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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Ah, Elis Regina... É tão bom voltar a ouvir sua fala
(22dez2014)

Assisti no Youtube a uma entrevista de Elis Regina. Após tantos anos de sua morte, ela vem lentamente desaparecendo da mídia. As imagens que mostram sua força e suas opiniões marcantes, além da beleza em seus gestos e do brilho de seus sorrisos e risadas, foram lentamente esmaecendo em minha memória. Não esquecidas, mas perdendo o brilho. Hoje, seus olhos e sua voz, no vídeo, refizeram e fizeram ainda crescer minha admiração por ela.

O tempo vivido desde então me deu mais critérios para, hoje, entender melhor sobre o que Elis falava.

Uma personalidade inesquecível. Intensa. Íntegra.

O mais interessante é ver o quão atual é sua fala.

Essa entrevista foi concedida na TV Cultura de São Paulo em 5 de janeiro de 1982. Catorze dias depois Elis morreu. Foi sua última entrevista.

Vale a pena conferir. Quem a viu à época refrescará sua memória, reavivando o prazer de revê-la. Quem não a conheceu, os jovens de hoje, aposto que deverão ficar encantados com essa personalidade tão marcante, entendendo que ela não somente cantava, e muito, mas tinha muita clareza sobre o mundo em que vivia.

Pena que ela partiu. Hoje estaria à beira dos 70 anos, e fico imaginando como ela seria hoje em nosso cenário do terceiro milênio caso ela mantivesse essa lucidez e sensibilidade.


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