Quem sou eu

Minha foto
Bebedouro, São Paulo, Brazil
Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Meu voto para o fim de ano (24dez2011)

The Christmas song (Mel Tormé / Robert Wells)
Dori Caymmi





quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Premiação surpreendente do Curso Básico de Jornalismo Manipulativo (CBJM) (22dez2011)

Primeiro Prêmio CBJM de Literatura – 2011

Do Curso Básico de Jornalismo Manipulativo.

Em sua estreia neste final de ano de 2011, o Prêmio CBJM de Literatura vai para um homenageado surpreendente. Nossos professores decidiram, não sem muito debate e alguns xingamentos, outorgar a primeira edição do Prêmio …

... ao ex-Presidente Lula.


Não, não se trata de mudança de lado, virada de casaca (ou de mesa) ou participação na onda de premiações que marcou o ano desse político, vide os títulos de doutor honoris causa concedidos no Brasil e no exterior.

Há um motivo racional e justo. Nenhum outro político, nos últimos anos, contribuiu tanto para produzir escritores ou para tirar escritores do ostracismo. Escritores do “nosso lado”, obviamente.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ministro do Supremo beneficiou a si próprio ao paralisar inspeção do CNJ (21dez2011)

No Correio do Povo de Alagoas.

O ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), está entre os magistrados que receberam pagamentos investigados pela corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) no Tribunal de Justiça de São Paulo, onde ele foi desembargador antes de ir para o STF.

Lewandowski concedeu anteontem uma liminar suspendendo a investigação, que tinha como alvo 22 tribunais estaduais. O ministro atendeu a um pedido de associações como a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), que alega que o sigilo fiscal dos juízes foi quebrado ilegalmente pela corregedoria, que não teria atribuição para tanto.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Morre aos 78, o "desbavrador científico" Ramis Bucair | Midia News (20dez2011)

Engenheiro, Ramis Bucair deixa acervo sobre pesquisa geológica em Mato Grosso


Ramis Bucair, que faleceu aos 78 anos, vítima de um câncer, em Cuiabá

Da Redação | MidiaNews

Morreu no final da manhã desta quinta-feira (20) Ramis Bucair, considerado um das mais respeitadas personalidades da sociedade  mato-grossense.

Espeleólogo e engenheiro agrimensor, ele foi o criador e curador do Museu de Pedras Ramis Bucair, localizado no Calçadão da Rua Galdino Pimentel, no Centro Histórico de Cuiabá, cujo acervo é de fundamental importância para a pesquisa geológica. É o primeiro museu de pedras particular do mundo.

Ele era considerado um verdadeiro desbravador científico de Mato Grosso. Profissional consolidado, Ramis foi o responsável pelos levantamentos topográficos para diversas empresas e governos no Estado.

Ramis Bucair nasceu na cidade de Poxoréu (251 km ao Sul de Cuiabá), em 13 de junho de 1933. Após lutar por mais de três anos contra o câncer, morreu aos 78 anos de idade.

O velório está sendo realizado na Capela Jardins, na Capital, com a celebração de culto fúnebre às 17 horas. O sepultamento será às 18h, no Cemitério da Piedade.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Abaixo-assinado pró CPI para investigar as denúncias contidas no livro A privataria tucana (19dez2011)

Meus Amigos / Minhas Amigas,

Acabei de ler e assinar o abaixo-assinado online: «Para que o Congresso Nacional instale uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as denúncias apresentadas pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr»

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N17930

Eu concordo com este abaixo-assinado e acho que você também pode concordar.

Assine o abaixo-assinado e divulgue para seus contatos. Vamos juntos fazer democracia!

O fascinante exercício de acompanhar as mudanças | Alberto Dines (19dez2011)

Por Alberto Dines, no Observatório da Imprensa.

A crise do euro vai para a editoria de Economia ou de Internacional? Em que página será noticiada a primeira fissura na coalizão conservadora-liberal que governa a Inglaterra, se o gatilho deste desentendimento político foi uma decisão econômica tomada solitariamente pelo premiê David Cameron ao ficar na contramão da União Europeia, toda ela empenhada em salvar a moeda única?

Comunicadores e consultores que nunca trabalharam na mídia impressa consideram inevitável o fim da Era Gutenberg, por isso não percebem que a autarquização do noticiário em especialidades estanques e artificiais caminha na direção contrária do jornalismo holista (ou holístico) que sempre caracterizou os grandes jornais e revistas.

A interdependência de hoje não ocorre apenas na esfera geopolítica – os temas interagem, infiltram-se e tornam-se velozmente convergentes, contíguos. O noticiário sobre as mudanças climáticas é imperiosamente abrangente, não pode se resumir às questões puramente científicas, desdobrando-se pelo terreno da economia e também da política.

Os novos tempos | Luís Nassif (19dez2011)

Luis Nassif Online

Há mudanças conflitantes nos hábitos de consumo mundiais, com reflexos profundos no futuro da indústria de consumo, especialmente nos mecanismos de criação de necessidades no consumidor.

Das classes médias altas dos países centrais observa-se uma profunda desilusão com o estilo que marcou os anos 90, de jovens entrando no mercado de trabalho, buscando rapidamente seu primeiro milhão, tendo como espelho os yuppies do mercado financeiro.

Hollywood sempre foi um espelho fiel do estado de espírito da classe média norte-americana. Nos anos 90 o sucesso individual era o ponto máximo dos filmes destinados à juventude. Nos últimos anos, desenhos e comédias leves trazem de volta o conceito de que a felicidade está nas pequenas coisas ao alcance das mãos.

No Brasil esse movimento pode ser percebido em algumas pesquisas qualitativas de opinião que mostram o nascimento de uma nova classe média ou média alta muito empenhada na tal busca da felicidade.

No mercado corporativo, os movimentos mais significativos são dos jovens com poucos anos de trabalho, que experimentaram saltos impressionantes nos salários, decorrência do aquecimento do mercado.

O jovem gerente tem um perfil bastante similar, pelo menos em São Paulo.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Uma pauta da Folha para a Folha | Tijolaço (18dez2011)

Por Fernando Brito

Como hoje a ombusdman da Folha, ao elogiar a atitude do jornal – vários dias depois – de registrar o lançamento de “A Privataria Tucana” que teria, segundo ela, esgotado os seus “alegados 15 mil exemplares” (alegados, embora seja o primeiro colocado em vendas na própria Livraria da Folha) e diz que a redação está esperando “fatos novos” para publicar algo mais que o mero registro que fez, tomo a liberdade de dar uma “mãozinha” à reportagem da Folha, desinteressada e gratuitamente.

Que tal começarmos pelo fato de que a Folha publicou, no dia 30 de janeiro de 2001, um levantamento dos deputados e autoridades que tinham cheques sem fundos anotados no Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos, o CCF, do Banco Central, que é protegido por sigilo e inúmeras exigências de comprovação de identidade para ser consultado.

Para ajudar o pessoal da Folha, reproduzo, além do link, a imagem da matéria.

Para ajudar a Folha, que não deve ter conseguido  um dos alegados 15 mil exemplares do livro do Amaury Ribeiro, informo que, por  esta quebra de sigilo, Verônica Allende Serra está processada na 3ª Vara Criminal de São Paulo, por um suposto convênio (?) com o Banco do Brasil, que lhe teria transferido os dados de 60 milhões de correntistas. Já naquele dia o jornal tinha ciência e escreveu que essa divulgação era irregular. Ter o cadastro, também.

É informação, não sei se perceberam, das mais relevantes. Eu, por exemplo, como correntista do BB há quase 20 anos, gostaria de saber se consto lá. Você, leitor ou leitora, correntista de qualquer banco à ocasião, também, porque o CCF era operado pelo Banco do Brasil. Porque, mesmo correndo o processo em sigilo de justiça – para não ampliar o estrago da violação de sigilo bancário, parece-me que cada correntista à época tem o direito de ter acesso aos dados, para saber se sua intimidade foi violada e mover a competente ação de dano moral.

Privataria tucana e agentes do PiG em alguns vídeos curtos (recordar é viver!) (18dez2011)

O estrondo do lançamento do livro A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Júnior (do qual espero o recebimento de meu exemplar comprado em livraria do centro daqui de Cuiabá) está agora, somente agora, encontrado jornalistas da mídia pró-PSDB (praticamente todos os grandes órgãos da imprensa brasileira). Merval Pereira, Ricardo Noblat e outros da mesma estirpe começam a tentar um arremedo de defesa que passa pela desqualificação do autor do livro ou pelo "não entendimento" de que contas bancárias em paraísos fiscais seja algo difícil de explicar. Merval Pereira acha muito natural que Verônica Serra, coitadinha, tenha contas nas Ilhas Virgens, como todo bom empresário pode ter, e que isso em nada a compromete. Assim como é natural que empresas criadas com capitais pífios consigam em tempo reduzidíssimo saltar para muitos e muitos milhões de reais (ou dólares, se preferirem). Não há que se pedir qualquer esclarecimento, não há que se ter dúvidas sobre a honestidade dessas transações.

Na internet encontrei alguns vídeos curtos e interessantes.

Um deles mostra o ex-governador Arruda (DEM Brasília) lendo no plenário do Senado declaração do jornalista Ricardo Noblat dando-lhe álibi sobre onde estaria em determinada noite. Noblat atesta que o então Senador jantou com ele no dia tal e permaneceu com ele no restaurante de tal hora até tal hora. Assista:


Este é o texto que quem postou o vídeo no Youtube:
Duas vezes flagrado em maracutaias o Ex-Governador e Ex-Senador Arruda teve uma ajudinha de um "INSUSPEITO jornalista" (aspas para o Insuspeito e para o Jornalista). Um álibi muito bom, jamais desmentido ou investigado, já que naquela vez Arruda renunciou antes de ser cassado ou preso.
Líder do GOVERNO FHC, Ex-Senador do PSDB e ex-Governador do DEM (D_EM EXTINÇÃO).
Um outro vídeo utiliza aquela fala da Regina Duarte medrosa (ela tinha medo do Lula e fez campanha para o Serra em 2002) com cortes muito bem bolados para "A privataria tucana":


O vídeo de origem, da campanha do Serra, é este:


Por fim, Cláudia Raia, outra atriz global, "ensina" a votar para presidente:


E olhem a coincidência. O vídeo vem com o selo do Blog do Noblat, o jornalista que "garantizou" o ex-governador do Distrito Federal e "impoluto" senador Arruda.

A internet é boa para a memória. Há imagens que quando revemos dão calafrios. A gente, por vezes, reproduz as mesmas sensações que sentíamos ao assistir essas imagens quando foram transmitidas. Esto pensando em agrupar vídeos com as falas de alguns políticos em campanhas eleitorais. Será interessante ver o que disseram sabendo agora do que de fato fizeram em seus governos ou mandatos.

E o pessoal mais jovem, hoje na faixa dos 20 anos, não viu ou não se lembra do que foram as campanhas políticas das décadas de 1980 e 1990.

Democratizar, civilizar e tornar séria a comunicação de massas | Eduardo Guimarães (18dez2011)


O nível deprimente do debate político no Brasil


Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania.

Concorde-se com que não é só aqui. Por influência dos Estados Unidos, a América Latina inteira faz política por meio de verdadeiras brigas de rua em que prevalece quem consegue xingar e acusar de forma mais virulenta e insultante, mesmo que isso se deva a ter como propagar melhor suas arengas por ter a mídia ao seu lado.

Não importa se é assim que outros países da região fazem. Vivemos no Brasil. Não é porque os vizinhos fazem política só por meio de lutas encarniçadas que temos que continuar assim.

A que se reduziu o debate político, neste país, se não a acusações mútuas de ladroagem entre os dois grandes grupos que dividem a política nacional? E, ainda por cima, com o concurso de partidos de uma terceira via de extrema-esquerda que enveredam pelo mesmo caminho tortuoso da desqualificação simultânea dos dois grandes adversários.

O processo se inicia com o clima estabelecido pela mídia. Os seguidores desses jornais, revistas e sites corporativos recebem cargas de denúncias contra petistas e aliados, saem repetindo, ipsis-litteris, os bordões criados para esse fim, mas os beneficiados por esse esquema, o PSDB e os aliados dele, recebem o troco na mesma moeda, pois é nesses termos que o debate foi estabelecido.

Se a mídia quisesse, poderia instilar um comportamento menos ensandecido em atores políticos e militância. Se não tivesse optado por escolher um lado, o debate político melhoraria de nível em pouco tempo. Os grupos políticos passariam a debater visões sobre a administração do país, dos Estados e municípios, o que seria uma benção.

Denúncias de corrupção passariam a ser feitas de forma menos leviana, sobre casos consistentes e não sob exageros que visam transformar o outro lado no “mais corrupto da história”. E ambos os lados acabariam por adotar procedimentos comuns diante de casos de corrupção entre os adversários, não se dispondo a culpar a todos pelo que fizessem alguns.

Claro que cada grupo continuaria a ter seus assaltantes, mas uma imprensa isenta e crível poderia fazer a distinção entre joio e trigo e, assim, chamar à razão quem só pensasse em exterminar o adversário valendo-se da descoberta de que entre suas hostes alguém se corrompeu.

Sonho de uma noite de verão? Claro que é. A vida não é bela. O homem tem essa natureza deletéria.

Todavia, há, sim, sociedades nas quais não há uma só forma de fazer política – acusando o adversário de ladrão e outras “gentilezas” análogas. Mas essas sociedades só conseguiram chegar a esse estágio após colocarem a comunicação de massas a seu serviço.

sábado, 17 de dezembro de 2011

O sapo Gonzalo no zoológico humano | Boitempo (17dez2011)


Por Luiz Bernardo Pericás

Todos diziam que aquela era a época mais feliz do ano. Mas ele desconfiava que isso não fosse verdade. Por trás da opulência, havia lama. As ruas iluminadas, lojas enfeitadas com adereços verdes e vermelhos, bolas de porcelana dourada, cintilantes; pinheiros de plástico importados do Paraguai; pessoas indo e vindo, carregando presentes. O ritmo alucinado de dezembro.  No tórrido verão tropical, fingiam estar em algum país escandinavo, as decorações em cada canto da cidade lembrando as terras geladas do norte europeu. O Bom Velhinho, de longas barbas brancas, pesadas botas de couro, luvas de pelica e gorro de lã, parecia que ia derreter. Quase desmaiava de calor.

Na televisão de marca japonesa, exposta na vitrine de uma loja de eletrodomésticos, o noticiário anunciava que Mickey Mouse, Donald e Pluto, desempregados, junto com Michael Moore, organizavam o movimento “Occupy Disneyworld”. Já haviam incendiado o Castelo da Cinderela, totalmente em chamas, e saqueado o Epcot Center. Lutavam raivosamente contra a polícia da Flórida, que tentava conter os tumultos.

E num aparelho de TV fabricado na Coreia, na prateleira justo ao lado, uma apresentadora catagenética comentava, num programa matinal, a beleza da Catedral de Nostradamus, em Paris, e, em seguida, mudava de assunto, garantindo que o homem não havia ido à lua.  Afinal, nenhuma missão espacial encontrara são Jorge ou o Dragão por lá.  As imagens na internet mostravam, indubitavelmente, que as sombras e a iluminação dos astronautas e da bandeira fincada no solo do satélite natural não eram reais. Aquelas cenas só podiam ter sido feitas num estúdio pelo Stanley Kubrick!

Na esquina da rua, uma família inteira de migrantes miseráveis e piolhentos pedia esmolas, de mãos esticadas, sem receber a atenção de ninguém, enquanto uma senhora obesa desfilava com seu afghan hound, que acabara de sair do cabelereiro. Havia feito escova progressiva e clareado os pelos sedosos! Mais adiante, um guarda de trânsito recebia, sem qualquer problema, o suborno de um motorista, que estacionara em local proibido. Era só uma “caixinha”. Ele haveria de quebrar esse galho… Ao mesmo tempo, ali perto, um policial militar ia recolher as “contribuições” e “taxas” dos camelôs para deixar que continuassem trabalhando naquele bairro.

Adusp questiona prêmio concedido pela reitoria da USP | ANDES-SN (17dez2011)

Do ANDES-SN

A Adusp (Associação dos Docentes da USP) critica, em nota, o Prêmio Excelência Acadêmica Institucional concedido este ano aos docentes e funcionários da USP (Universidade de São Paulo).

O Prêmio, segundo explicação dada pela reitoria, se deve ao esforço de todos os servidores docentes e técnico-administrativos “principalmente face à continuidade das atividades acadêmicas e administrativas, sem que houvesse qualquer tipo de paralisação ao longo do ano”.

Além de argumentar que o Prêmio se inscreve na lógica produtivista, a Adusp questiona se a qualidade dos cerca de 6 mil docentes e 15 mil funcionários da USP mudou tanto entre 2010 e 2011, que justifique a não concessão do prêmio no ano passado e a sua concessão neste ano? “Ou será que a grande diferença se deve à avaliação da Reitoria quanto ao ‘bom comportamento’ de docentes e funcionários que, no corrente ano, não lançaram mão do direito de greve na defesa de suas reivindicações?”, pergunta a nota.

Para a Adusp, a reitoria da USP, ao se valer do pagamento do Prêmio, “se permite, de maneira totalmente arbitrária, conceder ou não as tais gratificações anuais, fugindo à necessidade de negociar aumentos reais com os sindicatos de docentes e de funcionários”.

Leia, aqui, a nota na íntegra.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Margot, ex-sócia de Verônica Serra, e o milagre da multiplicação do dinheiro | Tijolaço (16dez2011)

Dinheiro (Laura Finocchiaro / Leca Machado)
Laura Finocchiaro


Margot, a ex-sócia de Verônica Serra

Por Fernando Brito | Tijolaço

Verônica Sera, na foto publicada no Valor Econômico:
compra de empresa pela JP Morgan sem registro na Junta Comercial de SP

Graças ao leitor Ivan, a gente  confere  que, de fato, a D. Verônica Serra é a representante da OEP, braço do JP Morgan, em seus investimentos no Brasil.

Está lá, no Valor Econômico, que a Portal de Documentos SA foi mesmo comprada pelo banco, por um valor entre US$ 100 e 200 milhões de  dólares.Diz o jornal:
“De acordo com Verônica, não haverá mudanças na gestão da empresa investida. “A One Equity não entra nas companhias para fazer mudanças no dia a dia. A atuação é feita por meio do conselho de administração”, diz. Dos seis assentos do conselho, a One Equity terá três deles. Além da própria Verônica, estão nele Christian Ahrens e Brad Coppens, diretores do braço de investimentos do J.P. Morgan.”
Embora a transação seja de 1° de fevereiro deste ano, não há registro dela na Junta Comercial, muito embora Serra, Ahrens e Bradley ( o Brad), estejam desde esta época lá como conselheiros. Donde se pode,  despreparados como somos, concluir que foram vendidas três cadeiras no conselho da empresa, não parte da empresa. Ou será que eles mandam na empresa, mas não respondem societariamente por isso?

Bem, mas a matéria nos aponta que o negócio foi feito pela Pacific Investimentos, uma das empresas de Verônica.

As radicalidades de Nuestra América | Elaine Tavares (16dez2011)

Do Palavras Insurgentes

O eurocentrismo é mesmo uma coisa difícil de ser superada num país como o nosso, em que as mentes parecem estar, na sua maioria, repetidamente cativas do velho mundo colonial. Uma palavra de um pensador europeu vale mais do que toda a prática de um povo, por exemplo. Observei isso hoje ao abrir as redes sociais e ver, reproduzido à exaustão, um texto do Boaventura Souza Santos sobre a necessidade de a esquerda refletir sobre os acontecimentos recentes como o dos indignados na Espanha e o dos estadunidenses na Wall Street. No texto, o sociólogo português elabora uma boa análise sobre a incapacidade da esquerda de fazer uma ofensiva sobre o sistema, atuando sempre na reação, e também sobre a eterna divisão da qual é acometida sempre que assume o poder. A dança das cadeiras por cargos, a busca da perpetuação nos postos de mando.

Boaventura traz um pouco da história das velhas bandeiras da esquerda e mostra o quanto as esquerdas que atuam nos novos movimentos na Europa e na zona do império (EUA) estão sendo incapazes de dialogar com os não-militantes, no sentido de permitir que eles se apropriem desse debate histórico e dessas bandeiras. Souza Santos consegue perceber bem os desafios da esquerda européia, que parece um tanto perdida no turbilhão de “democracia” que se apresenta de forma radical nas assembléias dos “indignados”. E ele está certo. Tanto na Grécia quanto na Espanha, onde estive acompanhando esses movimentos, era possível perceber que o que aparece como um monólito nas imagens de TV (o povo em luta) apresenta muitas fragilidades, justamente por conta da incapacidade das esquerdas em fazer a unidade na luta. Na Grécia, sindicatos e partidos – os que atuam dentro de um objetivo calculado - fazem manifestações em separado, peleiam por detalhes e muitas vezes deixam as gentes em desamparo, porque muitos não conseguem entender o teor das divisões. Na Espanha observei o mesmo fenômeno. Determinadas organizações preparam marchas em separado e igualmente se afastam das maiorias, que muitas vezes estão nas ruas por pura indignação mesmo, carentes de uma explicação do mundo.

Mas, o que me chamou a atenção no texto do Boaventura e o que me parece foi o estopim para tantas pessoas o terem replicado, foi o fato de ele apresentar como novidade os processos de democracia – que ele chama de alta-intensidade – que se observam no interior dos movimentos. E aí sim fico pensando na incapacidade de nossos intelectuais de pensarem o mundo como totalidade. Porque, afinal, a vida não tem sua fonte original nas terras européias, ela também se expressa em outros espaços geográficos, às vezes com muito mais originalidade. Então proponho algumas indagações aos companheiros que pensam a vida.

SP aluga 10 mil tablets por valor que compraria 53 mil | O Estado de São Paulo (16dez2011)

Contrato de R$ 138,9 milhões foi fechado pela Prodam com empresa cujo dono é foragido da Justiça por caso de fraude no RN

Por Diego Zanchetta e Rodrigo Burgarelli - O Estado de São Paulo

A Prefeitura de São Paulo vai gastar R$ 138,9 milhões para alugar, por três anos, 10.421 tablets para fiscais e profissionais de várias áreas do governo. Os aparelhos serão utilizados, por exemplo, pelos agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e por fiscais da Vigilância Sanitária, que agora poderão emitir recibo de auto de infração pelo aparelho. O contrato já foi homologado pela Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município (Prodam) e os equipamentos deverão começar a ser entregues em cerca de 30 dias.

Chama, porém, a atenção o valor pago pelo aluguel de cada aparelho. O preço por unidade será mais de cinco vezes maior do que se o mesmo equipamento descrito no contrato fosse comprado pela administração, mesmo considerando preços de varejo. Se o mesmo valor fosse gasto para comprar os tablets mais caros do mercado, seria possível adquirir mais de 53 mil unidades.

Mesmo assim, a Prefeitura assinou contrato com a empresa e vai pagar quase R$ 14 mil por três anos de aluguel de cada tablet. O preço do modelo mais caro comercializado no Brasil, um iPad 2 com 64 gigabytes de memória e conexão 3G, é de R$ 2,6 mil, segundo o site da fabricante Apple - mais de cinco vezes menor do que o valor a ser pago pela Prefeitura no aluguel.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Fazendeiros oferecem R$ 500 mil por “cabeças” de líderes sem-terra (15dez2011)

José Rainha Júnior
Foto obtida na internet (ver aqui)

 O líder sem-terra José Rainha Junior afirmou aos seus familiares que conseguiu informações de que sua cabeça está a prêmio. Segundo Rainha, por meio de uma carta redigida por um detento, há um plano para assassiná-lo. Segundo o sem-terra, tanto ele como Claudemir Silva Novais, também líder sem-terra preso, correm perigo de morte. O valor oferecido por fazendeiros a outro detento para executá-los seria de R$ 500 mil. Rainha e Claudemir estão presos desde o dia 16 junho.

De acordo com a carta, um detento conhecido como “Anjo” e “Lúcifer” está encarregado de assassinar os sem-terra. O plano seria de matar Rainha no momento da transferência da penitenciária de Presidente Venceslau para São Paulo. Na terça-feira (13), o caso foi denunciado para o diretor da penitenciária e Rainha foi transferido para o presídio de Pinheiros em um veículo individual. Porém, Claudemir continua em Presidente Venceslau, local onde está detido o suposto contratado para assassiná-lo.

Rainha e Claudemir são acusados pelos crimes de extorsão, estelionato, entre outros.  Os advogados de defesa dizem que os sem-terra são alvos perseguição por serem de movimentos que lutam pela reforma agrária. Os advogados disseram que irão registrar Boletim de Ocorrência do caso nesta quarta-feira (14).

De São Paulo, da Radioagência NP, Danilo Augusto.

"Lista de Furnas": Será a melhor defesa o ataque? | Novo Jornal (15dez2011)

Notícias acusam de ser falsa uma lista periciada e reconhecida como autêntica. E atribuem a falsidade a um cidadão preso e incomunicável    

Do Novo Jornal.

Reportagem publicada nesse sábado (10/12) “A trama dos Falsários”, em uma revista semanal de circulação nacional causou surpresa e ao mesmo tempo desconfiança devido à fragilidade das provas e a pueril análise e divulgação de uma interceptação telefônica apresentada como efetuada pela Polícia Federal por determinação judicial.

O cenário onde teria ocorrido a trama noticiada e os atores destoa da realidade.

A surpresa ocorre em função de a revista deter uma das maiores e melhores equipes do jornalismo brasileiro além de uma gigantesca estrutura operacional e financeira nacional e internacional, capaz de realizar profunda e competente pesquisa e posterior análise de documentos para fundamentar suas matérias.

O que não ocorreu em relação à matéria anteriormente citada. Passando a impressão de ter sido escrita e veiculada na procura de um ambiente propicio perante a opinião pública para convencimento de que a “Lista de Furnas” é falsa. Evidente que os principais interessados e beneficiados pelo ambiente criado são a alta direção do PSDB/DEM, citada na “Lista de Furnas”.

Já a dúvida, esta merece uma profunda reflexão. Qual será o verdadeiro motivo que levou a alta direção editorial da revista formada por profissionais de alta experiência profissional a embarcar neste enorme equívoco noticioso que não se sustenta diante das decisões judiciais já proferidas além das perícias já efetuadas na citada “Lista de Furnas” pela própria Polícia Federal que comprovou sua autenticidade.

Ninho tucano em polvorosa (15dez2011)

Charge de Bira, no Tijolaço.




Falando de Mosquito, o incômodo blogueiro encontrado morto em Florianópolis (15dez2011)

Não conheci o Mosquito, talvez por eu ser relativamente novo na blogosfera. Tenho um amigo que corresponde em tudo e por tudo à descrição do Mosquito feita por Elaine Tavares em seu blog.

Pessoas como o Mosquito são raras e imprescindíveis.

O amigo a quem me referi acima sempre é uma bússola na minha conduta profissional e nas minhas decisões políticas. É referência porque não abre mão de seus princípios éticos e, tal como o Mosquito, esbraveja, é severo, culto, estudioso ao extremo, inteligente ao extremo. Mas as pessoas em geral o temem, ou não gostam dele, porque ele ruge e não abre mão de suas convicções. Por ser PROFESSOR (com todas as maiúsculas), tem ajudado a formar muitos e muitos novos inconformados. Não por proselitismo, mas pelo exemplo de seu próprio percurso, pela exigência extrema para consigo mesmo.

Como o Mosquito, meu amigo gritão e bravo também é um menino que vive a observar, com a limpidez e a franqueza de uma criança, os desvãos e descalabros políticos, tendo as pessoas, a sociedade, e o meio ambiente como seus "protegidos", velando por eles em todos os momentos.

Transcrevo abaixo o texto da Elaine e presto também minha homenagem ao Mosquito, lamentando não ter tido oportunidade de conhecê-lo, mas entendendo, pelo texto postado, que ele é daquelas pessoas que fazem a diferença.

São poucas as pessoas que sabem identificar e dar o devido valor a essas raridades, esses lutadores incansáveis, lutadores de uma vida inteira.

Sem adeus, Mosquito... Tu vives...

Por Elaine Tavares


Ali estávamos os dois, frente a frente. Eu, arrasada. Ele, abatido, no caixão. Lembrei-me de uma de nossas últimas conversas quando ele dizia, naquele jeito atabalhoado e gritão: “a solidão é foda, Elaine Tavares”. E ele falava da solidão que a pessoa fica quando se decide a andar na contramão. Quando tudo aponta para que a criatura aceite as coisas, não esbraveje, não enxergue, não reivindique, não se indigne – e ela insiste em não fazer parte do cordão dos escravos de Jó. Aí ela fica sozinha. A pessoa assume o status de “leproso social”. Era como ele se sentia. “Abandonam a gente”. Alguma coisa assim como a imagem dada por um poeta, do qual não lembro o nome: numa terra de fugitivos, quem fica é que parece estar fugindo.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Pesquisadores canadenses defendem seleção que considere o “gostar de aprender” e formação menos conteudista dos docentes dos anos iniciais da educação básica (14dez2011)

Leia na Carta Fundamental (Carta Capital) matéria sobre os pesquisadores canadenses Clare Kosnik e Clive Beck (foto abaixo, de Cristina Gallo), bem como sua entrevista à revista.


Segundo eles, o professor deve ser valorizado e deve ser entendido que a aprendizagem mais aprofundada de muitos conteúdos virá com o tempo do trabalho.

Da leitura que fiz de sua entrevista, entendo que o essencial fica ligado à vontade de trabalhar com crianças e educar, e também à pesquisa contínua da prática docente pelos próprios docentes. Ressaltam também os pesquisadores que o professor precisa envolver-se com o cotidiano dos alunos, construindo pontes para que se estabeleça uma relação dialógica em sala de aula.

Assim, as universidades que formam professores para as séries iniciais da educação fundamental devem preparar, e bem, o futuro professor para monitorar um processo em que o diálogo e a manifestação dos estudantes sejam incentivados, reforçando o ensino de pontos fundamentais, como o ensinar a ler, por exemplo, permitindo que esses futuros professores saiam da universidade sentindo-se mais seguros e prontos para começar uma carreira de estudos que nunca terá fim. Para isso é necessário que esse candidato a professor tenha ou desenvolva a vontade de aprender, sempre.

Encerro dizendo que a principal pesquisa que todos os professores, em todos os níveis de ensino, precisam desenvolver é aquela feita sobre sua própria prática docente. É a contímua repetição do fazer-criticar-refletir-fazer-criticar-refletir-fazer, ou seja, construir conhecimento com base na praxis, que constitui um verdadeiro professor, sempre em construção, sempre se vendo e se reconhecendo em seu trabalho.

Santayana: O mundo chegou a essa exasperação da crise por falta de estadistas (14dez2011)

Fim de caso (Dolores Duran)
Taiguara


O Brasil em tempos de crise

Por Mauro Santayana

Sarkozy teme que a Europa exploda, e quer uma solução urgente para o problema econômico do continente. O Tratado de Roma, de março de 1957, envelheceu. As confederações, e a Europa Unida é uma delas, têm a vigência das circunstâncias, amarradas ao perigo ou à esperança, mas se dissolvem quando um estado ou um grupo de estados pretendem nelas exercer a hegemonia. Assim ocorreu com a Confederação de Delos, que havia unido o mundo grego contra os persas. Ela sucumbiu diante do imperialismo ateniense, que levou à Guerra do Peloponeso. A definitiva dissolução ocorreu com a invasão de Filipe da Macedônia, em 378 a.C. – e a Grécia, também nisso, foi um modelo de todas as confederações e impérios do Ocidente.

O mundo chegou a essa exasperação da crise por falta de estadistas. Chegamos a uma situação na qual Ângela Merkel e Sarkozy resolvem ditar o comportamento dos demais países da Europa, e encontram o contraponto de um velho rival histórico, a Inglaterra – também sob o poder nominal de outro governante medíocre, David Cameron. Todos eles estão fazendo de conta, porque quem está mandando não são eles: é o quase senhor do mundo, o Goldman Sachs Bank que, neste momento, exerce o poder de fato e de direito na Itália, com Mário Monti; na Grécia, com Lucas Papademos; e dirige a economia de todo o continente, mediante o Banco Central Europeu, com Mário Draghi. Todos os três são empregados do Goldman.

Houve, ontem, importante encontro no Itamaraty, promovido pelo Embaixador Gilberto Sabóia, presidente da Fundação Alexandre de Gusmão, para discutir a atualidade das relações internacionais. Foram convidadas personalidades do mundo acadêmico, para tratar do assunto, sob o foco da crise política e econômica mundial. Na parte da manhã, que se concentrou nas relações diplomáticas e no estado político do mundo, intervieram os professores Carlos Milani, da Uerj; João Daniel de Almeida, da Universidade Cândido Mendes; Alcides da Costa Vaz e José Flávio Saraiva, da UNB. Na parte da tarde, dedicada aos aspectos econômicos da crise, falaram Antonio Correa de Lacerda, da PUC, de São Paulo; Antonio Jorge Ramalho Rocha, da UNB; Ricardo de Medeiros Carneiro, da Unicamp, e Márcio Pochmann, presidente do IPEA. Mas, mesmo as análises econômicas foram, como é natural, conduzidas pelas preocupações políticas.

UPPs: Estado pratica os mesmos atos que as “forças que o antecederam” praticavam (14dez2011)

Legitimidade das UPPs cariocas

Por Thiago Minagé

No último dia 27/09/2011, em reunião da 2ª Turma do STF, o Ministro Luiz Fux, em decisão proferida no HC, de n. 106963/MG, reiterou a necessidade de se demonstrar a real e efetiva necessidade da restrição de direitos. O mais espantoso é que, desde 1988, é mandamento constitucional no art. 93, IX da CRFB que todas as decisões serão fundamentadas “ ...Sob pena de nulidade...”.

Ocorre que, o uso indiscriminado e rotineiro de fundamentações que usam expressões com meros apelos retóricos são cada vez mais comuns e violam cada vez mais direitos e garantias constitucionais conquistadas por nossa sociedade em verdadeira afronta ao Estado Democrático de Direito. Exemplo extremamente claro se dá nas localidades cariocas onde se implantou a denominada Unidade de Polícia Pacificador – UPP – sob afirmação e fundamentação de trazer a paz social onde reinava a desordem total.

A ideologia da medida é acabar com o denominado poder paralelo, que cria as próprias regras, decide como aplicá-las e, por fim, as executa. Mas o que está acontecendo, senão exatamente a mesma coisa? Domicílios são invadidos sem qualquer ordem judicial fundamentada, bastando apenas a vontade do representante do Estado que ali está. Homens, mulheres e crianças são revistados indiscriminadamente, sendo submetidos a vexames diários. Festas são proibidas ou quando muito autorizadas conforme critério subjetivo do representante do Estado, mas com hora para acabar. Desapropriação de imóveis com indenizações irrisórias (para não dizer ridículas) de forma indiscriminada e pouco se importando qual o impacto na vida da pessoa “desalojada”.

Com o primado da guerra, a função do jornalismo torna-se tabu (14dez2011)

Por John Pilger

Em 22 de maio de 2007, a primeira página do Guardian anunciava um "Plano secreto do Irã para ofensiva de verão a fim de expulsar os EUA do Iraque". O seu redator, Simon Tisdall, afirmava que o Irã tinha planos secretos para derrotar tropas americanas no Iraque, os quais incluíam "forjar laços com elementos do al-Qaeda". O "confronto" próximo seria uma trama iraniana para influenciar uma votação no Congresso dos EUA. A matéria "exclusiva" de Tisdall era redigida inteiramente com base em briefings de anônimos responsáveis estadunidenses e acenava com contos ridículos de "células assassinas" do Irã e "atos diários de guerra contra forças estadunidenses e britânicas". Suas 1200 palavras incluíram apenas 20 para o categórico desmentido do Irã.

Aquilo era uma carga de lixo: era realmente um comunicado de imprensa do Pentágono apresentado como jornalismo, tal como a ficção que justificou a sangrenta invasão do Iraque em 2003. Dentre as fontes de Tisdall estavam "conselheiros sêniores" do general David Petraeus, o comandante militar dos EUA que em 2006 descreveu sua estratégia de travar uma "guerra de percepções... conduzida continuamente através do noticiário da mídia".

A guerra da mídia contra o Irã começou em 1979 quando o protegido do ocidente, o tirano Mohammad Reza Shah Pahlavi, foi derrubado numa revolução popular islâmica. A "perda" do Irã, o qual sob o xá era encarado como o "quarto pilar" do controle ocidental do Oriente Médio, nunca foi esquecida em Washington e Londres.

No mês passado, a primeira página do Guardian apresentou mais uma notícia "exclusiva": "O Ministério da Defesa [britânico] prepara-se para tomar parte em ataques dos EUA contra o Irã". Também desta vez, os responsáveis citados eram anônimos. Desta vez o tema era a "ameaça" apresentada pela perspectiva de uma arma nuclear iraniana. A "prova" mais recente eram documentos requentados de 2004, obtidos de um laptop pela inteligência dos EUA e passado à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). Numerosas autoridades lançaram dúvidas sobre estas suspeitas falsificações, incluindo um antigo inspetor chefe de armas da AIEA. Um telegrama diplomático dos EUA divulgado pelo WikiLeaks descreve o chefe da AIEA, Yukiuya Amano, como "solidamente no lado americano" e "pronto para o horário nobre" [da TV]. [leia sobre isso aqui]

Chauí: Núcleo da sociedade brasileira transforma o conflito na ideia de desordem, crise, perigo (14dez2011)

Conflito é coração da democracia, defende Marilena Chauí

Do Sul21

“O núcleo da sociedade brasileira é um grupo oligárquico que não admite nenhuma contestação e que transforma o conflito na ideia de desordem, crise, perigo, de que é preciso repressão e um Estado forte” | Foto: Mariana Fontoura/CMPA

Vivian Virissimo

Aos 70 anos, a filósofa Marilena Chauí segue avaliando os rumos da política e as grandes transformações sociais e culturais em curso no Brasil e no mundo. Pelo seu diagnóstico, o coração da democracia brasileira está muito debilitado, uma vez que todas as formas de conflito são abafadas ou combatidas com a repressão do Estado, o que impede o avanço na garantia de direitos e no aprimoramento da própria democracia. “No Brasil, incessantemente, o conflito é transformado em crise e se joga a polícia e o Exército contra a população e os movimentos sociais. A única maneira de afirmar a legitimidade e a necessidade do conflito é mostrar que o mesmo é o coração da democracia”, falou Marilena ao Sul21.

Professora de Filosofia Política na Universidade de São Paulo (USP), Marilena é uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores (PT). Ela esteve em Porto Alegre para participar de conferência no Debates Capitais promovido pela Câmara de Vereadores nesta quarta-feira (7).

No entendimento de Marilena, sem mexer na estrutura da sociedade fica impossível compreender o verdadeiro sentido democrático do conflito. “O núcleo da sociedade brasileira é um grupo oligárquico que não admite nenhuma contestação e que transforma o conflito na ideia de desordem, crise, perigo, de que é preciso repressão e um Estado forte”, aponta.

Ao mesmo tempo, Marilena também destaca que a repressão do Estado é dirigida geralmente aos negros, aos pobres, aos índios, aos moradores de rua. “Eles são vistos como uma ameaça visível. Mas, sob essa ameaça visível, se esconde ideologicamente que qualquer forma organizada no interior da sociedade é perigosa. Qualquer grupo, classe, conjunto que se organize em termos sociais e políticos é visto como perigoso”, explica a filósofa.

Marilena Chauí: “Mexer na estrutura da sociedade brasileira é uma tarefa de todos. E o começo disso passa pela percepção de que existe uma violência estrutural, um autoritarismo" | Foto: Mariana Fontoura/CMPA

Outra face para comprender este processo se trata de um mito da não-violência que está arraigado na sociedade brasileira. Essa posição, segunda ela, enfraquece as possibilidades de mudança. “Se nós somos um alegre povo mestiço, verde e amarelo, sensual, ordeiro e pacífico… O que se faz? Esta tudo dado, tudo pronto”, critica Marilena.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

De rabo preso com a bandalheira, a grande mídia faz silêncio ensurdecedor sobre A Privataria Tucana (13dez2011)

Serra da Boa Esperança (Lamartine Babo)
Eduardo Dusek


A Privataria Tucana e a indignação seletiva da mídia

Do Cinema & Outras Artes.

Corrupção e política sempre estiveram profundamente ligadas no Brasil, um tanto porque essa é, efetivamente, a herança de um país dominado por hierarquias, com profundas injustiças sociais e longos períodos ditatoriais, outro tanto porque desde que a UDN, nos anos 50, em conluio com a maioria da mídia, descobriu o poder mobilizador das denúncias, estas se incorporaram ao modo brasileiro de fazer política.

Todos os governos civis, desde a República Velha até a presidência Dilma Rousseff, sofreram, em maior ou menor grau, acusações de envolvimento em corrupção. Como a atual oposição gosta de lembrar, o PT, quando não era governo, vivia fazendo denúncias e procurando mobilizar o Ministério Público. E isso é verdade. A diferença - que se esquecem de mencionar - é que a repercussão que a mídia fazia das denúncias petistas contra FHC (e demais membros de seu governo), nas raras vezes que ocorria, era incomparavelmente menor do que o barulho – semanal, diário – que ora faz, por exemplo, quanto às denúncias contra os ministros do atual governo.

Assim, enquanto as gravíssimas denúncias, gravadas, do jornalista Fernando Rodrigues contra FHC por alegada compra de votos no plenário (para aprovar a emenda da reeleição) mal foram divulgadas pela Folha de S. Paulo – sem repercussão por nenhum outro grande órgão de mídia, só encontrando eco na Caros Amigos -, a revista Veja produziu mais de quarenta capas sobre supostos atos de corrupção, muitas delas sistematicamente reproduzidas na Folha e nas rádios, TVs e páginas do sistema Globo.

E a mídia pode (ou ao menos podia, antes da internet e da blogosfera militante), fazer toda a diferença – como a eleição de um obscuro governador alagoano (patrocinada e manipulada pela TV Globo, como admitiu recentemente o ex-todo poderoso global Boni) e, posteriormente, sua derrocada rumo ao impeachment, ilustram com precisão.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Vilceu Marchetti, ex-secretário de Maggi, tem seus bens bloqueados pela Justiça (12dez2011)


Juiz determina bloqueio de bens de Vilceu Marchetti

Aparecido Bertolucci Filho acatou pedido do Ministério Público Estadual; ex-secretário de Maggi já é réu nos "Maquinários"

MidiaNews
Da Redação

O ex-secretário Vilceu Marchetti, que segundo o MPE
enriqueceu R$ 26 milhões no governo Blairo Maggi

O juiz Luís Aparecido Bertolucci Júnior, da Vara Especializada de Ação Civil Pública e Ação Popular, acatou hoje (12) ao pedido feito pelo Ministério Público Estadual e concedeu uma liminar que determinou a indisponibilidade de bens, no valor de até R$ 26,3 milhões, do ex-secretário de Estado de Infraestrutura Vilceu Marchetti.

Marchetti ocupou o cargo de 2005 a 2010 e era considerado "homem de confiança" do ex-governador e atual senador Blairo Maggi (PR).

Atualmente, ele é réu em outra ação, a que trata do esquema conhecido nacionalmente como "Escândalo dos Maquinários", que drenou R$ 44 milhões dos cofres em 2009, através de compras de máquinas e caminhões superfaturados.

Segundo a Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa, oferecida pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, Marchetti apresentou aumento patrimonial de R$ 26.365.000,00 enquanto ocupou o cargo de secretário.

De acordo com Zaque, o bloqueio encontra pleno suporte na documentação que instrui a ação, "posto que coleciona provas manifestas da prática de atos de improbidade administrativa, consistente no enriquecimento tão espetacular quanto ilícito da pessoa do requerido, com danos de grande monta ao erário".

Em seu pedido de liminar, acatado pelo juiz Bertolucci, o MPE pede que sejam notificados os cartórios de registros de imóveis de Cuiabá, Santo Antônio de Leverger, Barão de Melgaço, Diamantino, General Carneiro, Chapada dos Guimarães e Rondonópolis, onde Marchetti possui imóveis.

Do mesmo modo, o Detran-MT também foi notificado para insira restrição nos registros e se abstenha de efetuar alienações de veículos pertencentes ao ex-secretário de Maggi.

West Coast Port Shutdown - Manifestantes param portos da costa oeste estadunidense (12dez2011)

AGORA - Los Angeles - Porto de Long Beach FECHADO 

AGORA - O Porto de Oakland está FECHADO.

Polícia ameaça empregar força bruta. Depois de um ataque da polícia, pelo menos um manifestante não-violento foi preso.


Acompanhe imagens e informações, em inglês, aqui.

Veja denunciou corrupção de Serra há 9 anos. Amaury Ribeiro Jr. apresenta agora provas documentais (12dez2011)

Coragem, Reinaldo Azevedo! A Veja já publicou a corrupção do Serra há 9 anos!

Edição 1750 de 09/05/2002

No racha demo-tucano de 2002, a revista ficou do lado do PFL por um momento, e publicou 10 páginas de fogo "amigo" denunciando propina na Privatização. Estão lá os mesmos nomes do livro de Amaury: Ricardo Sérgio e José Serra.   



Nove anos depois, o livro de Amaury Ribeiro Jr. traz respostas para a pergunta que a revista Veja fez na edição 1751 de 15/05/2002. Gregorio Preciado também foi alvo da reportagem.

Uma leitura do livro "A privataria tucana" (12dez2011)

Formigueiro (Ivan Lins / Vitor Martins)
Ivan Lins


A Privataria Tucana

Por Jorge Furtado

Terminei de ler o extraordinário trabalho jornalístico de Amaury Ribeiro Jr., “A Privataria Tucana”, (Geração Editorial), o livro mais importante do ano. Para quem acompanha a vida política do país através de alguns blogs e da revista Carta Capital, não há grandes novidades além dos documentos que comprovam o que já se sabia: a privatização no Brasil, comandada pelo governo tucano, foi a maior roubalheira da história da república. O grande mérito do livro de Amaury é a síntese que faz da rapinagem, e a base factual de suas afirmações, amparadas em documentos, todos públicos. Como bom jornalista, Amaury economiza nos adjetivos e esbanja conhecimento sobre o seu tema: o mundo dos crimes financeiros.

A reportagem de Amaury esclarece em detalhes como os protagonistas da privataria tucana enriqueceram saqueando o país. De um lado, no governo, vendendo o patrimônio público a preço de banana. Do outro, no mercado, comprando as empresas e garantindo vida mansa aos netos. Entre as duas pontas, os lavadores de dinheiro, suas conexões com a mídia e com o mundo político.

Os personagens principais da maracutaia, fartamente documentada, são gente do alto tucanato: Ricardo Sérgio de Oliveira (senhor dos caminhos das offshores caribenhas, usadas pela turma para esquentar o dinheiro),  Gregório Marin Preciado (sócio de José Serra), Alexandre Bourgeois (genro de José Serra), a filha de Serra, Verônica (cuja offshore caribenha, em sociedade com Verônica Dantas, lavou pelo menos 5 milhões de dólares), o próprio José Serra e o indefectível Daniel Dantas. Mas o livro tem também informações comprometedoras sobre o comportamento de petistas (Ruy Falcão e Antonio Palocci), sobre Ricardo Teixeira e sobre vários jornalistas.

A quadrilha de privatas tucanos movimentou cerca de 2,5 bilhões de dólares, há propinas comprovadas de 20 milhões de dólares, dinheiro que não cabe em malas ou cuecas. O livro revela também o indiciamento de Verônica Serra por quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros e traz provas documentais de sua sociedade com Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas, do Banco Opportunity, numa offshore caribenha.

Alguns destaques do livro:

Asia Times: O urso ofende a águia, o dragão sorri (12dez2011)

El oso ofende al águila, el dragón sonríe

M K Bhadrakumar
Asia Times Online
Traducido del inglés para Rebelión por Germán Leyens

Debido a un comentario del lunes, aparentemente inprovisado, EE.UU. convirtió la elección parlamentaria rusa del 5 de diciembre en un tema crucial para los vínculos entre EE.UU. y Rusia. La dramática escalada de la retórica disipa las continuas pretensiones de un “reajuste” de las relaciones del gobierno de Barack Obama.

En una rápida maniobra, Pekín también ha dado un paso para expresar su comprensión hacia Moscú. Las líneas de falla tendrán impacto en la situación regional e internacional respecto a una cantidad de temas en el futuro.

Recapitulemos. La secretaria de Estado de EE.UU. Hillary Clinton no tardó en comentar respecto a la elección parlamentaria rusa cuando habló al margen de la II Conferencia de Bonn en Alemania el lunes: lanzó dardos hacia el Kremlin y afirmó que estaba “preocupada” por la conducción de la votación y que “el pueblo ruso, como todo pueblo, merece el derecho de que se escuche su voz y que sus votos cuenten”.

Clinton se pronunció antes de que los resultados de la elección estuvieran totalmente disponibles. En realidad el recuento total de los votos de las vastas regiones de Rusia no estuvo disponible hasta el miércoles. Reveló que el partido gobernante Rusia Unida (RU) sufrió un severo golpe al perder hasta 77 escaños de los que tenía en el Parlamento saliente de 450 miembros. RU obtuvo apenas una mayoría simple de 238 escaños.

Clinton lo presentó como si el Kremlin hubiera orquestado una victoria de un 98% al estilo soviético de RU. Mientras, los medios occidentales se pusieron a trabajar para presentar el resultado como una gran “derrota” del primer ministro Vladimir Putin (quien se presenta como candidato a presidente en la elección del 4 de marzo), Clinton argumentó en una dirección diametralmente opuesta, como si la dirigencia del Kremlin pisoteara la opinión popular y consolidara su control del poder.

domingo, 11 de dezembro de 2011

TSE confirma rejeição à divisão do Pará em três estados (11dez2011)

Pedro PeduzziRepórter da Agência Brasil

Brasília – Os presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, e do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), Ricardo Nunes, anunciaram oficialmente, em entrevista coletiva em Belém, que no plebiscito de hoje (11) os eleitores rejeitaram a divisão do estado em três unidades federativas.

O índice de rejeição à criação de Carajás está em 67,35% dos votos apurados (88,85% de um total de 4,84 milhões). No caso do Tapajós, o percentual contrário é 66,8%, segundo dados divulgados pela Justiça Eleitoral. Até agora, foram apurados 4,37 milhões de votos (90% do total).

Pouco depois das 20h, já era possível confirmar, matematicamente, a decisão dos eleitores que foram às urnas opinar sobre a divisão do estado.

Edição: Juliana Andrade


Eu torcia por esse resultado, pois a impressão que me passam essas tentativas de divisão de Estados é a de acomodação de grupos políticos, com a criação de miríades de novos cargos, parlamentares, governadores etc., além da necessidade de instalação de superintendências dos órgãos federais nas novas capitais. Tudo isso se traduz em altos custos para o erário sem a equivalente melhoria efetiva do bem-estar das populações desses Estados.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Taxar 997 milionários levantaria R$ 10 bi para a saúde pública (10dez2011)

Por Luiz Carlos Azenha

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados deve apreciar nesta quarta-feira, 7 de dezembro, o parecer da relatora Jandira Feghali (PCdoB-RJ) sobre o Projeto de Lei Complementar 48/11, de autoria do deputado Dr. Aluizio (PV-RJ), que trata da Contribuição Social das Grandes Fortunas.

Um imposto sobre as fortunas está previsto no inciso VII do artigo 153 da Constituição de 1988, nunca regulamentado.

A relatora pretende transformar o imposto em contribuição, permitindo assim que o dinheiro arrecadado seja vinculado a um tipo específico de gasto: o financiamento da saúde pública.

O imposto incidiria sobre 38.095 contribuintes, aqueles que têm patrimônio superior a 4 milhões de reais. As alíquotas teriam variação de 0,40% a 2,1%.

A relatora Jandira Feghali disse que, ao analisar os dados obtidos junto ao Fisco, constatou o tremendo grau de concentração de riqueza no Brasil: pelos cálculos da deputada, a contribuição arrecadaria 10 bilhões de reais taxando apenas os brasileiros com patrimônio superior a 100 milhões de reais, ou seja, 997 pessoas.

Considerando os dados de 2009, a contribuição levantaria 14 bilhões de reais.

“Vamos servir a 200 milhões de brasileiros com uma contribuição de fato em quem concentra patrimônio no Brasil”, diz Jandira.

Ela argumenta que taxar fortunas não é nenhuma novidade. O imposto existe na França para quem tem patrimônio superior a 600 mil euros, segundo ela.

Jandira também lembrou do milionário estadunidense que pediu para ser taxado. Ela se refere ao investidor Warren Buffett. De fato, nos Estados Unidos, existe até mesmo um grupo, chamado Patriotic Millionaires, que lidera uma campanha pela taxação de no mínimo 39,6% para quem tem renda superior a 1 milhão de dólares anuais. Uma pesquisa do Spectrum Group, publicada pelo Wall Street Journal, descobriu que 68% dos milionários entrevistados defendem aumento de imposto para os mais ricos.

A CSGF brasileira não trata de renda, mas de patrimônio acumulado.

Se você tem um Fusca paga 4% do valor em IPVA, mas a posse de um avião particular, de um helicóptero ou iate não é taxada, argumenta a deputada comunista.

Jandira diz que, pelos cálculos do ministro da Saúde Alexandre Padilha, a pasta precisa de um reforço de orçamento de 45 bilhões de reais por ano para dar conta das necessidades do setor. A contribuição dos milionários cobriria uma parte razoável disso.

Fiz duas provocações à deputada: 1)  Os milionários brasileiros têm um poder político considerável e, como disse Garrincha sobre a tática infalível  do técnico Vicente Feola para derrotar os russos, só falta combinar com o adversário; 2)  O argumento clássico dos conservadores é de que, ao taxar os mais ricos, eles perdem o incentivo para produzir as riquezas que, eventualmente, se espalham por toda a sociedade (a famosa economia do trickle-down, do ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan, segundo a qual as migalhas que caem lá de cima acabam nos alimentando).

Ouça as respostas no Viomundo.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Livro de Amaury Ribeiro Jr. expõe e documenta as falcatruas das privatizações tucanas (9dez2011)

Chega às livrarias ‘A Privataria tucana’, de Amaury Ribeiro Jr. CartaCapital relata o que há no livro

Não, não era uma invenção ou uma desculpa esfarrapada. O jornalista Amaury Ribeiro Jr. realmente preparava um livro sobre as falcatruas das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Neste fim de semana chega às livrarias “A Privataria Tucana”, resultado de 12 anos de trabalho do premiado repórter, que durante a campanha eleitoral do ano passado foi acusado de participar de um grupo cujo objetivo era quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos. Ribeiro Jr. acabou indiciado pela Polícia Federal e tornou-se involuntariamente personagem da disputa presidencial.

'A Privataria Tucana', de Amaury Ribeiro Jr.

Na edição que chega às bancas nesta sexta-feira 9, CartaCapital traz um relato exclusivo e minucioso do conteúdo do livro de 343 publicado pela Geração Editorial e uma entrevista com autor (reproduzida abaixo). A obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado. José Serra é o personagem central dessa história. Amigos e parentes do ex-governador paulista operaram um complexo sistema de maracutaias financeiras que prosperou no auge do processo de privatização.

Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e offshores criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização.

O livro traz, por exemplo, documentos nunca antes revelados que provam depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, hoje OI, na conta de uma companhia de Oliveira nas Ilhas Virgens Britânicas. Também revela que Preciado movimentou 2,5 bilhões de dólares por meio de outra conta do mesmo Oliveira. Segundo o livro, o ex-tesoureiro de Serra tirou ou internou  no Brasil, em seu nome, cerca de 20 milhões de dólares em três anos.

A Decidir.com, sociedade de Verônica Serra e Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, também se valeu do esquema. Outra revelação: a filha do ex-governador acabou indiciada pela Polícia Federal por causa da quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros. Por meio de um contrato da Decidir com o Banco do Brasil, cuja existência foi revelada por CartaCapital em 2010, Verônica teve acesso de forma ilegal a cadastros bancários e fiscais em poder da instituição financeira.

Na entrevista a seguir [leia aqui], Ribeiro Jr. explica como reuniu os documentos para produzir o livro, refaz o caminho das disputas no PSDB e no PT que o colocaram no centro da campanha eleitoral de 2010 e afirma: “Serra sempre teve medo do que seria publicado no livro”.


De Carta Capital.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Cuba desenvolve vacina contra câncer de pulmão (7dez2011)

Cuba registra vacina contra câncer de pulmão na América Latina

De Reuters/ UOL

Nelson Acosta
Em Havana

As autoridades sanitárias de Cuba registraram no Peru uma vacina terapêutica contra o câncer de pulmão que foi aplicada com resultados favoráveis em cerca de 2 mil pacientes na ilha, informou na terça-feira a imprensa estatal cubana.

A vacina CimaVax-EGF oferece a possibilidade de converter o câncer avançado em uma enfermidade crônica controlável e começou a ser comercializada em Cuba no início deste ano, depois de ser experimentada em mais de mil pacientes sem provocar efeitos adversos severos.

"A Cima Vax-EFG está registrada em Cuba e no Peru. Está em processo no Brasil, na Argentina, na Colômbia e em outras nações e tem direito de patente em quase todo o mundo", disse Gisela González, chefe da equipe de desenvolvimento da vacina, citada pelo diário Granma, do Partido Comunista, do governo.

González ressaltou que os ensaios clínicos com a Cima Vax-EGF foram iniciados em 1995 e têm "demonstrado segurança e resposta imune" em pacientes em estados avançados da doença.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O “público não estatal” virou “bolso não estatal” (6dez2011)

O PT convive, confortavelmente, com a agenda neoliberal de Bresser Pereira

Por Olympio Barbanti Jr.

Os dois governos de Lula, e o de Dilma, até o momento, não tocaram em uma das mais neoliberais agendas do governo Fernando Henrique: a transferência de responsabilidades, e dinheiro, do Estado para o setor privado não governamental.

Bresser Pereira, o ministro de Reforma do Estado durante o primeiro mandato presidencial de Fernando Henrique Cardoso, implementou o discurso de uma parcela de acadêmicos e oportunistas, ou os dois, que discutiam a agenda de privatizações na onda neoliberal dos anos 80 e 90.

Em seu livro “Reforma do Estado para a Cidadania”, de 1998, o ministro defendia a cisão do serviço público em “atividades típicas do Estado”, e o resto. Foram colocados na cesta de atividades que não são estratégicas para o Estado, por exemplo, os militares e a educação. Sua proposta de uma “publicização” implicava transferir, para entidades sem fins lucrativos, a responsabilidade pela implementação de atividades cuja concepção permaneceria sob controle do Estado. Ele citava como exemplos de atividades “onguizáveis” as escolas, os hospitais, centros de pesquisas e museus.

Essa “onguização” ganhou o nome de uma coisa chamada “terceiro setor”, onde foi enfiada uma ampla parcela da diversidade política e cultural da sociedade, que outros, com mais propriedade, chamam de sociedade civil. Na defesa de sua argumentação, Bresser-Pereira dizia:
“Na reforma gerencial em curso no Estado brasileiro, a instituição que provavelmente terá a maior repercussão é a das organizações sociais. A proposta da reforma é a transformação dos serviços sociais e científicos, que o Estado hoje presta diretamente, em entidades públicas não-estatais, entidades sem fins lucrativos, do terceiro setor. Ao serem qualificadas como organizações sociais, as novas entidades públicas, mas de direito privado, poderão celebrar um contrato de gestão com o respectivo ministério supervisor e terão de participar do orçamento do Estado.”
Bresser Pereira estava correto quando afirmava que “a instituição que provavelmente terá a maior repercussão é a das organizações sociais”. Basta ver o atual noticiário político e policial. O “público não estatal” virou “bolso não estatal”. E não adianta dizer que o problema é de má gestão por parte das organizações da sociedade. Na verdade, os desvios que hoje ocorrem são inevitáveis, porque as entidades sem fins lucrativos não existem para fazer o que o Estado “não quer” fazer, não prestam para isso e não deveriam se prestar a isso.

A Rússia diz NÃO (6dez2011)

El NO del este

Néstor Núñez

Nuevo radar Voronezh-DM estacionado en Kaliningrado

La activación este 29 de noviembre del radar Voronezh DM en la región de Kaliningrado, en la zona europea de Rusia, como respuesta a las intenciones norteamericanas de desplegar su controvertido sistema antimisiles en el Viejo Continente, establece claramente que Moscú no está dispuesto a jugarse la carta de su estabilidad y su seguridad nacional a cuenta de las bravatas occidentales.

Y si bien el mundo podría vivir confrontaciones más álgidas en el futuro, esta vez entre los dos grandes colosos nucleares del orbe, lo cierto es que ser permisivos con Washington y sus aliados implica casi un suicidio, y todo indica que el Kremlin no asumiría semejante alternativa.

De hecho el presidente Dimitri Medvedev, presente en la apertura del Voronezh DM, lo había advertido más de una vez en medio de las marchas y contramarchas gringas para rodear a Rusia de radares y sistemas balísticos capaces de abortar el contragolpe a un posible ataque atómico a las fuerzas militares de Moscú.

Rusia, había dicho el jefe de Estado, reaccionará debidamente ante las pretensiones de Occidente, y lo ocurrido en Kaliningrado indica que no se trata de palabras huecas.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Para controlar manifestações internas, EUA e Europa mostram-se dispostos a iniciar uma guerra mundial (5dez2011)

A Europa e as lições da História - Novo movimento na escalada da guerra

Por Mauro Santayana

“A Primeira Guerra Mundial foi um trágico e desnecessário conflito” – assim se abre o excelente estudo do historiador britânico John Keegan sobre aquele confronto. Todas as guerras são uma só e permanente, iniciada não se sabe quando. Os raros períodos de paz têm sido os das tréguas impostas pela exaustão.

Em 1922, desmobilizado depois da derrota de seu país, o cabo Adolfo Hitler conclamaria a Alemanha à desforra: “não é possível que dois milhões de alemães tenham sido mortos em vão. Não podemos perdoar, nós queremos vingança”.

O confronto de 1914-1918 teve sua origem em outra guerra ocorrida quatro décadas antes, entre a França e a Alemanha. Como a mentira e a provocação são sempre instrumentos do poder, a guerra de 1870 fora provocada pela jogada de Bismarck, falsificando um telegrama que narrava encontro entre o embaixador da França, Conde Benedetti, e o rei Guilherme I, no balneário de Bad Ems. A conversa ocorrera em termos corteses, com o soberano alemão se negando a aceitar uma reivindicação da França. Bismarck mudou os termos do telegrama, afirmando que o embaixador e o rei se haviam insultado mutuamente, chegando quase aos bofetões. Divulgado o texto fraudado, a opinião pública dos dois paises exigiu a guerra – e a França caiu na armadilha, declarando-a em primeiro lugar, em julho de 1870.

A Alemanha em pouco tempo levou suas tropas a Paris. Bismarck se apossou logo da Alsácia e da Lorena, com a desculpa de que necessitava proteger-se no futuro contra o inimigo vencido. Lord Salisbury, depois primeiro ministro da Inglaterra, fez o alerta contra tal pretensão, em artigo publicado no calor dos fatos, em outubro de 1870, na famosa Quarterly Review. Escreveu o estadista que “as outras nações da Europa são levadas a deduzir que devem temer mais a intoxicação de uma Alemanha triunfante, do que uma França diante da violência e da Revolução. Uma Alemanha pacífica é apenas conversa de diplomatas. Nada existe na História para justificar semelhante situação”.

“Dia virá – diz Salisbury em outra passagem – no qual os sonhos ambiciosos da Alemanha virão chocar-se, em seu caminho, com um povo suficientemente forte para por os seus ressentimentos à prova. Esse dia será, para a França, o da restituição e o da revanche”.

Por duas vezes, em 1918 e em 1945, a Alemanha pagou pelas suas ambições. Na Primeira Guerra Mundial, a aliança entre a França e a Inglaterra, com a contribuição norte-americana, levou-a ao chão. Os sentimentos de revanche, capitalizados por Hitler, conduziram-na novamente ao desvario. Desta segunda vez, não obstante a brava resistência da Grã Bretanha e a ação interna dos patriotas dos países ocupados - além da contribuição de países como o Brasil, que enviou 25 mil homens para combater os nazistas e fascistas na Itália - o povo mais forte foi o da União Soviética. Quem derrotou a Alemanha foi o Exército Vermelho, a partir da heróica reviravolta de Stalingrado, até sua chegada a Berlim.

A Europa atual, em lugar de ter aprendido com o passado, parece ter perdido de vez a lucidez. Não há mais Salisbury, Disraeli, ou Churchill, entre os ingleses, mas pigmeus, como David Cameron e seus antecessores imediatos. No resto da Europa, o cenário é o mesmo. Incapazes de governar, posto que desprovidos de inteligência política, os simulacros de governantes entregam o poder aos banqueiros e a consultores empresariais. Como comediantes, lêem discursos que correspondem aos interesses dos reais donos do poder, e se reúnem com seus pares, fazendo de conta que lideram: não passam de meros delegados dos grandes banqueiros.

Criança desaparecida: Maria Cecília (5dez2011)

Recebi este pedido por e-mail, numa corrente visando encontrar essa criança. Como eu tenho um blog, achei por bem publicar. Não custa nada, e quem sabe possa ajudar. Imagino o desespero de uma família que passa por essa situação.



Baleia elétrica (VLT) terá custo inferior ao que seria investido no BRT (5dez2011)

Trem das onze (Adoniran Barbosa)
Grupo Rumo


Francisco Vuolo sai em defesa do modal

Por Fernando Duarte
Diário de Cuiabá

O governo federal também participará do processo de licitação do VLT em Cuiabá. A informação é do secretário extraordinário de Acompanhamento e Logística de Transportes, Francisco Vuolo, que participou da reunião de apresentação do Termo de Referência (TR). Ele também afirma que o valor do VLT será inferior ao que seria investido no BRT.

Vuolo avaliou o projeto do modal como bem elaborado, pois abre “um leque de oportunidades” para a capital. Segundo ele, os projetos terão celeridade e todos serão realizados no prazo de dois anos. Na próxima quarta-feira (7), o governador Silval Barbosa (PMDB) irá a Brasília para fechar os últimos detalhes com o governo federal para que o edital de licitação seja lançado.

O secretário lembrou que, na reunião, foi tratado sobre as conjecturas do processo, inclusive que a empresa vencedora da licitação irá entregar o modal completo, diferentemente do BRT. “Os recursos que seriam gastos no BRT seriam muito maiores que no VLT, que demanda menos desapropriações”, destacou.

A estimativa usada pelos técnicos é que haverá 60% menos desapropriações com o veículo leve sobre trilhos comparado ao BRT, além da vida útil ser de, ao menos, 30 anos e ecologicamente mais correto.

“Desde a década de 1960, nós vemos esse conflito [entre trilhos e rodovia], desde o governo de Juscelino Kubitscheck quando o Brasil tinha 30 mil quilômetros de ferrovia. No país, historicamente os trilhos foram rifados do processo”, afirmou o secretário, citando o exemplo da Europa como modelo de utilização e modernização dos trilhos.



domingo, 4 de dezembro de 2011

Continuamos torcendo por você, Sócrates (4dez2011)

Sócrates Brasileiro (José Miguel Wisnick)
Ná Ozzetti

A música de Wisnick é uma linda homenagem ao grande craque Sócrates


Esta postagem é uma singela homenagem ao ex-jogador Sócrates, que se encontra hospitalizado em estado grave.


Registro aqui a minha torcida (e a de todos que admiraram seu talento) para sua recuperação total. Sócrates fez história no futebol e ainda tem muita história por fazer. Força Sócrates!


Atualização às 08:43h

'Doutor' Sócrates, ex-jogador, morre aos 57 anos em São Paulo

O ex-jogador Sócrates, de 57 anos, morreu na madrugada deste domingo no Hospital Albert Einstein, em são Paulo. Ele estava internado desde a noite de sexta-feira, após ter sofrido uma infecção intestinal, e ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) respirando com auxílio de aparelhos. Durante o sábado, a dose de antibióticos que Sócrates recebia foi aumentada.

O "Doutor" já tinha passado por duas internações no mesmo hospital em agosto e setembro, devido à hemorragias digestivas e problemas no fígado. Após receber alta, Sócrates chegou a reconhecer que os problemas de saúde tem relação com o consumo excessivo de bebidas alcóolicas.

Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira começou e encerrou a carreira no Botafogo de Ribeirão Preto. Sua passagem mais marcante foi pelo Corinthians, no início da década de 1980. Ainda teve atuações pelo Fiorentina (Itália), Flamengo e Santos. Politizado, o ex-jogador também se destacou pela sua participação ativa em movimentos históricos do país ("Diretas Já") e atualmente trabalhava como colunista da revista "Carta Capital". Pela Seleção Brasileira, Sócrates disputou as Copas do Mundo de 1982 e 1986.

Do blog de Sidney Rezende.

Nasce a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) (4dez2011)

Celac - Rumo a uma civilização fraterna

Inicia-se em Caracas uma jornada histórica de nossa América. Os 33 chefes de Estado e governo da região deixarão constituída a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), organização de concertação política e integração que reúne pela primeira vez esses Estados exclusivamente.

Por Angel Guerra Cabrera em Cubadebate

Foi necessário que transcorressem dois séculos desde o início de nossas gestas pela independencia, desde que Bolívar plasmou na Carta de Jamaica (1815) o sonho “de formar de todo o mundo novo uma só nação com um só vínculo que ligue todas as suas partes entre si e com o todo”, 185 anos do Congresso do Panamá, última tentativa do Libertador de tornar realidade aquele sonho; 120 anos desde que Martí defenderá em “Nossa América” o mesmo objetivo: “As árvores hão de se pôr em fila para que não passe o gigante de sete léguas!”

A constituição da Celac é o reflexo institucional de um nivel qualitativamente superior na longa luta dos povos da América Latina e do Caribe por sua emancipação, integração e unidade. Expressa também a criação de uma correlação regional e mundial de forças bastante mais desfavorável ao exercício da hegemonia dos Estados Unidos do que a existente até finais da década de 1990 quando a festa neoliberal parecia interminável e alguns chegaram a crer na fábula do fim da história.

Grandes movimentos populares anti-neoliberais ao sul do Rio Bravo e suas combativas lutas conduziram ao surgimento de um conjunto de governos com vocação social e mais independentes de Washington. Estimularam a elevação da consciência latino-americanista, anti-imperialista e inclusive anti-capitalista em nossa região. A vitória eleitoral de Hugo Chávez na Venezuela e a derrota do golpe de Estado e o golpe petroleiro de 2002 -orquestados por Bush e Aznar – marcaram o giro rumo à configuração do atual cenário geopolítico da América Latina, impulsionado pela heroica resistência de Cuba e consolidado pela chegada de Lula da Silva à presidência do Brasil e Néstor Kirchner à da Argentina. A derrota da Alca em Mar del Plata, plano de recolonização ianque da América Latina e do Caribe, foi um marco histórico na segunda independência da América Latina e um ponto de não retorno.