quinta-feira, 31 de maio de 2012

Estudantes da UFRJ: "Por que sou contra a greve"
(31mai2012)



De acordo com o blog Língua Ferina (de onde eu trouxe o vídeo acima), há sindicatos da base do PROIFES entrando em greve. Na Federal da Bahia foi deflagrada greve em 29 de maio. Nas Universidade Federal de Minas Gerais, na Federal de São Carlos e na Federal do Ceará, há probabilidade de adesão à greve, a despeito do esforço do PROIFES no sentido contrário.

Veja no blog Língua Ferina a postagem com mais informações, assim como a listagem das universidades que estão em greve.

Os estudantes da UFRJ  e da UFPR decidiram entrar em greve em assembleias com participação massiva. As assembleias dos docentes também parecem ter grande participação, conforme várias fotos em diversos sítios e blogs têm mostrado.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Veja caindo e a Globo assumindo a liderança da oposição ao Partido dos Trabalhadores
(30mai2012)

O jornal O Globo lançou campanha no twitter com o hashstag LulaMente. Veja na imagem abaixo:


Ou seja, as Organizações Globo (OG) escancaradamente abriram mão da "liturgia" do jornalismo pretensamente imparcial e repleto de falsa seriedade. A tal da "liturgia do cargo" que o GM perdeu, já faz tempo, e que viviam achincalhando o Lula por não manter, quando da campanha política de 2010. Pararam de tentar aparentar serem um legítimo órgão de informação, de utilidade pública, detentor de uma concessão pública.

O Lula continua sendo respeitado no Brasil e no mundo, inclusive por sua naturalidade e pelas suas magistrais, e politicamente frutíferas, quebras de protocolo junto às grandes lideranças mundiais. Já as OG e o GM (et al.)... Quando a gente imagina que eles já estão rasteiros, no rés-do-chão, conseguem ir mais para baixo ainda. Onde estará o limite? Quando atingirão, por fim, o fundo do poço? Quando e como terminará sua irresponsabilidaade perante a nação brasileira?

De fato, as águas de uma imensa cachoeira estão fazendo um turbilhão ao caírem naquele lago até então sereno em cujo fundo acumulavam-se os detritos, a podridão, de muitos anos de nossa história. Privataria, jogos ilegais, vendas de sentenças, corrupção de empresários, de servidores públicos, de políticos... Tudo, mas tudo mesmo, tem que vir à tona nesse agitar das águas.

É irônico que em 2012, ano previsto para acabar o mundo, segundo especulações sobre o calendário Maia, tanta bandalheira esteja sendo exposta ao sol, à luz. Pode ser mesmo, para nós, brasileiros, o fim de um mundo dominado por uma elite tacanha, racista, escravocrata, e por empresários (os da comunicação em destaque) completamente inescrupulosos em sua sanha por poder.

Aguardo que a água barrenta e fétida ora levantada seja levada a jusante, para o profundo mar da história, de um passado para o qual olharemos com desdém, tristeza e uma certa vergonha.

Pode ser que essa cachoeira também nos banhe a todos com a água límpida que nos levará a ter a casa arrumada e digna, pela primeira vez em nossa história, depois que todo esse torvelinho passar.

Assim espero!

PROIFES senta-se nos dois lados das mesas de negociação entre sindicatos e governo
(30mai2012)

Resposta ao Proifes e ao sindicalista dos dois senhores

Por Pierre Lucena | Acerto de Contas


No ano passado fiz um estudo (que recentemente foi atualizado), falando do salário dos professores das Federais, na categoria Adjunto 1, mostrando que hoje é menor que 1998. Ali considerei o valor final do salário, incluindo as gratificações, deflacionando pelo IPCA (disponível no IPEA DATA).

Pois bem, o Professor Gil Vicente, sindicalista profissional e bajulador oficial do Governo, fundador do Proifes (sindicato paralelo nacional, adepto à entrega ao Governo), resolveu enviar um email a todos os filiados ao braço Governamental Sindical, me criticando abertamente, acusando de ter feito um gráfico errado, além de outros adjetivos que poderão ver no email abaixo.

Não tenho problemas com críticas, mas em respeito à verdade gostaria de dizer algumas palavras.

Reafirmo que o gráfico que fiz está CORRETO, e considero o salário cheio do Adjunto 1. Este cidadão deve ter se baseado em alguma informação do sindicato abduzido que ele comanda nacionalmente. Ele é quem está distorcendo informações a serviço do Governo.

Provavelmente não deve ter considerado a GED (Gratificação de Estímulo à Docência) cheia. Ou então considerou outra categoria. No meu caso utilizei a de Adjunto 1, que é a porta de entrada de um professor com Doutorado.

Estes são os gráficos a que o Senhor Gil Vicente se referiu.


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Mas o estudo e o post que fiz ontem correu em várias listas de email (o Blog está com mais de 40 mil visitantes apenas hoje), incomodando o Senhor Gil Vicente, a ponto de sair de seu sofá para tentar me desqualificar.

Vou colocar abaixo o email enviado por ele aos colegas do Sindicato Chapa-branca. Volto em seguida.
De: Gil Vicente Reis de Figueiredo <gvrf2011@gmail.com>
Data: 27 de maio de 2012 17:47
Assunto: Re: Proifes.Sindicato Greve nas federais promete ser longa
Para: proifes-sindicato@googlegroups.com
Colegas,
O professor do blog precisa refazer seu doutorado em finanças, em especial no que diz respeito à especial habilidade de elaborar e interpretar gráficos. O dele, que fala em perdas reais dos docentes, se considerado 1998 como ponto de partida, está errado. Não sei se por má fé, por incompetência ou por uma combinação de ambos. Além disso, as referências ao PROIFES são lamentavelmente simplórias, equivocadas e mentirosas.
Se observarmos a evolução dos valores dos salários reais dos professores adjunto 4, com doutorado, a partir de 1998 (ver arquivo anexo, devidamente fundamentado com todos os dados sobre a inflação e sobre os reajustes ocorridos desde então), veremos que em instante nenhum, até o momento, esses salários reais ficaram abaixo do patamar de 1998. Se considerarmos que, com a criação da classe de associado, os docentes da ativa puderam progredir, então o aumento real de salários é muito significativo (ver gráfico anexo, igualmente).
É óbvio que um erro não justifica outro e nada disso faz com que seja menos grave a perspectiva de eventual descumprimento do acordo de equiparação dos nossos salários com os da Ciência e Tecnologia, conforme já apontado pelo MPOG há quase dois anos. Isso está sendo e continuará a ser duramente cobrado do governo com toda a ênfase e os nossos sindicalizados decidirão o que fazer se não formos bem sucedidos. São eles a nossa referência.
Bom final de domingo a todos,
Gil.
* * *
Em 27 de maio de 2012 14:55, Lucio Olimpio de Carvalho Vieira <lucio.vieira@poa.ifrs.edu.br> escreveu:
Bobinhos esses garotos. Discurso velho. Se a Andes fosse forte e a greve real por que estao preocupados com o Proifes ?

Quem é o Senhor Gil Vicente e o Proifes?

terça-feira, 29 de maio de 2012

"Todos somos quebequenses!" - Solidariedade dos estudantes chilenos aos cidadãos de Quebec
(29mai2012)

O movimento estudantil canadense vem sendo invisibilizado pela grande mídia mundial, e canadense também. Resta aos movimentos sociais de todo o mundo ficarem atentos aos achaques aos direitos de cidadania que se espraiam pelo mundo.


Todos somos quebequenses!


Estudantes de Quebec (Foto: CNN México)

25 de maio de 2012 | Original em espanhol | Tradução Aquiles Lazzarotto

Os assinantes abaixo, estudantes e dirigentes estudantis chilenos, denunciamos à opinião pública nacional e internacional a perseguição contra o movimento estudantil do Quebec, Canadá, expressa na Lei 78, promulgada em 19 de maio pelo governo do Primeiro-Ministro Jean Charest.

A lei 78, chamada "Lei matraca", é a mais dura desde a Lei de Medidas de Guerra em outubro de 1970 e foi denunciada pelo Presidente da Orde dos Advogados dessa Província, assim como pela Anistia Internacional, pela Liga de Direitos Humanos, pelas quatro principais centrais sindicais e diferentes corpos acadêmicos. Ela limita as liberdades fundamentais dos cidadãos do Quebec, restringe em seus aspectos fundamentais a liberdade de expressão, a liberdade de manifestação e a liberdade de associação consagradas pela Constituição e pela Carta de Direitos do Quebec.

Esta lei afeta não somente aos estudantes em greve há quinze semanas contra aumento das taxas escolares, mas também ao conjunto da cidadania, particularmente professores, estudantes e trabalhadores cujos direitos de expressão e de associação estão sendo afetados. Dentro dessas medidas, denunciamos aquelas que impedem as manifestações espontâneas de todo grupo de mais de cinquenta pessoas; a proibição de manifestação a menos de cinquenta metros dos estabelecimentos escolares; o reforço do poder das forças policiais ao permitir-lhes decidir se uma manifestação é legal ou ilegal em qualquer momento, ou se alguém é instigador.

Jobim desmente Veja e Gilmar, de novo, em entrevista ao jornal gaúcho Zero Hora
(29mai2012)

Do Zero Hora

Jobim falou com ZH no domingo à tarde, por telefone, enquanto se dirigia ao aeroporto, no Rio, de onde regressaria a Brasília.

Zero Hora — Lula pediu ao ministro Gilmar Mendes o adiamento do julgamento do mensalão?
Nelson Jobim — Não. Não houve nenhuma conversa nesse sentido. Eu estava junto, foi no meu escritório, e não houve nenhum diálogo nesse sentido.
ZH — Sobre o que foi a conversa?
Jobim — Foi uma conversa institucional. Lula queria me visitar porque eu havia saído do governo e ele queria conversar comigo. Ele também tem muita consideração com o Gilmar, pelo desempenho dele no Supremo. Foi uma conversa institucional, não teve nada nesses termos que a Veja está se referindo.
ZH — Por quanto tempo vocês conversaram?
Jobim — Em torno de uma hora. Ele (Lula) foi ao meu escritório, que fica perto do aeroporto.
ZH — Em algum momento, Lula e Mendes ficaram a sós?
Jobim — Não, não, não. Foi na minha sala, no meu escritório. Gilmar chegou antes, depois chegou Lula. Aí, saiu Lula e Gilmar continuou. Ficamos discutindo sobre uma pesquisa que está sendo feita pelo Instituto de Direito Público, do Gilmar. Foi isso.
ZH — Depois que Lula saiu, o ministro fez algum comentário com o senhor sobre o teor da conversa?
Jobim — Não. Não disse nada. Só conversamos sobre a pesquisa, para marcar as datas de uma pesquisa sobre a Constituinte.
ZH — Lula pediu para o senhor marcar um encontro com Mendes?
Jobim — Sim. Ele queria me visitar há muito tempo. E aí pediu que eu chamasse o Gilmar, porque gostava muito dele e porque o ministro sempre o havia tratado muito bem. Queria agradecer a gentileza do Gilmar. Aí, virou essa celeuma toda.
ZH — Há quanto tempo o encontro estava marcado?
Jobim — Foi Clara Ant, secretária do Lula, quem marcou. Lula tinha me dito que queria me visitar há um tempo atrás. Um dia me liga a secretária, dizendo que ele iria a Brasília numa quarta-feira (25 de abril) e que, na quinta, queria me visitar e ao ministro Gilmar. Ele apareceu lá por volta das 9h30min, 10h. Foi isso.
ZH — Se não houve esse pedido de Lula ao ministro, como se criou toda essa história?
Jobim — Isso você tem de perguntar a ele (Gilmar), e não a mim.
ZH — O senhor acha que Mendes pode estar mentindo?
Jobim — Não. Não tenho nenhum juízo sobre o assunto. Estou fora disso. Estou te dizendo o que eu assisti.
ZH — Veja disse que o senhor não negou o teor da suposta conversa. Por que o senhor não negou antes?
Jobim — Como não neguei? Me ligaram e eu disse que não. Eu disse para a Veja que não houve conversa nenhuma.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mais três universidades federais entram em greve nesta segunda-feira
(28mai2012)

Com adesão, o número de instituições paralisadas pode chegar a 52

A UFDG (Universidade Federal da Grande Dourados), a UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) e o campus Jataí da UFG  (Universidade Federal de Goiás) devem aderir à paralisação nacional de professores nesta segunda-feira (28), afirma o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior).

A paralisação geral começou no dia 17 e, com as três universidades, o número de instituições paralisadas deve chegar a 52.

Além das 48 universidades federais, também estão em greve docentes de quatro institutos federais: CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica) de Minas Gerais; IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais); IFPI (Instituto Federal do Piauí) e Instituto Federal e Tecnológico do Sudeste de Minas Gerais.

O sindicato da categoria estima que mais de 500 mil alunos estão sem aulas por conta da greve. Entre as principais reivindicações estão a incorporação de gratificações, acréscimo de titulação, melhores condições de trabalho e reestruturação do plano de carreira nos campi criados com o Reuni.

Os professores também pedem aumento do piso salarial dos atuais R$ 557,51 para R$ 2.329,35, valor calculado pelo Dieese como salário mínimo para suprir as necessidades previstas na Constituição Federal.


Protesto

Os docentes em greve marcaram um protesto para a manhã de hoje. Os professores devem se reunir em vigília para em frente ao Ministério do Planejamento, às 11h, para aguardar a reunião entre os representantes do sindicato e o secretário de Relações do Trabalho do Planejamento, Sergio Mendonça.

A expectativa é que Mendonça apresente uma proposta em relação às reivindicações dos docentes quanto à reestruturação do plano de carreira.

Do R7


Celso de Melo, do STF, atua de modo incompatível com as responsabilidades inerentes ao seu cargo
(28mai2012)

Apresento uma postagem de Luís Nassif sobre a atitude leviana do Ministro Celso de Melo, decano do STF, que, segundo postagem do Noblat (reproduzida por Nassif), deu entrevista "bombástica" ao sítio "Consultor Jurídico", na qual desanca o ex-presidente Lula com base na possibilidade, na hipótese, de o mesmo ter feito a Gilmar Mendes uma "chantagem" relativa ao chamado "mensalão" e ao andamento da CPMI da Veja/Globo/Gurgel/Demóstenes/Cachoeira/etc.


Em seguida reproduzo, dentre os comentários da postagem de Nassif, os textos do diálogo entre Diogo Costa e Cristiana Castro, acrescido de minha interferência ao final.

Celso de Melo, a leviandade de um decano

Por Luis Nassif

É inacreditável no que está se transformando o Supremo Tribunal Federal (STF).

De um decano da casa, de quem se esperaria um comportamento moderado, lê-se essa barbaridade: uma entrevista agressiva, toda ela focada em um fato que o próprio entrevistado admite não estar confirmado.

"Se confirmada (a conduta de Lula)"... e passa a tecer toda sorte de considerações. Se Lula fosse presidente e se esses fatos tivessem ocorrido... Com essas elucubrações, Celso de Melo mergulha de cabeça no mais prosaico modelo de manipulação de raciocínios, a análise de hipóteses não comprovadas, comportamento indigno de um Ministro do STF.

Se confirmado que Celso de Melo assassinou sua mãe, ele seria um matricida; se confirmado que ele prevaricou, seria um prevaricador.  Onde se está? Que exemplo esses doutos senhores querem passar para a magistratura, para os juizes de todas as instâncias? Como aceita formular todos esses julgamentos em cima de hipóteses?

Depois dessas barbaridades, ainda fala em "posição de neutralidade"? Não se pensa na imagem do STF, na isenção que deve guardar, no fato de magistrados evitarem politizar posições ou apelar para passionalismos?


Do Blog do Noblat
Celso de Melo: se fosse presidente, Lula seria passível de impeachment

domingo, 27 de maio de 2012

Nassif: "Gilmar colocou a mais alta Corte do país ao alcance de um bicheiro"
(27mai2012)


Cachoeira grampeou o Supremo?

Por Luis Nassif

À medida em que as peças do quebra-cabeça Cachoeira vão se juntando, vislumbra-se um quadro inédito na história do país. Tão inédito que ainda não caiu a ficha de parte relevante da opinião pública e, especialmente, do Judiciário. O desenho que se monta é uma conspiração contra o Estado brasileiro (não contra o governo Lula, especificamente), através de três vértices principais.

Havia o chefe de quadrilha Carlinhos Cachoeira. Sua principal arma era a capacidade de plantar matérias e escândalos, falsos ou verdadeiros, na revista Veja – o outro elo da corrente.

Durante algum tempo, graças ao Ministro Gilmar Mendes, seu principal operador – o araponga Jairo Martins – monitorou o sistema de telefonia do Supremo. E Cachoeira dispunha da revista Veja para escandalizar qualquer conversa, fuzilar qualquer reputação.

Essa é a conclusão objetiva dos fatos revelados até agora.

O que não se sabe é a extensão das gravações. Veja demonstrou em várias matérias – especialmente no caso Opportunity – seu poder de atacar magistrados que votavam contra as causas bancadas pela revista.

A falta de discernimento das denúncias, o fato da revista escandalizar qualquer conversa, a perspectiva de virar capa em uma nova denúncia da revista, seria capaz de intimidar o magistrado mais sólido.

A dúvida que fica: qual a extensão das conversas do STF monitoradas e gravadas por Jairo? Que Ministros podem ter sido submetidos a ameaças de denúncia e/ou constrangimento?

Gilmar colocou a mais alta Corte do país ao alcance de um bicheiro.

Dalmo Dallari preveniu o Congresso, em 2002, na Folha, sobre a reputação pouco ilibada de Gilmar Mendes, indicado por FHC para Ministro do STF
(27mai2012)


Degradação do Judiciário

Por Dalmo Dalari | Folha de SP - 08/05/2002 | Reproduzido em 2010 no blog Tribuna da Internet - Tribuna da Imprensa

Nenhum Estado moderno pode ser considerado democrático e civilizado se não tiver um Poder Judiciário independente e imparcial, que tome por parâmetro máximo a Constituição e que tenha condições efetivas para impedir arbitrariedades e corrupção, assegurando, desse modo, os direitos consagrados nos dispositivos constitucionais.

Sem o respeito aos direitos e aos órgãos e instituições encarregados de protegê-los, o que resta é a lei do mais forte, do mais atrevido, do mais astucioso, do mais oportunista, do mais demagogo, do mais distanciado da ética.

Essas considerações, que apenas reproduzem e sintetizam o que tem sido afirmado e reafirmado por todos os teóricos do Estado democrático de Direito, são necessárias e oportunas em face da notícia de que o presidente da República, com afoiteza e imprudência muito estranhas, encaminhou ao Senado uma indicação para membro do Supremo Tribunal Federal, que pode ser considerada verdadeira declaração de guerra do Poder Executivo federal ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil e a toda a comunidade jurídica.

Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. Por isso é necessário chamar a atenção para alguns fatos graves, a fim de que o povo e a imprensa fiquem vigilantes e exijam das autoridades o cumprimento rigoroso e honesto de suas atribuições constitucionais, com a firmeza e transparência indispensáveis num sistema democrático.

Segundo vem sendo divulgado por vários órgãos da imprensa, estaria sendo montada uma grande operação para anular o Supremo Tribunal Federal, tornando-o completamente submisso ao atual chefe do Executivo, mesmo depois do término de seu mandato. Um sinal dessa investida seria a indicação, agora concretizada, do atual advogado-geral da União, Gilmar Mendes, alto funcionário subordinado ao presidente da República, para a próxima vaga na Suprema Corte. Além da estranha afoiteza do presidente -pois a indicação foi noticiada antes que se formalizasse a abertura da vaga-, o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país.

É oportuno lembrar que o STF dá a última palavra sobre a constitucionalidade das leis e dos atos das autoridades públicas e terá papel fundamental na promoção da responsabilidade do presidente da República pela prática de ilegalidades e corrupção.

É importante assinalar que aquele alto funcionário do Executivo especializou-se em “inventar” soluções jurídicas no interesse do governo. Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito. Já no governo Fernando Henrique, o mesmo dr. Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, “inventaram” uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.

Jornal da Record mostra por que motivo a Globo tenta blindar a Veja: rabo preso na CPMI
(27mai2012)

Gravações mostram que bicheiro também plantava notícias na revista Época






As gravações feitas pela Polícia Federal mostram que Carlinhos Cachoeira não é suspeito de plantar notícias apenas na revista Veja. A edição dessa semana de Carta Capital revela conversas entre o diretor da revista Época, em Brasília, com um homem de confiança do bicheiro. As reportagens tinham o objetivo de atacar os concorrentes da Delta Engenharia.


Fonte: R7

Veja, mergulhando cachoeira abaixo, abraça-se a Gilmar e continua tentando "melar" a CPMI
(27mai2012)

Veja vestiu guardanapos na cabeça de Cachoeira, Demóstenes e Gilmar em Berlim

Tem gente que veste carapuças, mas o que está na moda, em tempos de Cachoeira, é vestir guardanapos na cabeça (*).

Pois a revista Veja os vestiu (simbolicamente) na cabeça de Gilmar Mendes, em Berlim, em uma operação desastrada.

A Veja fez uma matéria que mais parece uma ópera bufa, onde tenta transformar o lobo-mau em vovozinha, e o chapeuzinho vermelho em lobo-mau.

Mas como até da reciclagem do lixo, se extrai matéria prima, dá para tirar boas hipóteses da matéria.


Primeiro ato:

O ministro Gilmar Mendes, parece querer se antecipar a "explicar", do seu modo, alguma coisa nada boa para o lado dele, que estaria para aparecer na CPI do Cachoeira.

Mas ele não pode simplesmente dizer "não fui eu", como o joãozinho da piada na escola, negando imediatamente após soltar um "pum", antes mesmo que os outros sintam o cheiro.


Segundo ato:

Então vem a calhar colocar o nome do presidente Lula no meio da estória, para embolar, e para tentar dizer "não fui eu", como se estivesse respondendo à uma hipotética acusação de "foi você".

Afinal o que explica um ministro do STF dar explicações de que pagou suas contas de uma viagem a Berlim, se ninguém ainda está perguntando isso?

O portal 247 afirma: "Gilmar Mendes fez uma viagem recente a Berlim, onde se encontrou com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM/GO). Carlos Cachoeira também foi à capital alemã, na mesma data, mas não se sabe se houve encontros dele com o senador e o ministro do STF".


Terceiro ato:

Em parceria com a revista Veja, cria-se a narrativa bufã, onde Gilmar torna-se vítima, a prima-dona pura e donzela da ópera, e Lula o vilão da CPI malvada.

Talvez, com isso, a revista Veja pense em melar a CPI "malvada", tirando-a de seus calcanhares, assim como evitando ir adiante o suposto aparecimento de algo, digamos, constrangedor, para Gilmar Mendes.


Quarto ato:

O problema é que a estória criada pela Veja é muito ruim de acreditar e foi muito mal contada. Além de inacreditável, havia testemunha que desmentiu (Nelson Jobim).

Mas serviu para acender os holofotes na viagem à Berlim de Demóstenes Torres, Gilmar Mendes e, supostamente, Carlos Cachoeira, na mesma "bat-hora", no mesmo "bat-local".

É como se a Veja colocasse os guardanapos na cabeça dos três, em Berlim.


Quinto ato:

O problema é que, pode-se criticar Gilmar Mendes por tudo, mas de bobo ele não tem nada. Então o que levaria ele mesmo a agir com a Veja para ligar o holofote focalizando a viagem a Berlim? A lógica indica, que só seria razoável tomar esse rumo se fosse para desviar o foco de algo mais grave.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Garoto com Síndrome de Down se forma pela 2ª vez: ‘superamos o preconceito’
(25mai2012)

Do sítio Pragmatismo Político

João Vitor tem 25 anos e relatou diversos casos de preconceito durante os anos de faculdade. Sua mãe contou também que ele já encaminhou alguns currículos para tentar um espaço no mercado de trabalho, embora ainda existam muitas barreiras.

Derrubando barreiras: a história de João Vitor, portador de 
Síndrome de Down e bacharel em Educação Física

A secretária Roseli Mancini comemora a segunda formatura do filho, João Vitor, que tem Síndrome de Down. No último sábado (19), ele colou grau no curso de Licenciatura em Educação Física, e em 2009 ele concluiu o bacharelado na mesma área. “Ele nasceu em São Paulo e quando completou dois meses de vida viemos morar em Curitiba. Aí começou nossa caminhada. Sem conhecer nada da cidade, fomos a procura de um tratamento, nos indicaram a Associação de Pais e Amigos Excepcionais (APAE). Hoje, depois de tanta luta, podemos comemorar e deixar para trás muitos ‘nãos’ e além de tudo, superamos o preconceito”.

João Vitor tem 25 anos e explicou que os preconceitos foram vários e relatou alguns casos. “Eu lembro bem de um caso que ocorreu na primeira faculdade. Estávamos em uma aula de atletismo e eu estava fazendo um movimento errado, e, ao invés da professora me corrigir, ela falou: “deixa ele”. Eu fiquei muito decepcionado e me perguntei porque ela teria agido daquela forma. Também não entendi que tipo de metodologia ela usava. Eu esperava que ela me ajudasse. Bastava ela ter me corrigido”.

Em outro caso relatado pelo jovem, o preconceito, segundo ele, veio de uma das colegas de classe. “Por parte dos colegas eu sempre tive que provar que era eu que fazia os trabalhos e os deveres. E um dia, uma das colegas falou que ela tinha feito o trabalho sozinha, sendo que eu também havia participado. Na verdade (…), ela me deixou tão pra baixo e deprimido que não tive reação na hora. Com isso, eu preferi sempre fazer os trabalhos e deveres sozinho”.

A mãe contou que o filho ficou na APAE até os dois anos e meio. “Quando percebi que lá não havia mais nada a acrescentar na vida do meu filho, tomei a decisão de colocá-lo em uma escola regular. E deu super certo (…), no início fui criticada por muitas pessoas pela minha ousadia, mas hoje posso comemorar o resultado – meu filho já têm duas faculdades”.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Jornalismo policial sensacionalista segue destruindo a dignidade dos excluídos
(24mai2012)

Reproduzo postagem de hoje do sítio Jornalismo B , pois há muitos anos sinto indignação ante o que esses programas policialescos da televisão apresentam, expondo à população em geral, de forma grotesca e aviltante, a intimidade de lares miseráveis invadidos por policiais em ação. Os repórteres desses programas não hesitam em fazer críticas desdenhosas e descabidas à aparência daquilo que é o lar possível para muitos brasileiros abandonados à própria sorte, excluídos e marginalizados por essa mesma sociedade que garante grandes audiências a esses programas. Nunca vi repórteres acompanhando com suas equipes de filmagens qualquer "invasão policial" em casas de pessoas mais abastadas. Aliás, nem sei se a polícia age dessa mesma forma quando o suspeito pertence a porções mais privilegiadas social e economicamente. Ou seja, a presunção de inocência até que se prove a culpa vale somente para quem recebeu educação de qualidade e ainda teve boas oportunidades na vida. Com esses, que conhecem melhor seus direitos, a mídia evita lidar, pois sabe que pode ter que enfrentar consequências judiciais. A ignominiosa ação desse tipo de reportagem recai, então, sobre aqueles mais fragilizados, submetendo muitas famílias pobres à humilhação e execração pública, o que, por si só, já é um julgamento completo: a reportagem denuncia, mostra o que acha conveniente, como acha conveniente, e dá o veredito imediato, tudo sem procurar ver as situações pelo ângulo daquele que está sendo tomado como suspeito, sem "ouvir o outro lado". Ou, quando finge que ouve, o faz para usar imagens e falas na desqualificação do personagem em tela.

Mobilização nasce na internet e tira garoto Paulo Sérgio da inexistência social

A mobilização que nasceu nos últimos dias em torno de um garoto preso desde o fim de março e violentado psicologicamente por uma “repórter” do programa Brasil Urgente Bahia, começa a dar resultado. A Defensoria Pública da Bahia se mobilizou para apurar a situação de Paulo Sérgio Silva Sousa, de 18 anos. Ao mesmo tempo, o Ministério Público Federal entrou com uma representação contra Mirella Cunha, a repórter-torturadora.

“Eu me senti humilhado, porque ela ficou rindo de mim o tempo todo. Eu chorei porque sabia que ali, eu iria pagar por algo que não fiz, e que minha mãe, meus parentes e amigos iriam me ver na TV como estuprador, e eu sou inocente”, foi o que disse o garoto à Defensoria Pública da Bahia.

Não fosse a internet e Paulo Sérgio seria “só mais um Silva que a estrela não brilha”, como diz a música. Seria mais um dos que mofam nas prisões brasileiras sem julgamento formal, na situação de condenados sociais. Mas, no início da semana, o vídeo em que a enviada da Band humilha o garoto – vídeo que já estava no YouTube desde o dia dez de maio – ganhou destaque com a divulgação da história em alguns blogs – o Jornalismo B esteve entre os primeiros a atacar a conduta da “repórter” e da Band.

A partir daí, o caso ganhou grande espaço nas plataformas de redes sociais e nos blogs. Jornalistas baianos se mobilizaram e produziram uma bela Carta Aberta “sobre abusos de programas policialescos na Bahia”. A Carta questiona a “conivência do Estado com repórteres antiéticos, que têm livre acesso a delegacias para violentar os direitos individuais dos presos, quando não transmitem (com truculência e sensacionalismo) as ações policiais em bairros populares da região metropolitana de Salvador”.

Diz ainda, em um bem construído e preciso texto: “Sob a custódia do Estado, acusados de crimes são jogados à sanha de jornalistas ou pseudojornalistas de microfone à mão, em escandalosa parceria com agentes policiais, que permitem interrogatórios ilegais e autoritários, como o de que foi vítima o acusado de estupro Paulo Sérgio, escarnecido por não saber o que é um exame de próstata, o que deveria envergonhar mais profundamente o Estado e a própria mídia, as peças essenciais para a educação do povo brasileiro”.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Universidades federais e a greve desnecessária
(23mai2012)

A greve nas universidades federais

Por Maurício Caleiro | Cinema & Outras Artes (alguns destaques são meus - Aquiles)

A greve dos professores das universidades e institutos federais é, antes de mais nada, desnecessária.

Afirmo isso não no sentido de acusar os grevistas por um gesto que seria leviano ou irresponsável – pelo contrário: o ônus por essa paralisação deve ser atribuído tão-somente ao misto de descaso, arrogância e teimosia com que o governo Dilma Rousseff vem tratando os docentes federais e suas demandas.

Bastaria um pouco mais de boa vontade por parte do governo, ao invés de seguidamente “enrolar” os representantes dos professores, adiar a tomada de decisões e, no que já parece ser um traço distintivo do “estilo Dilma”, tensionar ao máximo a questão e, ao mesmo tempo, recusar-se a agir sob pressão, e a greve – que neste momento se amplia e que acabará por penalizar professores, funcionários e, sobretudo, alunos - teria sido facilmente evitada.


Protelação e má vontade

O governo firmara, em 2011, um acordo com o sindicato da categoria se comprometendo a instaurar o Plano de Carreira até março de 2012. Agora, em final de maio, o MEC anuncia que a medida ficou para 2013.

De modo similar, no ano passado o governo concordara, após tensas negociações, em conceder um aumento de míseros 4% aos docentes a partir de março de 2012. Foram necessários, porém, seguidos dias de paralisação em protesto e a ameaça concreta de greve no início deste mês para que uma Medida Provisória fosse assinada, finalmente tornando efetivo (e retroativo) o aumento anteriormente acordado. Pergunto: por que humilhar assim uma categoria profissional, se o aumento já fora acertado?

Os exemplos dos parágrafos acima fornecem uma boa medida dos termos em que se dão as relações do governo com os docentes, cujas demandas são invariavelmente proteladas: a má vontade evidente e os prazos sempre vencidos demonstram de forma cabal que a Educação só é prioridade para o governo Dilma nas propagandas eleitorais. Na prática, a teoria é outra: foi preciso que a greve estourasse para que o MEC viesse a público procurando justificar os atrasos e afirmando manter os canais de comunicação abertos (o que é, sem dúvida, positivo, sobretudo se comparado às práticas do governo FHC - mas vale assinalar que continuar a tomar FHC como parâmetro é perpetuar o inaceitável).

terça-feira, 22 de maio de 2012

O que o Temer e o Alves acertaram com a Globo?
(22mai2012)


Por Paulo Henrique Amorim | Conversa Afiada


O ansioso blogueiro andava desconfiado de que tinha mais que um Miro na Gruta do Diabo.

Lá embaixo, onde a palavra Veja vira ” liberdade de imprensa” e Demóstenes vira “Delta”.

Na Gruta entra uma palavra e sai outra.

É um fenomeno geológico, acústico interessante, que só o neolibeliano (*), sempre tão sabido, pode explicar.

Perplexo, o ansioso blogueiro ligou para o Tirésias, recolhido atras dos morros de Minas, a ler o Rosa (contos).

- Oh, grande profeta, o que se passa na Gruta do Diabo, ali na Avenida Niemeyer, perto da Globo?

- O Temer e o Henrique Alves acertaram tudo com a Globo.

- Calma, Profetinha, calma ! Isso é muito grave!

- O que te surpreende, filho meu?

- Nada me surpreende. Nem a Xuxa me surprende mais, caro Profeta.

- Foi isso o que meu grampo captou...

- Seu grampo?

- Se o Ali Kamel transforma grampo em Chanel número cinco, aqui em Minas a gente transforma grampo em delito. É uma questao de estilo. A Veja e a Globo não denunciam. Eu chuto o balde.Pergunta ao Édipo...

- Calma, Profeta, olha essa falsa cultura, diria o Millor.

- Vamos ao que interessa: o vice presidente Michel Temer e o eterno líder Henrique Alves fizeram o pacto do silêncio com a Globo, em nome do PMDB. É o pacto do abafa.

- Isso não é possivel... O Temer e o Henrique Alves?

- Isso mesmo!

- E o Cunha, o Eduardo lá do Rio?

- Esse perdeu a luz própria em Furnas... Não decide mais nada.

- Caramba, profeta, esse teu grampo é implacável. Parece o Skuromatic do Mino...

- Do Mino, não. Ele roubou a ideia.

- É, você tem razão. Foi um deslize... Um mau passo...

- Pois é isso, meu filho. Um Miro sozinho não faz verão. O PMDB inteiro caiu no colo da Globo.

- E deve estar achando acolhedor...

- isso eu não sei. O que eu sei é que a Globo quer trancar a CPI na Gruta e o Temer vai ser o mordomo suspeito, todo de preto.

- Se depender do PMDB, entao, a pizza...

- O forno está de fogo morto. Ah, essa falsa cultura...

- Vai todo mundo ganhar dez segundos no jornal nacional..., observou o Sabio Profeta.

- E página amarela da Veja...

- Amarela ou marrom, meu filho?

Pano rápido.

(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Cresce a greve nas federais: 42 instituições federais já aderiram ao movimento
(21mai2012)

 Foto: Adufmat-SSind

Do R7


Chega a 42 o número de universidades federais em greve

Paralisação atinge 71% das 59 instituições vinculadas ao governo federal

A greve dos professores já atinge 71% das universidades federais do País, que tem, ao todo, 59 universidades vinculadas ao governo federal. Os docentes da UnB (foto) decidiu aderir a greve nesta segunda-feira (21)
Já chega a 42 o número de universidades federais em greve no País. A paralisação de professores das Ifes (Instituições Federais de Ensino Superior) começou na quinta-feira (17) passada e acontecerá por tempo indeterminado.

Nesta segunda-feira (21), aderiram à paralisação a UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) e a UnB (Universidade de Brasília).

A greve dos professores já atinge 71% das universidades federais do País, que tem, ao todo, 59 universidades vinculadas ao governo federal.

Além das 41 universidades, os professores do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica) de Minas Gerais, do IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais) e do Instituto Federal e Tecnológico do Sudeste de Minas Gerais também cruzaram os braços.

Não há um balanço total de alunos afetados pela paralisação, nem de quantos professores aderiram ao movimento. De acordo com o Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), a greve ainda pode crescer e também se estender para outras instituições, inclusive estaduais.

As principais reivindicações da categoria são valorização da carreira e melhoria da qualidade de ensino e trabalho dos docentes. Além de pedidos específicos de cada instituição.


Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a greve foi adotada pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) e UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro). A UFF (Universidade Federal Fluminense) deve aderir à greve na terça-feira.


Paraíba

Professores na UFPB (Universidade Federal da Paraíba) e UFCG (Universidade Federal de Campina Grande) estão paralisados desde a última quarta-feira (16). Na semana passada, a greve prejudicou o atendimento do Hospital Universitário, que foi suspenso. Segundo a direção das universidades, mais de 62 mil alunos estão sem aula.


Ceará e Pernambuco

Das três universidades federais de Pernambuco, a primeira a paralisar as atividades docentes foi a Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco), que entrou em greve na terça-feira (15). Situada em área de fronteira com os Estados da Bahia e Piauí, a estimativa do sindicato dos docentes é de que mais de 95% dos cerca de 400 professores aderiram à greve nacional por tempo indeterminado em todos os seus cinco campi — distribuídos em cidades dos três Estados.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco tem a adesão de 90% dos seus 1,1 mil professores, de acordo com o comando de greve. O total de alunos nos seus 40 cursos de graduação é de 15 mil. A expectativa é de expansão da adesão na próxima semana.

Já a Universidade Federal de Pernambuco, com 2,5 mil professores e 32 mil alunos em 93 cursos de graduação presenciais, deflagrou a greve na quinta e ainda não tem um balanço do porcentual de adesão. De acordo com o sindicato da categoria, muitos professores ainda foram à sala de aula nesta sexta-feira para conscientizar os alunos.

Os professores da Universidade Federal do Ceará estão entre os que não aderiram à greve nacional. Os professores associados ao sindicato decidiram convocar nova assembleia para apreciar as propostas negociadas com o governo federal até 31 de maio.


São Paulo

Na terça-feira (22), os docentes da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) farão assembleia para decidir se entram em greve.


Confira as instituições que aderiram à greve

Manifesto do Movimento Estudantil Brasileiro: todo apoio à greve da Educação
(21mai2012)

Reproduzido do blog Língua Ferina (destaques meus - Aquiles)

Vivemos a maior greve das instituições federais de ensino superior da última década. A partir do chamado pelo ANDES-SN da greve dos professores no dia 17 de maio e o indicativo de greve da FASUBRA para 11 de junho, foi uma enxurrada de assembléias massivas e uma após a outra, as universidades e institutos federais aprovando a greve. Entre os estudantes, muita solidariedade à greve dos professores e funcionários. O movimento estudantil brasileiro deve prestar todo o seu apoio à luta das diferentes categorias em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. Essa luta também é nossa!

Não é a toa que vivemos esse período atual de lutas e greves. Só nos últimos 2 anos, o governo Dilma cortou quase R$5 bilhões da educação. Ao mesmo tempo, apresentou o novo Plano Nacional da Educação que não resolve o grande problema da falta de investimento, propondo apenas 7% do PIB só para 2020.

Nos últimos 5 anos, fruto da implementação do REUNI, as universidades federais passaram por um processo de expansão que não veio acompanhado dos recursos necessários, e agora acumularam-se diversos problemas. Falta assistência estudantil (bolsas, restaurantes universitários, moradias, creches universitárias), professores efetivos, estrutura física e novos prédios, segurança nos campi, e um longo etc. Para os trabalhadores das universidades, muita sobrecarga de trabalho, com salas de aula super-lotadas, professor efetivo contratado como temporário, escassez das bolsas de pesquisa e extensão, aumento médio de até 40% do número de horas-aula, a falta de um plano de carreira digno.

Cutrale é processada. Cadê a mídia?
(21mai2012)

Por Altamiro Borges (destaques meus - Aquiles)

Na semana passada, o Ministério Público do Trabalho (MPT) protocolou na Justiça de Araraquara, no interior de São Paulo, uma ação contra a empresa Cutrale - uma das maiores produtoras de suco de laranja do mundo - por cometer vários abusos contra os seus funcionários, desrespeitando a legislação trabalhista. Entre outros crimes, a empresa efetua descontos salariais abusivos e não garante estabilidade às gestantes.

A Procuradoria do Trabalho solicitou da Cutrale o pagamento de R$ 1 milhão por danos morais coletivos. A ação teve início a partir da demissão de uma trabalhadora durante a gravidez. A Justiça do Trabalho enviou uma sentença ao MPT sobre o caso. Na decisão, o juiz considerou que houve discriminação da funcionária gestante, condenando a empresa ao pagamento de indenização por dano moral.


Mídia protege a empresa

Esta não é a primeira vez que a poderosa empresa é condenada na Justiça. Ela é conhecida por desrespeitar a legislação trabalhista, por cometer inúmeros crimes ambientais e por estrangular financeiramente os pequenos produtores de laranja. Além disso, a empresa já foi denunciada por invadir terras devolutas do Estado. Apesar deste histórico tenebroso, a mídia comercial evita dar destaque para os seus crimes. Afinal, a Cutrale gasta fortunas com publicidade nos jornalões, revistonas e emissoras de rádio e televisão.

Bem diferente é a atitude da mídia venal quando os trabalhadores lutam contra os abusos desta empresa. A recente decisão do MPT de processar a Cutrale não foi destaque em nenhuma TV. Já quando os sem-terra ocuparam uma terra grilada pela empresa no interior de São Paulo, o assunto foi manchete nos jornalões e a cena dos tratores destruindo alguns pés de laranja foi repetida dezenas de vezes pelas emissoras, principalmente pela TV Globo. Só mesmo os laranjas acreditam em neutralidade da mídia!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

No primeiro dia, Greve já abrange 35 universidades federais
(17mai2012)

Veja matéria no blog Língua Ferina, com a relação das universidades em greve, as insurreições nos territórios do PROIFES, além de diversas fotos de assembleias de várias Seções Sindicais.

No Dia Mundial de Combate à Homofobia, velha mídia mostra sua cara
(17mai2012)

Por Alexandre Haubrich | Jornalismo B

No Dia Mundial de Combate à Homofobia, a velha mídia brasileira mostrou mais uma vez seu velho ranço conservador. O mofo a que cheiram os maiores jornais do país amarela cada uma de suas páginas, e embolora cada uma de suas edições em um silêncio conivente com a discriminação.

Em uma data que marca mundialmente uma das mais atuais lutas sociais estabelecidas nas sociedades ocidentais – e, no Brasil, o tema tem tido grande debate por conta da ascensão do radicalismo de direita – o silêncio tomou conta dos sites de Estadão, Folha de S. Paulo e O Globo. A Rádio Globo, por sua vez, falou, mas a voz que ali se ouviu foi a voz da reação, não da mudança.


 Pela manhã, o deputado Jean Wyllis (PSOL), comentou em seu perfil no Twitter:
Acabo de me recusar, no ar, na Rádio Globo, a debater homofobia e direitos humanos de LGBTs com Bolsonaro. Não rebaixo a pauta LGBT! A emissora não me avisou da presença do deputado homofóbico e eu já entrei no ar ouvindo seu discurso odioso e difamador dos homossexuais. Não há como debater algo sério como direitos humanos de LGBTs (assunto sobre o qual há tanto preconceito) num clima sensacionalista. O deputado homofóbico não oferece argumentos contrários à criminalização da homofobia; oferece tão somente ofensas e hipocrisia! Não dá! Não me farei de escada para elevar discursos de ódio que já têm espaço demais nas mídias, contando inclusive com aval de apresentadores.
A Globo, como o deputado Jair Bolsonaro, não trata o tema com a seriedade que merece. Aquela por estar preocupada apenas com sua audiência – e a díade conservadorismo/sensacionalismo é ideal para isso – e este por encarnar os ideais mais reacionários presentes na sociedade brasileira. Reacionários, intolerantes e ignorantes, já que, além de defender valores da reação, Bolsonaro não aceita as diferenças e não pauta seu discurso pela argumentação, como bem escreveu Jean Wyllis. É com Bolsonaro no ar que a Rádio Globo se propôs a falar sobre o Dia Mundial de Combate à Homofobia, uma apelação à falta de bom senso e à idiotia apática de boa parte de sua audiência.

Pra não dizerem que não me lembrei da... veja
(17mai2012)

Do Blog do Kayser:

(clique na imagem para ampliar)

Oportunidade rara de aprendizagem para a vida, a greve precisa ser vivenciada em profundidade
(17mai2012)

Hoje tem início mais uma greve dos professores das universidades federais brasileiras. A greve, apesar de desagradar a muitos, é, ainda, o mais forte instrumento de luta do trabalhador. Por vezes parece que alguns de nossos colegas docentes não se veem como trabalhadores. O capital está do lado de lá, o mundo do trabalho está do lado de cá. A imagem que me vem à mente o cabo de guerra, que é um jogo em que dois grupos puxam uma corda, em lados opostos, é claro, visando fazer o grupo oponente perder espaço e, eventualmente, perder.

Na história das lutas trabalhistas, cada direito obtido pelos trabalhadores foi estabelecido após enormes embates contra o capital. Greves, passeatas e diversos outros tipos de enfrentamentos, com a mídia em geral ao lado do capital (que a financia especialmente como anunciantes em propagandas generosas), tentando desqualificar as atitudes dos trabalhadores. O termo que mais seduz a mídia capitalista é BADERNA. Depois vêm aquelas entrevistas com um estudante ou um pai de aluno - no caso das greves de professores - queixando-se dos prejuízos que sofrem... Geralmente os patrões, que fogem de negociações como o diabo foge da cruz, são isentados pela mídia.

As greves docentes soem ser longas. Como não há um prejuízo palpável, calculável em dólares, professores parados não afetam rapidamente, eficientemente, o deus Mercado. As greves chegam ao seu termo por cansaço, pode-se dizer. Algo como: isso está indo longe demais! Então, e somente então, o lado patronal resolve tomar alguma providência no sentido de chegar a um meio-termo com os grevistas. No caso do setor público, até pelo desgaste político que a longevidade de uma greve pode gerar.

Entretanto, há um lado da greve que poucos veem ou se dão conta. É o seu aspecto didático, de politização. As pessoas de alguma forma envolvidas com a greve - professores e alunos, no caso da greve docente - têm uma oportunidade excepcional de desenvolvimento de consciência política, de atuar e debater sobre pontos que não são debatidos na maioria das salas de aula e que são fundantes para a formação de cidadãos mais perceptivos sobre o mundo que cerca a escola, e que não é nada cor-de-rosa.

O mundo fora da escola tem que ser desbravado pelas gerações que se sucedem, e fingirmos na escola que tudo está bem só faz deseducar e despolitizar nossos estudantes. É ruim formarmos bons técnicos que sejam cegos à realidade política e avessos à participação política. A afirmativa, já nossa velha conhecida, de que quem se diz apolítico está assumindo uma posição política continua mais válida do que nunca.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Viola de cocho: um ícone da cultura mato-grossense, saudades de uma outra Cuabá | Vídeo
(16mai2012)

Nos primeiros anos após chegar em Cuiabá, tive o privilégio de participar de festas de São Gonçalo no bairro do Coxipó. Eram festas feitas em casas simples, em que os anfitriões serviam guaraná e pastéis (vinham bacias com pequenos pastéis e circulavam entre os convidados). Passava uma sensação de fartura na simplicidade.

Na sala da casa, uma imagem de São Gonçalo montada em um pequeno altar era o centro da festividade. Diante dela, os cururueiros tocavam e cantavam para o santo, com o público em volta cantando os refrões devotados a São Gonçalo.

Era uma sensação agradável para quem, como eu, chegava do eixo Rio-São Paulo e ignorava completamente essa manifestação viva da cultura popular mato-grossense. O evento exalava boa vontade, segurança, sossego. Nada dos agitos das metrópoles, cheios de sustos e desconfianças.

Hoje vi no Luis Nassif Online um vídeo do que acredito ser uma série denominada Documentação, em que a viola de cocho é mostrada em detalhe, assim como os mestres artesãos que as produzem, e a forma de sua confecção. Um detalhe que soa como música aos meus ouvidos, e que já está ficando escasso em Cuiabá, é o falar cuiabano desses artesãos.

Para os muitos moradores de Cuiabá que para cá vieram há pouco tempo, sugiro que afinem os ouvidos para esse modo de falar muito especial e saboroso. Lamento que isso esteja se perdendo no remoinho das múltiplas falas que para cá vieram e que vão soterrando paulatinamente esse patrimônio cultural, imaterial. A viola de cocho, junto com o falar cuiabano, vai aos poucos se esvanecendo do nosso cotidiano, de nossas festividades, do nosso imaginário.



terça-feira, 15 de maio de 2012

CPI já revelou muito. É o esculacho da República
(15mai2012)


Por Paulo Henrique Amorim | Conversa Afiada


A CPI da Veja e do Globo já prestou um excelente serviço.

CPI não põe ninguém na cadeia.

Mas, pode deixar o sol desinfetar.

E, nesta quadra da vida nacional, tirar de dentro do armário o esqueleto do cunhado ladrão.

Promover o esculacho da República.

A CPI já provou que PiG tem um braço no crime organizado.

Que a “mídia nativa”, como diz o Mino Carta, se nutre dos detritos sólidos de maré baixa da Veja e, no reator do jornal nacional, os transforma em Chanel # 5.

A CPI já demonstrou – como prova o excelente artigo do professor Venício Lima – que o Governo Dilma não pretende igualar-se ou superar a Inglaterra no que se refere a Ley de Medios.

Aqui, o Murdoch nadaria de braçada.

E receberia do Globo o prêmio “Fazer a Diferença”!

Reitor da USP almoça com Chefes de Departamento e se vangloria
(15mai2012)

Os almoços do magnífico reitor

Por Luis Nassif (destaques meus - Aquiles)

O reitor Grandino Rodas resolveu se aproximar dos departamentos da USP.

Está marcando almoço com todos os mais de 250 departamentos - uma agenda sem nenhuma noção de limite, sequer de limite de tempo.

No almoço expõe seu modo de ação e diz que, graças à sua energia, a USP foi salva dos baderneiros.

Conversei dia desses com um dos comensais, de uma área de exatas, sem nenhum pingo de politização. E ele sem entender nada.

- Se a USP só será salva com guerra, como a Universidade conseguiu sobreviver a tantos reitores que não agiam com truculência?.

Depois falou do programa de internacionalização da USP. O professor, que convive com associações internacionais, mais uma vez se interrogou:

- A única coisa que ele apresentou foram as bolsas de estudo internacionais, que são do governo federal. Não apresentou um programa sequer para melhorar a excelência da Universidade, para poder compor uma boa parceria com as instituições internacionais.

A USP teve reitores de direita - alguns deploráveis como Gama e Silva -, reitores mais à esquerda, reitores técnicos, reitores ausentes, mas todos com um mínimo de respeito pela liturgia do cargo. Nenhum deles conseguiu expô-la ao ridículo tanto quanto Grandino Rodas. Só o dedo podre de José Serra para alça-lo à condição de reitor.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Definido hoje: professores da UFMT entram em greve a partir de 17 de maio
(14mai2012)

A LUTA CONTINUA!

Acabou há pouco a Assembleia Geral da ADUFMAT-SSIND na qual os professores deliberaram por deflagrar greve por tempo indeterminado a partir de 17 de maio próximo.

Na avaliação dos docentes, o que a Medida Provisória publicada hoje no Diário Oficial da União traz é o mesmo que foi rejeitado em nossas assembleias do ano passado, razão pela qual foi feita greve. Por uma questão de respeito ao movimento docente, que majoritariamente decidiu, em 2011, por não fazer greve, a ADUFMAT recuou e encerrou sua greve.

Coerentemente, os docentes da UFMT mantêm, agora, sua rejeição ao que é "dado" nessa Medida Provisória. A defesa que se faz é, além de uma reposição salarial adequada, por reestruturação da carreira docente nos moldes que o Sindicato Nacional vem discutindo e construindo há muitos anos. O Sindicato tem um Grupo de Trabalho de Carreira (GT Carreira) que funciona continuamente, com reuniões envolvendo representantes de todas as seções sindicais, num processo longo, democrático e referenciado nessa elaboração.

As propostas dos GTs são sempre submetidas a apreciação dos Congressos Nacionais do Sindicato, onde os delegados de todas as Seções Sindicais apresentam as propostas - e votam com base nelas - encaminhadas a partir de suas assembleias locais relativamente aos temas tratados nos Congressos. Tudo o que será discutido em cada Congresso do Sindicato é encaminhado previamente a todas as seções sindicais para avaliação e discussão em assembleia geral. O delegado de cada Seção Sindical junto ao Congresso do ANDES é municiado nessas assembleias com as ponderações e deliberações sobre cada item a ser tratado.

Relatei tudo isso para mostrar que nossa proposta de carreira não é uma veleidade assumida por meia dúzia de detentores de "notório saber", mas sim algo que se estabelece em um longo processo reflexivo que envolve o conceito da universidade que se quer, que o Sindicato vem, em seus mais de 30 anos de lutas, propondo ao governo federal.

A universidade brasileira é jovem, se comparada com as de muitos outros países, e o papel dos docentes na sua contímua construção é fundamental. Todos precisam refletir sobre essa instituição que se espraiou pelo mundo a partir do século XII e que é guardiã e participante do avanço dos conhecimentos da humanidade.

Por isso o Brasil precisa discutir muito qual a universidade que pretende ter. Repetidora ou produtora de conhecimentos. Acessível a todos ou a somente uma pequena parcela - uma casta - da sociedade. A universidade brasileira não está pronta. Precisa caminhar muito, ainda, para se estabelecer com um perfil a ser definido quanto ao seu papel na sociedade brasileira.

O bom combate é infindo. Por isso, VAMOS À LUTA, COMPANHEIROS! Nada cai do céu de graça. Tudo o que a universidade é hoje é fruto de árduas batalhas e conquistas do movimento docente. A universidade já foi muito mais frágil, socialmente descomprometida e laboralmente injusta do que é hoje. Há que se avançar, sempre.

Nos últimos anos os professores, e os servidores públicos em geral, viram conquistas trabalhistas históricas serem subtraídas, onde o poder público aproveitou-se de um vácuo produzido pela desesperança que instalou-se em nossas organizações de classe.

Vamos por o bloco na rua e mostrar a nossa cara para uma sociedade que tanto espera da - e confia na - universidade pública.

Um fato muito positivo que observei hoje, na assembleia, foi a participação de um grande número de professores, com um bom contingente de jovens professores dandos seus primeiros passos no movimento docente. Já está na hora de os mais velhos (como eu) irem passando o bastão para aqueles que chegam cheios de vontade e com fôlego e experiências renovados. É o enlace entre gerações que permitirá a continuidade dinâmica da luta política.

Hoje foram listados os nomes dos voluntários que participarão do Comando Local de Greve (CLG), bem como foi escolhido o delegado da ADUFMAT que estará em Brasília para a instalação do Comando Nacional de Greve (CNG).

Governo edita MP envolvendo carreira do magistério superior federal. Será eficaz para evitar a greve?
(14mai2012)

Trouxe do Diário Oficial de hoje parte da MP que diz respeito ao segmento do magistério superior federal.

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 568, DE 11 DE MAIO DE 2012

(...)
Seção XVIII

Das Carreiras de Magistério Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico


Art. 27. A Lei nº 11.784, de 22 de setembro de 2008, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 20-A A partir de 1º de março de 2012, a estrutura remuneratória dos cargos integrantes da Carreira do Magistério Superior de que trata a Lei nº 7.596, de 10 de abril de 1987, será composta de:

I - Vencimento Básico; e

II - Retribuição por Titulação - RT.

Parágrafo único. A partir de 1º de março de 2012 fica extinta a Gratificação Específica do Magistério Superior - GEMAS." (NR)

"Art. 21-A. A partir de 1º de março de 2012, o valor referente a GEMAS fica incorporado à Tabela de Vencimento Básico dos servidores integrantes da Carreira do Magistério Superior de que trata a Lei nº 7.596, de 1987, conforme valores estabelecidos no Anexo IV-A à Lei nº 11.344, de 8 de setembro de 2006.

Parágrafo único. A partir da data de que trata o caput, os integrantes da Carreira do Magistério Superior, de que trata a Lei nº 7.596, de 1987, além das gratificações e vantagens dispostas no art. 21, não farão jus à percepção da Gratificação Específica do Magistério Superior - GEMAS, de que trata a Lei nº 11.344, de 2006." (NR)

"Art. 114-A. A partir de 1º de março de 2012, a estrutura remuneratória dos titulares de cargos integrantes do Plano de Carreira e Cargos de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico será composta de:

I - Vencimento Básico; e

II - Retribuição por Titulação - RT.

Parágrafo único. A partir de 1º de março de 2012, fica extinta a Gratificação Específica de Atividade Docente do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico - GEDBT." (NR)

"Art. 118-A. A partir de 1º de março de 2012, o valor referente à GEDBT fica incorporado à Tabela de Vencimento Básico dos servidores integrantes do Plano de Carreira e Cargos de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, conforme valores estabelecidos no Anexo LXXI à Lei nº 11.784, de 22 de setembro de 2008.

Parágrafo único. A partir da data de que trata o caput, os integrantes do Plano de Carreira e Cargos de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, além das gratificações e vantagens previstas no art. 118, deixam de fazer jus à percepção da Gratificação Específica de Atividade Docente do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico - GEDBT." (NR)

Art. 28. A Lei nº 11.344, de 2006, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 6º-A. Os valores de vencimento básico da Carreira do Magistério Superior passam a ser os constantes do Anexo IV-A a esta Lei, produzindo efeitos financeiros nas datas nele especificadas." (NR)

Art. 29. A Lei nº 11.784, de 2008, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 115. Os níveis de vencimento básico dos titulares de cargos integrantes do Plano de Carreira e Cargos de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico são os constantes do Anexo LXXI a esta Lei, produzindo efeitos financeiros a partir das datas nele especificadas." (NR)

Art. 30. Os Anexos IV-A e V-A à Lei nº 11.344, de 2006, passam a vigorar na forma dos Anexos XXI e XXII a esta Medida Provisória.

Art. 31. Os Anexos LXXI e LXXIII à Lei nº 11.784, de 2008, passam a vigorar na forma dos Anexos XXIII e XXIV a esta Medida Provisória.

Os anexos podem ser consultados AQUI, na publicação do Diário Oficial de hoje. Agora as Assembleias Gerais da Seções Sindicais deliberarão, hoje, sobre manter ou não o indicativo de greve. Minha modesta opinião é de que a greve deve acontecer, pois cabe a nós pressionarmos o governo por uma maior valorização do magistério e das universidades. Como dizem os advogados, "salvo melhor juízo".

Professores das Universidades Federais iniciam greve em 17 de maio
(14mai2012)

Uma vez que o sítio do ANDES-SN está apresentando problemas de acesso e que não encontrei informações em sítios das seções sindicais, reproduzo postagem de 12 de maio do blog Língua Ferina, de Cândido Cunha, que tem o título desta postagem:




Em reunião com delegados das Universidades Federais ocorrida em Brasília, os docentes das Seções Sindicais do ANDES-SN acabam de aprovar a entrada em GREVE a partir do próximo dia 17 de maio, confirmando as deliberações indicativas ocorridas nas diversas universidades do país. Estiveram presentes nessa reunião 44 Seções Sindicais.


Agora, as seções sindicais irão deliberar sobre a greve em cada Universidade.

Veja os encaminhamentos da reunião:

domingo, 13 de maio de 2012

A Grande Mãe dos Tucanos, por Bessinha
(13mai2012)



Gurgel deve explicações ao país
(13mai2012)

Por Luis Nassif

O Procurador Geral da República Roberto Gurgel deve explicações ao país. Mais do que nunca, deve explicações. Duas explicações, aliás.

A primeira sobre os motivos que o levaram, em 2009, a abortar a Operação Las Vegas, da Polícia Federal.

A operação investigava o jogo de bicho em Goiás. Precisou ser interrompida quando as escutas identificaram conversas do senador  Demóstenes Torres e do governador de Goiás Marconi Perillo. Como possuem foro privilegiado, só poderiam ser grampeados com autorização do STF (Supremo Tribunal Federal).

O pedido foi encaminhado pelo Juiz de Primeira Instância e pelos responsáveis pela operação a Gurgel. Recebendo, cabia-lhe dois caminhos: ou arquivava ou dava seguimento.

Não fez uma coisa nem outra. Não encaminhou e, a pedido da própria Polícia Federal, também não arquivou. Sentou em cima.

A explicação de Gurgel não convenceu um especialista sequer. Alegou ele que não encaminhou a denúncia para permitir que as investigações fossem aprofundadas. Ora, se pretendesse aprofundamento das investigações, teria solicitado à PF.

Não o fez. Criada meses depois do congelamento da Las Vegas, a Operação Monte Carlo surgiu em decorrência de investigações do Ministério Público Estadual de Goiás, não de providências solicitadas por Gurgel.

Com chuvas de críticas sobre ele, Gurgel encontrou o pior álibi possível: atribuiu as críticas às pessoas e partidos envolvidos com o “mensalão”.

Trata-se de uma manobra primária, de politizar uma discussão técnica para evitar explicações impossíveis, indigna de um Procurador Geral, que deveria desqualificar as críticas com argumentos consistentes. O único a endossar essa farsa foi o Ministro Gilmar Mendes, do STF, useiro e vezeiro na arte de politizar temas jurídicos.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Concessionárias de energia elétrica cobraram indevidamente 7 bilhões de reais dos consumidores, e não querem devolver
(11mai2012)

TCU e o erro nas contas de luz


Por Altamiro Borges

Nos próximos dias, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidirá sobre o grave erro na cobrança das contas de luz efetuado pelas 63 companhias de energia do país. Se vingar o interesse público e não o das poderosas empresas, elas serão obrigadas a devolver aos clientes os valores cobrados indevidamente durante sete anos. Segundo cálculos do próprio TCU, o furto totaliza R$ 7 bilhões!

Esse caso escandaloso já poderia ter sido resolvido em 2010, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reconheceu o erro no cálculo das tarifas. Num contrassenso, porém, ela mesma negou aos consumidores o direito ao ressarcimento do valor roubado. Desde então, órgãos de defesa do consumidor, associações de profissionais liberais e entidades patronais questionam a atitude da Aneel.


Cresce a pressão da sociedade

Dilma anuncia nomes para a Comissão da Verdade
(11mai2012)


O perfil dos escolhidos divide opiniões. O ex-presidente da OAB, Cezar Brito, cobrou mais ousadia. A ex-exilada política Iara Xavier sentiu falta dos indicados pelos familiares das vítimas e dos comitês. A representante da Cejil, Beatriz Affonso, se mostrou preocupada com a interpretação que alguns fazem da Lei da Anistia. Já o ex-ministro dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, elogiou. “O conjunto vai atender perfeitamente aos objetivos da Comissão”, afirmou.

Por Najla Passos | Carta Maior

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff anunciou na noite desta quinta (10) os sete nomes que vão integrar a Comissão da Verdade (CV), criada há quase seis meses para investigar violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar (1964-1988).

São eles: José Carlos Dias (ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique), Gilson Dipp (ministro do Superior Tribunal de Justiça), Rosa Maria Cardoso da Cunha (advogada da presidenta e do seu ex-marido durante a ditadura), Cláudio Fonteles (ex-procurador-geral da República no governo Lula), Paulo Sérgio Pinheiro (diplomata com farta experiência em legislação internacional da ONU e da OEA), Maria Rita Kehl (psicanalista e escritora) e José Cavalcante Filho (jurista).


Confira aqui a biografia dos escolhidos

O presidente da Fundação Perseu Abramo e ex-ministro dos Direitos Humanos no governo Lula, Nilmário Miranda, avalia que o conjunto vai atender perfeitamente aos objetivos da Comissão. Ele, que chegou a ter seu nome indicado por familiares dos mortos e desaparecidos da ditadura militar, elogiou cada uma das pessoas escolhidas pela presidenta, em especial os advogados José Carlos Dias e Rosa Maria, que o representaram quando sofria perseguições do regime.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Banqueiros provocam e Dilma reage
(9mai2012)

Por Altamiro Borges

Os banqueiros até agora não engoliram a investida do governo federal para reduzir as taxas de juros e para enfrentar a “lógica perversa” da agiotagem financeira, como afirmou a presidente Dilma Rousseff na véspera das comemorações do 1º de Maio. No início desta semana, a prepotente Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) divulgou um relatório com ares de pura provocação.

O relatório, assinado pelo economista-chefe da entidade, Rubens Sardenberg, questionava a eficácia das medidas do governo para reduzir os juros e elevar o crédito. Num dos trechos, ele era irônico e desafiava: “Você pode levar um cavalo até a beira do rio, mas não pode obrigá-lo a beber água”, deixando explícito que os banqueiros não se curvariam diante das pressões do governo federal.


"Cavalo pode morrer de sede"

Segundo o noticiário, Dilma Rousseff não gostou nem um pouco do teor arrogante do documento. “Um interlocutor próximo da presidente rebateu a declaração de Sardenberg, dizendo que ‘o cavalo poderia morrer de sede’”, informou o jornal O Globo. Diante desta ameaça nada velada, a Febraban recuou rapidinho e desautorizou o seu próprio relatório. Ainda segundo o jornal rentista:

“O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, telefonou para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tentando contornar a reação negativa que o relatório provocara e reafirmou a disposição de colaborar no esforço para a ampliação do crédito e o crescimento econômico... Diante da irritação de Dilma e seguindo sua orientação, Mantega avisou ao banqueiro que a retratação teria de ser pública, assim como foi a divulgação do relatório, e deu um prazo até o fim da tarde para a Febraban manifestar-se”.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Hollande precisa dizer não a Merkel
(8mai2012)

Hollande desafiou o FMI e sua expressão germânica

Do JB online, reproduzido no Conversa Afiada

O esperado não de Hollande a Berlim

Por Mauro Santayana

A senhora Ângela Merkel, tenha disso consciência ou não, age de acordo com a velha arrogância prussiana, ao convidar François Hollande a visitar Berlim, no próximo dia 16 – logo depois de empossado. Foi quase uma convocação. Ela deixou claro, ao cumprimentar o novo presidente, que podem falar de tudo, menos do essencial: da “austeridade” orçamentária. Austeridade, na visão germânica da política europeia, significa seguir o caminho percorrido até agora, com os bancos recebendo bilhões e bilhões de euros, emitidos sem lastro, e os usando para as especulações de seu interesse e para encalacrar ainda mais os países meridionais. Os bancos receberam o dinheiro do Banco Central Europeu a 1% ao ano e os repassam aos estados em crise a juros de 6 a 9% ao ano. Um “spread” escorchante.

Se François Hollande, fatigado pela campanha e pelos festejos da vitória, não estivesse desatento, poderia ter sugerido que o encontro se fizesse em Bruxelas, sede da União Europeia, e não em Berlim. Se ela pretende discutir o desenvolvimento econômico continental, o lugar do encontro não poderia ser  outro que não Bruxelas, a menos que ela, em gesto  de boa diplomacia, houvesse proposto visitar Paris.

A senhora Merkel faz lembrar um de seus antecessores na Chancelaria do Reich, que convocou a Munique os primeiros ministros da França (Daladier), da Itália (Mussolini) e da Inglaterra (Chamberlain) a fim de lhes impor sua vontade, a de apoderar-se de grande parte do território tchecoslovaco. O fantasma de Hitler está sob o portal de Brandenburgo.

Hollande só conseguirá reaver-se do descuidado “oui”, que deve ter soado aos ouvidos de Ângela Merkel como um obediente “jawohl!”, se – diante da imposição alemã – se mantiver firme, em seu propósito de aliviar os sacrifícios impostos aos trabalhadores europeus, com a chamada “austeridade”.  A Europa será devolvida aos seus cidadãos, ou continuará dirigida e saqueada pelos banqueiros do Goldman Sachs e associados menores, que hoje exercem o poder de fato no continente, e disso retiram seu proveito.

Para os observadores desinformados e irônicos, o encontro – antes mesmo que Hollande se sinta em seu gabinete presidencial – poderá ser entendido como uma audiência para o recebimento de normas e instruções.