sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Em 2000, o geólogo Geraldo Lino já desnudava as raízes das crises mundiais atuais (17fev2012)

Hoje tive oportunidade de ler, no sítio Nova Era, um discurso feito em JULHO DE 2000 por Geraldo Luís Lino na ADESG-RJ em que ele trata do método utilizado pelas elites econômicas mundiais com o intuito de gerar uma "mudança de paradigma cultural", indo em direção a uma "desumanização da humanidade" e levando ao trono mundial o "mercado". São diversas as estratégias estabelecidas para esse fim, envolvendo, inclusive, a ação de ambientalistas, que é o da estagnação das economias e manutenção do status quo dos poderosos atuais.


Geraldo Luís Lino é Geólogo, Diretor do Movimento de Solidariedade Ibero-Americana, ex-consultor ambiental e autor do livro A Fraude do Aquecimento Global : Como um fenômeno natural foi convertido numa falsa emergência mundial. (Capax Dei, 2009), e demonstrou, em Audiência Pública no Congresso Nacional, em 2011, que
a hipótese do aquecimento global antropogênico é "reprovada no teste do método científico", pois não se sustenta em evidências físicas do mundo real. Entre outras, mostrou que as mudanças constituem o estado natural do clima, tendo produzido temperaturas e níveis do mar bem mais altos e bem mais baixos que os atuais, além de taxas de variação igualmente muito superiores às observadas desde a Revolução Industrial do século XVIII (confira no sítio Ambientalismo).
O discurso tem praticamente 12 anos, e foi feito em meio ao segundo mandato de FHC à frente da Presidência da República. A perspectiva do tempo passado, desde então, tem mostrado quanto o autor acertou na mosta, quando vemos a política de Estados Unidos e Europa tanto internamente - com o achaque aos direitos trabalhistas e aos patrimônios públicos, e a repressão crescente às tentativas de suas próprias populações de expressarem o seu desagrado com os rumos que vêm sendo tomados - quanto externamente, com invasões mortíferas, assassinatos seletivos e ameaças de guerras amplificando-se a cada momento.

Geraldo Luís Lino mostra o quanto o política neoliberal e a globalização vão de encontro aos valores republicanos, nacionalistas e de busca da geração do bem-estar coletivo.

Achei interessante, talvez com uma ou outra restrição sobre as quais pretendo refletir com calma. Mas chega de prolegômenos, além de informar que atualizei a escrita para as novas regras ortográficas e que os destaques - negrito ou itálico - são meus. E vamos ao discurso:



Crise civilizatória, mudança de paradigma cultural e projeto nacional

Por Geraldo Luís Lino

Palestra proferida no painel Brasil Soberano e a Expressão Psicossocial, na ADESG-RJ, em 31/07/2000

Para mim, é um privilégio poder dirigir-me a uma plateia tão seleta, para trocar ideias sobre um tema de tanta relevância para o nosso futuro como cidadãos de um Estado nacional republicano, que pretendemos ver reconstruído e consolidado, a despeito das abrumadoras perspectivas apontadas pela realidade presente. Por isso, agradeço a direção da ADESG-RJ, nas pessoas do prof. Marcos Coimbra e do almirante Sergio Tasso de Aquino, pela oportunidade, que espero ser proveitosa para todos.

A crise brasileira, nos diversos aspectos que têm sido discutidos neste fórum, não pode ser dissociada da crise civilizatória que, hoje, assola todo o mundo, em especial no que se refere à mudança de paradigma cultural responsável por ela, que nos remete ao tema do painel de hoje.

Creio que poucos questionarão a percepção de estarmos envolvidos numa profunda crise da Civilização, uma crise marcada por um processo que podemos qualificar como a “desumanização da Humanidade”, com a retirada do ser humano do centro do processo de organização da sociedade e da economia, em favor de entidades abstratas como o “mercado” ou o “meio ambiente”, artificialmente dotadas de direito próprio. Para ilustrar essa “desumanização”, vejamos alguns exemplos pinçados de manchetes recentes da imprensa brasileira.

N’O Globo de 24 de junho, podemos ler: “Lavrador é preso por raspar casca de árvore”. A notícia se refere à prisão de um lavrador goiano de 55 anos, analfabeto, que foi mantido encarcerado por sete dias pelo terrível e inafiançável crime de ter sido apanhado em flagrante raspando a casca de uma árvore conhecida como almesca, dentro de uma área de preservação ambiental, para fazer um chá para sua mulher, que tem a Doença de Chagas. Aqui, temos uma demonstração do conceito do biocentrismo, tão caro aos radicais do ambientalismo, que pretende rebaixar o ser humano e seus direitos inalienáveis ao progresso e ao bem-estar, derivados de sua condição de constituído à imagem e semelhança do Criador, ao nível dos demais seres vivos. Lamentavelmente, tal distorção, que está no cerne do movimento ambientalista, está fortalecendo a sua posição nas políticas públicas e nas relações internacionais.

No Jornal do Brasil de 21 de maio, temos esta manchete: “Dinheiro vale mais que bom caráter". Trata-se de uma pesquisa feita entre alunos da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, sobre os valores mais prezados por eles. Entre cerca de 1.000 estudantes que responderam à pesquisa, o dinheiro foi o item mais votado, com quase 400 votos, mais do dobro do segundo colocado, o emprego, e quatro vezes mais que o amor, com apenas 95 votos. O altruísmo recebeu apenas três votos e o patriotismo, apenas um. Os valores materiais em geral receberam quase quatro vezes mais votos que os valores morais. Sendo a PUC-RJ um dos principais centros de formação das elites brasileiras, por aí podemos avaliar o estado de espírito dos nossos futuros líderes.

Mas, a que para mim é a mais emblemática dos nossos tempos é esta manchete da Folha de S. Paulo de 3 de junho: “Mercados comemoram alta do desemprego” – que se refere ao anúncio que o aumento da taxa de desemprego nos EUA implicaria numa retração ainda maior da economia estadunidense. Com isto, a taxa de inflação se manteria baixa e a Reserva Federal (o banco central privado dos EUA) não precisaria aumentar a sua taxa de juros, prejudicando o consumo e novos investimentos. A retórica do “economês” não esconde a evidência de estarmos diante de uma total inversão do processo econômico, no qual o ser humano e o seu bem-estar e progresso passam a subordinar-se aos caprichos do sistema financeiro, e não o oposto. Afinal, etimologicamente, economia significa “organização da casa” – casa de quem? Evidentemente, do homem.

Outro exemplo igualmente chocante é o relatório sobre "Desastres Mundiais de 1999", recentemente divulgado pela Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, o qual afirma que a grande maioria das 13 milhões de mortes decorrentes de doenças infecciosas, ocorridas no ano passado, poderiam ter sido evitadas com um investimento de apenas cinco dólares per capita. Ou seja, estamos falando de 65 milhões de dólares, quantia irrisória diante dos dois ou três trilhões de dólares que circulam diariamente nos mercados financeiros especulativos, ou uma reles gorjeta de qualquer um dos múltiplos escândalos financeiros em que o nosso Brasil tem sido pródigo.

Diante dessas e numerosas outras evidências, com as quais deparamos no nosso cotidiano, dificilmente os historiadores do futuro escaparão à conclusão de que o final do século XX foi marcado por uma das maiores crises da História da Humanidade, uma crise que ameaça mergulhar-nos numa nova idade de trevas, que poderá fazer empalidecer a de meados do século XIV, que resultou na Peste Negra e na eliminação de mais de um terço da população da Europa. A diferença é que, naquela época, a Humanidade não dispunha de conhecimento e meios para, por exemplo, deter uma epidemia de peste bubônica como a da Peste Negra. Hoje, ao contrário, pela primeira vez na História, temos condições materiais de solucionar praticamente todos os grandes problemas que têm acompanhado a Humanidade em sua evolução – a fome, as doenças epidêmicas, a pobreza e a miséria. O próprio Banco Mundial, no seu relatório de 1998 sobre o desenvolvimento mundial, admite que com investimentos anuais da ordem de 100 bilhões de dólares, seria possível erradicar a pobreza e a miséria de todo o planeta. Ora, apenas o Brasil irá gastar este ano dois terços desta quantia com o serviço de sua dívida interna e externa – quer dizer, em lugar de combater a pobreza, aplacamos o apetite voraz da usura financeira.

Existem também estudos sérios indicando que em menos de uma geração, seria possível proporcionar a cada habitante do planeta, em uma população maior que a atual – que é da ordem de seis bilhões de pessoas –, um padrão de vida pelo menos igual ao de um cidadão estadunidense de meados da década de 60 – que era bem superior ao atual. Se isto não ocorre, não é pela escassez de recursos naturais, humanos ou financeiros, ou por causa da “fragilidade” do meio ambiente, mas da escassez de vontade política entre os poderes hegemônicos e as classes dominantes na maioria dos países do planeta.

Ainda assim, essa perspectiva otimista era o sentimento que dominava as classes educadas e grande parte das elites dirigentes no período do pós-guerra. Este foi um período de grande otimismo, que alguns autores, como a pesquisadora Carmem Soriano Puig, chamam a “revolução das expectativas crescentes”. Este otimismo não se baseava apenas em fatores subjetivos, mas tinha um fundamento real: o período decorrido aproximadamente entre 1950 e 1973 foi o de maior crescimento do PIB per capita mundial em toda a História da Humanidade. Observando-se os dados compilados pelo economista estadunidense Angus Maddison, atualmente na Universidade de Gröningen, na Holanda, considerado uma das maiores autoridades mundiais em estatísticas econômicas históricas, podemos ver que a taxa média anual de crescimento mundial do PIB per capita nesse período foi de 2,9%, mais do triplo dos 0,9% registrados entre 1913 e 1950 – que atravessou duas guerras mundiais e a depressão dos anos 30 – e quase duas vezes e meia os 1,3% registrados desde 1973.

Este desempenho foi em grande parte proporcionado pelo bom funcionamento do sistema monetário de Bretton Woods, estabelecido ao final da II Guerra Mundial e que, apesar das suas imperfeições, propiciou uma base estável de referência para a economia mundial, com taxas de câmbio fixas entre as moedas dos diversos países, que eram fixadas em relação ao dólar dos EUA, que, por sua vez, era fixado em relação ao ouro, o que dava um "lastro" físico para as economias, ao contrário da especulação desenfreada que ocorre hoje em dia. Adiante, veremos que o desmantelamento desse sistema foi uma das causas principais da desordem econômica que enfrentamos agora.

Juntamente com a recuperação econômica da reconstrução do pós-guerra, havia entre a sociedade em geral o que se pode chamar um grande “otimismo tecnológico”, ensejado por conquistas da ciência e da tecnologia, como a corrida espacial entre os EUA e a URSS, as perspectivas de utilização pacífica da energia nuclear, a “Revolução Verde” e as conquistas da medicina. Este foi também o período influenciado pelas Décadas de Desenvolvimento das Nações Unidas e pela promulgação da Doutrina Social da Igreja Católica, cujo marco foi a encíclica Populorum Progressio.

Diante disso, é preciso perguntar: como tudo isso foi revertido? Como regredimos de um crescimento recordista e de um quadro de otimismo para um cenário de depressão, para um quadro geral de um grande pessimismo cultural, em que as perspectivas de um futuro melhor se veem completamente ofuscadas pela desalentadora perspectiva da luta pela mera sobrevivência, em meio a um cotidiano abrumador?

A resposta é: por meio de uma gigantesca operação de “engenharia social”, que os seus próprios planejadores chamam uma “mudança de paradigma cultural”, artificialmente induzida entre as classes educadas da sociedade de quase todo o mundo a partir de meados da década de 60.

Antes de falar nessa “mudança de paradigma cultural”, quero advertir-lhes que, quando tocamos neste assunto, muitas pessoas – algumas desinformadas, outras céticas e outras mal-intencionadas – costumam desqualificar as constatações dele resultantes como frutos de uma crença numa “teoria conspiratória da História”.

Bem, isto não é teoria, é a História se desenrolando diante de nós. Embora os historiadores e pesquisadores acadêmicos costumem abordar o assunto com a máxima reserva, com medo do patrulhamento e de parecerem ridículos, o fato é que os grupos hegemônicos, as oligarquias, têm manejado os fios condutores da sociedade desde tempos imemoriais, sem que precisemos acreditar em balelas como a mítica conspiração judaico-maçônica internacional. Mas vejamos um exemplo, referente ao Brasil.

Observem essa declaração da Sra. Adele S. Simmons, presidenta da Fundação MacArthur, que é a quinta maior fundação oligárquica dos EUA. Como se sabe, cada grande família de "sangue azul" nos EUA tem uma fundação, que serve não apenas para fins de evasão de impostos (o banco Chase Manhattan não é da família Rockefeller, mas da Fundação Rockefeller), mas também para finalidades de “engenharia social”, por intermédio do financiamento de organizações e indivíduos, inclusive na academia, que desempenhem atividades relevantes para os seus propósitos hegemônicos. Mas vejamos o que disse dona Adele Simmons, numa entrevista às Páginas Amarelas da revista Veja de 10 de julho de 1995:
"Há vinte anos, quando a Fundação Ford decidiu investir em um centro de estudos acadêmicos - o CEBRAP -, idealizado na época por um sociólogo chamado Fernando Henrique Cardoso, a situação política brasileira não era particularmente sólida. Foi feita uma aposta em um grupo que, vinte anos atrás, parecia ter o perfil de uma futura liderança. Deu certo."
Aqui, cabe perguntar: deu certo para quem? Pois vejamos agora o que disse o nosso presidente [FHC] numa entrevista à Folha de S. Paulo de 13 de outubro de 1996:
"Indiscutivelmente, o regime está rearticulando o sistema produtivo do Brasil. Portanto, ele está dando possibilidade a que os setores mais avançados do capitalismo tenham prevalência... Nesse sentido, ele é socialmente progressista... Não é das classes médias burocráticas, nem das classes médias que ficaram desligadas desses dois processos – a modernização produtiva e da universalização dos bens sociais. (Por favor, não riam!) Não é dos corporativistas, não é do setor burocrático anterior. Mas também não vou dizer que seja dos excluídos, porque não tem condição de ser. Aspiraria a poder incorporar mais, mas não posso dizer que seja."
Como veem, o próprio presidente admite que seu Governo privilegia “os setores mais avançados do capitalismo”, que são exatamente aqueles que dona Adelia Simmons representa. Aqui, é preciso dizer que isso não significa que o nosso presidente receba diariamente um fax com instruções sobre a maneira de privilegiar esses setores. A coisa é um pouco mais sutil.

Talvez, todos já tenham ouvido falar de uma organização chamada Diálogo Interamericano. O Diálogo foi fundado em 1982, depois da Guerra das Malvinas, como um centro de planejamento estratégico e propaganda política da oligarquia anglo-americana para o Hemisfério Ocidental. Ele reúne cerca de 100 personalidades políticas, acadêmicas, da mídia e de outros setores relevantes, de quase todos os países americanos, inclusive do Brasil.

Eles se reúnem anualmente, para discutir uma agenda de “interesses comuns” aos países do Hemisfério, que, posteriormente, não por coincidência, se transformam em políticas de Governo nos países dos membros do Diálogo. Entre outras: a política neoliberal de abertura econômica desenfreada; a defesa da legalização do uso das drogas entorpecentes; a politização dos problemas do meio ambiente; e a desestabilização das Forças Armadas ibero-americanas, sob o pretexto da sua subordinação ao poder civil.

Entre os membros do Diálogo, encontramos vários personagens que foram ou são chefes de Estado ou candidatos a chefes de Estado. Entre eles, destacamos: Raúl Alfonsín, da Argentina; Julio Sanguinetti, do Uruguai; Gonzalo Sanchez de Lozada, da Bolívia; e o nosso Fernando Henrique Cardoso.

Aliás, Fernando Henrique é membro fundador, levado ao Diálogo por Peter Bell, que é diretor do grupo desde a fundação. Não por coincidência, Peter Bell era o representante da Fundação Ford no Brasil quando a Fundação financiou a criação do CEBRAP. Segundo o falecido professor Florestan Fernandes, foram 700.000 dólares – o que, em 1969, era um bocado de dinheiro.

Entre os membros brasileiros do Diálogo Interamericano, encontramos outras figuras conhecidas, como o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, que está lá desde 1990, e o Sr. Ciro Gomes, que lá esteve entre 1994 e 1998.

Então, temos um quadro interessante no qual, nas últimas eleições presidenciais brasileiras [1998], os três candidatos mais votados eram membros do Diálogo Interamericano. Ou seja, as oligarquias fizeram aqui um jogo triplo, para garantir os seus interesses por todas as pontas. Como veem, assim caminha a Humanidade.

Vejamos agora como estão estruturados esses “candidatos a donos do mundo”. O filho do presidente dos EUA Franklin Roosevelt, Elliott Roosevelt, que foi oficial da Força Aérea na II Guerra Mundial e acompanhou o pai em quase todas as conferências internacionais de que ele participou durante a guerra, escreveu um livro muito interessante, chamado Como meu pai os via, que existe em português. Nele, ele chamava essa gente de os “inimigos do progresso”. É o que são: inimigos do progresso humano, adeptos do oligarquismo, que é uma visão do mundo intrinsecamente egoísta, contrária ao republicanismo dos Estados nacionais soberanos.

Quem são eles? São um conglomerado de famílias oligárquicas da Europa – principalmente do Reino Unido – e da América do Norte, reunido em torno da liderança da Casa de Windsor, a família real britânica. Entre eles, eles se autodenominam o “Clube das Ilhas”, que é uma denominação formal, que não se encontra na lista telefônica de Londres. O nome é uma homenagem ao rei inglês Eduardo VII, filho da rainha Vitória, que reinou entre 1901 e 1910 e em cujo reinado se consolidou a articulação dos dois principais ramos dessa oligarquia internacional, o britânico e o estadunidense.

Esses grupos oligárquicos atuam por meio de várias instituições de planejamento estratégico e “engenharia social”. Mais ou menos hierarquicamente, temos as seguintes:
1) O Grupo Bilderberg, fundado em 1954, cujos encontros anuais reúnem a nata da nata dessa oligarquia internacional – apenas representantes da Europa e da América do Norte. Para que tenham uma ideia do seu poderio, foi numa reunião do grupo, realizada na Suécia em maio de 1973, que foi decidido o aumento de 300% nos preços internacionais do petróleo, cinco meses antes da Guerra dos Seis Dias, que foi o pretexto oficial para o aumento decretado pelos países membros da OPEP.
2) O Instituto Real de Assuntos Internacionais de Londres (RIIA) e sua contraparte americana, o Conselho de Relações Exteriores de Nova York (CFR), que representam as oligarquias britânica e norte-americana, ambos fundados no início da década de 20.
3) A conhecida Comissão Trilateral, fundada em 1973 por iniciativa da família Rockefeller, para atrair para os centros decisórios representantes das elites do Japão, cujo poderio econômico não podia mais ser ignorado pelos planejadores da oligarquia internacional.
4) Num quarto escalão, temos o Diálogo Interamericano, que discutimos há pouco. Esta é praticamente a única organização desse tipo que tem “cucarachos” latino-americanos entre os seus membros. Já vimos alguns deles.
5) Outras organizações relevantes são os chamados think-tanks, como a Rand Corporation; o Instituto Hudson, do gordo Herman Kahn – aquele dos "Grandes Lagos Amazônicos"; o Clube de Roma, criado para difundir a ideologia dos “limites ao crescimento”; o Instituto Tavistock de Londres, que é o principal centro de guerra psicológica e “engenharia social” dessa oligarquia; e as fundações, como a Ford, Rockefeller, MacArthur e outras, cujo papel já discutimos.

Essa oligarquia exerce um controle direto sobre:
1) O Banco da Inglaterra, o Sistema da Reserva Federal dos EUA, que são os dois principais "bancos centrais independentes" do mundo, e o BIS, o Banco de Compensações Internacionais de Basiléia, considerado o “banco central dos bancos centrais”. Vale ressaltar que o Banco da Inglaterra e a Reserva Federal são entidades privadas controladas por consórcios de bancos privados; de “Federal”, a Reserva só tem mesmo o nome.
2) As principais organizações do sistema das Nações Unidas: o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, a Organização Mundial de Comércio, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento etc. Este controle é exercido em grande medida pela nomeação de pessoal imbuído dos propósitos dessa oligarquia para os postos-chave das organizações, sejam representantes diretos ou prepostos especialmente treinados.
3) As principais casas bancárias, financeiras e seguradoras da Europa e da América do Norte.
4) Uma série de escritórios jurídicos selecionados.
5) Os grandes cartéis de alimentos, matérias-primas e energia.
6) Os grandes cartéis internacionais de mídia.
7) Alguns conglomerados industriais selecionados.
8) E um instrumento importantíssimo: o aparato internacional das ONGs, cujo papel nessa estratégia hegemônica é cada vez maior.
Finalmente, esses grupos oligárquicos atuam em estreita cooperação com os serviços de inteligência da Inglaterra e dos EUA.

Como foi que esses grupos efetivaram a “mudança de paradigma cultural?” Basicamente, pela implementação de diretrizes políticas que seguiam três linhas de ação:
– a reversão da ideia de progresso como uma “vocação natural” da Humanidade;
– a supressão da ideia do republicanismo, o conceito do Estado nacional como responsável pela promoção do bem-estar e do progresso e de que este objetivo deve ser o cerne da formulação das políticas públicas; e
– a promoção em grande escala do irracionalismo, do individualismo e do hedonismo.
Fundamentalmente, as diretrizes elaboradas foram as seguintes:


1) O desmantelamento do sistema de Bretton Woods, que abriu caminho para o que podemos chamar a “financeirização” da economia mundial. Isto ocorreu a partir de 1971, quando alguns “notáveis” da oligarquia conseguiram convencer o presidente dos EUA Richard Nixon a acabar com a paridade entre o dólar e o ouro, o que acabou com as referências monetárias e o “lastro físico” da economia, abrindo caminho para as “taxas de câmbio flutuantes”, a desregulamentação do sistema financeiro e a onda de jogatina financeira especulativa que caracteriza hoje a economia mundial. Para que tenham uma ideia, de cada 100 dólares de transações monetárias em todo o mundo, menos de 50 centavos têm relação com o comércio de bens e serviços que configura a economia real. O resto é pura especulação. Apenas em derivativos financeiros, que são os instrumentos especulativos mais delirantes e surrealistas, existem circulando no mundo mais de 300 trilhões de dólares, quando o PIB combinado de todos os países do mundo mal chega a 40 trilhões de dólares. Algo está errado com essa economia, não acham?

Essa é a essência da chamada “globalização”, a especulação financeira transformada num fim em si própria, praticamente desvinculada da economia real à qual deveria servir o sistema financeiro. É o cassino financeiro global, de que fala o Prêmio Nobel de Economia francês Maurice Allais. É a supremacia deliberada da especulação sobre a produção. Para reverter este processo, será preciso a convocação de uma “nova conferência de Bretton Woods”, como propõe o economista Lyndon LaRouche, apoiado por um número cada vez maior de personalidades internacionais, com a reformulação do atual sistema financeiro e monetário mundial e a sua colocação a serviço de um projeto de reconstrução econômica em escala global, baseado em grandes programas de infraestrutura, como a Ponte Terrestre Eurasiática, encabeçada pelo Governo da China.


2) A promoção da “sociedade pós-industrial”, a falaciosa ideia da supremacia dos serviços sobre a produção física, o mito da “sociedade da informação”, da “Terceira Onda” de Alvin Toffler. Atualmente, essa é a essência da chamada “Nova Economia”, caracterizada pelas flutuações loucas do índice da “bolsa eletrônica” Nasdaq, que viraram destaque diário dos nossos telejornais. Observem uma manifestação desse irracionalismo econômico, nesta matéria publicada na revista Carta Capital (15/10/97):
“O dinheiro cai do céu. Em tempos de incerteza global, investidores e empresários utilizam cada vez mais os préstimos da astrologia financeira.”
Imaginem só, astrologia financeira! Pobres dos profissionais que perdem tempo estudando os múltiplos fatores relevantes para a economia real. E saibam que sandices como essas não se limitam ao Brasil. Em países como a Alemanha, muitas empresas também contratam astrólogos como "consultores".

Outro exemplo é esta notícia do Jornal do Comércio de 5 de março de 1996, que fala na criação dos “bônus-terremoto” pelo banco Morgan Stanley. “Quem arriscar e comprar um papel com prazo de 10 anos poderá receber o prêmio de volta se, no primeiro período de quatro anos, o terremoto não acontecer.” Foram emitidos 2,8 bilhões de dólares dessas coisas. O que é isso? Surrealismo puro! Apostas de cassino! Não tem nada a ver com um processo econômico saudável.

Esses são sintomas de uma economia que perdeu totalmente o contato com a realidade.


3) A promoção da “contracultura”, baseada na disseminação do uso das drogas entorpecentes, como o LSD, a maconha e, depois, a cocaína, a heroína e, mais recentemente, o crack; na popularização internacional do rock, que era uma variedade musical pouco expressiva nos EUA; e na chamada “revolução sexual”. Juntamente com isto, tivemos uma distorção do conceito de família, que passou a significar a união de quaisquer pessoas, independentemente do sexo. Imaginem, a possibilidade de que uma criança tenha “dois pais”, ou “duas mães”. Não vejam nisto nenhuma manifestação de intolerância contra homossexuais, mas admitir que dois deles ou delas possam constituir uma família normal é uma violação de algo que anda meio fora de moda, chamado lei natural.

Outra vertente da “contracultura” foi a onda de irracionalismo conhecida como “Nova Era”, baseada na exploração do misticismo, principalmente envolvendo religiões orientais.


4) Um elemento cada vez mais importante desse processo é a politização do malthusianismo e de sua variante mais recente, o ambientalismo, que são talvez os principais responsáveis pela disseminação da percepção equivocada de que os benefícios da civilização industrial não podem ser estendidos a todos os povos e países do planeta, devido à “escassez de recursos naturais” e à “fragilidade” do meio ambiente. O ambientalismo se presta a uma série de propósitos antidesenvolvimentistas, sendo o principal deles incutir nas mentes das pessoas desprevenidas a falsa noção de que o progresso da Civilização deve subordinar-se a critérios de “proteção da natureza” definidos muito mais com base em fatores políticos do que científicos. A grande maioria dos chamados “problemas ambientais” que estão justificando a implementação de uma série de ações antidesenvolvimentistas, inclusive tratados internacionais altamente restritivos dos planos de desenvolvimento da maioria dos países, como o chamado “buraco” na camada de ozônio ou o aquecimento global, são fenômenos naturais que ocorrem há milhões de anos sem qualquer interferência humana.

Um exemplo é o chamado aquecimento global, que está sendo manipulado para justificar a adoção da chamada Convenção Quadro de Mudanças Climáticas, que prevê a redução das emissões dos gases provenientes da queima de combustíveis fósseis, até 2010, aos níveis vigentes em 1990. Como os combustíveis fósseis representam três quartos da produção mundial de energia, pode-se imaginar o impacto que essa redução causará nos perfis mundiais de consumo energético e desenvolvimento econômico, que depende fundamentalmente da disponibilidade de energia. Pode-se perceber facilmente que o que se pretende é o que o falecido embaixador João Augusto de Araújo Castro chamava o “congelamento do poder mundial”, ou seja, o congelamento dos níveis de desenvolvimento do planeta nos níveis atuais, cujas desigualdade e injustiça social dispensam maiores comentários. Evidentemente, isso não tem nada a ver com a realidade científica, pois já houve muitos períodos do passado geológico da Terra, até recente, dentro da fase de existência da espécie humana, em que a temperatura atmosférica foi mais alta que a atual, sem que a indústria humana tivesse qualquer coisa a ver com isto.

A criação do movimento ambientalista internacional foi um dos mais bem sucedidos resultados desse processo de "engenharia social" das oligarquias transnacionais, que o controla de alto a baixo, por intermédio do aparato internacional das ONGs, que elas próprias financiam e, em muitos casos, criaram.


5) Nenhuma dessas iniciativas teria sido bem sucedida se não fosse pela instituição de uma série de “reformas educacionais”, igualmente planejada por aqueles grupos hegemônicos, que resultou no abandono dos currículos de conteúdo clássico e sua substituição por currículos supostamente “profissionalizantes”, principalmente no ensino médio. Essas “reformas” foram inicialmente planejadas no âmbito da OCDE, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, foram adotadas nos EUA e daí se espalharam pelo mundo. O resultado final foram sistemas educacionais que nem formavam cidadãos com uma visão ampla da sociedade e do mundo, e nem preparavam profissionais qualificados. E este problema só tende a se agravar se não houver uma retomada dos currículos clássicos, pois como se pode imaginar que, com as rápidas mudanças da base científico-tecnológica da economia que podemos prever para as próximas décadas, como se espera ser possível formar profissionais para profissões que talvez não existam mais daqui a 10 anos, ou que ainda não existem hoje? Um currículo clássico é a única maneira de preparar cidadãos aptos a se beneficiar de um processo de educação permanente, que parece ser a tendência do futuro próximo.

Embora, como eu disse, esse erro tenha sido cometido em quase todo o mundo, a adoção acrítica dessas “reformas” no Brasil, com os chamados acordos MEC-USAID, foi um dos maiores erros dos governos militares, cujas consequências estamos pagando ainda hoje.

No ano passado, o Movimento de Solidariedade Ibero-americana publicou um livro chamado A educação clássica para um novo Renascimento, no qual nós propomos um grande debate em torno desses assuntos.

Aqui, vejamos outra evidência de que não estamos discutindo “teorias conspiratórias”. Na verdade, essa gente é tão segura de seus propósitos e de sua impunidade que não costuma ocultar as suas intenções. Vejam o que diz o Dr. Alexander King, fundador do Clube de Roma e um dos principais idealizadores das “reformas educacionais”, numa entrevista à revista Executive Intelligence Review de 23 de junho de 1981:
“O Clube de Roma se originou de um sentimento de que o crescimento pelo crescimento não era uma boa coisa... O que foi discutido foi a questão da inquietação educacional, a questão da necessidade de profundas reformas educacionais para tornar a juventude mais sintonizada com o que estava acontecendo, mais sintonizada com as realidades da sociedade. As discussões levantaram a questão da destruição ambiental, a questão da alienação do indivíduo, rejeição da autoridade e outros temas do gênero. Tudo isso surgiu ao mesmo tempo... Nós inventamos toda a questão das reformas curriculares, tentando ensinar matemática, química etc., de novas maneiras. Nós éramos o único grupo que começou a ver a educação em termos do seu impacto econômico... A grosso modo, nossa política era a de que deveríamos estar pelo menos cinco anos à frente do pensamento dos Estados nacionais. Entretanto, nunca deveríamos parecer estar mais do que dois anos à frente.”
Como veem, a “conspiração” é aberta, como dizia H.G. Wells.


6) Finalmente, temos o planejamento e a instituição de uma série de estruturas de um “governo mundial”, que esses grupos pretendem colocar no lugar dos Estados nacionais soberanos e suas instituições.

Entre essas estruturas, destaca-se a iniciativa de criação de uma legislação internacional, em torno de temas de grande impacto psicológico, como o desarmamento e a não-proliferação de armas de destruição em massa, o meio ambiente, a proteção dos “direitos humanos”, o combate à corrupção e, mais recentemente, a promoção da “democracia”. Todos devem estar cientes, por exemplo, que o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, às vésperas de deixar o ministério, assinou um convênio com a ONG Transparência Internacional para que ela fiscalize a lisura de licitações públicas do Governo brasileiro e das próximas eleições municipais. Ora, essas são funções precípuas de um Estado nacional soberano, que não tem motivos para transferi-las a uma entidade supranacional, não-eleita e que não representa minimamente os interesses da cidadania brasileira. Além disto, se formos ver quem está por trás dela, encontraremos a mesma máfia que está por trás do ambientalismo: a Transparência é ligada às redes do príncipe Philip e o seu pessoal foi recrutado entre ex-funcionários do Banco Mundial e do FMI. Isto não é “teoria conspiratória”.

Aliás, a introdução das ONGs como agentes políticos, em substituição às instituições do Estado nacional é uma parte fundamental desse processo. Não nos esqueçamos de que o nosso presidente da República [FHC] costuma chamar as ONGs de “organizações neogovernamentais”, em lugar de “não-governamentais”. A “convocação” da Transparência se insere neste contexto. O mesmo acontece com a participação ativa do Movimento Viva Rio na elaboração da nova política de segurança do País, a chamada “segurança cidadã”, que alegadamente deve substituir a antiga “segurança nacional”, considerada um conceito ultrapassado dos governos militares.

Aqui também se insere a falaciosa sugestão de que o fim da Guerra Fria justificaria um processo amplo de “desmilitarização”, de redução dos efetivos das Forças Armadas da maioria dos países, principalmente os subdesenvolvidos. Evidentemente, aí não se incluem as forças da OTAN, que cada vez mais vai assumindo o papel de uma “gendarmeria internacional” automobilizável, que não responde nem mesmo ao Conselho de Segurança da ONU, como vimos na recente guerra contra a Iugoslávia. Ontem, foram a Iugoslávia, o Sudão e o Iraque, que, aliás, continua sendo alvo de contínuos ataques aéreos por parte dos EUA e da Inglaterra. Amanhã, talvez o alvo possamos ser nós, sob um pretexto qualquer – por exemplo, não estarmos protegendo adequadamente a Floresta Amazônica ou minorias indígenas.

Um mito particularmente pernicioso é o do “fim da História”, que, sintomaticamente, foi criado por um funcionário do Departamento de Estado dos EUA, Francis Fukuyama (que, aliás, está ficando rico com ele, pois lhe pagam 20.000 dólares por conferência para propagandear essa idiotice). Trata-se da tese de que a chamada democracia liberal seria o ponto final da evolução histórica da Humanidade. Ora, para que alguém admita isto é preciso ser um completo ignorante em História. A História jamais acabará enquanto seus agentes, os seres humanos, continuarem lutando pelo direito ao bem-estar e ao progresso, e ainda estamos muito longe de proporcionar estes direitos a pelo menos uma maioria significativa da Humanidade. Portanto, estamos muito distantes de qualquer “fim da História”.


Vamos agora para a parte final dessa nossa conversa, que, aliás, é a mais importante, pois trata do que fazer frente a desse quadro tenebroso.

A maioria das pessoas, quando começa a analisar o atual cenário mundial, desanima da possibilidade de se reverter esse quadro de decomposição civilizatória, pois acha que os “donos do mundo” são muito poderosos para serem enfrentados com sucesso. Esta é uma falsa percepção, pois, por mais poderosos que sejam, eles não podem contrariar as leis universais permanentemente. Isto é o que queria dizer Abraham Lincoln, quando afirmou que "pode-se enganar todos por algum tempo e alguns por todo o tempo, mas não se pode enganar todos por todo o tempo". Assim, a pergunta relevante não é “se” podemos reverter essa crise, mas “como” fazê-lo, ou seja, como reverter a “mudança de paradigma cultural” imposta pelas oligarquias transnacionais. Isto, porque a inevitável derrocada dos inimigos do progresso não implica na vitória automática dos defensores da Civilização; será preciso que estes tenham preparado um plano de ação para colocar em prática na hora certa.

Os chineses, na sua sabedoria multimilenar, qualificam a ideia de “crise” com uma combinação de dois ideogramas: um significa “risco”, e o outro, “oportunidade”. Portanto, o que temos que fazer é transformar o risco de uma nova idade de trevas na oportunidade de um novo Renascimento, que possibilite uma retomada das expectativas que foram abandonadas anteriormente.

Para concretizar essa oportunidade, será imprescindível a emergência de uma nova elite, consciente e determinada a retomar, promover e implementar aqueles princípios civilizatórios abandonados. E quando falo de elite, não me refiro propriamente aos que têm maior poder econômico ou político, ou mesmo influência intelectual. Hoje, mais do que nunca, o cidadão de elite é aquele cujas preocupações e ações transcendem o seu universo pessoal e familiar, e se dispõe a atuar em prol da comunidade e até da Humanidade. Ou seja, nós teremos que formar essa nova elite. Cada um de nós deve tornar-se um apóstolo, ou melhor, um guerrilheiro em defesa daqueles princípios civilizatórios. Digo guerrilheiro, porque os inimigos do progresso dificilmente podem ser enfrentados frente a frente; para isso, geralmente, é preciso empregar manobras de flanco e ações de guerrilha. Reuniões como essa são exemplos de ações como as que necessitamos para criar a necessária conscientização e, quem sabe, também a determinação.

Talvez, o melhor antídoto para essa derrocada civilizatória que estamos discutindo seja a retomada de um conceito que atualmente anda meio fora de moda, o de um projeto nacional, considerado obsoleto nestes tempos de “globalização”. Um projeto nacional é exatamente o que necessitamos para promover e consolidar uma retomada da ideia de progresso e do princípio republicano, e o Brasil é um dos países que tem melhores condições para isto, podendo até mesmo influenciar outros países nesta empreitada.

Um projeto nacional não é uma excrescência ou um exercício acadêmico, como sugerem alguns “globalistas” deslumbrados. Todos os países do mundo que atingiram um nível significativo de desenvolvimento o fizeram com base em projetos nacionais bem definidos e implementados por suas elites dirigentes.

E como se estrutura um projeto nacional? Independentemente dos seus detalhes específicos, um projeto nacional se baseia em três diretrizes fundamentais:
1) Harmonia de interesses entre os setores representativos da sociedade.
2) Igualdade de oportunidades para que todos possam exercer uma verdadeira cidadania.
3) Solidariedade para com os retardatários do processo. Este é um ponto crucial, no qual é fatal qualquer concessão a conceitos falaciosos como o de "excluídos", tão citado pelo nosso presidente para justificar a sua falta de compromisso com o combate à pobreza e à miséria no nosso País.
Nesse esforço em prol da Civilização, vale lembrar que nenhuma contribuição é desimportante. Cada um de nós pode dar uma contribuição relevante, por menor que possa parecer. Eu sempre gosto de recordar uma frase do jurista e escritor inglês Edmund Burke, que dizia que o maior erro foi cometido por aquele que nada fez, pois achava que apenas podia fazer muito pouco. Ninguém pode saber se um de nós poderá aportar a contribuição que irá deflagrar o efeito de “massa crítica” da conscientização necessária.

Antes de encerrar, quero dizer-lhes que nós do Movimento de Solidariedade Ibero-americana temos estado na linha de frente dessa luta pela Civilização há algum tempo, e os convidamos a juntar-se a nós. Temos várias publicações, como um jornal quinzenal e livros, nos quais apresentamos o contexto estratégico global em suas diversas facetas, além de propostas concretas para a superação dessa crise. Eu os convido a conhecê-las e a ajudar-nos nessa luta.

Obrigado a todos.


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