Por Eduardo Guimarães (destaque meu - Aquiles)
Ainda está distante o dia em que conseguirão um mísero elemento para acusar Lula de alguma coisa. O caso da chefe do gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha – indiciada pela PF por suspeita de tráfico de influência –, será só mais uma entre tantas apostas similares contra o ex-presidente que deram com os burros n’água.
Ainda me espanto com a falta de inteligência de um setor pequeno e barulhento da sociedade que não consegue enxergar que desde a ação penal 470 (mensalão) até esse último caso envolvendo uma assessora próxima do presidente anterior e da atual, tudo que a oposição e a mídia usaram até hoje contra os petistas decorreu de ações de Lula e Dilma no sentido de investigarem corrupção doa a quem doer, mesmo que doa a eles mesmos.
Vamos esclarecer uma coisa: quem nomeou os procuradores-gerais da República que acusaram petistas pelo mensalão, foi Lula. Quem nomeou a maioria dos ministros do STF que condenou aliados do ex-presidente e da sucessora, foram estes dois. Quem dotou a Polícia Federal, a Controladoria Geral da União e todos os demais órgãos de controle de meios para investigar o governo, foi o governo.
Alguns dirão que os governos Lula e Dilma não fizeram nada além da obrigação ao nomearem juízes e procuradores isentos, que, assim, poderiam lhes causar constrangimento pela natureza do cargo a que foram conduzidos – só o procurador-geral da República pode denunciar um presidente.
Não é bem assim. Antes de Lula, as nomeações eram de apaniguados do governo. Fernando Henrique Cardoso teve um só procurador-geral da República durante oito anos – Lula nomeou quatro. E o procurador nomeado por FHC jamais instalou uma investigação contra o governo, apesar da fartura de provas que havia em casos, por exemplo, como o da compra de votos da reeleição. Já os procuradores nomeados por Lula… Bem, leitor, você já sabe.
Assim, para validar o julgamento de exceção que toda imprensa admite, ao menos, que inovou em termos de aplicação da lei, dizem que a prova de que estaria sendo um julgamento justo é a de que foram Lula e Dilma que nomearam os juízes que estão decidindo contra o partido de ambos. Ora, isso só prova que os dois não usaram critério de escolha incorreto, ou seja, não escolheram aliados políticos. Ponto.
Voltando ao caso “Rose”, então. Apesar de mídia e oposição estarem achando, mais uma vez, que agora pegam Lula, fica a dúvida sobre se apostam nisso só por má fé ou se é, também, por burrice. Essa gente acredita mesmo que Lula e Dilma dariam a independência que dão aos órgãos de controle se algum dos dois estivesse envolvido em alguma ilegalidade?
Claro que, até aqui, tentam atingir só a Lula. Contudo, basta refletir que Rosemary trabalhava com Dilma até há pouco para entender como, no futuro, a proximidade de um subordinado envolvido em malfeitos pode atrair a boa e velha teoria do “domínio do fato”, que, agora, poderia ser usada para acusar a presidente…
Seja como for, a cada vez que uma instituição como a Polícia Federal ou o Ministério da Justiça, ambas comandadas pelo governo federal, apura alguma coisa errada neste governo ou no anterior, isso só prova que os titulares desses governos nada têm a temer. Ou alguém acha que um presidente não tem como impedir PF ou MJ de agirem em seu desfavor?
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PS: Cuidado! Não se esqueçam de Erenice Guerra. Em 2010, foi colocada na mesma situação de Rosemary Noronha e neste ano, há poucos meses, foi inocentada de todas as acusações
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