio de 2012

Definido hoje: professores da UFMT entram em greve a partir de 17 de maio
(14mai2012)

A LUTA CONTINUA!

Acabou há pouco a Assembleia Geral da ADUFMAT-SSIND na qual os professores deliberaram por deflagrar greve por tempo indeterminado a partir de 17 de maio próximo.

Na avaliação dos docentes, o que a Medida Provisória publicada hoje no Diário Oficial da União traz é o mesmo que foi rejeitado em nossas assembleias do ano passado, razão pela qual foi feita greve. Por uma questão de respeito ao movimento docente, que majoritariamente decidiu, em 2011, por não fazer greve, a ADUFMAT recuou e encerrou sua greve.

Coerentemente, os docentes da UFMT mantêm, agora, sua rejeição ao que é "dado" nessa Medida Provisória. A defesa que se faz é, além de uma reposição salarial adequada, por reestruturação da carreira docente nos moldes que o Sindicato Nacional vem discutindo e construindo há muitos anos. O Sindicato tem um Grupo de Trabalho de Carreira (GT Carreira) que funciona continuamente, com reuniões envolvendo representantes de todas as seções sindicais, num processo longo, democrático e referenciado nessa elaboração.

As propostas dos GTs são sempre submetidas a apreciação dos Congressos Nacionais do Sindicato, onde os delegados de todas as Seções Sindicais apresentam as propostas - e votam com base nelas - encaminhadas a partir de suas assembleias locais relativamente aos temas tratados nos Congressos. Tudo o que será discutido em cada Congresso do Sindicato é encaminhado previamente a todas as seções sindicais para avaliação e discussão em assembleia geral. O delegado de cada Seção Sindical junto ao Congresso do ANDES é municiado nessas assembleias com as ponderações e deliberações sobre cada item a ser tratado.

Relatei tudo isso para mostrar que nossa proposta de carreira não é uma veleidade assumida por meia dúzia de detentores de "notório saber", mas sim algo que se estabelece em um longo processo reflexivo que envolve o conceito da universidade que se quer, que o Sindicato vem, em seus mais de 30 anos de lutas, propondo ao governo federal.

A universidade brasileira é jovem, se comparada com as de muitos outros países, e o papel dos docentes na sua contímua construção é fundamental. Todos precisam refletir sobre essa instituição que se espraiou pelo mundo a partir do século XII e que é guardiã e participante do avanço dos conhecimentos da humanidade.

Por isso o Brasil precisa discutir muito qual a universidade que pretende ter. Repetidora ou produtora de conhecimentos. Acessível a todos ou a somente uma pequena parcela - uma casta - da sociedade. A universidade brasileira não está pronta. Precisa caminhar muito, ainda, para se estabelecer com um perfil a ser definido quanto ao seu papel na sociedade brasileira.

O bom combate é infindo. Por isso, VAMOS À LUTA, COMPANHEIROS! Nada cai do céu de graça. Tudo o que a universidade é hoje é fruto de árduas batalhas e conquistas do movimento docente. A universidade já foi muito mais frágil, socialmente descomprometida e laboralmente injusta do que é hoje. Há que se avançar, sempre.

Nos últimos anos os professores, e os servidores públicos em geral, viram conquistas trabalhistas históricas serem subtraídas, onde o poder público aproveitou-se de um vácuo produzido pela desesperança que instalou-se em nossas organizações de classe.

Vamos por o bloco na rua e mostrar a nossa cara para uma sociedade que tanto espera da - e confia na - universidade pública.

Um fato muito positivo que observei hoje, na assembleia, foi a participação de um grande número de professores, com um bom contingente de jovens professores dandos seus primeiros passos no movimento docente. Já está na hora de os mais velhos (como eu) irem passando o bastão para aqueles que chegam cheios de vontade e com fôlego e experiências renovados. É o enlace entre gerações que permitirá a continuidade dinâmica da luta política.

Hoje foram listados os nomes dos voluntários que participarão do Comando Local de Greve (CLG), bem como foi escolhido o delegado da ADUFMAT que estará em Brasília para a instalação do Comando Nacional de Greve (CNG).

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