domingo, 2 de setembro de 2012
UFMT: Mesmo com ameaças do Governo, docentes decidem pelo fortalecimento da greve
(2set2012)
(2set2012)
Por Mariana Freitas, da Assessoria de Imprensa da ADUFMAT-S.Sind
Em Assembleia Geral realizada nesta sexta-feira, 31, os docentes da Universidade Federal de Mato Grosso decidiram pelo fortalecimento do movimento pela reabertura das negociações. De acordo com informes oficiais do Governo Federal, as categorias teriam até o fim do mês de agosto para entrar em acordo ou ficariam sem o reajuste salarial. A justificativa é a de que o envio do Orçamento da União ao Congresso Nacional seria no dia 31 de agosto.
De acordo com o professor Tomás Boaventura, que representou a UFMT nas reuniões do Comando Nacional em Brasília por duas semanas, essa preocupação já estava sendo debatida. “Nós desmistificamos essa questão e chegamos a conclusão que quem faz o tempo do nosso movimento somos nós, e não o governo”, explicou. “Além disso, as ameaças são apenas para tentar nos enfraquecer”.
A opinião dos docentes reunidos em Brasília foi endossada pela imensa maioria dos presentes na Assembleia. O professor Antônio Carlos Maximo lembrou que o Congresso pode alterar totalmente o orçamento enviado pelo governo, pode remanejá-lo, e fazer adequações até março de 2013. “Fazendo as contas do impacto da contraproposta dos docentes ao Governo sabemos que o gasto seria de cerca de 5 bilhões a mais em relação ao acordo assinado contra nossa vontade pelo sindicato paralelo”, disse. “Isso não representa nada em relação ao total do orçamento, e, além disso, o gasto não é imediato”.
Foco Congresso
A estratégia aprovada pelos docentes para forçar o Governo a reabrir as negociações foi a pressão nos parlamentares. Em debate realizado na última segunda-feira, os membros da bancada federal de Mato Grosso se manifestou apoiando o movimento grevista. Oito parlamentares já assinaram um documento oficial em apoio à greve e os três restantes se comprometeram a assinar na próxima segunda-feira.
Será enviada ao Comando Nacional de Greve a orientação de se fazer presente todos os dias na Câmara e no Senado, além de tentar contatar o Colégio de Líderes a fim de buscar apoio ao movimento.
A força da greve
Entre os pontos de pauta em debate estava a avaliação do atual momento da greve. A maioria das manifestações dos docentes foi positiva, destacando que a força da greve está no fato de 52 universidades se manterem paralisadas. Foi dito ainda que aquelas que decidiram pelo retorno das aulas continuam vazias, a exemplos das federais de Santa Catarina e Ceará, em que os reitores encontram dificuldade para implementar um novo calendário acadêmico..
Outro ponto levantado foi que as reivindicações não se centram na questão salarial, mas sim na reestruturação da Carreira Docente e na necessidade de melhoria das condições de trabalho nas instituições federais de todo o país.
“A centralidade do movimento é a defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade”, disse o professor Dorival Gonçalves.
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