Se alguém imaginava que o processo de democratização da América Latina era inexorável, chegou o momento de repensar sobre o tema. O golpe ocorrido no Paraguai, sob um tênue manto de legalidade forjado pelas forças conservadoras, faz acender um alerta vermelho para todos os países latino-americanos.
A riqueza desses países tropicais é, também, a causa de sua miséria. As grandes potências colonialistas mundiais não aceitarão nunca que outras potências se levantem. Povos detentores de muitos recursos naturais não podem estabelecer sua soberania, na visão deles. O Império que tem EUA e Inglaterra à frente tem esfacelado países ricos em petróleo, não importando para eles o sofrimento impingido às populações desses países. Iraque e Líbia são exemplos gritantes disso. Esses países foram totalmente desestruturados. Arrancaram o que eles tinham e nada conseguiram estabelecer em termos de bem-estar e segurança para seus cidadãos. Ficou a miscelânea de grupos de digladiando para ver quem serve melhor aos novos mandantes externos. Os sírios vêm sendo mortos cotidianamente por escaramuças entre forças do governo e opositores ao regime. Os opositores ao regime recebem apoio e armas das grandes potências. Mas o presidente não caiu ainda porque isso não interessa exatamente aos Estados Unidos ou a Israel. Uma Síria desestruturada e tomada por grupos mercenários é menos interessante para a segurança da região, o que afeta diretamente a Israel.
Na América Latina, o que vem sendo feito nas duas últimas décadas são tentativas de golpe até recentemente fracassadas, como no caso da Venezuela, por exemplo. Um instrumento central utilizado pelo Império nesses processos são as mídias nativas.
Para quem gosta mesmo de ler, indico o livro "Seja feita a vossa vontade - A conquista da Amazônia: Nelson Rockefeller e o evangelismo na Idade do Petróleo", dos autores Gerard Colby e Charlotte Dennett, tradução de Jamari França, Editora Record, 1998. Trata-se de um alentado volume de 1059 páginas, relatando a ação estadunidense nos países do Terceiro Mundo, impondo políticas e políticos alinhados com seus interesses. Rockefeller foi um incansável batalhador pela não soberania de qualquer país que interferisse em seus interesses pelas potenciais áreas petrolíferas do mundo. Aliado à sua atuação estava o processo de evangelização dos povos tradicionais da Amazônia. Povos dóceis e de fácil submissão foram evangelizados. Aqueles que repeliram as tentativas de aproximação dos "evangelizadores" foram taxados como hostis e gradativamente extintos, devastados.
O livro, todo baseado em documentos estadunidenses que deixaram de ser secretos depois de um determinado período, mostra como fomos todos submetidos dolorosamente a ditaduras e regimes de exceção ao bel prazer da política dos governantes dos EUA de defesa dos interesses de suas empresas pelo mundo.
Para atingir seus objetivos, eles não hesitaram em exterminar povos indígenas brasileiros e dos demais países da Amazônia. Governos que trouxessem contrariedades a Washington eram simplesmente depostos, com a cooptação, pela CIA, de jornalistas locais de renome para destruírem reputações e convencerem a opinião pública de que o caos estaria se instalando no país. Assim Carlos Lacerda capitaneou todo um batalhão de detratores de Getúlio Vargas, cuja política de nacionalização e de monopolização do petróleo brasileiro desagradou profundamente às empresas de Rockefeller e, consequentemente, aos interesses de Washington.
Quem sou eu
- Aquiles Lazzarotto
- Bebedouro, São Paulo, Brazil
- Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
Pensamentos desalinhavados sobre o Império do norte e a retomada da América Latina
(26jun2012)
(26jun2012)
É impressionante como um determinado fato explicita e dá destaque para contextos mais amplos. O golpe "constitucional" de Estado do Paraguai amplifica várias percepções. Há tempos venho afirmando aqui que a América Latina está na mira do grande capital mundial. O Paraguai pode ser uma ponta de lança para a retomada do "quintal" estadunidense. O Paraguai possui uma imensa pista de pouso em concreto em Mariscal Estigarribia, no Chaco. O jornalista Luiz Carlos Azenha lembra bem que a estratégia estadunidense está mudada. Os EUA não querem bases de manutenção custosa. Querem um ponto de apoio para pousos e abastecimentos em ações militares aqui no sul.
Se considerarmos o Paraguai desimportante, deixando-o à própria sorte da sandice de suas elites, estaremos fazendo o jogo do lobo que devorou todo um rebanho de ovelhas ao conseguir convencer as sobreviventes de que esta ou aquela ovelha não era necessária ao rebanho. Conforme analisa Rodrigo Vianna, a direita aprendeu com a histórica luta da esquerda a começar seus ataques no elo mais fraco.
Interessa ao Império o controle da América Latina por razões para lá de óbvias. Recursos naturais e espaço para crescimento do poder de suas empresas que dominam o agronegócio. Daí a reforma agrária e a agricultura familiar serem demonizadas pelos porta-vozes estadunidenses, a grande mídia nacional. Bonito mesmo é o agronegócio, como nos mostram as lindas propagandas sobre o nosso "crescimento". Tudo o que a mídia acha lindo é concentrador de renda e aumenta desigualdades. Os velhos barões e os novos lordes brasileiros são latifundiários. O Congresso Nacional brasileiro pugna por facilitar (mais) a compra de terras por estrangeiros.
Vindo mais para perto da política nacional, vamos observar o clima de Fla-Flu entre o chamado "mensalão" e a CPMI de Cachoeira. Para além do que cada um desses casos pode gerar de consequências há um pano de fundo. Trata-se de os conservadores conseguirem ou não manter seu "tubo de oxigênio" ficando com a governança de São Paulo, cidade e estado. Oxigênio para lideranças esmaecidas do PSDB e para a mídia, que é beneficiária das gestões tucanas (e de seus coligados). A política real tem exigido que muitos sapos sejam engolidos, se o intuito é manter o país no rumo menos complicado do que a mera entrega dos governos significativos a essa oposição tacanha e retrógrada, conforme bem analisa Eduardo Guimarães. A política real tem que estar atenta e voltada também para o que ocorre fora do país e que põe em risco maior nossa soberania nacional.
Esse clima de Fla-Flu deveria, agora, passar para um segundo plano, apesar de não ser importante. O que rola agora é um "campeonato mundial". Precisamos de um time que esteja preparado para enfrentar o time do hemisfério norte. Um time coeso, bem estruturado e bom de dribles e estratégias. Coesão é necessária para rechaçarmos o golpe de Estado paraguaio e mostrar que nossa união existe de fato em torno do respeito ao estado de direito. A estrutura de apoios mútuos entre os países latino-americanos deve visar a que os "do norte" não peguem a bola. Os dribles são importantes para que nenhum de nossos jogadores seja vítima de jogadas brutas dos adversários. Nossas armas não são materiais; não temos armamentos, a bem da verdade. Então nossos dribles têm que se basear na força do apoio popular e no campo da diplomacia. A estratégia estará em estabelecer regras legítimas para o jogo. Regular, e não censurar, a mídia, por exemplo. Enquanto tivermos os meios de comunicação em mãos de um pequeno grupo amante do pessoal "do norte", o apoio popular será podado em sua raiz. Uma população "zumbizada" pelas novelas e reality shows, por informações deturpadas e, ademais, pelo caos urbano nas grandes metrópoles não terá tempo e nem disposição para apreender o que de fato acontece em sua volta. Sem compreender em profundidade o jogo, a "torcida" não comparece. Na verdade, muitas vezes nem se dá conta de que o jogo existe. Enquanto isso... na Sala da Justiça...
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Quadro nacional da greve dos professores federais
(25jun2012)
(25jun2012)
Dados de hoje obtidos nos sítios do ANDES-SN e do SINASEFE
Universidades Federais:
Universidade de Brasília
Universidade de Integração Latino Americana
Universidade do Vale do São Francisco
Universidade Federal da Bahia
Universidade Federal da Paraíba
Universidade Federal de Alagoas
Universidade Federal de Alfenas
Universidade Federal de Campina Grande
Universidade Federal de Goiás (Goiânia, Cidade de Goiás, Catalão e Jataí)
Universidade Federal de Grande Dourados
Universidade Federal de Juiz de Fora
Universidade Federal de Lavras
Universidade Federal do Mato Grosso
Universidades Federais:
Universidade de Brasília
Universidade de Integração Latino Americana
Universidade do Vale do São Francisco
Universidade Federal da Bahia
Universidade Federal da Paraíba
Universidade Federal de Alagoas
Universidade Federal de Alfenas
Universidade Federal de Campina Grande
Universidade Federal de Goiás (Goiânia, Cidade de Goiás, Catalão e Jataí)
Universidade Federal de Grande Dourados
Universidade Federal de Juiz de Fora
Universidade Federal de Lavras
Universidade Federal do Mato Grosso
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Transmissão ao vivo de Assunción: Golpe de Estado paraguaio acaba de acontecer: Congresso destitui o Presidente Lugo
(22jun2012)
(22jun2012)
Acabo de assistir pela TV paraguaia a votação do Congresso paraguaio destituindo o Presidente eleito democraticamente Fernando Lugo. Em poucos minutos o Vice-presidente será chamado ao Congresso para prestar juramento e tomar posse da presidência para cumprir o restante do mandato de Lugo.
A reação da Unasul está, exatamente agora quando escrevo (e escuto), sendo rechaçada pelos congressistas. Para quem quiser acompanhar ao vivo, veja abaixo imagens ao vivo desde Assunção:
Tropas de choque buscam dispersar a multidão da praça em frente ao Congresso
Streaming by Ustream
Atualização 25/06/2012: O link de vídeo era de transmissão ao vivo do golpe, da TV pública paraguaia. No momento, apesar de os funcionários terem se mantido em seus postos ocupando a referida TV, a mesma foi fechada por ordem do novo "presidente", aliás um presidente paraguaio, naquela acepção que se utilizava para falar de coisas falsificadas. Por fim, eles acabaram implantando uma "democracia paraguaia". Lamento não somente pelo povo paraguaio, vítima de mais um golpe de estado de uma direita conservadora que se acha merecedora do poder por vontade divina. Lamento também pela instabilidade que o Paraguai traz para a América Latina ao abrir as portas para um reforçado avanço de forças externas às quais as democracias latino-americanas incomodam profundamente.
A reação da Unasul está, exatamente agora quando escrevo (e escuto), sendo rechaçada pelos congressistas. Para quem quiser acompanhar ao vivo, veja abaixo imagens ao vivo desde Assunção:
Tropas de choque buscam dispersar a multidão da praça em frente ao Congresso
Streaming by Ustream
Atualização 25/06/2012: O link de vídeo era de transmissão ao vivo do golpe, da TV pública paraguaia. No momento, apesar de os funcionários terem se mantido em seus postos ocupando a referida TV, a mesma foi fechada por ordem do novo "presidente", aliás um presidente paraguaio, naquela acepção que se utilizava para falar de coisas falsificadas. Por fim, eles acabaram implantando uma "democracia paraguaia". Lamento não somente pelo povo paraguaio, vítima de mais um golpe de estado de uma direita conservadora que se acha merecedora do poder por vontade divina. Lamento também pela instabilidade que o Paraguai traz para a América Latina ao abrir as portas para um reforçado avanço de forças externas às quais as democracias latino-americanas incomodam profundamente.
Golpe de Estado no Paraguai - Rito sumário para impedimento do Presidente Lugo
(22jun2012)
(22jun2012)
Começa a emergir a reação à democratização na América Latina. O Presidente Lugo, do Paraguai, presidente eleito em 2008, vai ser julgado pelos parlamentares num processo de três dias de duração.
Ao que parece, há forte influência dos latifundiários, com amplo apoio da grande mídia do país. Provavelmente latifundiários brasileiros com propriedades no Paraguai também estejam envolvidos nesse jogo golpista.
Lideranças de movimentos populares afirmam que a pressa em depor o presidente, deposição maquiada com ares de legalidade, se dá para evitar que a população tenha tempo de reagir e ocupar a capital em apoio a Lugo.
Mesmo assim, na quinta-feira, quando do início do processo, havia já cerca de duas mil pessoas postadas em frente à Câmara dos Deputados em Assunção, e consta que muitos apoiadores do presidente estão se deslocando de várias partes do interior rumo à capital.
Até o momento, as informações que circulam na internet não relatam a presença de tanques na rua, mas há um contingente bastante grande de militares principalmente defronte à Câmara.
Para quem não acredita em golpes de estado fica aqui um alerta: quando estamos desagradando os Estados Unidos e os donos do poder financeiro, somos automaticamente alvos de golpes de estado, que podem se dar de diversas maneiras, desde a descarada e violenta (como se deu no Chile de Allende) até as maquiadas de legalidade (como ocorreu em Honduras - francamente ilegal mas apoiada imediatamente pelos EUA - e ocorre agora com Lugo, no Paraguai). Nada me convence que a CIA não esteja envolvida nisso tudo.
O interessante é constatar em todos os casos o papel de sabujo da grande mídia em cada país, buscando criar condições psicológicas para o golpe ao atacar de forma virulenta os chefes de estado a serem depostos.
No Brasil temos vivido numa corda bamba, pois a mídia quase conseguiu derrubar Lula em 2005, com o escândalo fabricado a partir de material conseguido por Cachoeira que recebeu a alcunha de "mensalão", e também com o grampo sem áudio do Gilmar Mendes. Tudo isso foi fortemente repercutido pela mídia. No entanto, a escandalosa privatização ocorrida no governo FHC nunca foram tema de notícia. Da mesma forma, qualquer irregularidade que envolva o PSDB e partidos a ele aliados, quando vira notícia, é cuidadosamente apresentada de modo a não se citar os políticos ou as instituições envolvidas. Veja-se o caso de Aref, em São Paulo, que comprou mais de cem apartamentos em sete anos de trabalho na Prefeitura de São Paulo. Em nenhum momento a mídia cita Kassab, Serra ou qualquer outro político envolvido na nomeação de Aref na Prefeitura de São Paulo.
Por seu caráter oposicionista e pelo papel de ventríloquo do capital que exerce, foi cunhada a expressão PiG (Partido da imprensa Golpista) para se referir à grande mídia brasileira.
Outros sintomas latino-americanos preocupantes são o movimento para redenção de Pinochet, no Chile, e o surgimento de correntes na internet, no Brasil, chamando a população para recompor algo com uma denominação que lembra muito aquela marcha da família com Deus pela liberdade. Foi essa marcha das senhoras católicas e ricas de São Paulo um dos detonadores da armação contra o então presidente eleito João Goulart.
Portanto, olhos e ouvidos atentos são importantes para garantirmos a manutenção do estado de direito democrático. Nada estará garantido se a população não estiver em alerta e, principalmente, se continuar a ter a grande mídia como formadora de suas opiniões.
Atualização às 17h16min, horário de Cuiabá:
Remeto à leitura de:
Paraguai: o elo mais fraco?, do jornalista Rodrigo Vianna
Unasul afirma apoio a Lugo e ameaça romper com Paraguai em caso de impeachment, do sítio Sul 21
O primeiro teste da Unasul, de Eduardo Guimarães
Ao que parece, há forte influência dos latifundiários, com amplo apoio da grande mídia do país. Provavelmente latifundiários brasileiros com propriedades no Paraguai também estejam envolvidos nesse jogo golpista.
Lideranças de movimentos populares afirmam que a pressa em depor o presidente, deposição maquiada com ares de legalidade, se dá para evitar que a população tenha tempo de reagir e ocupar a capital em apoio a Lugo.
Mesmo assim, na quinta-feira, quando do início do processo, havia já cerca de duas mil pessoas postadas em frente à Câmara dos Deputados em Assunção, e consta que muitos apoiadores do presidente estão se deslocando de várias partes do interior rumo à capital.
Até o momento, as informações que circulam na internet não relatam a presença de tanques na rua, mas há um contingente bastante grande de militares principalmente defronte à Câmara.
Para quem não acredita em golpes de estado fica aqui um alerta: quando estamos desagradando os Estados Unidos e os donos do poder financeiro, somos automaticamente alvos de golpes de estado, que podem se dar de diversas maneiras, desde a descarada e violenta (como se deu no Chile de Allende) até as maquiadas de legalidade (como ocorreu em Honduras - francamente ilegal mas apoiada imediatamente pelos EUA - e ocorre agora com Lugo, no Paraguai). Nada me convence que a CIA não esteja envolvida nisso tudo.
O interessante é constatar em todos os casos o papel de sabujo da grande mídia em cada país, buscando criar condições psicológicas para o golpe ao atacar de forma virulenta os chefes de estado a serem depostos.
No Brasil temos vivido numa corda bamba, pois a mídia quase conseguiu derrubar Lula em 2005, com o escândalo fabricado a partir de material conseguido por Cachoeira que recebeu a alcunha de "mensalão", e também com o grampo sem áudio do Gilmar Mendes. Tudo isso foi fortemente repercutido pela mídia. No entanto, a escandalosa privatização ocorrida no governo FHC nunca foram tema de notícia. Da mesma forma, qualquer irregularidade que envolva o PSDB e partidos a ele aliados, quando vira notícia, é cuidadosamente apresentada de modo a não se citar os políticos ou as instituições envolvidas. Veja-se o caso de Aref, em São Paulo, que comprou mais de cem apartamentos em sete anos de trabalho na Prefeitura de São Paulo. Em nenhum momento a mídia cita Kassab, Serra ou qualquer outro político envolvido na nomeação de Aref na Prefeitura de São Paulo.
Por seu caráter oposicionista e pelo papel de ventríloquo do capital que exerce, foi cunhada a expressão PiG (Partido da imprensa Golpista) para se referir à grande mídia brasileira.
Outros sintomas latino-americanos preocupantes são o movimento para redenção de Pinochet, no Chile, e o surgimento de correntes na internet, no Brasil, chamando a população para recompor algo com uma denominação que lembra muito aquela marcha da família com Deus pela liberdade. Foi essa marcha das senhoras católicas e ricas de São Paulo um dos detonadores da armação contra o então presidente eleito João Goulart.
Portanto, olhos e ouvidos atentos são importantes para garantirmos a manutenção do estado de direito democrático. Nada estará garantido se a população não estiver em alerta e, principalmente, se continuar a ter a grande mídia como formadora de suas opiniões.
Atualização às 17h16min, horário de Cuiabá:
Remeto à leitura de:
Paraguai: o elo mais fraco?, do jornalista Rodrigo Vianna
Unasul afirma apoio a Lugo e ameaça romper com Paraguai em caso de impeachment, do sítio Sul 21
O primeiro teste da Unasul, de Eduardo Guimarães
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Nota pública sobre a PM nas Universidades: o episódio na UNIFESP
(21jun2012)
(21jun2012)
Os abaixo-assinados, professores de distintas universidades brasileiras, estão convencidos de que é inaceitável a utilização da Polícia Militar para resolver conflitos internos à comunidade acadêmica. Os recentes episódios configurados pelas prisões arbitrárias e violências físicas contra estudantes e funcionários em universidades brasileiras são fatos intoleráveis que devem ser repudiados e denunciados pela consciência democrática.
Ao tomarmos conhecimento da violenta ação repressiva da PM paulista contra vários estudantes da Universidade Federal de São Paulo, campus Guarulhos, no dia 14 de junho, não podemos senão manifestar nossa inteira concordância com a NOTA da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis dessa universidade. Os termos da digna e ponderada NOTA são os seguintes:
“Frente à ação policial ocorrida no campus Guarulhos da Unifesp no dia 14 de junho de 2012, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) manifesta a toda comunidade acadêmica e a toda sociedade o veemente repúdio à opção de tratar as questões universitárias, por mais complexas e controversas, por meio da violência. Ressaltamos que são valores da PRAE o compromisso com a democracia e o respeito à diversidade intelectual, cultural, social e política”.
Signatários:
Ao tomarmos conhecimento da violenta ação repressiva da PM paulista contra vários estudantes da Universidade Federal de São Paulo, campus Guarulhos, no dia 14 de junho, não podemos senão manifestar nossa inteira concordância com a NOTA da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis dessa universidade. Os termos da digna e ponderada NOTA são os seguintes:
“Frente à ação policial ocorrida no campus Guarulhos da Unifesp no dia 14 de junho de 2012, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) manifesta a toda comunidade acadêmica e a toda sociedade o veemente repúdio à opção de tratar as questões universitárias, por mais complexas e controversas, por meio da violência. Ressaltamos que são valores da PRAE o compromisso com a democracia e o respeito à diversidade intelectual, cultural, social e política”.
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quarta-feira, 20 de junho de 2012
Greve nas universidades federais - O estado da arte
(20jun2012)
(20jun2012)
Faço esta postagem sobre a greve também pelo fato de ser procurado por estudantes do curso de Geologia para se inteirarem sobre o andamento da greve docente.
Havia uma expectativa quanto a uma reunião que o governo federal havia agendado com os professores em greve para o dia 19 (ontem). A reunião foi suspensa pelo governo.
A leitura que o Comando Nacional de Greve do ANDES-SN (CNG/ANDES-SN) faz do cancelamento é a de que o governo opta pelo embate, pelo enfrentamento, por "medir forças" com o movimento docente. Em seu mais recente comunicado, o CNG/ANDES-SN acrescenta que:
No entanto, como lembra o CNG-ANDES-SN, a greve do setor da educação
O fato é, em suma, que NADA MUDOU NESTES 34 DIAS DE GREVE QUE PERMITA IMAGINAR UM RECUO DO MOVIMENTO. Pelo contrário, parece que o embate começa a ganhar corpo agora.
Pensando bem, ALGO MUDOU! A disposição inesperada de muitos dos professores até então inertes para reagir ao estado de coisas que vem sendo construído nas duas últimas décadas no seio da educação pública federal.
Só não vai mudar uma coisa, em qualquer tempo deste movimento: a greve não vai aparecer no Jornal Nacional. E, se por um acaso aparecer, será para caracterizá-la como baderna (em algum ato público) ou para mostrar estudantes e pais de alunos chorosos, e escolhidos a dedo, para colocar a população contra esses insolentes que infligem esses sofrimentos aos pobres cidadãos. A Globo é contra a educação pública por princípio. Para a Globo, educação é sinônimo de negócio, espaço para a iniciativa privada se refestelar.
Em tempo: quem quiser ter conhecimento e acompanhar os Comunicados do CNG/ANDES-SN basta clicar AQUI. São esses comunicados que são discutidos e avaliados nas assembleias gerais de todas as universidades cujos docentes são filiados ao ANDES-SN.
Protesto de professores da UnB e dos membros do Comando Nacional de Greve
do ANDES-SN em frente ao Ministério do Planejamento. Fotos: ANDES-SN
Havia uma expectativa quanto a uma reunião que o governo federal havia agendado com os professores em greve para o dia 19 (ontem). A reunião foi suspensa pelo governo.
A leitura que o Comando Nacional de Greve do ANDES-SN (CNG/ANDES-SN) faz do cancelamento é a de que o governo opta pelo embate, pelo enfrentamento, por "medir forças" com o movimento docente. Em seu mais recente comunicado, o CNG/ANDES-SN acrescenta que:
A greve dos(as) docentes das Instituições Federais de Ensino – agora ampliada para uma greve do conjunto do setor de educação federal – está jogando um papel decisivo na conjuntura. Ela se defronta com um momento chave nacional e internacionalmente, um momento limite, cujo pano de fundo é a crise econômica mundial. Trata-se de uma fase em que o governo brasileiro radicaliza preventivamente as políticas de “austeridade”, que transferem recursos públicos para o setor financeiro e (via subsídios para incentivar ao consumo de bens duráveis e exportação de commodities) para o grande capital em geral, ao mesmo tempo em que retiram direitos dos trabalhadores, possibilitando a ampliação da exploração do trabalho pelo capital.O fato de tantas universidades participarem do mais forte movimento reivindicatório dos últimos dez anos deve levar o governo federal a repensar suas prioridades, uma vez que o papel da educação dentro da própria economia nacional é de fundamental importância. Se há demanda por profissionais e por boa formação, a "fonte" dessa mão-de-obra indispensável para o funcionamento da economia e para o sucesso de investimentos produtivos são as universidades públicas, como o comprovam os Exames Nacionais de Cursos do país. Educação parada significa atraso na formação e disponibilização de profissionais em todas as áreas do conhecimento.
No entanto, como lembra o CNG-ANDES-SN, a greve do setor da educação
também está cumprindo a tarefa fundamental de desmascarar a contradição de um governo que diz que “educação é prioridade”, mas trata docentes e instituições com tamanho descaso. O que fica demonstrado pelo simples exame do Orçamento da União. Em 2011, o governo Dilma destinou nada menos de 45% do orçamento do país (708 bilhões de reais) para o pagamento de juros e amortização da dívida pública, reservando apenas 2,99% para a educação (conforme os dados levantados pela Auditoria Cidadã da Dívida).De fato, trazer à tona tal percepção de prioridades governamentais que nem sempre "coincidem" com suas promessas e discursos é importante para sensibilizar a opinião pública para que tome em suas mãos a força da cidadania e cobre do seu governo (e isso nas esferas federal, estaduais e municipais) ações concretas e claramente voltadas para a construção do futuro, priorizando os setores de educação e saúde públicas gratuitas e de qualidade. Enquanto encerrarmos nossa participação política ao sairmos das seções eleitorais onde votamos - ao elegermos nossos governantes e representantes no legislativo -, indo depois "viver nossa vidinha" e deixando para os eleitos a tarefa de conduzirem tudo sozinhos, seremos sempre vitimizados pelas forças inauditas exercidas pelo poder do capital sobre políticos em todos os níveis, acuando-os ou, em alguns lamentáveis casos, subornando-os, seja com dinheiro, seja com bajulações midiáticas.
O fato é, em suma, que NADA MUDOU NESTES 34 DIAS DE GREVE QUE PERMITA IMAGINAR UM RECUO DO MOVIMENTO. Pelo contrário, parece que o embate começa a ganhar corpo agora.
Pensando bem, ALGO MUDOU! A disposição inesperada de muitos dos professores até então inertes para reagir ao estado de coisas que vem sendo construído nas duas últimas décadas no seio da educação pública federal.
Só não vai mudar uma coisa, em qualquer tempo deste movimento: a greve não vai aparecer no Jornal Nacional. E, se por um acaso aparecer, será para caracterizá-la como baderna (em algum ato público) ou para mostrar estudantes e pais de alunos chorosos, e escolhidos a dedo, para colocar a população contra esses insolentes que infligem esses sofrimentos aos pobres cidadãos. A Globo é contra a educação pública por princípio. Para a Globo, educação é sinônimo de negócio, espaço para a iniciativa privada se refestelar.
Em tempo: quem quiser ter conhecimento e acompanhar os Comunicados do CNG/ANDES-SN basta clicar AQUI. São esses comunicados que são discutidos e avaliados nas assembleias gerais de todas as universidades cujos docentes são filiados ao ANDES-SN.
sábado, 16 de junho de 2012
Liminar da Justiça evitou que a PF encarcerasse alunos da UNIFESP em um presídio em Pinheiros (16jun2012)
Em conversa com amigos, ontem à noite, eu soube da decisão da Polícia Federal em São Paulo de encaminhar os estudantes da UNIFESP, que foram PRESOS NO CAMPUS, para o Centro de Detenção de Pinheiros, ou seja, para um PRESÍDIO. Fiquei aturdido, pois o processo de criminalização das manifestações estudantis está muito mais avançado, no Brasil, do que eu imaginava. Hoje pesquisei sobre a situação e tudo se confirmou.
Os alunos foram enquadrados, entre outras coisas, por FORMAÇÃO DE QUADRILHA!!!!!
Tanto aqui, quanto em Quebec, no Chile, na Alemanha - ou disseminando-se pela Europa - as posturas das autoridades saltam para o campo da direita. Alguns dirão que os alunos "depredaram" patrimônio público. Ok! Supondo que não tenha sido armação da polícia para reforçar sua postura repressiva, o que caberia a uma ESCOLA, lugar onde se educa, seria um processo interno levantando as responsabilidades dos envolvidos e, confirmada e provada a autoria do prejuízo, cobrar dos envolvidos a reposição de tudo o que tenha sido por eles danificado. Isso educa, mostra que determinados atos têm consequências e cria consciência de limites para os jovens.
QUADRILHA é coisa de bandidos (como se observa exemplarmente no caso investigado por CPMI em andamento no Congresso), e estudantes não podem ser assim tachados por lutarem por melhores condições de estudo, pelo prédio prometido desde 2007 e até agora não providenciado. A UNIFESP funciona provisoriamente e precariamente nas instalações de uma escola municipal de São Paulo. O meu caro ex-presidente Lula criou várias universidades. Mas só "criar" não basta. Para se criar verdadeiramente uma universidade, precisa-se disponibilizar infraestrutura física, além de contratar pessoal em quantidade e qualidade adequadas a esse propósito.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Acompanhamento das obras para a Copa em Cuiabá
(15jun2012)
(24jun2012)
(15jun2012)
(24jun2012)
Cuiabá e Várzea Grande passarão por transformações viárias e de transporte coletivo com intensidade e quantidade nunca antes testemunhadas pelos seus moradores. Vivo em Cuiabá há 32 anos, e nesse tempo nunca vi acontecerem obras de mobilidade realmente radicais. Depois de muitas marchas e contra-marchas, resolvidas as pendências e exigências legais, os projetos começam a sair do papel e tendem a tornar toda a cidade em um grande canteiro de obras.
Pretendo postar, doravante, imagens divulgadas na mídia ou por particulares na internet sobre as obras que estiverem em andamento.
Rotatória entre Av. dos Trabalhadores e a Perimetral (Trincheira Jurumirim)
15 de junho de 2012 | obras
Rotatória do cruzamento da Av. Antártica com a Perimetral (Av. Miguel Sutil), Bairro Santa Rosa
Antes das obras:
17 de junho de 2012 | obras:
Viaduto sobre o acesso ao Bairro Despraiado
20 de junho de 2012 | início das obras
Viaduto na Av. Fenando Correa, em frente à entrada da UFMT e da Av. das Américas
outubro de 2012:
Pretendo postar, doravante, imagens divulgadas na mídia ou por particulares na internet sobre as obras que estiverem em andamento.
Rotatória entre Av. dos Trabalhadores e a Perimetral (Trincheira Jurumirim)
15 de junho de 2012 | obras
Dei uma vasculhada básica na internet para ver se encontrava uma foto desse local antes do início das obras, mas não achei nenhuma com boa qualidade ou bom ângulo.
Estádio José Frageli, que passará a ser a Arena Pantanal
Estádio José Frageli, conhecido como Verdão. Ele era assim:
Estádio José Frageli, conhecido como Verdão. Ele era assim:
Rotatória do cruzamento da Av. Antártica com a Perimetral (Av. Miguel Sutil), Bairro Santa Rosa
Antes das obras:
17 de junho de 2012 | obras:
Viaduto sobre o acesso ao Bairro Despraiado
20 de junho de 2012 | início das obras
Viaduto na Av. Fenando Correa, em frente à entrada da UFMT e da Av. das Américas
outubro de 2012:
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Infinite Solidarité com a Greve infinita!
(14jun2012)
(14jun2012)
Li postagem de hoje no sítio Occupy Wall Street com o título acima e considerei interessante traduzi-la e apresentá-la aqui. O que vemos em boa parte do mundo são jovens envolvidos de modo crescente com os destinos políticos e econômicos de suas nações. No Brasil, com todo o enxovalhamento que a grande mídia tem aprontado sobre as instituições democráticas e sobre as reputações e a dignidade das pessoas, desinformando e tentando confundir boa parcela da população, além de atuações pífias e altamente criticáveis de autoridades e "eminências pardas" das mais diversas esferas e setores do poder tanto no âmbito público quanto no privado, não se vê os jovens, os estudantes, reagindo a nada disso.
Os universitários e os secundaristas, que, de uma forma ou outra, herdarão este país e terão que mantê-lo funcionando um dia, parecem alheios a tudo e a todos. O mundo desaba à sua volta enquanto a maioria deles está "enfiada" em seus celulares ou em redes sociais tratando principalmente de trivialidades, tais como "vamos beber hoje?", "onde é a festa?", e outras coisas do gênero. É isso que ficou "urgente" para muitos jovens: estar antenado! Saber de tudo o que os amigos estão fazendo ou deixando de fazer. Parece que a preocupação com o futuro foi delegada aos mais velhos, aos "coroas" e "dinossauros" com visões chatas, enfadonhas, sobre a imensa mudança que o mundo vive e que eles não conseguem enxergar. No futuro alguns dirão: "Pôxa! Mas eu tinha 18 anos naquela época e como é que não percebi nada disso?" Outros tantos não chegarão tão longe, mergulhados em suas individualidades, no individualismo cego.
O que será preciso acontecer para que os jovens se deem conta de tudo o que vem se passando no Brasil e no mundo? Estamos a viver, nos últimos anos, momentos riquíssimos de transformações, em que cabe aos homens tomarem as rédeas do destino coletivo, de seus próprios destinos, ou entregá-las à sanha dos grupos seletos que acham melhor que os pobres desapareçam (quer dizer, que morram) para que eles possam desfrutar de seu poder à vontade, sem contestações. Os sobreviventes, na visão desses pequenos grupos, deverão ser subservientes em qualquer situação. Caso contrário, vão instaurando leis para reprimir e abater os descontentes, que ousam expor sua opinião contrária à definida por eles como sendo a certa (e única possível).
Nossa grande mídia já cumpre exemplarmente esse papel, tentando, com sua sabujice, "ficar bem na fita" frente aos financeiramente poderosos do exterior e do próprio Brasil (são poucos). Tudo que agrade a "eles" é defendido com sofreguidão, mesmo que a realidade lhes respingue na cara que não é por aí que as coisas funcionam. A grande mídia está se lixando para o povo. Ou, como dizia um personagem de Chico Anísio, quer que o povo se lixe.
O Brasil, celeiro de recursos naturais altamente atraente para qualquer potência mundial, começa a ser cercado. Bases estadunidenses estão instaladas, e se instalando, no Paraguai, na Colômbia, no Chile, na Amazônia (espero que não em território brasileiro). Os Estados Unidos, juntamente com a falimentar Espanha, estão estimulando a criação de uma comunidade dos países do Pacífico (o Oceano). Aí me pergunto o que é que a Espanha tem a ver com o Pacífico. De fato, ela se acha, ainda, a sede de suas ex-colônias da América Latina. O rei Juan Carlos, matador de elefantes na África, tem participado das reuniões de cúpula dessa organização. E o Brasil é expressamente citado como perigoso por sua ascensão econômica e apontado como imperialista, buscando hegemonia sobre os demais países latino-americanos.
No Chile, um movimento absurdo busca restaurar o extinto partido político do General Pinochet. Restaurar não somente o partido, mas também a veneração àquela abjeta criatura. Ou seja, a direita está se armando para grandes botes. O Brasil tem uma banca de produtos altamente desejáveis no mundo todo, que vai da biodiversidade de cerrados e florestas aos depósitos petrolíferos do pré-sal. Como vamos defender nosso direito sobre nosso patrimônio se sequer sabemos batalhar por outros direitos mais triviais e próximos de nosso cotidiano?
Enfim, foi pensando em tudo isso que traduzi o texto a seguir. Boa leitura.
Do sítio Occupy Wall Street
Na noite passada, milhares de pessoas em centenas de cidades uma vez mais se reuniram em solidariedade com a greve dos estudantes de Quebec durante a terceira onda de demonstrações com Panelaços no Canadá (e no mundo). Por todo o globo, marchamos num esforço mútuo não somente em apoio à greve dos estudantes, mas opondo-nos à austeridade e repressão em todos os países e a favor da educação gratuita para todos. O movimento Occypy/15M continua a se solidarizar com a "grève généralle illimitée". A próxima onda de demonstrações está marcada para a próxima semana.
via NYCGA.net
Os universitários e os secundaristas, que, de uma forma ou outra, herdarão este país e terão que mantê-lo funcionando um dia, parecem alheios a tudo e a todos. O mundo desaba à sua volta enquanto a maioria deles está "enfiada" em seus celulares ou em redes sociais tratando principalmente de trivialidades, tais como "vamos beber hoje?", "onde é a festa?", e outras coisas do gênero. É isso que ficou "urgente" para muitos jovens: estar antenado! Saber de tudo o que os amigos estão fazendo ou deixando de fazer. Parece que a preocupação com o futuro foi delegada aos mais velhos, aos "coroas" e "dinossauros" com visões chatas, enfadonhas, sobre a imensa mudança que o mundo vive e que eles não conseguem enxergar. No futuro alguns dirão: "Pôxa! Mas eu tinha 18 anos naquela época e como é que não percebi nada disso?" Outros tantos não chegarão tão longe, mergulhados em suas individualidades, no individualismo cego.
O que será preciso acontecer para que os jovens se deem conta de tudo o que vem se passando no Brasil e no mundo? Estamos a viver, nos últimos anos, momentos riquíssimos de transformações, em que cabe aos homens tomarem as rédeas do destino coletivo, de seus próprios destinos, ou entregá-las à sanha dos grupos seletos que acham melhor que os pobres desapareçam (quer dizer, que morram) para que eles possam desfrutar de seu poder à vontade, sem contestações. Os sobreviventes, na visão desses pequenos grupos, deverão ser subservientes em qualquer situação. Caso contrário, vão instaurando leis para reprimir e abater os descontentes, que ousam expor sua opinião contrária à definida por eles como sendo a certa (e única possível).
Nossa grande mídia já cumpre exemplarmente esse papel, tentando, com sua sabujice, "ficar bem na fita" frente aos financeiramente poderosos do exterior e do próprio Brasil (são poucos). Tudo que agrade a "eles" é defendido com sofreguidão, mesmo que a realidade lhes respingue na cara que não é por aí que as coisas funcionam. A grande mídia está se lixando para o povo. Ou, como dizia um personagem de Chico Anísio, quer que o povo se lixe.
O Brasil, celeiro de recursos naturais altamente atraente para qualquer potência mundial, começa a ser cercado. Bases estadunidenses estão instaladas, e se instalando, no Paraguai, na Colômbia, no Chile, na Amazônia (espero que não em território brasileiro). Os Estados Unidos, juntamente com a falimentar Espanha, estão estimulando a criação de uma comunidade dos países do Pacífico (o Oceano). Aí me pergunto o que é que a Espanha tem a ver com o Pacífico. De fato, ela se acha, ainda, a sede de suas ex-colônias da América Latina. O rei Juan Carlos, matador de elefantes na África, tem participado das reuniões de cúpula dessa organização. E o Brasil é expressamente citado como perigoso por sua ascensão econômica e apontado como imperialista, buscando hegemonia sobre os demais países latino-americanos.
No Chile, um movimento absurdo busca restaurar o extinto partido político do General Pinochet. Restaurar não somente o partido, mas também a veneração àquela abjeta criatura. Ou seja, a direita está se armando para grandes botes. O Brasil tem uma banca de produtos altamente desejáveis no mundo todo, que vai da biodiversidade de cerrados e florestas aos depósitos petrolíferos do pré-sal. Como vamos defender nosso direito sobre nosso patrimônio se sequer sabemos batalhar por outros direitos mais triviais e próximos de nosso cotidiano?
Enfim, foi pensando em tudo isso que traduzi o texto a seguir. Boa leitura.
Infinite Solidarité with Infinite Strike!
Do sítio Occupy Wall Street
Mapa mostrando as localizações dos panelaços em apoio a Quebec
#ggi #gginyc #manifencours #casserolesencours
Punição a 10 magistrados de Mato Grosso, pelo CNJ, é reafirmada pelo STF
(14jun2012)
(14jun2012)
Ontem, 13/06, o Supremo Tribunal Federal (STF) deliberou pela suspensão das liminares que beneficiavam dez magistrados de Mato Grosso. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) havia investigado e deliberado pela punição a esses magistrados. No recurso ao Supremo, a defesa dos punidos questionou a competência originária do CNJ para tais investigações. O Ministro Celso de Mello concedeu as liminares, acatando tal questionamento. Na sessão de ontem do Plenário do STF, o próprio Ministro Mello reviu sua posição, votando pela pertinência e legitimidade da deliberação do CNJ.
O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Desembargador Rubens de Oliveira Santos Filho afirmou, conforme matéria veiculada pelo sítio HiperNotícias (leia aqui), que tão logo receba notificação do STF tomará as providências necessárias para o cumprimento das punições. No caso, as punições são a aposentadoria compulsória (é legal isso, não é?).
Quem é de Mato Groso deve ter ouvido falar, há algum anos, do "Escândalo da Maçonaria", em que dinheiro público - recursos do TJ-MT - teria sido desviado pelos magistrados - um desembargador e nove juízes - para salvar uma cooperativa de crédito ligada ao Grande Oriente do Estado, influente instituição maçônica mato-grossense. No caso, o "teria sido" deve ter sido provado, dado o veredito do CNJ. Portanto, creio que se pode afirmar que "dinheiro público foi desviado pelos magistrados". Se tivermos que ficar no campo do "suposto esquema", ou do "teria sido", estaremos duvidando da seriedade com que o CNJ conduziu suas investigações.
Parece mesmo que a Ministra Eliana Calmon veio na medida para botar alguma "ordem na casa" do Judiciário. Tomara que continue, tornando esse poder respeitado e valorizado pela sociedade.
O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Desembargador Rubens de Oliveira Santos Filho afirmou, conforme matéria veiculada pelo sítio HiperNotícias (leia aqui), que tão logo receba notificação do STF tomará as providências necessárias para o cumprimento das punições. No caso, as punições são a aposentadoria compulsória (é legal isso, não é?).
Quem é de Mato Groso deve ter ouvido falar, há algum anos, do "Escândalo da Maçonaria", em que dinheiro público - recursos do TJ-MT - teria sido desviado pelos magistrados - um desembargador e nove juízes - para salvar uma cooperativa de crédito ligada ao Grande Oriente do Estado, influente instituição maçônica mato-grossense. No caso, o "teria sido" deve ter sido provado, dado o veredito do CNJ. Portanto, creio que se pode afirmar que "dinheiro público foi desviado pelos magistrados". Se tivermos que ficar no campo do "suposto esquema", ou do "teria sido", estaremos duvidando da seriedade com que o CNJ conduziu suas investigações.
Parece mesmo que a Ministra Eliana Calmon veio na medida para botar alguma "ordem na casa" do Judiciário. Tomara que continue, tornando esse poder respeitado e valorizado pela sociedade.
Daniel Dantas e Maluf "brilham" no Hall da Fama dos Corruptos divulgado pelo Banco Mundial
(14jun2012)
(14jun2012)
Muito estranho! Eles não conseguiram, na JUSTIÇA daqueles países, a anulação das provas contra eles? Como assim? A justiça por aqui parece ser bem mais benevolente com os homens de bens e de Benz. Qual a razão de aqui poder e lá não poder?
Como possíveis respostas, uma cachoeira de ideias me vêm à cabeça, trazendo águas espraiadas, com habeas corpus boiando, que transportam - com força descomunal, para sedimentar-se no fundo do lago da impunidade - castelos de areia e satiagrahas, ainda com o risco iminente de levar junto os montes castelos e até Las Vegas. Uma verdadeira tragédia ambiental, moral e ética.
Em plena Rio+20, nada mais razoável do que se tratar da preservação de cachoeiras, certo?
Acesse aqui o Mapa da Corrupção Mundial.
O Banco Mundial apresenta os casos de corrupção de Daniel Dantas - um jovem brilhante, segundo FHC (aqui), Paulo Maluf - ex-prefeito e ex-governador de São Paulo (aqui e aqui), Edemar Cid Ferreira - fundador e ex-presidente do Banco Santos (seu patrimônio, aqui) e o dos funcionários da Administração Tributária do Rio de Janeiro - liderados por Rodrigo Silveirinha Corrêa (aqui e aqui sobre repatriação de recursos desviados).
Leia, também, matéria no sítio de Luís Nassif (aqui) em que outros famosos corruptos mundiais aparecem.
Como possíveis respostas, uma cachoeira de ideias me vêm à cabeça, trazendo águas espraiadas, com habeas corpus boiando, que transportam - com força descomunal, para sedimentar-se no fundo do lago da impunidade - castelos de areia e satiagrahas, ainda com o risco iminente de levar junto os montes castelos e até Las Vegas. Uma verdadeira tragédia ambiental, moral e ética.
Em plena Rio+20, nada mais razoável do que se tratar da preservação de cachoeiras, certo?
Acesse aqui o Mapa da Corrupção Mundial.
O Banco Mundial apresenta os casos de corrupção de Daniel Dantas - um jovem brilhante, segundo FHC (aqui), Paulo Maluf - ex-prefeito e ex-governador de São Paulo (aqui e aqui), Edemar Cid Ferreira - fundador e ex-presidente do Banco Santos (seu patrimônio, aqui) e o dos funcionários da Administração Tributária do Rio de Janeiro - liderados por Rodrigo Silveirinha Corrêa (aqui e aqui sobre repatriação de recursos desviados).
Leia, também, matéria no sítio de Luís Nassif (aqui) em que outros famosos corruptos mundiais aparecem.
terça-feira, 12 de junho de 2012
Leher e Badaró põem os pingos nos is sobre a origem e história "diferenciada" do PROIFES
(12jun2012)
(12jun2012)
Docentes contra zumbis
Greve docente de 2012 é um vigoroso movimento contra o sindicalismo de estado na vida universitária
Leia no blog Língua Ferina o vigoroso texto de Roberto Leher (UFRJ) e Marcelo Badaró Mattos (UFF), que mostra por que o PROIFES vem sendo contrariado pelas suas próprias "bases". Para quem achar, pela postagem anterior, que não tenho críticas ao ex-presidente Lula, neste texto de Leher e Badaró ficam explicitadas as restrições que tenho, sim, em relação a Lula e Dilma. Daí a odiar Lula e Dilma vai uma distância muito grande. Crítica é algo que se faz, como indica o próprio termo, com base em critérios e argumentos políticos e históricos. Faz-se com a cabeça, e não com o fígado.
Lula é um grande líder mundial e a mídia brasileira "mais vendida" o odeia
(12jun2012)
(12jun2012)
Hoje tive acesso a uma informação que me surpreendeu. Um candidato nas eleições egípcias utiliza a imagem do ex-presidente Lula em suas propagandas eleitorais (veja o vídeo aqui). Ou seja, promete um governo "a la Lula". No Egito! Nós mesmos sabemos muito pouco do Egito. Soubemos da primavera árabe. Soubemos da Praça Tahir, onde ocorreram as concentrações populares contra o governo. Sabemos das pirâmides. Se bem me lembro dos tempos escolares, eram Quéops, Quéfren e Miquerinos. Isso caía em prova de Geografia.
Lula tem sido apresentado como modelo de transformação por todo o mundo. Várias das mais tradicionais universidades do mundo homenagearam-no com o título de Doutor Honoris Causa. Se não me engano, já são doze doutorados acumulados pelo torneiro mecânico Lula. E ele já tem aprovados 80 desses títulos, que ainda faltam ser entregues.
Um escritor de grande sucesso em toda a Europa e Estados Unidos afirmou, em 2011, que Lula seria o único líder mundial capaz de dar um direcionamento adequado à ONU. Literalmente, ele defendeu que Lula deveria ser o Secretário Geral da ONU. E quem disse isso é um senhor de quase cem anos. Um senhor que lutou na II Guerra Mundial, participando da Resistência Francesa à dominação nazista. Um senhor que está indignado com a atual situação de subserviência europeia à dominação neoliberal. Quase cem anos vivido e ainda com capacidade de indignar-se. O seu discurso em que se refere a Lula foi feita numa grande universidade estadunidense, em Nova Iorque, e foi aplaudido demoradamente pelo grande público presente ao fazer essa referência.
Em muitos processos eleitorais pelo mundo afora, o ex-presidente Lula é apontado como modelo a ser seguido na governança. Sua imagem foi veiculada em campanhas presidenciais na América Latina e na Europa por candidatos tanto de direita quanto de esquerda. Por quê? Porque as populações desses países conhecem e admiram Lula. E, novamente, por quê? Porque Lula colocou o Brasil no concerto das nações, tornando-o visível como uma respeitada e respeitável potência emergente.
É possível fazer-se críticas ao Lula? Claro que sim. Ele governou em meio a um jogo de pressões, com a mídia fazendo de tudo um pouco na tentativa de desmoralizá-lo. Ele vacilou em diversos aspectos, inclusive no campo dos direitos trabalhistas, para não contrariar as elites e o "Deus Mercado". Ele poderia ter avançado muito mais nas melhorias sociais, mas talvez ele tenha tentado manter um ponto de equilíbrio. Talvez, também, ele tenha avaliado que se forçasse demais, as forças golpistas chegariam a extremos maiores para defenestrá-lo, retirando-o do poder.
Lula tem sido apresentado como modelo de transformação por todo o mundo. Várias das mais tradicionais universidades do mundo homenagearam-no com o título de Doutor Honoris Causa. Se não me engano, já são doze doutorados acumulados pelo torneiro mecânico Lula. E ele já tem aprovados 80 desses títulos, que ainda faltam ser entregues.
Um escritor de grande sucesso em toda a Europa e Estados Unidos afirmou, em 2011, que Lula seria o único líder mundial capaz de dar um direcionamento adequado à ONU. Literalmente, ele defendeu que Lula deveria ser o Secretário Geral da ONU. E quem disse isso é um senhor de quase cem anos. Um senhor que lutou na II Guerra Mundial, participando da Resistência Francesa à dominação nazista. Um senhor que está indignado com a atual situação de subserviência europeia à dominação neoliberal. Quase cem anos vivido e ainda com capacidade de indignar-se. O seu discurso em que se refere a Lula foi feita numa grande universidade estadunidense, em Nova Iorque, e foi aplaudido demoradamente pelo grande público presente ao fazer essa referência.
Em muitos processos eleitorais pelo mundo afora, o ex-presidente Lula é apontado como modelo a ser seguido na governança. Sua imagem foi veiculada em campanhas presidenciais na América Latina e na Europa por candidatos tanto de direita quanto de esquerda. Por quê? Porque as populações desses países conhecem e admiram Lula. E, novamente, por quê? Porque Lula colocou o Brasil no concerto das nações, tornando-o visível como uma respeitada e respeitável potência emergente.
É possível fazer-se críticas ao Lula? Claro que sim. Ele governou em meio a um jogo de pressões, com a mídia fazendo de tudo um pouco na tentativa de desmoralizá-lo. Ele vacilou em diversos aspectos, inclusive no campo dos direitos trabalhistas, para não contrariar as elites e o "Deus Mercado". Ele poderia ter avançado muito mais nas melhorias sociais, mas talvez ele tenha tentado manter um ponto de equilíbrio. Talvez, também, ele tenha avaliado que se forçasse demais, as forças golpistas chegariam a extremos maiores para defenestrá-lo, retirando-o do poder.
domingo, 10 de junho de 2012
IBAMA, médicos de Várzea Grande e técnicos da UFMT deflagram greve geral
(10jun2012)
(10jun2012)
Atendimentos nas policlínicas e no PS de Várzea Grande devem ser de 30%
Os técnicos administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), médicos da rede pública de saúde de Várzea Grande, servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio) vão paralisar as atividades no estado e devem entrar em greve a partir desta segunda-feira (11).
Segundo o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT), os cerca de 350 profissionais cobram melhores condições de trabalho. A Secretaria de Saúde informou que já foi notificada sobre a greve. Apenas os atendimentos de urgência e emergência devem ser mantidos, além de 30% do funcionamento nas policlínicas e Pronto-Socorro.
Já técnicos da UFMT têm entre as principais reivindicações da categoria o aumento dos salários. “Nós queremos o aumento do piso salarial. A proposta é que o piso suba para três salários mínimos”, explicou Ana Bernadete de Almeida, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (Sintuf-MT). Ela disse também que a paralisação será por tempo indeterminado. Os professores da instituição já estão em greve desde o dia 17 do mês passado.
De acordo com a assessoria do Sindicato dos Servidores do Ibama e ICMBio em Mato Grosso (Sintfama-MT), os funcionários vão aderir a paralisação nacional que começa nesta segunda-feira e deve seguir até a quinta-feira (14). Eles reivindicam principalmente melhorias nas condições de trabalho e reajustes salariais. Os funcionários também já aprovaram indicativo de greve já a partir do dia 18 de junho.
Fonte: MidiaNews
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Greve nas federais não é "contra o governo", mas a favor do resgate da dignidade das Universidades
(8jun2012)
(8jun2012)
Tenho lido em alguns blogs comentários de leitores que, ou acusam
os professores federais em greve de estarem apoiando José Serra nas eleições da
capital paulista, ou apelam aos professores para que abandonem esta greve
porque o momento não é politicamente apropriado.
Tentei responder, no sítio do Paulo Henrique Amorim, a um
desses comentários. Talvez minha resposta tenha sido muito extensa e, por isso,
não tenha sido publicada. Mas tem também o “talvez” de o sítio não querer dar
espaço para esse tipo de contraditório.
Há vários aspectos que desmontam essa caracterização de a
greve vir para “auxiliar” José Serra:
1. Trata-se de uma greve nacional, e não circunscrita à cidade de São Paulo.
2. Dentro do sindicato nacional dos professores das instituições de ensino superior (ANDES-SN) há uma parcela significativa de filiados e de membros da diretoria nacional que são filiados ou pelo menos simpatizantes ao PT.
3. As atuais reivindicações dos docentes das federais ao governo federal vêm sendo apresentadas desde o início de 2011.
4. O governo federal fez uma pseudonegociação, com rodadas de reuniões absolutamente esvaziadas de diálogo.
5. Diante da aparência de negociações, a greve não foi deflagrada em 2011, pois muitos professores da base do sindicato acreditaram que as mesas de negociações levariam a algum avanço.
6. Às vésperas da data que foi estabelecida pelas bases do sindicato para deflagração da greve, o governo federal editou Medida Provisória contendo a oferta feita por ele em 2011 e que foi rejeitada na ampla maioria das assembleias gerais ocorridas em todo o país.
As greves de professores das universidades federais são um
gesto extremo ao qual o movimento docente só recorre quando um verdadeiro
diálogo e uma negociação legítima não ocorrem.
As universidades federais são o que são, hoje, em termos de
estrutura e organização legal, porque os professores vêm lutando há 32 anos,
conseguindo o estabelecimento de isonomia, carreira docente, democracia,
autonomia etc. num processo lento e contínuo de sua atividade sindical.
O ANDES-SN
não é um sindicato que atua somente com vistas às questões salariais, o que, por si só já seria um motivo válido e legítimo. O Sindicato Nacional possui, em sua estrutura, grupos de trabalho permanentes,
com participação totalmente aberta às bases em todo o país, responsáveis por
estudar e propor políticas educacionais, plano de carreiras,
políticas de saúde docente, acompanhamento da situação dos professores
aposentados, além de acompanhar de perto as condições oferecidas pelas
instituições de ensino para o permanente implemento da qualidade do ensino, da
pesquisa e da extensão.
O Sindicato Nacional tem uma preocupação permanente com a
educação brasileira em todos os níveis, participando ativamente dos fóruns de
discussão e de elaboração das propostas dos Planos Nacionais de Educação. A
Universidade pública é tema central dos debates e lutas sindicais, o que
permitiu que a Universidade pública sobrevivesse, a duras penas, às tentativas
de neoliberais de precarização da educação pública para favorecimento do crescimento
desenfreado das instituições privadas de ensino superior.
A Universidade
pública quase faliu nas mãos do Ministro Paulo Renato de Souza, do governo FHC,
pois a política de desmonte implicava em não repassar recursos para as
universidades sequer pagarem suas contas de luz e de telefone. Os reitores
tinham que participar de procissões a Brasília para, no Ministério da Educação,
pedirem, de “pires na mão”, a liberação de recursos que eram devidos às suas
unidades, e que eram retidos pelo Ministro.
O ex-ministro Haddad tem completa razão ao afirmar que
nenhum de nós, professores federais, tem saudades do tempo de FHC. Muito pelo
contrário. Foi um dos tempos mais sombrios para a educação superior pública.
O que ocorre atualmente, no governo Dilma, é que a busca
ensandecida pelo superávit primário exigido pela grande mídia (porta-voz do
Deus Mercado). Portanto, as reivindicações docentes, e a greve, sequer são
tratadas nos informativos de maior circulação ou audiência. E quando o forem,
será para descaracterizá-las e atacá-las. Claro está que essa mídia é vinculada
aos interesses do capital, e esses interesses incluem a tomada do espaço da
educação superior enquanto um filão rico em possibilidades de lucro.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Estados Unidos / CIA envolvidos até a raiz dos cabelos no tráfico internacional de drogas
(7jun2012)
(7jun2012)
Leia, no Blog do Turquinho, o caminho da produção e tráfico de drogas, bem no rastro das intervenções e guerras estadunidenses pelo mundo. A hipocrisia do fundamentalismo religioso dos poderosos estadunidenses gerando mortes e destruição de sociedades, tanto pela guerra quanto pelo estabelecimento de polos produtores e exportadores de drogas. Já de há muito tenho lido textos que apontam os cartéis de drogas como os grandes financiadores das guerras e golpes de estado promovidos pela CIA, apontando, também, que a movimentação financeira de Wall Street é fortemente apoiada na lavagem de dinheiro do tráfico.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Análise sensata da relação Dilma x Greve Docente
(6jun2012)
(6jun2012)
Governo Dilma e greve:
a insatisfação que não querem ver
O texto, de Maurício Caleiro, pode ser lido no seu blog: Cinema & Outras Artes (é só clicar aqui).Recomento aos colegas em greve e a todos que se sintam envolvidos com essa situação.
Recomento, também, aos cidadãos em geral, que estão no meio desse cabo-de-guerra de informações entre a grande mídia vendida ao capital e a blogosfera progressista.
Recomendo fundamentalmente aos amigos dos "blogs sujos", entre os quais este meu blog procura se situar.
O permanente genocídio dos negros no Brasil
(6jun2012)
(6jun2012)
Racismo faz surgir identidade explosiva, forjada na dor e na raiva
Do sítio Brasil de Fato e do blog DoLaDoDeLá
"Se no mito fundacional da nação os índios devoraram os primeiros colonizadores, aqui temos o inverso, esta é uma nação que devora o corpo negro. O corpo negro, tenho dito, representa um excesso de significados – criminoso, feio, perverso, malvado, sujo – que não lhe basta matar, é preciso negar qualquer possibilidade de humanidade. Quando a polícia aperta o gatilho, ela está “apenas” traduzindo os significados da subalternidade negra historicamente produzidos. A polícia mata em conformidade com um modelo de sociedade que em sua essência é anti-negra, afinal o policial não é um extraterrestre. Ele é parte de uma sociedade inerentemente racista."
Por Jorge Américo
No início de maio, pelo menos 40 organizações populares se reuniram na cidade de São Paulo para lançar a Frente Pró-Cotas Raciais. O encontro ocorreu duas semanas após o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar a constitucionalidade da reserva de vagas para negros em instituições públicas de ensino superior.
A mobilização se deu quando os reitores das três universidades estaduais paulistas (USP, UNESP e Unicamp) anunciaram que a decisão do STF não provocará nenhuma alteração em seus processos seletivos. O primeiro ato político da Frente foi a realização de uma Aula Pública, na semana da Abolição, no interior da Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
Anteriormente, muitas dessas organizações formaram o Comitê contra o Genocídio da Juventude Negra, para denunciar a violência policial e a ausência de políticas públicas voltadas para essa parcela da população.
Em entrevista à Radioagência NP, do grupo Brasil de Fato, Jaime Amparo Alves, doutor em Antropologia e Pesquisador do Departamento de Estudos Africanos e Afro-Americanos da Universidade do Texas (EUA), interpreta as recentes mobilizações como um indicativo de que é possível uma reaproximação das entidades do movimento negro, fragmentado com a aprovação de um Estatuto da Igualdade Racial “esvaziado”.
“A esquerda brasileira é esquizofrênica ao esperar que se resolva o problema de classe para que um dia a questão racial seja, enfim, posta na mesa de debates”, analisa o antropólogo. “Eu descobri isso quando vi minha mãe envelhecendo na cozinha dos companheiros revolucionários”. Entre outras análises, ele vê São Paulo “como uma necrópolis que ambienta nas relações sociais e nas políticas governamentais as práticas genocidas anti-negro”.
Acesse a íntegra da entrevista de Jaime Amparo Alves clicando em um dos links do início da postagem.
terça-feira, 5 de junho de 2012
Violência absurda da PM em moradia estudantil da Universidade Federal de Integração Latino-americana
(5jun2012)
(5jun2012)
Polícia invade moradia de estudantes da UNILA
Do blog Quebrada do Guevara, publicado também em ViomundoApós as mais diversas versões apresentadas pela imprensa local, nós estudantes da UNILA e moradores da residência invadida, apresentamos nossa versão dos fatos.
Repúdio
Manifestamos primeiramente e com veemência nosso repúdio ao abuso policial praticado na noite de domingo, 3 de junho, na moradia “Quebrada do Guevara”, onde encontram-se vivendo cerca de sessenta estudantes da Unila, dos quais cerca de vinte e cinco encontravam-se reunidos na área comum da moradia na hora da invasão.
Sob alegação de flagrante ao descumprimento da lei do silêncio, policiais militares invadiram a moradia estudantil. Tal alegação foi imediatamente desmentida pelos vizinhos que disseram nunca ter ouvido um ruído na moradia e que apenas perceberam o ocorrido devido aos disparos efetuados pelos policiais. Essa informação se confirma quando verificado o equipamento de som usado na ocasião do encontro dos estudantes. Tratava-se de duas caixas de som de computador, ligadas num celular, cujo som tocara no interior da moradia.
Diante da resistência de que apenas um representante tivesse que acompanhar um grupo de militares em duas viaturas, os policiais disseram que dariam voz de prisão a quem eles escolhessem. A reação pacífica dos estudantes se deu mediante a exigência de que todos fossem à delegacia para a segurança individual e coletiva do grupo.
Dessa forma estabeleceu-se um impasse e os policiais iniciaram uma agressão indiscriminada. Os estudantes foram espancados. A ausência de policial feminina não impediu que mulheres fossem abordadas, e se não bastasse tal violação, a mesma se deu com excessiva violência. Indefesas, meninas foram arrastadas e golpeadas de cassetete. Num ato de delinqüência de um dos policiais, uma jovem foi chutada várias vezes quando se encontrava deitada cercada por estilhaços de vidro da porta que havia sido estourada. Três disparos foram efetuados, causando pânico entre os estudantes. Muitos ficaram feridos. Oito foram detidos, dentre eles, três brasileiros e cinco estrangeiros.
Relatos
Não bastasse a violência no interior da moradia, os estudantes detidos e feridos, foram ameaçados e intimidados em razão de serem supostamente de esquerda. Um deles foi questionado por estar com uma camiseta do Che Guevara, que na opinião do policial o qualificava de baderneiro.
Outro estudante foi alvo de piada de um policial, que perguntou: e agora, seu namorado vai te tirar daqui? – questionando a opção sexual do estudante. Em ambos os casos eram estrangeiros. Outro, ao se declarar venezuelano sofreu insultos ao ser chamado de ditador. Um equatoriano, ao se declarar estudante de sociologia foi insultado aos gritos pelo policial que berrava: Marxista! Marxista!
Aos estrangeiros, os policiais diziam que seriam enviados embora para seus países e em tom ameaçador diziam que a partir de agora eles estavam conhecendo com quem eles estavam lidando. Seguindo as ameaças, os policiais diziam que se encontrariam a sós com cada um deles.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Bancada religiosa no Congresso: a mais ausente, inexpressiva e processada | Sul 21
(4jun2012)
(4jun2012)
Todos os deputados da bancada religiosa respondem a processos judiciais. Eles são os mais faltosos, são praticamente inertes em sua atuação. E, por fim, na última década nenhum projeto relevante foi encabeçado por eles.
Leia no sítio Sul 21 a matéria com os dados, que podem ser encontrados no Transparência Brasil, sobre as atividades dos parlamentares. Ali encontra-se, inclusive, toda a relação de deputados agrupados por igreja e com as informações sobre os processos a que respondem na Justiça.
Leia no sítio Sul 21 a matéria com os dados, que podem ser encontrados no Transparência Brasil, sobre as atividades dos parlamentares. Ali encontra-se, inclusive, toda a relação de deputados agrupados por igreja e com as informações sobre os processos a que respondem na Justiça.
Geoengenharia pode destruir azul do céu
(4jun2012)
(4jun2012)
Geoengenharia pode destruir azul do céu: Além dos efeitos não previstos, a ideia de lançar aerossóis na atmosfera para minimizar o aquecimento global pode ter um efeito bem visível: destruir o azul do céu.
Compartilho o link acima, do sítio Inovação Tecnológica, lembrando que há uma crescente corrente de climatologistas sérios apresentando estudos que comprovam que o aumento da concentração de Dióxido de Carbono na atmosfera não causa nenhum aquecimento global. As variações climáticas em nível global são, sim, influenciadas por outros fatores, não resultantes necessariamente da ação do homem, como as emissões de partículas de radiação solar, provenientes de explosões na superfície do Sol, por exemplo.Sobre o falso alarme do aquecimento global, já publiquei:
Origem e natureza do alegado consendo científico,
O aquecimento global subiu no telhado,
Desaquecimento global,
Não houve aquecimento global nos últimos 15 anos,
Falso problema para nos distrair das questões realmente sérias,
Mudanças climáticas... não necessariamente aquecimento...,
Molion (histeria) | 10 x 0 | Fearnside (aquecimento),
Geólogo Geraldo Lino já desnudava a fraude do aquecimento global desde antes de 2000,
Geradores eólicos não são adequados para complementar matriz energética e
Linha do tempo do cinismo ambiental.Para quem se interessar por mais material sobre esse tema, recomendo visitar o blog Terrorismo Climático.
domingo, 3 de junho de 2012
Depois de caídos os desobedientes do Oriente, poderá a América Latina ser o próximo alvo?
(3jun2012)
(3jun2012)
Vejo que se repete o mesmo modelo ou padrão utilizado para demonizar Kaddafi e o governo líbio. Agora a bola da vez é a Síria. Grupos terroristas com mercenários bancados pelos "Amigos da Síria", ao que tudo indica, promovem ataques à população civil. Em seguida, culpam o governo sírio pelos lamentáveis episódios. Por que isso me parece assim?
Novamente, a Rússia tenta mostrar que isso não passa de um plano externo para "justificar" a tomada do país pelo Império. Não será de se espantar se, em breve, o Conselho de Segurança da ONU aprovar um bloqueio aéreo àquele país. E nós já vimos que o "bloqueio aéreo" na Líbia foi, na verdade, uma autorização para que as grandes economias europeias e a estadunidense despejassem suas bombas em alvos específicos. Esses alvos constituem as bases de poder de defesa do país. É claro que muitos civis serão mortos, mas isso não será assunto a ser destacado pela mídia. Pelo contrário, no mundo ocidental os noticiários ignorarão solenemente esses "acidentes de percurso".
O presidente da Síria já é tratado como "ditador" há tempos na ampla maioria dos nossos meios de imprensa.
Por coincidência, os grandes morticínios de civis atribuídos ao governo sírio intensificam-se quando das visitas de equipes de observadores da ONU e da Liga Árabe. Em meio a tudo isso, numa guerra de informações e contra-informações, o povo sírio percebe que o dia D está se aproximando, e que seu futuro passará para mãos inescrupulosas de grupelhos rebeldes que implantarão um regime de terror e violência cotidiana, tal qual ocorre hoje na Líbia.
A Líbia, antes um país que oferecia condições de bem-estar e segurança à população em geral, é hoje uma terra-de-ninguém. Os donos do poder, lá, agora matam e prendem qualquer cidadão que ouse ter saudades dos tempos em que tinham renda adequada, proteção social nas áreas de saúde, educação e moradia. Os donos do poder açambarcaram os meios de produção, principalmente o petróleo, e seguem, agora, os ditames do capital internacional. Para isso, há que se cortar os benefícios sociais. E isso vem sendo feito com violência, sem qualquer processo que sequer se finja de democrático. Mas isso não incomoda às potências estrangeiras, porque agora essas potências não se sentem ameaçadas por propostas que poderiam atrapalhar seu propósito de dominação. Kaddafi ousou propor a criação de uma moeda única africana. Foi assassinado barbaramente, depois de preso, num espetáculo televisivo deprimente. Saddam, no Iraque, deixou irados os poderosos ao começar a vender o petróleo cobrando euros e não dólares. Tais ousadias são inaceitáveis para quem domina a máquina de impressão de dólares. Dólares são aqueles papéis pintados de verde e sem lastro que os Estados Unidos espalham pelo mundo. Seu único lastro é o poderio bélico estadunidense, apoiado pelos sabujos europeus na OTAN.
Nada do que vemos na imprensa é confiável, também quando se trata das crises no Oriente Médio e no Norte da África. Todos jogam um mesmo jogo combinado por um grupo que busca estabelecer, em um prazo não muito longo, um governo mundial. Um governo mundial que pretende colocar de joelhos todas as nações que possuem recursos naturais que interessem ao capital. Soberania é um termo banido dos discursos. Os tratados internacionais tradicionais sobre soberania estão sendo violados todo o tempo.
E fica a pergunta, por fim. Quando chegará a vez da Venezuela, da Argentina e do Brasil, que vêm há algum tempo ousando levantar a cabeça e trilhar seus próprios caminhos de democracia e de regulação social? Chávez já é vítima da guerra suja na imprensa "maior". Sempre se omite que Chávez é eleito democraticamente e que o país vive uma normalidade constitucional. Omitem-se também as melhorias de vida do povo venezuelano. Entretanto, são destacadas as críticas absurdas da envelhecida e empedernida elite venezuelana que foi alijada do poder pelo voto.
Novamente, a Rússia tenta mostrar que isso não passa de um plano externo para "justificar" a tomada do país pelo Império. Não será de se espantar se, em breve, o Conselho de Segurança da ONU aprovar um bloqueio aéreo àquele país. E nós já vimos que o "bloqueio aéreo" na Líbia foi, na verdade, uma autorização para que as grandes economias europeias e a estadunidense despejassem suas bombas em alvos específicos. Esses alvos constituem as bases de poder de defesa do país. É claro que muitos civis serão mortos, mas isso não será assunto a ser destacado pela mídia. Pelo contrário, no mundo ocidental os noticiários ignorarão solenemente esses "acidentes de percurso".
O presidente da Síria já é tratado como "ditador" há tempos na ampla maioria dos nossos meios de imprensa.
Por coincidência, os grandes morticínios de civis atribuídos ao governo sírio intensificam-se quando das visitas de equipes de observadores da ONU e da Liga Árabe. Em meio a tudo isso, numa guerra de informações e contra-informações, o povo sírio percebe que o dia D está se aproximando, e que seu futuro passará para mãos inescrupulosas de grupelhos rebeldes que implantarão um regime de terror e violência cotidiana, tal qual ocorre hoje na Líbia.
A Líbia, antes um país que oferecia condições de bem-estar e segurança à população em geral, é hoje uma terra-de-ninguém. Os donos do poder, lá, agora matam e prendem qualquer cidadão que ouse ter saudades dos tempos em que tinham renda adequada, proteção social nas áreas de saúde, educação e moradia. Os donos do poder açambarcaram os meios de produção, principalmente o petróleo, e seguem, agora, os ditames do capital internacional. Para isso, há que se cortar os benefícios sociais. E isso vem sendo feito com violência, sem qualquer processo que sequer se finja de democrático. Mas isso não incomoda às potências estrangeiras, porque agora essas potências não se sentem ameaçadas por propostas que poderiam atrapalhar seu propósito de dominação. Kaddafi ousou propor a criação de uma moeda única africana. Foi assassinado barbaramente, depois de preso, num espetáculo televisivo deprimente. Saddam, no Iraque, deixou irados os poderosos ao começar a vender o petróleo cobrando euros e não dólares. Tais ousadias são inaceitáveis para quem domina a máquina de impressão de dólares. Dólares são aqueles papéis pintados de verde e sem lastro que os Estados Unidos espalham pelo mundo. Seu único lastro é o poderio bélico estadunidense, apoiado pelos sabujos europeus na OTAN.
Nada do que vemos na imprensa é confiável, também quando se trata das crises no Oriente Médio e no Norte da África. Todos jogam um mesmo jogo combinado por um grupo que busca estabelecer, em um prazo não muito longo, um governo mundial. Um governo mundial que pretende colocar de joelhos todas as nações que possuem recursos naturais que interessem ao capital. Soberania é um termo banido dos discursos. Os tratados internacionais tradicionais sobre soberania estão sendo violados todo o tempo.
E fica a pergunta, por fim. Quando chegará a vez da Venezuela, da Argentina e do Brasil, que vêm há algum tempo ousando levantar a cabeça e trilhar seus próprios caminhos de democracia e de regulação social? Chávez já é vítima da guerra suja na imprensa "maior". Sempre se omite que Chávez é eleito democraticamente e que o país vive uma normalidade constitucional. Omitem-se também as melhorias de vida do povo venezuelano. Entretanto, são destacadas as críticas absurdas da envelhecida e empedernida elite venezuelana que foi alijada do poder pelo voto.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Esse Taques está me saindo pior do que a encomenda
(1jun2012)
(1jun2012)
Taques substitui Kakay para salvar Demóstenes de vexame maior na CPI
Do blog Amigos do Presidente Lula
O senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), recursou a responder perguntas na CPI do Cachoeira, alegando direito de ficar em silêncio para não se incriminar, ao lado de seu advogado Kakay, surpreendentemente agraciado com a generosa assistência do senador Pedro Taques (PDT-MT) .
Esse direito ao silêncio é constitucional para defesa dos réus não produzirem provas contra si, mas é fatal para um parlamentar, representante do povo, que deve explicações à seus eleitores e seu pares.
O silêncio é desmoralização total para um senador. A própria palavra "parlamentar" vem de parla (falar).
O deputado Silvio Costa (PTB-PE) abriu a sessão de criticas, passando um sermão político à Demóstenes.
O senador Pedro Taques (PDT-MT) saiu em defesa do senador eleito pelo DEM, interrompendo constantemente a fala de Silvio Torres, o que levou a tumulto e ao encerramento da sessão pelo presidente da CPI.
Taques errou, e agiu como advogado de defesa de Demóstenes e não como parlamentar. Agiu como linha auxiliar de Kakay.
Costa é tão parlamentar como Taques e Demóstenes. Era um diálogo entre iguais, e não entre réu e promotores como ocorre em tribunais, onde os argumentos de Taques seriam válidos.
Novamente o senador pedetista apequena seu papel político, de senador, ao agir apenas como advogado de defesa de um colega de senado enrolado com o bicheiro.
Novo terminal ferroviário de MT deve escoar 100 mil ton de grãos por dia | Agência T1
(1jun2012)
(1jun2012)
O Terminal Ferroviário de Itiquira será inaugurado amanhã. As obras de construção da ferrovia continuam, em breve chegarão a Rondonópolis e bem depois a Cuiabá. Clique no link a seguir para ver os detalhes no sítio Agência T1.
Universitários de Cuiabá presos em Goiânia com 967 comprimidos de ecstasy
(1jun2012)
(1jun2012)
Dois estudantes universitários de Cuiabá foram flagrados portando 967 comprimidos de ecstasy. O flagrante deu-se no aeroporto de Goiânia quando eles embarcavam para Cuiabá. Os universitários foram presos e responderão a processo por tráfico de drogas.
Um dos presos, Raoni, é estudante de Direito, e sua colega, Ana Flávia, Filosofia.
Uma situação que se lamenta, mas que não deve ser muito incomum. Vários tipos de drogas ilícitas circulam por toda a Cuiabá e por todas as cidades do país (o que não é diferente da quase totalidade do resto do mundo). Mas a notícia que vi no MidiaNews me chamou a atenção por um aspecto. Observe:
Universitária da UFMT é presa com 967 comprimidos de ecstasy
Raoni Silva Correia e Ana Flávia de Luca Moraes foram flagrados no aeroporto de Goiânia
Da Redação
Com informações do G1 GO
Os universitários Raoni Silva Correia, de 24 anos, e Ana Flávia de Luca Moraes, de 21, de Cuiabá, foram presos nesta quinta-feria (31) no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, com 967 comprimidos de ecstasy.
A droga estava fixada nas pernas de Ana Flávia, com fitas adesivas, e em seu sutiã. Eles pegariam o voo das 10h55 com destino a Cuiabá.
A droga seria vendida em festas na Capital. Cada comprimido foi comprado por R$ 14,00 e seria vendido por R$ 35,00.
Raoni cursa o sexto período do curso de Direito em uma universidade particular e Ana Flávia o quinto período de Filosofia na UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso).
“Em virtude da ganância, da corrida atrás do dinheiro, jovens têm interrompido a carreira universitária em busca de lucratividade que o tráfico oferece”, afirmou o delegado Odair Soares.
A dupla está presa na Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) e vai responder por tráfico de drogas
O que me incomodou foi o destaque dado à UFMT tanto no titulo quanto no corpo da matéria. Em geral a mídia apresenta essa separação, essa diferenciação no tratamento entre o que é público e o que é privado. Reparem nos noticiários que, quando qualquer "lambança" envolve o setor privado há um esforço enorme dos informadores para contornar esse dado. Contam o milagre mas não contam o santo. Quando envolve um órgão público, isso aparece com um indisfarçável destaque.
Não proponho que se esconda isso, pois apoio que deva haver transparência em tudo o que se refere à coisa pública. Só gostaria que, quando algo de ruim acontece envolvendo o setor privado, fosse dado um, digamos assim, tratamento isonômico. No caso acima, se a reportagem citou a UFMT, por que não citou a "universidade privada"?
O mesmo se dá, na grande mídia, quando o setor público produz fatos positivos. Só que invertendo os sinais: se possível a mídia não noticia as coisas boas, ou se o faz, faz com muita discrição, sem chamar atenção. Se for obra e mérito de uma ala política que desagrade aos donos dos meios de comunicação, nem uma nota discreta aparece. Já, se um empresário X ou Y faz qualquer coisa que se possa elogiar, isso rende matérias completas, com fotos e mil detalhes. É assim que funciona...
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