Hermano dame tu mano (Damián Sánchez / Jorge Sosa)
Mercedes Sosa
É possível criar o ódio midiático?
Por Fernando Buen Abad Domínguez
Rebelión / Universidad de la Filosofía
O "ódio de classe" será televisionado. Não há praticamente nenhum discurso nas mídias oligarcas, expresso ou implícito, que não contenha, direta ou indiretamente, de alguma forma, obsoleta ou rejuvenescida, o ódio da burguesia contra o proletariado. É uma espécie de obsessão patológica que, consciente ou inconscientemente, é inoculada como moral desqualificante, persecutória, repressiva ou francamente criminosa. É um ódio maleável e rentável que serve tanto para demonizar quanto para tornar invisíveis o proletariado e as suas lutas pela emancipação. Alguns têm feito disso uma "arte", inclusive publicitária.
Cada vez que se denuncia as ofensivas mídiáticas da direita consegue-se caracterizar o comportamento de um grupo, geralmente desestabilizador e golpista, enquanto são evidenciadas as mil e uma debilidades com as quais as pessoas assistem a uma enorme batalha assimétrica, mas ao mesmo tempo indispensável. As advertências não são o suficiente. A guerra da mídia é mais uma arena de luta de classes que, também, reproduz todos os problemas gerais na guerra histórica para a emancipação dos povos. É um cenário que mostra profundamente as necessidades de um programa revolucionário, de formação de quadros, de liberação das correntes e das frentes expressivas e da transformação revolucionária das linguagens. Mas é sobretudo mais um cenário da guerra ideológica em que se trava uma luta de morte contra o modo burguês para a produção de símbolos.
Trata-se da guerra contra a ideologia da classe dominante e todas as maneiras que essa classe tem projetado para nos submeter. Esta é uma guerra complexa e desafiadora que nos exige um grande olfato para descobrir os esconderijos as artimanhas que, não raro, ocorrem também em nossas próprias mentes e emoções. Esta é uma guerra em que os combatentes também estão contaminados com as armas do inimigo e na qual não poucas vezes, conscientemente ou não, as vítimas comportam-se como aqueles que os vitimam . Terrível guerra em que, não poucas vezes, o submetido opera a serviço do escravagista e se orgulha disso. Guerra sangrenta em que a classe oprimida carrega as características de classe de seu opressor e sente semelhante aberração como uma conquista sua. Guerra, em suma, enlameada com milhares de patologias burguesas que operam como armas tóxicas para confundir, diminuir e enfraquecer os povos. Guerra monstruosa, se a olharmos bem, e que é exibida na mídia ... "de manhã, à tarde e à noite".
Algumas leis medianamente avançadas, denúncias toleravelmente lúcidas, "boa vontade"... filantropias, nada disso nos atende plenamente. A guerra contra a ideologia da classe dominante precisa de um programa com princípios e fins muito claros e abrangentes, que devem incluir todas as frentes impostas pela burguesia a partir do nível da semântica, desde as agendas até cada um de seus noticiários, anúncios publicitários, jornais, novelas e filmes. Isto inclui sua ética e sua estética, sua moral, seu sentido de humor e suas religiões. Nós não podemos pecar por ingenuidade ou por complacência.
Esta guerra exige de nós, entre mil tarefas, um combate detalhado e programático. Ela nos obriga a atender o que é urgente com ordem e com pontualidade, mas isso implica em um método dialético em capacidade de mobilização suficiente para ver o todo nas partes e ver os perigos tanto nos pequenos como nos grandes detalhes. Exageramos? Esta guerra exige que tenhamos capacidade de diagnóstico e capacidade de agir simultaneamente. Capacidade de decodificar e capacidade de comunicar de forma criativa, rápida e sincronizada. Ele obriga-nos a compreender o imediato e o local simultaneamente com o geral e o global. Exige-nos trabalho no particular, ou seja, no relacionamento interpessoal, e, ao mesmo tempo, trabalho em rede internacionalistas igualmente habilitadas para derrotar a ideologia dos senhores.
O ódio de classe que serve como inspiração para a burguesia e como "cavalo de batalha" ideológica, também tem servido para que alguns setores do proletariado, sem o saber, odeiek o próprio proletariado. Aqui está um perigo enorme. Não há tempo a perder.
Rebelión publicou este artigo com a permissão do autor através de uma licença da Creative Commons, respeitando a sua liberdade de publicar em outros lugares.
Traduzido por Aquiles Lazzarotto
O original em espanhol pode ser visto no sítio Rebelión. Há também uma tradução no blog Nebulosa.de.Órion.
Rebelión / Universidad de la Filosofía
O "ódio de classe" será televisionado. Não há praticamente nenhum discurso nas mídias oligarcas, expresso ou implícito, que não contenha, direta ou indiretamente, de alguma forma, obsoleta ou rejuvenescida, o ódio da burguesia contra o proletariado. É uma espécie de obsessão patológica que, consciente ou inconscientemente, é inoculada como moral desqualificante, persecutória, repressiva ou francamente criminosa. É um ódio maleável e rentável que serve tanto para demonizar quanto para tornar invisíveis o proletariado e as suas lutas pela emancipação. Alguns têm feito disso uma "arte", inclusive publicitária.
Cada vez que se denuncia as ofensivas mídiáticas da direita consegue-se caracterizar o comportamento de um grupo, geralmente desestabilizador e golpista, enquanto são evidenciadas as mil e uma debilidades com as quais as pessoas assistem a uma enorme batalha assimétrica, mas ao mesmo tempo indispensável. As advertências não são o suficiente. A guerra da mídia é mais uma arena de luta de classes que, também, reproduz todos os problemas gerais na guerra histórica para a emancipação dos povos. É um cenário que mostra profundamente as necessidades de um programa revolucionário, de formação de quadros, de liberação das correntes e das frentes expressivas e da transformação revolucionária das linguagens. Mas é sobretudo mais um cenário da guerra ideológica em que se trava uma luta de morte contra o modo burguês para a produção de símbolos.
Trata-se da guerra contra a ideologia da classe dominante e todas as maneiras que essa classe tem projetado para nos submeter. Esta é uma guerra complexa e desafiadora que nos exige um grande olfato para descobrir os esconderijos as artimanhas que, não raro, ocorrem também em nossas próprias mentes e emoções. Esta é uma guerra em que os combatentes também estão contaminados com as armas do inimigo e na qual não poucas vezes, conscientemente ou não, as vítimas comportam-se como aqueles que os vitimam . Terrível guerra em que, não poucas vezes, o submetido opera a serviço do escravagista e se orgulha disso. Guerra sangrenta em que a classe oprimida carrega as características de classe de seu opressor e sente semelhante aberração como uma conquista sua. Guerra, em suma, enlameada com milhares de patologias burguesas que operam como armas tóxicas para confundir, diminuir e enfraquecer os povos. Guerra monstruosa, se a olharmos bem, e que é exibida na mídia ... "de manhã, à tarde e à noite".
Algumas leis medianamente avançadas, denúncias toleravelmente lúcidas, "boa vontade"... filantropias, nada disso nos atende plenamente. A guerra contra a ideologia da classe dominante precisa de um programa com princípios e fins muito claros e abrangentes, que devem incluir todas as frentes impostas pela burguesia a partir do nível da semântica, desde as agendas até cada um de seus noticiários, anúncios publicitários, jornais, novelas e filmes. Isto inclui sua ética e sua estética, sua moral, seu sentido de humor e suas religiões. Nós não podemos pecar por ingenuidade ou por complacência.
Esta guerra exige de nós, entre mil tarefas, um combate detalhado e programático. Ela nos obriga a atender o que é urgente com ordem e com pontualidade, mas isso implica em um método dialético em capacidade de mobilização suficiente para ver o todo nas partes e ver os perigos tanto nos pequenos como nos grandes detalhes. Exageramos? Esta guerra exige que tenhamos capacidade de diagnóstico e capacidade de agir simultaneamente. Capacidade de decodificar e capacidade de comunicar de forma criativa, rápida e sincronizada. Ele obriga-nos a compreender o imediato e o local simultaneamente com o geral e o global. Exige-nos trabalho no particular, ou seja, no relacionamento interpessoal, e, ao mesmo tempo, trabalho em rede internacionalistas igualmente habilitadas para derrotar a ideologia dos senhores.
O ódio de classe que serve como inspiração para a burguesia e como "cavalo de batalha" ideológica, também tem servido para que alguns setores do proletariado, sem o saber, odeiek o próprio proletariado. Aqui está um perigo enorme. Não há tempo a perder.
Rebelión publicou este artigo com a permissão do autor através de uma licença da Creative Commons, respeitando a sua liberdade de publicar em outros lugares.
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