Quem sou eu

Minha foto
Bebedouro, São Paulo, Brazil
Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

25.000 casos de microcefalia nos EUA por ano
(1fev2016)

Por Jon Rappoport

Postado em 31 de janeiro de 2016 em Co-Creating Our Future on Planet Earth

(Para ler sobre a mega-coleção de Jon, Power Outside The Matrix, clique aqui.)

Microcefalia: bebês nascido com cabeças menores e prejuízo cerebral. Ouviu falar disso? É claro que sim. Grandes experts estão dizendo que ela é causada pelo Zika virus no Brasil.

Eles não sabem como. Eles não sabem porque. Mas estão dizendo isso mais e mais como papagaios bem treinados.

Eles estão dizendo que, de alguma forma, esse virus, que por pelo menos os últimos 60 anos causava somente um pequeno mal-estar, está agora no coração de todos esses novos casos de microcefalia.

Sério? Então, por que há 25.000 casos de microcefalia nos Estados Unidos todo ano?

Para os blogueiros de ciência que vivem no porão das mamães e amam as afirmações dos experts, experimentem isso. Eu darei para vocês a referência integral. Prontos?


"Parâmetro Prático: Avaliação das crianças com microcefalia (um estudo baseado em evidências)", Neurology 2009 Sep 15; 73(11) 887-897; Relatório do Subcomitê de Padrões de Qualidade da Academia Americana de Neurologia e do Comitê de Prática da Sociedade de Neurologia Infantil.

Aqui está a citação valiosa:

"Microcefalia pode resultar de qualquer injúria que perturbe o crescimento cerebral... Anualmente, aproximadamente 25.000 crianças nos Estados Unidos serão diagnosticadas com microcefalia..."


Bang.

Deixem-me esmiuçar essa citação. Microcefalia pode resultar de qualquer injúria precoce ao cérebro. Qualquer.

Isso poderia significar um pesticida altamente tóxico, por exemplo. Poderia significar desnutrição severa e prolongada da mãe. Poderia significar uma substância tóxica injetada na mãe - uma droga de rua ou uma vacina. Poderia significar uma agressão física. Poderia significar uma alta febre crônica da mãe. E assim por diante.

Continuando:: 25.000 casos, não somente uma vez, mas a cada ano nos Estados Unidos, significa o quê? Cristóvam Colombo trouxe, de fato, o Zika virus para a América em 1492, e ele permaneceu dormente por um longo tempo e então, nos tempos modernos explodiu em cena nos Estados Unidos?

Não. 25.000 casos por ano nos Estados Unidos significa que, bem agora, estamos sendo guiados para uma história enganosa e sem sustentação.

É isso o que significa.

Num artigo anterior sobre Zika, eu expus minhas seis principais causas para a microcefalia no Brasil. Nenhuma delas era o virus. Eu citei um estudo que revelava uma ligação entre o pesticida atrazine e a microcefalia. Então, há o Roundup. Em outra peça anterior, eu citei um estudo ligando aquele herbicida à microcefalia. Etc., etc.

Se vocês lerem cuidadosamente as histórias na grande mídia nesses dias, vocês irão perceber que até ali a hipótese Zika está estremecida, para dizer o mínimo. Aqui vai um bocadinho:

Começo com um parágrafo enterrado em uma notícia da Reuters intitulada "Race for Zika vaccine gathers momentum as virus spreads” (Corrida por vacina para Zika ganha velocidade à medida que o virus se espalha):

"Zika era vista como uma doença relativamente suave até que autoridades de saúde brasileiras a identificaram como um caso de preocupação para mulheres grávidas. Embora uma relação causal não tenha sido estabelecida, cientistas suspeitam fortemente da existência de uma ligação entre Zika e milhares de crianças nascidas no Brasil com cabeças anormalmente pequenas, defeitos cerebrais e visão debilitada."

Sem relação causal estabelecida. Cientistas suspeitam fortemente. Bem, assim se faz isso. Isso sela o acordo. Eu suspeito fortemente que formigas que comem peras marrons estarão aptas a pitolar espaçonaves para o interior da Via Láctea.

Aqui está um artigo de Quartz (qz.com) intitulado "That 'baby-brain-shrinking virus' has made it to the US":

"A verdadeira preocupação, conforme o ministro da saúde do Brasil vem avisando seus cidadãos, é a suspeita - ainda não provada - de que mulheres que tiveram Zika podem dar à luz crianças com microcefalia, uma enfermidade neurológica que lhes ocasiona cérebros anormalmente pequenos."

Suspeita. Ainda não provada.

O artigo continua:

"Estima-se que um surto, em 2007, [de Zika] nas ilhas Yap, na Micronésia, afetou cerca de 75% da população de cerca de 12.000 pessoas, e um surto em 2013 na Polinéria Francesa afetou cerca de 28.000 dos 270.000 residentes. Nenhuma dessas epidemias causou um aumento em microcefalia [bebês com cabeças pequenas, danos cerebral]."

Quem se importa? Simplesmente afirme que a Zika é a causa da microcefalia. Simplesmente diga que ela é. Isso é suficiente, não é? Laranjas causam cancer. Pães sem gluten causam pólio.

Na BBC, 28 de janeiro, "Zika virus: mais de quatro milhões de casos previstos":

"...tem havido um agudo crescimento nos níveis de microcefalia - bebês nascidos com cabeças anormalmente pequenas - e na rara enfermidade do sistema nervoso chamada síndrome de Guillain-Barre. A ligação entre o virus e essas doenças ainda não foi confirmada, mas a Dra. Chan [Diretora Geral da Organização Mundial da Saúde] disse que isso era 'fortemente suspeitado" e que era "profundamente alarmante".

Eu posso suspeitar fortemente de alguma coisa e então ficar profundamente alarmado por ela, mas eu não chamarei isso de ciência. A Dra. Chan segue um caminho diferente. Bem ela é uma Geral. Isso confere a ela certo privilégios, não é? Tropas, mapas, satélites de GPS, dólares das Nações Unidas.

Se ela realmente quer fazer algo valioso, aqui vai minha sugestão. Eu sei que ela não iria, mas... mande uma centena de cientistas e técnicos verdadeiramente independentes, e faça-os testar todas aquelas mães brasileira que tenham tido bebês com cabeças pequenas e danos cerebrais. E testem os bebês também. Esqueçam os inúteis anticorpos e os procedimentos PCR. Peguem sangue e amostras de tecidos e os ponham num microscópio eletrônico. Vejam se vocês noticiam montes e montes de Zika virus - isto é, se vocês já souberem com o que o Zika se parece. Se vocês não encontrarem montes de Zika - e eu estou apostando que não vão - empacotem tudo, venham para casa, e comecem a pensar sobre o motivo de o virus estar sendo usado como uma história de acobertamento para o que etá de fato causando a microcefalia. Então vocês poderão chegar verdadeiramente a algum lugar.

Mas chegar a algum lugar não é o trabalho da Organização Mundial de Saúde. Mentir é.


Jon Rappoport é autor de três explosivas coleções, THE MATRIX REVEALED, EXIT FROM THE MATRIX, e POWER OUTSIDE THE MATRIX, Jon foi um candidato para um assento no Congresso pelo 29º Distrito de Columbia. Ele mantém um consultório para clientes privados com o propósito de expansão do poder criativo pessoal. Indicado para um Prêmio Pulitzer, tem trabalhado como reporter investigativo por 30 anos, escrevendo artigos sobre política, medicina e saúde para CBS Healthwatch, LA Weekly, Spin Magazine, Stern, e outros jornais e revistas nos Estados Unidos e na Europa. Jon realizou palestras e seminários sobre política global, saúde, lógica e poder criativo para audiências em todo o mundo. Você pode se inscrever para o seus e-mails gratuitos do NoMoreFakeNews aqui pelos e-mails gratuitos do OutsideTheRealityMachine aqui.

Tradução: Aquiles Lazzarotto