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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Farsa do Aquecimento Global levou cientista a se desfiliar da American Physical Society
(29out2014)

Publicada no sítio do Telegraph em 9/10/2010, traduzo aqui alguns trechos de longa carta enviada pelo Professor Hal Lewis à American Physical Society em que solicita seu desligamento daquela instituição. Somente agora, quatro anos depois, seguindo uma série de links, tomei conhecimento dessa notícia, e considerei relevante compartilhá-la aqui, uma vez que o tema me interessa e sobre ele já postei:

Não houve aquecimento global nos últimos 15 anos (1fev2012)

Aquecimento global: origem e natureza do alegado consenso científico (4fev2012)

- Molion (histeria) | 10 x 0 | Fearnside (aquecimento) (8fev2012)

Em 2000, o geólogo Geraldo Lino já desnudava as raízes das crises mundiais atuais (17fev2012)


Atualmente já é possível perceber que o termo Aquecimento Global está sendo abandonado, passando a se tratar de Mudanças Climáticas, em seu lugar. As previsões catastróficas sobre o rápido aquecimento não foram confirmadas pelos fatos. Mas, a essência da insistência sobre o tema continua a mesma: a implementação da Economia Verde, de grande interesse para o capital para o estabelecimento de mais uma forma de dominação e controle na economia e na política mundial.

A íntegra da carta de Hal Lewis, em inglês, encontra-se no link que apresentei acima, do Telegraph, e nela o Professor apresenta em maiores detalhes suas motivações.

* * * * * * * *

Professor Emérito Hal Lewis demite-se da American Physical Society 


O que se segue é uma carta à Sociedade Americana de Física lançada a público pelo Professor Emérito de Física Hal Lewis, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara.

Enviado: sexta-feira, outubro 8, 2010 17:19 Hal Lewis 
De: Hal Lewis, da Universidade da Califórnia, Santa Barbara 
Para: Curtis G. Callan, Jr., da Universidade de Princeton, presidente da Sociedade Americana de Física 
06 de outubro de 2010 

Caro Curt: 
Quando entrei pela primeira vez na American Physical Society (APS), 67 anos atrás, ela era muito menor, muito mais suave e, no entanto, não corrompida pela inundação de dinheiro (uma ameaça contra a qual Dwight Eisenhower alertou meio século atrás). 
Na verdade, a escolha da física como profissão era então uma garantia de uma vida de pobreza e de abstinência – foi a Segunda Guerra Mundial que mudou tudo isso. A perspectiva de ganho mundano apossou-se de alguns físicos. Tão recentemente quanto 35 anos atrás, quando eu presidi o primeiro estudo da APS de uma questão controversa social / científica, “O Estudo da Segurança Nuclear”, embora houvesse fanáticos em grande quantidade no exterior, não havia nenhum indício de pressão excessiva sobre nós como físicos. Estávamos, portanto, capacitados a produzir o que eu acredito que tenha sido uma avaliação honesta da situação naquele momento. Fomos mais habilitados pela presença de um comitê de supervisão constituído por Pief Panofsky, Vicki Weisskopf e Hans Bethe, todos eles físicos imponentes irrepreensíveis. Eu estava orgulhoso do que fizemos em uma atmosfera carregada. No final, o comitê de supervisão, no seu relatório ao Presidente APS, observou a completa independência com que se fez o trabalho, e previu que o relatório seria atacado pelos dois lados. Que tributo maior poderia haver? 
Como é diferente agora. Os gigantes já não caminham sobre a terra, e a inundação de dinheiro tornou-se a razão de ser de grande parte da pesquisa física, o sustento vital de muito mais, e fornece o suporte para um número incontável de empregos profissionais. Por razões que logo ficarão mais claras, o meu antigo orgulho em ser uma membro da APS por todos estes anos foi transformado em vergonha, e eu sou forçado, sem nenhum prazer, a oferecer-lhe a minha demissão da Sociedade. 
É claro, a farsa do aquecimento global, com os (literalmente) trilhões de dólares a conduzi-la, que corrompeu tantos cientistas, e levou a APS à sua frente como uma onda gigantesca. É a maior e mais bem sucedida fraude pseudocientífica que eu já vi em minha longa vida de físico. Qualquer pessoa que tenha a menor dúvida de que isso é assim deve forçar-se a ler os documentos ClimateGate, que a deixam nua. (O livro de Montford organiza os fatos muito bem.) Eu não acredito que qualquer físico verdadeiro, ou qualquer cientista, possa ler esse material sem sentir repulsa. Gostaria quase de fazer com que repulsa fosse uma definição da palavra cientista.
[...]
A direção da APS tem jogado com o problema desde o início, para suprimir conversas sérias sobre os méritos das reivindicações de mudanças climáticas. Você imagina por que eu perdi a confiança na organização? 
Eu sinto a necessidade de acrescentar uma nota, e isso é conjectura, uma vez que é sempre arriscado discutir os motivos das outras pessoas. Este esquema na alta direção da APS é tão bizarro que não pode haver uma explicação simples para isso. Alguns defenderam que os físicos de hoje não são tão inteligentes como eles costumavam ser, mas eu não acho que isso seja um problema. Eu acho que é o dinheiro, exatamente sobre o que Eisenhower alertou meio século atrás. De fato, há trilhões de dólares envolvidos, para não falar da fama e glória (e frequentes viagens a ilhas exóticas) que derivam de se ser um membro do clube. Seu próprio Departamento de Física (do qual você é presidente) iria perder milhões por ano, se estourasse a bolha do aquecimento global. [...] Como diz o velho ditado, você não tem que ser um meteorologista para saber para que lado o vento está soprando. Como eu não sou filósofo, não vou explorar sobre justamente em que ponto o autointeresse esclarecido cruza a linha da corrupção, mas uma leitura cuidadosa dos lançamentos ClimateGate deixa claro que esta não é uma questão acadêmica. 
Eu não quero participar disso; então, por favor, aceite meu pedido de demissão. A American Physical Society já não me representa, mas espero que ainda sejamos amigos. 
Hal

sábado, 11 de outubro de 2014

Jornalista alemão denuncia: "respeitáveis" jornalistas recebem propina para serem pró-americanos
(11out2014)

O texto a seguir é uma razoável (sofrível) tradução de postagem feita por Laura Bruno em seu blog:
Udo Ulfkotte, jornalista alemão, revela ligações de jornalistas com a CIA. Ele decidiu falar porque está envergonhado com os rumos que a mídia promove a guerra. Ele admite ter recebido subornos e descreve a Alemanha como uma colônia dos Estados Unidos. Todos os "respeitáveis" jornais ou empresas de notícias alemães são "convidados" de organizações transatlânticas que esperam notícias, artigos e coberturas jornalísticas pró-americanos em troca de suborno e cidadania honorária. Isso está acontecendo na Alemanha, mas ele suspeita que que seja o mesmo caso especialmente com Inglaterra, Israel, Austrália, Nova Zelândia, Taiwan e muitos outros países (provavelmente, ao que me parece, também no Brasil) onde você encontra pessoas que se proclamam jornalistas respeitáveis,mas se você olhar por detrás você descobrirá que são marionetes nas cordas manipuladas pela CIA.
Um vídeo necessário para quem pensa que os "teóricos da conspiração" são idiotas quando proclamam que a grande mídia mente e que a CIA está infiltrada em tudo visando construir uma realidade de consenso.

O vídeo é em inglês, mas é bastante acessível para quem tem um pouco de conhecimento daquela língua, pois trata-se de um alemão falando inglês, e o faz com uma pronúncia bem clara.


O vídeo está postado no Youtube. Veja neste link informações sobre quem é Udo Ulfkotte.


Atualização em 25 de novembro de 2014:

Publicada hoje no sítio Viomundo, com o título "Jornalista alemão denuncia controle da CIA sobre a mídia", a transcrição da entrevista de Udo Ulfkotte:
Sou jornalista há 25 anos, e fui criado para mentir, trair, e não dizer a verdade ao público. Mas vendo agora, e nos últimos meses, o quanto … como alemão a mídia dos EUA tentar trazer a guerra para os europeus, para trazer a guerra à Rússia. Este é um ponto de não retorno, e eu vou me levantar e dizer … que o que eu fiz no passado, não é correto, manipular as pessoas, para fazer propaganda contra a Rússia e o que os meus colegas fizeram no passado, porque eles são subornados para trair o povo, não só na Alemanha, mas de toda a Europa.

A razão para este livro é que estou muito preocupado com uma nova guerra na Europa, e eu não quero de novo a situação, porque a guerra nunca vem de si mesmo, há sempre pessoas atrás que levam à guerra, e não é só políticos, jornalistas também.
Eu só escrevi no livro sobre como traimos no passado nossos leitores apenas para empurrar para a guerra, e porque eu não quero isso, eu estou cansado dessa propaganda. Nós vivemos em uma república de bananas, não é um país democrático, onde teríamos a liberdade de imprensa, direitos humanos.
[...]
Se você olhar para a mídia alemã, especialmente os meus colegas que, dia após dia, escrevem contra os russos, que estão em organizações transatlânticas, que são apoiados pelos Estados Unidos para fazer isso, pessoas como eu. Eu me tornei um cidadão honorário do Estado de Oklahoma. Por que exatamente? Só porque eu escrevia pró-Estados Unidos. Eu escrevia pro-Estados Unidos e fui apoiado pela Agência Central de Inteligência, a CIA. Por quê? Porque eu tinha que ser pró-americano.
Estou cansado disso. Eu não quero! E assim que eu acabei de escrever o livro — não para ganhar dinheiro, não, ele vai me custar um monte de problemas — só para dar às pessoas, neste país, a Alemanha, na Europa e em todo o mundo, apenas para dar-lhes um vislumbre do que se passa por trás das portas fechadas.
[...]
Sim, existem muitos exemplos disso: se você voltar na história, em 1988, se você for ao seu arquivo, você encontrará em março de 1988 que os curdos do Iraque foram atacados com gás tóxico, o que se tornou conhecido em todo o mundo. Mas em julho de 1988, eles [o jornal alemão] me mandaram para uma cidade chamada Zubadat, que fica na fronteira entre Iraque e Irã.
Foi na guerra entre iranianos e iraquianos, e eu fui enviado para lá para fotografar como os iranianos tinham sido atacados com gases venenosos, gás venenoso alemão. Sarin, gás mostarda, fabricado pela Alemanha. Eles foram mortos e eu estava lá para tirar fotos de como essas pessoas foram atacadas com gás venenoso da Alemanha. Quando voltei para a Alemanha, só saiu uma pequena foto no jornal, o Frankfurter Allgemeine, e saiu apenas uma pequena seção sem descrever como era impressionante, brutal, desumano e terrível, matar … matar, décadas após a Segunda Guerra Mundial, o povo com gás venenoso alemão.
Foi uma situação em que eu me senti abusado por estar lá apenas para fazer um documentário sobre o que tinha acontecido, mas não estar autorizado a revelar ao mundo o que tínhamos feito atrás das portas fechadas. Até hoje, não é bem conhecido do público alemão que havia gás alemão, houve centenas de milhares de pessoas atingidas nesta cidade de Zubadat.
Agora, você me perguntou o que eu fiz para as agências de inteligência. Então, por favor, entenda que a maioria dos jornalistas que você vê em outros países afirmam ser jornalistas, e eles poderiam ser jornalistas, jornalistas europeus ou americanos … mas muitos deles, como eu no passado, são supostamente chamado de “informantes não-oficiais”.
É assim que os americanos chamam. Eu era um “informante não-oficial”. A cobertura extra-oficial, o que isso significa?
Isso significa que você trabalha para uma agência de inteligência, você os ajuda se eles querem que você para ajude, mas nunca, nunca [...] quando você for pego, se descobrem que você não é só um jornalista, mas também um espião, eles nunca dirão “era um dos nossos.”
Isso é o que significa uma cobertura extra-oficial. Então, eu ajudei-os várias vezes, e agora eu me sinto envergonhado por isso também. Da mesma forma que eu sinto vergonha de ter trabalhado para jornais como o Frankfurter Allgemeine, porque eu fui subornado por bilionários, subornado pelos norte-americanos para não refletir com precisão a verdade .
[...]
Eu só imaginava, quando eu estava no meu carro para vir a esta entrevista, tentei perguntar o que teria acontecido se eu tivesse escrito um artigo pró-russo no Frankfurter Allgemeine. Bem, eu não sei o que teria acontecido. Mas todos nós fomos ensinados a escrever artigos pró-europeus, pró-americanos, mas por favor não pró-russos. Portanto, estou muito triste por isso …. Mas não é assim que eu entendo a democracia, a liberdade de imprensa, e eu realmente sinto muito por isso.
[...]
Sim, eu entendi a pergunta. A Alemanha ainda é uma espécie de colônia dos EUA, você verá em muitos aspectos; como [o fato de que] a maioria dos alemães não querem ter armas nucleares em nosso país, mas ainda temos armas nucleares americanas.
Então, sim, nós ainda somos uma espécie de colônia americana e, por ser uma colônia, é muito fácil de se aproximar de jovens jornalistas através de (e isso é muito importante) organizações transatlânticas.
Todos os jornalistas de jornais alemães altamente respeitados e recomendados, revistas, estações de rádio, canais de TV, são todos membros ou convidados destas grandes organizações transatlânticas. E nestas organizações transatlânticas, você é abordado por ser pró-americano. Não há ninguém que vem a você e diz: “Nós somos a CIA. Gostaria de trabalhar para nós? “. Não! Esta não é a maneira que acontece.
O que essas organizações transatlânticas fazem é convidá-lo para ver os Estados Unidos, pagam por isso, pagam todas as suas despesas, tudo. Assim, você é subornado, você se torna mais e mais corrupto, porque eles fazem de você um bom contato. Então, você não vai saber que esses bons contatos, digamos, não-oficiais, são de pessoas que trabalham para a CIA ou outras agências dos EUA.
Então, você faz amigos, você acha que você é amigo e você vai cooperar com eles. E se perguntam: “Você poderia me fazer um favor?”. Em seguida, seu cérebro passa por uma lavagem cerebral. A pergunta: é apenas o caso com jornalistas alemães? Não! Eu acho que este é particularmente o caso com jornalistas britânicos, porque eles têm uma relação muito mais próxima. Também é particularmente o caso com jornalistas israelenses. É claro que com jornalistas franceses, mas não tanto como com os jornalistas alemães ou britânicos.
Este é o caso para os australianos, os jornalistas da Nova Zelândia, de Taiwan e de muitos países. Os países do mundo árabe, como a Jordânia, por exemplo, como Omã. Há muitos países onde você encontra pessoas que se dizem jornalistas respeitáveis, mas se você olhar para trás, você vai descobrir que eles são fantoches manipulados pela CIA.
[...]
Desculpe-me por interrompê-lo, dou-lhe um exemplo. Às vezes, as agências de inteligência vêm para o seu escritório e sugerem que você escreva um artigo. Dou-lhe um exemplo, não de um jornalista estranho, mas de mim mesmo. Eu só esqueci o ano. Só me lembro que o serviço de inteligência alemão no exterior, o Serviço Federal de Inteligência da Alemanha (isto é apenas uma organização irmã da Agência Central de Inteligência) veio ao meu escritório Frankfurter Allgemeine em Frankfurt. Eles queriam que eu escrevesse um artigo sobre a Líbia e o coronel Kadafi. Eu não tinha absolutamente nenhuma informação secreta sobre Kadafi e Líbia. Mas eles me deram toda a informação em segredo, só queriam que eu assinasse o meu nome.
Eu fiz isso. Mas foi um artigo que foi publicado no Frankfurter Allgemeine, que originalmente veio do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha, a agência de inteligência no exterior. Então, você realmente acha que isso é jornalismo? As agências de inteligência escreverem artigos?
[...]
Oh sim. Este artigo é parcialmente reproduzida no meu livro, este artigo foi “Como a Líbia e o coronel Kadafi secretamente tentam construir uma usina de gás tóxico em Rabta”. Acho que foi Rabta, sim. E eu tenho toda essa informação… foi uma história que foi impressa em todo o mundo, alguns dias depois. Mas eu não tinha nenhuma informação sobre o assunto e  foi a agência de inteligência que me sugeriu escrever o artigo. Então isso não é como o jornalismo deve funcionar, as agências de inteligência decidirem o que é publicado ou não.
[...]
Eu tive uma, duas, três … seis vezes a minha casa foi revistada, porque eu tenho sido acusado pelo procurador-geral alemão pela divulgação de segredos de Estado. Seis vezes invadiram a minha casa! Bem, eles esperavam que eu nunca iria me recuperar. Mas eu acho que é pior, porque a verdade virá à tona um dia. A verdade não vai morrer. E eu não me importo com o que acontecer. Eu tive três ataques cardíacos, não tenho filhos. Então, se eles querem me processar ou me jogar na cadeia… é pior para a verdade.

PS do Viomundo: Quem serão as fontes não oficiais da CIA no Brasil?

domingo, 5 de outubro de 2014

Ciência caminha para o que acreditávamos ser coisa de lunáticos
(3out2014)

Destaco algumas postagens do sítio Inovação Tecnológica que mostram que a Ciência atual caminha para muito do que acreditávamos que só poderia ser ficção científica. Um futuro que até então parecia distante, ou mesmo "cientificamente" impossível, aproxima-se velozmente, provavelmente confirmando teses caras aos defensores de que estamos no portal de uma Nova Era.

No artigo Motor quântico gera trabalho sem produzir nenhum atrito, informa-se que cientistas trabalham sobre um motor "que opera com atrito zero e, ainda assim, gera um trabalho". Cientistas do Laboratório Nacional de Los Alamos (EUA) "mostraram a possibilidade de construção de um motor 'super-adiabático', cujo funcionamento pode ser revertido sem qualquer dissipação de energia". Teria chegado a hora de rever nossos conceitos de termodinâmica?

Diagrama de pressão-volume do motor de ciclo Otto quântico. [Imagem: Campo, et al - 10.1038/srep06208, apud sítio Inovação Tecnológica]
No artigo Inflação cósmica balança, multiverso ganha firmeza, pode-se ler a declaração do cientista Paul Steinhardt, da Universidade de Princeton, um dos criadores da teoria inflacionário para o universo, o seguinte, em entrevista à revista New Scientist:
"O problema mais profundo é que, uma vez que a inflação começa, ela não termina da forma como estes cálculos simplistas sugerem. [...] Em vez disso, devido à física quântica, ela leva a um multiverso, onde o universo de divide em um número infinito de fragmentos. Os fragmentos incluem todas as propriedades concebíveis conforme você vai de um para o outro. Assim, não faz nenhum sentido dizer o que a inflação prevê, exceto dizer que ela prediz tudo. Se for fisicamente possível, então acontece no universo."
Por fim, por enquanto, o artigo Teólogo medieval antecipou teoria cosmológica atual aponta que cientistas "descobriram que um teólogo inglês previu a ideia dos multiversos em 1225". No tratado De Luce (Sobre a Luz), Robert Grosseteste, teólogo medieval, "propôs que o universo concêntrico começou com um flash de luz, que empurrou tudo a partir de um ponto minúsculo, formando uma grande esfera". Grosseteste propõe, também, "que a luz e a matéria são intimamente relacionadas - essencialmente acopladas".

A coincidência entre a cosmologia atual e o modelo proposto por Robert Grosseteste em 1225 é impressionante - e leva aos mesmos gargalos. [Imagem: McLeish et al., apud sítio Inovação Tecnológica]

Bibliografia citada nas postagens:

Campo, Adolfo del; Goold, J.; Paternostro, Mauro. More bang for your buck: Super-adiabatic quantum engines. Nature Scientific Reports, vol.: 4, Article number: 6208, DOI: 10.1038/srep06208.

McLeish, Tom C. B.; Bower, Richard G.; Tanner, Brian K.; Smithson, Hannah E.; Panti, Cecilia; Lewis, Neil; Gasper, Giles E. M.. History: a medieval multiverse. Nature, vol.:507, 161-163. DOI: 10.1038/507161a.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Agora não é mais só uma eleição. Agora é a História.
(2out2014)

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço


Não é difícil perceber que se formou, nestes dias finais da campanha eleitoral do primeiro turno (e talvez da própria campanha eleitoral), uma imensa e tresloucada aliança do conservadorismo brasileiro.

Um clima histérico que capturou, admita-se, parte da classe média e da mediocridade fútil que foi entronizada pela mídia como sendo a “inteligência” brasileira.

Chegamos aos píncaros de uma onda de pessimismo que não encontra base nos fatos profundos da economia – não há desemprego, não há queda violenta do poder de compra da população, não há uma crise social como tantas que vimos em nossa história – e muito menos nos da política, porque jamais vivemos numa democracia formal tão completa como hoje, embora os imbecis chamem a tudo de “perigo vermelho”, 50 anos atrasados em sua guerra-fria neurótica.

Mas os jornais publicam um país que arde: as bolsas despencam, o “mercado” incorpóreo prevê o desastre e embolsa lucros milionários.

Mas o outro mercado, o da esquina, faz tempo que não tira a plaquinha do “estamos contratando”.

O debate nacional se reduz à pobreza mental do aparelho excretor de Levy Fidélix, como se Levy Fidélix e a polivalência de aparelhos excretores fossem as causas nacionais e este não fosse um país que tenta se livrar de sua condição histórica de colônia.

Um Brasil que pode e vai assumir seu papel de um dos gigantes do mundo, já não só pela sua “própria natureza”, e não mais ser, me perdoem, o cu da Terra.

Mas é assim a alienação de nossas classes médias transformadas em diletantes do voto: o ator americano que faz o papel de Hulk ou a neurose fanática do pecuniário pastor Malafaia contam mais que o aumento do salário mínimo que alimenta melhor 40% dos 200 milhões de brasileiros.

Ou que os espelhinhos energéticos da Siemens (caríssimos, aliás) fossem nos prover da gigantesca energia de que precisamos e nos fizessem guardar para os espertos o petróleo do pré-sal. Ou se um país pudesse se desenvolver sem portos, ferrovias, gasodutos, estradas, transportes.

Assim é, em tudo, a manipulação que nos impõem, como se fôssemos um bando de tolos e superficiais.

O que teria ou não teria dito um safardana que foi demitido da Petrobras e ao qual se promete o perdão de anos de cadeia por todos os roubos se envolver neles os que o demitiram de lá (perdão que faria um desqualificado moral que, a esta altura, acusaria a própria mãe) flui, anônima e criminosamente, de meia dúzia de meganhas e promotores que podem dizer o que quiserem, na sombra do que seria, no mínimo, a violação dos seus deveres funcionais, mas os confessados e comprovados aeroportos privados e jatinhos de caixa-2, ah, estes repousam no silencioso limbo da conveniência.

Em tudo se tenta distrair o povo brasileiro do que está por trás da eleição.

É preciso que se deixe de olhar para a história deste país infelicitado por quase ininterruptos 512 anos de governos de elites coloniais, daqui e de fora, para que se atribua a quem nos tenta tirar daí a culpa pelas carências e roubalheiras que nos marcaram por séculos.

É preciso transformar em tolos ou corruptos quem tem trajetória de luta, de honradez, de amor ao povo brasileiro e que não se serviu dele para exibir-se como um exotismo manso e servil aos senhores de nossa escravidão histórica.

O povo brasileiro a tudo vem resistindo, na sua sabedoria inconsciente, aquela que se forma apenas pela força irresistível da realidade, que é o único componente da verdade que não se forma com fumaça e que, por isso, não se esfumaça com os dias.

Hoje não é dia mais de dados, de números, de “denúncias”.

Nada disso importa mais, porque nossa imprensa e nossas classes dominantes transformaram dados, números e “denúncias” em panfletos imundos que se penduram nas bancas de jornal ou se exibem na tela das televisões. O nosso povão, na sabedoria que lhe vem da vida e da pele, na sua maioria, já o entendeu e o repele.

Hoje e os próximos três dias são de honradez, de altivez, de dignidade e, por isso, de absoluta tranquilidade.

Sabemos contra o que lutamos e pelo que lutamos.

A nossa causa é digna, é bonita, é humana, é generosa.

A deles, é feia, sombria, perversa e, por isso, precisa revestir-se de mil mentiras e das falsas juras de quem há muito entregou sua fé, como Judas, pelos trinta dinheiros com que os novos (e eternos) romanos compram alguns de nossos filhos.

Os que representam a causa do povo brasileiro, nestes dias finais, devem se sublimar.

Banharem-se na serenidade dos que sabem que sentem a razão e o destino a seu lado.

Distantes do ódio, do nervosismo e dos medos, inseguranças próprias de cada um e de todos nós, seres humanos.

Há momentos em que as circunstâncias são o senhor supremo nossos atos e decisões.

Porque é a hora que faz os grandes e aqueles que apenas planejam sê-lo declinam quando chega o momento da verdade.

Este é o instante em que já não somos apenas nós mesmos, mas somos o passado mesclado ao futuro, somos nossos pais e nossos filhos, somos negros, pardos, brancos, índios, somos esta massa diversa, fervilhante e teimosa que é o povo brasileiro.

A História, esta força imensa que habita em cada um de nós, nos absorve quanto mais a amamos.

E, quando amamos agudamente, temos a confiança dos amantes e deixamos que ela nos possua e fale por nossa boca.

E as palavras, então, tornam-se invencíveis.

* * *
Tenho buscado, e conseguido, não me afundar no mar de ressentimentos e ódios plantados principalmente pela grande mídia. No entanto, o texto acima coincide bastante com minha percepção do momento político que agora testemunhamos.

O mundo não está para brincadeiras, e basta dar uma olhada de relance nos noticiários para vermos que muitas guerras estão estourando, muita gente está sendo morta nos mais diversos cantos do mundo. Em praticamente todos esses casos há recursos naturais e energéticos envolvidos. O Brasil, com suas reservas naturais e com seu potencial de crescimento autônomo é, e será cada vez mais, alvo da ganância internacional. Daí minha preocupação em entregarmos nosso destino a alguém que correrá para o colo do Império, abrindo mão de nossa soberania e de nosso potencial protagonismo na criação de alternativas globais ao neoconservadorismo.

Nosso país é hoje citado em sítios da internet de praticamente todos os países deste mundo como fazendo parte de uma resistência possível ao avanço das políticas regidas por Wall Street e pela City de Londres. O aprofundamento das alianças latino-americanas, bem como a implementação dos projetos conjuntos com os BRICS são, por agora, uma alternativa possível para tentarmos escapar do mesmo aviltamento que o FMI e o Banco Mundial vêm impondo às populações de diversos países, mais visivelmente os europeus. Precisamos estar comprometidos, enquanto nação, com a criação de um sistema financeiro que permita aos países em desenvolvimento trilharem caminhos mais humanos e com desenvolvimento de cunho social. Nós, seres humanos, e não o mercado ou o lucro, somos a razão da existência de tudo. Se perdermos essa dimensão do sentido da vida e da política, seremos subumanos, uma coisa, uma mercadoria para ser manejada tal qual um rebanho de gado pelos ricos e poderosos.

Meu desejo, neste momento, é para que os nossos corações sejam iluminados por uma chama amorosa que nos permita enxergar em cada ser humano uma extensão de nós mesmos. Portanto, cada ser humano é digno de nosso respeito e deve ser honrado, qualquer que seja a expressão de sua visão de mundo. Os epítetos jocosos e as desqualificações de adversários são desnecessários e não levam a nada que não seja a produção de rancores e ressentimentos. Espero que o Universo conspire em nosso favor, e fico confiante de que o melhor acontecerá. 

Boa eleição para todos!

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Um salutar pontapé da música em minha vida
(1out2014)

Nos idos de 1974 chegava eu, aos 17 anos, à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro para iniciar meu curso de graduação em Geologia. Feliz, vindo de uma cidade do interior de São Paulo que ficava a uma distância de 800 quilômetros, vivia cada momento daqueles dias com um sorriso que insistia em ficar estampado em minha face. Eu estava imbuído de diversas responsabilidades. A responsabilidade de morar longe dos pais, a de viver com recursos bastante escassos, a de dar conta dos estudos universitários, a de corresponder à altura à chance que recebia de estudar em uma escola superior pública. Tudo isso bailava em minha cabeça com muita clareza. Tudo isso me fazia também feliz por ter tanta confiança depositada em minhas seriedade e capacidade.

Todo esse tempo me veio vividamente agora quando por uma dessas buscas pela internet encontrei vídeos de um coro da ópera Nabuccodonosor, o Va pensiero. Assim que as aulas do primeiro semestre começaram, minha sala foi visitada por um pessoal do Coral da UFRRJ, convidando os calouros para nele ingressarem. Venci minha timidez e caipirice interiorana e lá fui eu, na quinta-feira à noite, para ensaiar no coral. Daí, foram seis anos de participação, sendo quatro como aluno e dois como professor daquela universidade. Eu já havia cantado em períodos pequenos no Coral de Bebedouro, com o Maestro Pedro Pellegrino, de saudosa memória, mas eu era um menino e o coral era de adultos, o que fazia com que eu me sentisse bastante deslocado e inútil para o grupo.

No Coral da UFRRJ, regido pelo Maestro Nelson Nilo Hack, com o acompanhamento de Leopoldo Touza ao piano, aprendi, já adulto, uma enormidade sobre música, história e vida. O coral é um espaço privilegiado da diversidade e do aprendizado de convivência com as diferenças, unindo-as para consoarem, para se harmonizarem e produzirem um som único, de conjunto.

O Va pensiero foi uma das primeiras músicas que ali ensaiei e cantei. Língua estrangeira, partitura em mãos  com todos aqueles signos da escrita musical que eu buscava decodificar na forma de sons. O Maestro fazia um trabalho fenomenal ao apresentar essas obras contextualizando-as, traduzindo-as e buscando nosso entendimento do seu significado para colocarmos nas vozes e nas nossas expressões aquilo que entendíamos que correspondia aos textos e músicas que apresentávamos.

Fizemos naqueles anos diversos coros de grandes obras da história da música ocidental, e esse contato levou-me a querer conhecer mais de músicas, o que me levou a, hoje, poder apreciar um leque bastante ampliado e diversificado de gêneros musicais. Sou grato à sincronicidade de eventos que me levou a trilhar esse caminho. Se o pessoal, juntamente com o Maestro, não tivesse ido à minha sala de aula, muito provavelmente eu não teria o impulso de ir até o coral, dado, como já mencionei, a minha caipirice, uma timidez acachapante à época. Enfrentar palcos e um grupo multifacetado como aquele foram ingredientes importantes para que eu pudesse sobrepujar essa timidez. Fui monitor por dois anos e acabei me tornando um professor, encarando cotidianamente uma plateia geralmente bastante exigente. É certo que o coral tenha sido um dos catalizadores para que se desse esse desdobramento.

No meio musical, ao qual permaneci vinculado ainda por muitos anos, participando de corais e de grupos vocais aqui no Mato Grosso, pude conhecer grandes nomes da cena musical brasileira, bem como pesquisadores da educação musical. Fiz cursos, participei de oficinas e de painéis de regentes corais, estive a pouco de me tornar um regente coral de fato (por sorte, o mundo ficou livre dessa possibilidade pois eu me considerava, e era, um regente bem fraquinho), participei de concertos nas mais importantes cidades do Brasil e em algumas poucas no exterior. Mais importante do que tudo isso: fiz amizades muito especiais com pessoas dos mais variados matizes culturais, as quais acrescentaram e acrescentam muito à minha vida e enriquecem minhas memórias.

Os rumos que minha vida tomou foram sempre muito diferentes daquilo que eu planejava, daquilo que eu pretendia que fosse. Sinto que a música, e todo o seu entorno, tenha me dado um pontapé que me tirou do rumo a que me propunha quando jovem. E quando parei de "sofrer" por causa dos planos não realizados percebi que a vida me mostrava um trajeto muito mais rico e significativo do que o que qualquer dos meus planos poderia me trazer. Compreendi que somente planejamos com base no vivido e, muitas vezes, no que o meio social nos cobra como sendo o caminho ideal. Assim, jogamos para o futuro uma mera ampliação daquilo que conhecemos e do que somos capazes de entender nos anseios de nosso meio social. Ou seja, um futuro limitado ao passado ou pela nossa compreensão fragmentária de concepções alheias. Quando somos empurrados para o novo, para o inesperado, há uma incômoda sensação de desequilíbrio, de perda de controle. Isso, até percebermos que viver é, e deve ser, estar em constante desequilíbrio. Para que um pé se desloque para a frente, precisamos desequilibrar nosso corpo para a frente, e depois de novo, para que o outro pé se desloque, e assim sucessivamente. O equilíbrio de fato somente acontece quando nossa energia para de circular de um lado para outro em nosso corpo, em nossas células. É a morte!

Mas chega, por agora. Segue o vídeo que me despertou essas reflexões. Quem sabe começo a relatar mais de minhas vivências. Minha memória é voltada para pessoas que influenciaram meus caminhos, às quais sou grato por tudo que me propiciaram. Agradeço de coração inclusive a pessoas que eventualmente não gostaram ou não gostam de mim, pois elas foram e são balizas importantes para o meu caminhar.

Obs.: A imagem no vídeo é de muito boa qualidade, bastante diferente do que possa estar aparecendo aqui.


Coral do Metropolitan Opera House de Nova Iorque, gravado em 2002, coro dos escravos "Va pensiero", da ópera Nabuccodonosor, de Giuseppe Verdi.