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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo (31ago2011)

O veneno está na mesa

Direção e Roteiro: Silvio Tendler

Apoio: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio

Produção: Caliban Produções Cinematográficas

Este filme é uma das iniciativas da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida

Sinopse (contida no Youtube):

O Brasil é o país do mundo que mais consome agrotóxicos: 5,2 litros/ano por habitante. Muitos desses herbicidas, fungicidas e pesticidas que consumimos estão proibidos em quase todo mundo pelo risco que representam à saúde pública.

O perigo é tanto para os trabalhadores, que manipulam os venenos, quanto para os cidadãos, que consumem os produtos agrícolas. Só quem lucra são as transnacionais que fabricam os agrotóxicos. A idéia do filme é mostrar à população como estamos nos alimentando mal e perigosamente, por conta de um modelo agrário perverso, baseado no agronegócio.



OTAN coloca a Líbia nas mãos da Al-Qaeda (31ago2011)

Como a al-Qaeda chegou ao poder em Trípoli

Por Pepe Escobar, Asia Times Online
30/8/2011

O nome do homem é Abdelhakim Belhaj. Alguns o conhecem no Oriente Médio, mas poucos no Ocidente algum dia ouviram seu nome.

Vamos por partes. Porque a história de como um comandante da al-Qaeda acabou por converter-se no principal comandante militar líbio na cidade de Trípoli ainda em guerra, põe por terra – mais uma vez – a selva de espelhos que se conhece como “guerra ao terror”, além de abalar profundamente toda a propaganda de uma “intervenção humanitária” tão cuidadosamente inventada para encobrir a intervenção militar, pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), na Líbia.

A fortaleza de Bab-al-Aziziyah, onde vivia Muammar Gaddafi foi invadida e conquistada, semana passada, quase exclusivamente por homens de Belhaj – que constituíam a linha de frente de uma milícia de berberes das montanhas do sudoeste de Trípoli. Essa milícia é a chamada hoje “Brigada de Trípoli”, que recebeu treinamento secreto, durante dois meses, de Forças Especiais dos EUA. Ao longo de seis meses de guerra civil/tribal, essa seria a milícia mais efetiva dos ‘rebeldes’.

Na 3ª-feira passada, Belhaj vangloriava-se de como havia vencido, com as forças de Gaddafi escapando “como ratos” (a mesma metáfora que Gaddafi usou, referindo-se aos ‘rebeldes’).

Abdelhakim Belhaj, também conhecido como Abu Abdallah al-Sadek, é jihadista líbio. Nascido em maio de 1966, aperfeiçoou seus saberes com os mujahideen da Jihad antissoviética dos anos 1980s no Afeganistão.

É fundador do Grupo de Combate Islâmico Líbio [ing. Libyan Islamic Fighting Group (LIFG)] do qual é o principal comandante – com Khaled Chrif e Sami Saadi como assessores e representantes. Depois que os Talibã assumiram o poder em Kabul em 1996, o LIFG criaram dois campos de treinamento no Afeganistão; um deles, 30 km ao norte de Kabul – comandado por Abu Yahya – exclusivo para jihadistas ligados à al-Qaeda.

Depois do 11/9, Belhaj mudou-se para o Paquistão e para o Iraque, onde esteve em contato com ninguém menos que o ultra linha-dura Abu Musab al-Zarqawi – tudo isso antes que a al-Qaeda no Iraque se declarasse a serviço de Osama bin Laden e Ayman al-Zawahiri e super ultra turbinasse suas práticas nefandas.

No Iraque, os líbios formavam o maior contingente de jihadistas sunitas estrangeiros, perdendo só para os sauditas. Além disso, os jihadistas líbios sempre foram superstars no mais alto escalão da Al-Qaeda “histórica” – de Abu Faraj al-Libi (comandante militar até ser preso em 2005, e hoje um dos 16 detentos “de mais alto valor” no centro de detenção dos EUA em Guantánamo), a Abu al-Laith al-Libi (outro alto comandante militar, morto no Paquistão no início de 2008).


Uma “entrega (muito) especial”[1]

O Grupo de Combate Islâmico Líbio (LIFG) está nos radares da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA desde o 11/9. Em 2003, Belhaj foi afinal preso na Malásia – e transferido pela via das “entregas especiais”, para uma prisão secreta em Bangkok onde foi devidamente torturado.

Em 2004, os norte-americanos decidiram mandá-lo, como presente, para a inteligência da Líbia – até que foi libertado pelo governo Gaddafi, em março de 2010, com outros 211 “terroristas”, em golpe de propaganda divulgado com muito alarde.

O orquestrador de tudo isso foi ninguém menos que Saif Islam al-Gaddafi – a face modernizadora à moda da London School of Economics do regime. Os comandantes do Grupo de Combate Islâmico Líbio (LIFG) –Belhaj e seus dois assessores Chrif e Saadi – divulgaram uma confissão de 417 páginas, chamada “Estudos Corretivos”, na qual declararam o fim da Jihad contra Gaddafi (também a declararam ilegal). Em seguida, foram postos em liberdade.

Relato fascinante de todo esse processo pode ser encontrado num relatório intitulado “Combatendo o Terrorismo na Líbia com Diálogo e Reintegração” [orig. Combating Terrorism in Libya through Dialogue and Reintegration (1)]. Observe-se que os autores “especialistas” em terrorismo sediados em Cingapura, e que o regime cevava com vinhos e jantares, manifestam “o mais profundo agradecimento a Saif al-Islam Gaddafi e à fundação Gaddafi International Charity and Development, que tornaram possível essa visita”.

Interessa observar que isso durou até 2007, quando o número 2 da al-Qaeda, Zawahiri, anunciou oficialmente a fusão do Grupo de Combate Islâmico Líbio (LIFG) com a al-Qaeda no Mahgreb Islâmico [ing. Al-Qaeda in the Islamic Mahgreb (AQIM)]. Desde então, para todas as finalidades práticas, LIFG/AQIM passaram a ser um e o mesmo grupo, do qual Belhaj era/é o principal comandante e emir.

Em 2007, o Grupo de Combate Islâmico Líbio (LIFG) estava convocando uma Jihad contra Gaddafi, mas também contra os EUA e sortido grupo de “infiéis” ocidentais.

Rode a fita adiante, até fevereiro passado. É quando, afinal livre da prisão, Belhaj resolveu voltar ao modo Jihad e alinhar seus soldados com o ‘levante’ de ‘rebeldes’ que começava a ser plantado na Cirenaica.

Todas as agências de inteligência nos EUA, Europa e em todo o mundo árabe sabem de onde brotou Belhaj. Mesmo que não soubessem, o próprio Belhaj já disse na Líbia que o único interesse, seu e de suas milícias, é implantar a lei da sharia.

Não há, nem parecido, nisso tudo, qualquer processo “pró-democracia” – nem que se tente a mais complexa ginástica imaginativa. Mas, ao mesmo tempo, força de tal importância não seria apeado da guerra da OTAN só porque não gosta muito de “infiéis”.

O assassinato no final de julho, do comandante dos ‘rebeldes’ general Abdel Fattah Younis – foi morto pelos próprios ‘rebeldes’ – parece apontar diretamente para Belhaj ou, no mínimo, para gente próxima dele.

É importante saber que Younis – antes de desertar do governo Gaddafi – foi responsável, no governo Líbio, pelo combate feroz que as forças especiais líbias moveram contra o Grupo de Combate Islâmico Líbio (LIFG) na Cirenaica, de 1990 a 1995.

O Conselho Nacional de Transição, segundo um de seus membros, Ali Tarhouni, teria deixado ‘vazar’ que Younis foi moto por uma nebulosa brigada, de nome Obaida ibn Jarrah (um dos companheiros do Profeta Maomé). Agora, a tal brigada parece ter-se dissolvido no ar.


Cale o bico, ou arranco sua cabeça

Não pode ser acaso, que todos os principais comandantes militares ‘rebeldes’ sejam membros do Grupo de Combate Islâmico Líbio (LIFG), de Belhaj em Trípoli, a um Ismael as-Salabi em Benghazi e certo Abdelhakim al-Assadi em Derna, para nem mencionar figura importantíssima, Ali Salabi, com assento no núcleo do Conselho Nacional de Transição. Saladi foi quem negociou com Saif al-Islam Gaddafi o “fim” da Jihad do Grupo de Combate Islâmico Líbio contra o regime Gaddafi, com o que garantiu para si futuro brilhantíssimo entre esses ressuscitados “combatentes da liberdade”.

Ninguém precisará de bola de cristal para antever consequências. O grupo unificado LIFG/AQIM – já tendo alcançado poder militar e assentado entre os “vencedores” – nem remotamente desistirá do poder, só para satisfazer os anseios da OTAN.

Simultaneamente, entre a névoa da guerra, ainda não se sabe se Gaddafi planeja atrair a Brigada de Trípoli para um cenário de guerrilha urbana; ou se arrastará atrás de si as milícias ‘rebeldes’, atraindo-as para o coração dos territórios da tribo Warfallah.

A esposa de Gaddafi é da tribo Warfallah, a maior da Líbia, com mais de 1 milhão de almas e 54 subtribos. Diz-se pelos corredores em Bruxelas, que a OTAN prevê que Gaddafi lutará durante meses, se não anos; daí o prêmio (“Procurado vivo ou morto”) à moda texana de George W Bush, pela cabeça de Gaddafi; e a volta desesperada da OTAN ao plano A (o golpe militar para derrubar Gaddafi).

É possível que a Líbia enfrente hoje o duplo espectro de uma Hidra guerrilheira de duas cabeças: forças de Gaddafi contra um governo central fraco do Conselho Nacional de Transição e tropas da OTAN em terra na Líbia; e a nuvem de Jihadistas do conglomerado LIFG/AQIM em Jihad contra a OTAN (se forem afastados do poder).

É possível que Gaddafi não passe de relíquia ditatorial do passado. Mas ninguém monopoliza o poder por 40 anos por nada e sem que seus serviços de inteligência nada descubram de aproveitável.

Desde o primeiro dia, Gaddafi disse e repetiu que o ataque contra a Líbia era operação da al-Qaeda e/ou operação local com financiamento estrangeiro. Esteve certo, portanto, desde o primeiro dia – embora tenha esquecido de dizer que, sobretudo, sempre foi guerra inventada pelo neonapoleônico presidente Nicolas Sarkozy da França (mas essa já é outra história).

Gaddafi também disse que seria o prelúdio da ocupação estrangeira, cuja meta é privatizar e roubar os recursos naturais da Líbia. Parece que acertou – também nisso.

Os “especialistas” de Cingapura que elogiaram a decisão do regime de Gaddafi de libertar os Jihadistas do Grupo de Combate Islâmico Líbio disseram que seria “estratégia necessária para mitigar a ameaça que pesa contra a Líbia”. Hoje, o que se vê é que o conjunto LIFG/AQIM – quer dizer, a al-Qaeda – conseguiu posicionar-se para exercer suas opções como “força política (líbia) local”.

Dez anos depois do 11/9, não é difícil imaginar que, no fundo do Mar da Arábia, há um crânio decomposto que, esse sim, está rindo por último. E lá ficará. Rindo.


Nota

1. Documento na íntegra, em PVTR (em inglês).

[1] Orig. extraordinary rendition. Em inglês, essa expressão designa o processo ilegal, mas usado frequentemente durante o governo Bush, nos primeiros movimentos da “guerra ao terror” pelo qual prisioneiros presos num país são entregues a outro, para serem interrogados [NTs, com informações de Wikipedia].

Do sítio Maria Frô.

Audiência vai esclarecer a viabilidade do sistema VLT em Cuiabá (31ago2011)

Riva quer que a população conheça detalhes do modal para 2014, em Cuiabá e Várzea Grande

Por Rafael Costa

A viabilidade do sistema de VLT (Veículo Leve Sobre Trilho) em Cuiabá será discutida pela Assembleia Legislativa a partir das 14h do dia 2 de setembro em audiência pública proposta pelo deputado José Riva (PP).

O modal, levando em conta a últimas negociações envolvendo o Estado e o Governo Federal, deve ser anunciado, em breve, como a opção de transporte público para Cuiabá e Várzea Grande, diante da participação na Copa do Mundo de 2014.

Presidente do Legislativo e defensor deste sistema de transporte para Cuiabá, Riva afirmou que a ideia é prestar esclarecimentos à sociedade sobre os detalhes do projeto do VLT.

"Teremos especialistas explicando a funcionalidade, custo de tarifa e valor para investimento. Não há dúvida de que se trata do modelo mais adequado para atender o futuro de Cuiabá. Por isso, vamos convocar a sociedade para debater as ideias".

Riva também concordou com a proposta do governador Silval Barbosa (PMDB), de firmar uma Parceria Pública Privada (PPP) para investir no VLT. Ao todo, serão duas linhas, sendo uma cumprindo o trecho Coxipó/Centro e a outra, CPA/Aeroporto.

"Vejo que o Estado tem a oportunidade de ter o VLT e não gastar rios de dinheiro. Há interesse de vários empresários em investir. É perfeitamente possível o Estado financiar a obra e, depois, entregá-la à iniciativa privada, por meio de uma concessão. O valor da concessão paga o financiamento", disse.


Apoio popular

No dia 9 deste mês, entidades de classe promoveram uma passeata em defesa do VLT. O argumento é que o sistema de transporte reduz as desapropriações das principais avenidas de Cuiabá e Várzea Grande, além de ser mais confortável e ser ecologicamente correto.

A Associação dos Empresários das Avenidas Prainha, Fernando Correa e FEB e a Câmara de Dirigente Lojista são intransigentes defensores do VLT em Cuiabá.

Fonte: MídiaNews

Continua a greve docente na UFPR pelo avanço da negociação de pauta interna com a Reitoria (31ago2011)

A greve dos professores da UFPR continua

Após assembléia dos professores da UFPR realizada ontem, o Comando de Greve dos Professores vem informar que:

- Com a assinatura do acordo entre ANDES-SN e governo federal encontra-se suspensa a construção da greve nacional de docentes nesse momento. A categoria deverá se manter mobilizada a fim de fiscalizar o cumprimento do acordo pelo governo. Em caso de não cumprimento desse acordo até março de 2012 a construção da greve nacional provavelmente se colocará como instrumento necessário;

- No caso da UFPR, como as negociações com a reitoria ainda estão em andamento e, no entendimento da assembleia, não avançaram o suficiente, a greve dos professores continua até análise pela categoria da nova rodada de negociações que deverá acontecer nos próximos dias.

Saudações grevistas

Comando de Greve dos Professores da UFPR

Fonte: APUFPR-SSIND

Sindicato Nacional explicita como se chegou à assinatura do acordo (31ago2011)

Sobre o processo que levou à assinatura do acordo*

Analisar o processo em sua totalidade é uma condição para apurarmos o balanço a respeito do ocorrido e traçarmos os próximos passos do movimento. Nossa luta se iniciou em Fortaleza, no CONAD, quando assumimos a tarefa de construir uma pauta de reivindicações que, partindo da atualização da anterior, tomaria como centro a proposta de carreira para os docentes do Setor das IFES. Este processo foi desencadeado com a elaboração coletiva junto às seções sindicais, com movimentos de idas e vindas, tendo sua aprovação final no 30º Congresso. Neste mesmo congresso discutimos e aprovamos o plano de lutas, de mobilização e de negociação, para obter conquistas em favor da categoria, referenciadas na pauta que combina condições de trabalho, salário e carreira.

Protocolamos a nossa proposta de carreira no MPOG e no MEC, em março de 2011, e desencadeamos a intensificação do trabalho de base, ampliando as visitas às unidades por meio de caravanas Brasil a fora, sem desanimar mesmo diante de baixa participação inicial dos docentes nas assembléias e espaços de debate. Paralelamente, promovemos discussões nos conselhos das universidades, com a ANDIFES, o MEC, o MPOG e muitos parlamentares.

Simultaneamente, intensificamos nossa atuação na CNESF para elaboração de pauta conjunta e calendário de ação unitário, chegando a constituir um fórum mais amplo de unidade que agregou 32 entidades dos SPF. O eixo econômico da pauta foi: “Política salarial permanente com Reposição Inflacionária, Valorização do Salário Base e Incorporação das Gratificações”. As ações nacionais do Fórum de Entidades envolveram atos nos estados, manifestações em Brasília e reuniões nos ministérios, em especial no MPOG.

Na audiência sobre este tema, o Fórum de Entidades apresentou ao governo a proposta de um índice de aproximadamente 14,6% (soma da inflação dos últimos 12 meses com a variação do PIB). No entanto, já no mês de julho, o governo encerrava o processo anunciando que não haveria reajuste para os servidores em 2011 e nenhum reajuste geral em 2012. Alegou que não haveria negociação de índice de reposição de perdas salariais dos servidores públicos, pois a escassa disponibilidade de recursos seria aplicada na correção de distorções específicas em algumas carreiras, para viger somente em 2012. Com essa argumentação, o governo desviou o debate para as mesas específicas e alertou que o prazo para fechar propostas era muito curto, por imposição da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Outros eixos apresentados pelo Fórum de Entidades também geraram grande tensionamento nas reuniões com o governo, porém com poucos resultados concretos, uma vez que a resposta mais frequente foi que o governo não recuaria das iniciativas legislativas anteriormente desencadeadas em relação à criação da empresa de serviços, privatizando os hospitais universitários (MP 520/2010 e posteriormente o PL 1749/2011), em relação à retirada de direitos previdenciários (particularmente quanto à instituição da previdência complementar dos servidores públicos PL 1992/2007), entre outras.

A avaliação feita pelas entidades foi de que o movimento não reuniu condições para a reação necessária, que seria o desencadeamento de uma greve unitária. Assim, foram sendo direcionadas ações para as negociações específicas, já em curso com diversas entidades, naquele momento. Essa avaliação foi consolidada na plenária do dia 26 de agosto, bastante esvaziada, evidenciando a alteração no curso das negociações. O reconhecimento de que não era possível reverter o quadro negocial dos SPF com o governo foi a avaliação assumida diante da dificuldade de mobilização. Assim, as decisões foram canalizadas para ações de solidariedade às greves em curso.

O ANDES-SN manteve interlocução com o Ministério da Educação, destacando da pauta especialmente os temas relacionados com a necessidade de ampliação de vagas docentes, a precarização gerada pela expansão sem estrutura, a crise dos Colégios de Aplicação e CEFET, mas a primeira mesa específica dos docentes no Ministério do Planejamento ocorreu somente no dia 11/07 com a presença de representantes do ANDES-SN e do Proifes. Na sequência dos debates, ficou claro que só seriam considerados pelo governo os pontos em torno dos quais houvesse acordo e que, portanto, não seria possível avançar nas questões estruturais da carreira dentro de prazo tão exíguo.

Diante disso, o 56º CONAD decidiu que o ANDES-SN deveria apresentar uma proposta de acordo emergencial para forçar o governo a se manifestar. Os termos da proposta apresentada pelo ANDES-SN foram os seguintes: a) incorporação das gratificações (RT, GEMAS, GEDBT) ao vencimento de forma a garantir remuneração integral e uniforme do trabalho prestado pelo professor de mesmo nível da carreira, mesmo regime de trabalho e mesma titulação; b) piso remuneratório de R$ 2.196,74 (valor do salário mínimo calculado pelo DIEESE para 1º de janeiro de 2011) para docente graduado, em regime de trabalho semanal de 20h, na posição inicial da carreira; c) interstício de 5% entre os níveis da carreira; d) relação entre os regimes de trabalho que importe em acréscimo de 100% para o regime de trabalho de 40h, e de 210% para o regime de dedicação exclusiva, tendo como referência o regime de trabalho de 20h, integrando a remuneração unificada; e) acréscimos relativos à titulação de 75% para doutorado/livre docente, 37,5% para mestrado, 18% para especialização, 7,5% para aperfeiçoamento, integrando a remuneração unificada; f) paridade e integralidade para os aposentados, reposicionamento de forma a resguardar a posição do docente em relação ao topo da carreira na data da aposentadoria e garantia dos direitos decorrentes da aplicação do art. 192, da lei 8112/90 – RJU aos docentes que se aposentaram até 1997 e seus pensionistas.

Depois de constatado que não seria possível incluir, nesse momento das negociações, a mudança do número de níveis da carreira, nem para menos, como queria o movimento, nem para mais, como queria o governo, a reunião do setor das IFES decidiu flexibilizar a contra proposta de acordo emergencial, mantendo todos os itens, mas reduzindo o interstício entre os níveis de 5% para 3%, considerando os atuais 17 níveis.

Em decorrência disso, o governo apresentou pela primeira vez uma proposta, dia 09 de agosto, nos seguintes termos: a partir de julho de 2012, incorporação da GEMAS ao VB e correção de distorções no enquadramento ocorridas para docentes em atividades, quando da criação da classe de professor associado, proposta restrita ao magistério superior.

Somente a partir deste momento foi estabelecido um efetivo processo de negociação. Diante das impropriedades e insuficiências apontadas na mesa, o governo foi recuando em suas propostas, que eram alteradas a cada reunião, porém sempre restritas a um pequeno impacto financeiro justificado pelo governo com o argumento de indisponibilidade de recursos frente à crise. Os interlocutores do governo mencionavam também que o prazo para conclusão das negociações deveria ser anterior a 31 de agosto, devido à limitação contida no artigo 78 da LDO 2012, ainda que tal lei somente fosse sancionada pela presidente da República e publicada no DOU em 15 de agosto.

É preciso destacar o método democrático utilizado pelo ANDES-SN, compartilhando todas as informações, o tempo todo, e privilegiando a construção do processo por meio das suas seções sindicais. Todas as reuniões com o governo e todas as reuniões do setor das federais foram relatadas em detalhes, por escrito, para as seções sindicais no próprio dia ou na manhã do dia seguinte em que ocorreram. Notícias no portal ANDES-SN prontamente repassaram o resumo dos acontecimentos para o público em geral. As reuniões do setor das IFES foram precedidas de rodadas de assembleias gerais em todo o país, e o resultado desse debate presencial, bem como suas indicações, foram compartilhados com as demais seções sindicais, privilegiando a via tradicionalmente utilizada pelo sindicato, isto é, os relatos verbais e por escrito sob responsabilidade dos representantes das seções sindicais em cada reunião do setor. São estes que constam nos relatórios. Três ciclos de assembleias de base e reuniões nacionais do setor das IFES foram realizados no mês de agosto. Para tomar decisões nas reuniões do setor das IFES, só votam os representantes das seções sindicais presentes, um por seção sindical.

Da proposta apresentada no dia 9 de agosto, até chegar à anunciada na noite do dia 19 de agosto, ocorreram os seguintes passos: no dia 15 de agosto, o governo aceitou incorporar ao VB também a gratificação da carreira EBTT, adiando a correção do enquadramento dos professores associados em troca de “reajustar as iniciais das classes”; no dia 16 de agosto, propôs aplicar 4% sobre o novo VB somente na tabela do magistério superior; na manhã do dia 19 de agosto, aceitou aplicar os 4% sobre a remuneração total, incluindo também a RT, tanto do magistério superior quanto do magistério de EBTT, repercutindo plenamente para os aposentados, mas com vigência somente em julho de 2012; na noite do dia 19 de agosto, aceitou antecipar a vigência para março de 2012 e assumiu firmar compromisso, com prazo definido, para negociar a reestruturação da carreira docente, mencionando o objetivo de equivalência com a remuneração atualizada da C&T. Em todos os momentos se negou a informar o impacto financeiro das propostas.

Nas reuniões da mesa, ocorridas pela manhã e ao final da tarde do dia 19 de agosto, visivelmente premido pelos sinais de crescimento do movimento docente e do indicativo de greve nacional, o governo, desta vez com a presença mais efetiva do MEC, flexibilizou posições em relação à abrangência e ao prazo, apresentando o que seria a sua proposta limite, condicionada à assinatura de acordo: a) incorporação da GEMAS ao VB; b) incorporação da GEDBT ao VB; c) correção de 4% na tabela para os docentes da carreira do ensino superior e da carreira de EBTT, incidindo também sobre a RT, isto é, sobre todas as colunas da composição remuneratória; d) vigorando a partir de março de 2012; e) compromisso com a reestruturação da carreira, constituindo grupo de trabalho com prazo conclusivo até maio de 2012, além de oficinas para aprofundamento temático; e) compromisso referência remuneratória com a C&T atualizada.

O setor, ao analisar a proposta, considerou a incorporação das gratificações GEMAS e GEDBT, a repercussão para os aposentados e o tratamento igualitário para as duas carreiras como passos positivos, visto que estas proposições estão presentes em nossa pauta de reivindicações, mas que o patamar proposto para correção das distorções salariais é evidentemente insuficiente, já que não promove a relação de equivalência com outras categorias do serviço público federal e é bastante inferior até mesmo ao índice inflacionário de período. Reconheceu, no entanto, que há avanços conceituais, representados pela aproximação com a nossa proposta de carreira (isonomia e paridade entre carreiras docentes, entre ativos e aposentados e na direção de uma linha só no contracheque), que são ganhos estruturais e que, apesar de limitados, vão no sentido de ampliar um pouco mais a segurança nos vencimentos com o crescimento relativo do VB, em maior proporção nos estágios iniciais da carreira, e uma participação proporcionalmente maior para os aposentados, já que os anuênios incidem sobre o VB. Considerou, também, ser muito significativa a possibilidade de afastar da cena a gratificação com potencial produtivista, o que sepultaria definitivamente a famigerada GED.

Durante o último ano, desde que foi desencadeado o processo para reestruturação da carreira docente que ainda está em curso, foi ficando presente que seriam três os fundamentos de maior conflito com o governo. O mais destacado em todas as avaliações era justamente a nossa proposta de incorporação das gratificações “uma linha só o contracheque”, já que o paradigma sobre o qual o governo sustenta a sua reforma administrativa é justamente vincular a principal parcela da remuneração à chamada produtividade do servidor público. O aspecto mais alarmante sobre isso foi o fato de que no mesmo ato legal que criou a GEMAS e a GEDBT, a Lei 11.784/88, constam os artigos 140 a 162 definidores da metodologia de avaliação vinculada ao cumprimento de metas, e disto a repercussão salarial, defendida pelo governo. Em todas as reuniões que tivemos com o governo, este ponto foi muito tensionado. A proposta de unificar as carreiras e os cargos de professor federal tem sido outro fundamento sempre contestado pelo governo nas reuniões, sob o argumento de que há naturezas distintas no trabalho docente entre diferentes instituições federais, entre magistério superior e Ebtt. Por isso, costuma não concordar com a premissa de que “o que vale para uma deve valer para a outra”. O terceiro ponto de maior conflito diz respeito à repercussão de ganhos para os aposentados. Os interlocutores do governo chegaram a dizer que é preciso parar com essa tese de que os aposentados ainda estão na carreira. A respeito destes três elementos que firmam posição conceitual na estruturação das relações de trabalho e dos direitos dos docentes, a recente negociação marca uma inflexão importante a favor do projeto de carreira apresentado pelo ANDES-SN.

O setor teve clareza na sua avaliação quanto à dureza do governo na disponibilização de recursos e no método utilizado no espaço negocial, ao aplicar na prática, de forma ainda mais draconiana, os limites pretendidos pelo PLP 549 de congelamento de gastos com pessoal, apesar do crescimento contínuo da arrecadação. Isso foi expresso nas análises nacionais e nas considerações das assembleias gerais que, em sua grande maioria, reivindicaram os ganhos conceituais e questionaram o índice de correção. Ainda neste ponto da avaliação, ficou evidente que a mesa em curso não se reunia a título de negociação salarial, uma vez que isso já havia sido fechado de forma negativa pelo governo na negociação com os SPF, e também não teria o alcance, no prazo restrito, para concluir a negociação completa sobre a reestruturação da carreira. Tratava-se de uma mesa para discutir um acordo emergencial direcionado a correções de distorções que serviriam de apoio ao debate posterior da carreira.

Outro elemento considerado na avaliação foi que a mobilização dos docentes se configurou como determinante, no contexto de intransigência do governo para preservar a política econômica com opções mais conservadoras de alta taxa de juros, ampliação do superávit primário e de corte de direitos. Houve acordo de que o processo de mobilização desencadeado em decorrência da política apontada pela direção nacional de priorizar intensamente o trabalho de base, de ampliação da divulgação da pauta de reivindicações, do envolvimento das seções sindicais produziu, recentemente, um crescimento qualitativo e quantitativo nas atividades, em especial nas assembleias gerais, e também produziu uma reflexão coletiva mais crítica frente à totalidade do processo.

Este foi o ponto mais positivo identificado durante a campanha desenvolvida no primeiro semestre de 2011: progressivamente a categoria foi incorporando o conteúdo e a importância da luta pela reestruturação da carreira docente, levantando como bandeira a proposta construída pela base do ANDES-SN desde julho de 2010 tanto como instrumento para corrigir as distorções atualmente existentes, inclusive quanto ao patamar remuneratório, como para dar um sentido ao trabalho docente na construção da universidade pública brasileira.

Ficou evidente, porém, a partir das decisões das assembleias gerais, ainda que estas tenham se posicionado criticamente frente ao índice de correção, que a maioria não conduzia a greve como possibilidade de ação prioritária, indicando que o movimento ainda se encontrava em patamar aquém da reação apontada pelo setor como necessária. Por exemplo, houve assembleias que discutiram a rejeição do acordo, mas se abstiveram do debate da greve. Outras afirmaram não ter condição de adotar esse tipo de enfrentamento. As respostas das seções sindicais sinalizassem indignação com os limites impostos pelo governo e demonstravam um aumento da disposição de reagir, algumas deliberando favoravelmente ao indicativo de greve, um número menor apontado data para deflagração de greve nacional e outras já em greve, mas no debate ficaram evidentes as disparidades quanto às condições de temporalidade e intensidade necessárias segundo as exigências que esse momento conjuntural colocava para o movimento dobrar o núcleo duro do governo e sua maioria no parlamento.

A desigualdade no processo de mobilização ficou patente e isso determinou que o setor das federais tenha decidido, apoiado nas decisões das assembléias, no método democrático de funcionamento e assumindo seu papel de direção, que exige pensar no movimento nacional como um todo, a assinar o acordo de emergência, nos termos apresentados no dia 19 de agosto, porém com ressalvas e compromisso com a reestruturação da carreira docente.

Ainda como parte da avaliação, o setor entendeu que o dispositivo, incluído na LDO nos últimos dois anos, não é intransponível, mas é um obstáculo considerável e que incide, pela primeira vez, em uma negociação salarial com o Congresso Nacional, o que exigiria uma greve mais forte do que as até aqui realizadas para dobrar o parlamento e a ação do governo frente ao dispositivo de não assegurar nada referente a gasto com pessoal que não estivesse tramitando até 31 de agosto. Tal esquema só teria uma brecha para reversão em dezembro, quando da aprovação da lei orçamentária, e a partir de um posicionamento do congresso nacional.

Um tópico que foi bastante avaliado nos últimos momentos da negociação diz respeito a estabelecer referência com a carreira de C&T. A conclusão foi de que tentar antecipar no termo de acordo esta referência é bem diferente do que usar a comparação nos debates ocorridos na mesa de negociações, pois passaria a ser tratado como limite máximo. Isto é, a negociação já iniciaria dali para baixo o que poderia trazer vários obstáculos, desqualificando na origem a proposta de reestruturação da carreira docente defendida pelo ANDES-SN, que aponta para um teto na órbita entre 19 e 21 mil reais. Nas comparações com a carreira de C&T, é preciso ressaltar ainda outros aspectos importantes: a) essa carreira é organizada em 12 degraus e se for feita a equiparação com o teto, certamente o piso da carreira dos docentes, que tem 17 degraus, será empurrado muito para baixo. Mais ainda na proposta do governo, que tem 21 degraus; b) essa carreira não tem o regime de trabalho de dedicação exclusiva e, reivindicar a equiparação teto com teto é desqualificar o diferencial de remuneração de dedicação exclusiva; c) os valores tomados como referência da tabela dessa carreira são aqueles fixados em julho de 2009, que em 2012 já terão uma grande defasagem pela corrosão inflacionária, tanto é que aquela categoria tem lutado, desde o ano passado, por uma correção considerável nos valores; d) a composição salarial da carreira docente atual tem três colunas (VB, RT e GEMAS) e terá só duas a partir de 2012 (VB e RT), enquanto a carreira de C&T tem quatro colunas (VB, RT, Gratificação fixa e Gratificação variável). Nesse caso, considerando todos esses elementos e tomando a interpretação menos favorável para os docentes, que certamente seria utilizada na conveniência do governo, o piso atual da carreira C&T está apenas quatro reais acima do piso da carreira docente (este resultado é obtido quando a comparação dos pisos se dá somando, por um lado, o VB mais GEMAS inicial sem titulação da carreira docente em DE, e por outro lado, o nível inicial sem titulação e a pontuação mínima da gratificação variável da carreira C&T). Por tudo isso, o ANDES-SN não insistiu que constasse no termo de acordo.

Considerando que o resultado de qualquer negociação é parcial, e que neste em particular estamos diante de um quadro sem precedentes de arrocho ao conjunto dos servidores públicos federais, o debate produzido nacionalmente expressou que os principais balizamentos dos passos tomados, que levaram até a assinatura do acordo, deveriam ser: a) a análise da correlação de forças: de um lado a dureza do governo, blindado pela aliança entre os três poderes, a elite financeira nacional e internacional e a grande imprensa, e de outro a desigualdade em que foi possível desenvolver a mobilização conjunta dos servidores públicos e também a específica do movimento docente organizado no ANDES-SN; b) a insuficiência dramática quanto à repercussão salarial e o sentido estruturalmente positivo do que foi posto na mesa ao final da negociação, que inverte posições anteriores do governo e aproxima de conceitos caros ao projeto de carreira do movimento docente.

O processo em curso, trilhado em meio a todas as dificuldades mencionadas, firma um marco nesse acordo emergencial que, por sua vez, origina e potencializa o que vem depois em outro processo. Isto é, o acordo emergencial fecha um ciclo e abre outro, que tem como eixo a conquista da reestruturação da carreira docente. Assim, nossa postura neste momento interfere no porvir de modo decisivo, em particular no que se refere a assegurar pontos que servem de base para uma maior aproximação com o nosso projeto de carreira. Foi demarcada a necessidade de compreender o caráter emergencial do que foi pautado na negociação e que é preciso assumir que ampliar a mobilização é mais importante do que nunca.

Resumindo, o centro do debate foi avaliar as potencialidades e limitações da nossa capacidade de reagir na negociação emergencial, procurando caracterizar se esta mobilização teria a potência e o alcance para arrancar mais do governo, assumindo os riscos decorrentes da rejeição da proposta de acordo que estava na mesa, entre estes a exclusão da continuidade do debate com o governo da nossa proposta de carreira. A compreensão foi de que estava em nossas mãos a decisão sobre um passo em curto prazo, reconhecendo ganhos frente à pauta, embora limitados, e que seguiremos no enfrentamento e mobilização para a negociação da carreira e do restante da pauta, incluindo as pautas locais. Em meio a um quadro de arrocho salarial gravíssimo no serviço público federal, passaremos a ficar mais próximos dos fundamentos contidos no projeto de carreira construído pelo movimento docente. Foi destacado que a categoria deve se manter em estado permanente de mobilização, para que se avance no sentido da proposta defendida pelo ANDES-SN. Em qualquer hipótese, a deliberação sobre o acordo proposto na mesa não pode resultar em desmobilização. Ao contrário, é necessário que a mobilização cresça, pois só ela dá sustentação ao processo negocial e, por sua vez, se alimenta diante das possibilidades de conquistas.

Essa mobilização tem um único sentido: a luta. A luta pela carreira que desejamos ver aprovada, a luta pela recuperação de nossas perdas, cujo registro salientado no acordo deixa claro que não as abandonamos, a luta pela isonomia e paridade entre todos os docentes, ativos e aposentados, que temos como princípio basilar na reestruturação. Uma luta que compreenda, portanto, nossas aspirações individuais e coletivas e a proposta de Universidade do ANDES-SN.

*Este é o texto referido no item VII do relatório da Reunião do Setor das IFES, encaminhado para as seções sindicais dia 29 de agosto de 2011 por meio da circular nº219/2011, elaborado sob responsabilidade da diretoria do ANDES-SN.

Fonte: ANDES-SN

Destaques meus.


Manifestação em defesa da educação pública reúne as três categorias da UFPR em greve (31ago2011)


Docentes, servidores técnico-administrativos e estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) realizaram uma manifestação pública na manhã de sexta-feira (26). A manifestação, que percorreu o centro de Curitiba, terminou no prédio da Reitoria da UFPR, para onde a comunidade universitária se dirigiu em busca de diálogo com a administração da Universidade.


O objetivo do ato, que reuniu cerca de 600 pessoas, foi expor à população as difíceis condições pelas quais passa o ensino superior público no país e, em âmbito local, os problemas que afetam a Universidade Federal do Paraná. A manifestação procurou dar maior visibilidade às reivindicações – locais e nacionais - das três categorias que estão em greve na UFPR, e acelerar os processos de negociação com a Reitoria da Universidade.

Entre as reivindicações nacionais estão a reposição de servidores e professores para as universidades públicas, e aumento dos investimentos do governo na educação pública, com a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor.

O ato público começou às 9 horas na Praça Santos Andrade e depois seguiu para a Boca Maldita. Durante o trajeto, os manifestantes distribuíram para a população uma carta que explicava os motivos que levaram as três categorias a deflagrarem greve.


Com muitas faixas, bandeiras e bastante animação, a manifestação tomou conta do centro da cidade.

Ao final do ato, os participantes se dirigiram ao prédio da Reitoria da Universidade, onde foram recebidos pelo reitor Zaki Akel, que abriu espaço para que representantes das três categorias se manifestassem.

Os membros da comunidade universitária solicitaram maior rapidez por parte da Reitoria da UFPR em apresentar respostas concretas às reivindicações, no sentido de assegurar a aplicação de políticas institucionais e ações que visem solucionar graves questões que afetam a Universidade.

No encontro, o reitor afirmou que a Administração da Universidade está se empenhando para responder com agilidade às questões apresentadas pelas categorias, e que o direito de greve será assegurado a todos os membros da comunidade universitária da UFPR.

Fonte: Apufpr - Seção Sindical


Estudantes fecham cancelas e portões da UFES como forma de protesto (31ago2011)

Por Giselle Pereira
Adufes - Seção Sindical

Os discentes organizados pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) fecharam, desde segunda-feira (29), as duas cancelas de entrada de veículos do campus de Goiabeiras, Vitória. A manifestação é uma forma de protestar contra as precárias condições de ensino na universidade, que ocorre, principalmente, devido à falta de investimentos na educação superior.

Após assembleia estudantil ocorrida nesta terça-feira (30), às 11 horas, os estudantes deliberaram por liberar as cancelas de veículos às 15 horas, quando se dirigirão ao prédio da reitoria, onde acontecerá uma reunião com o Conselho Universitário. Na ocasião, será apresentada pelos estudantes a pauta de reivindicações.

“Esse é um momento muito importante em que várias reitorias do país estão sendo ocupadas por estudantes. Lutamos pela qualidade do ensino e pela permanência dos discentes na universidade”, disse o estudante Kauê Batista. Segundo ele, os discentes apoiam a greve dos servidores e também o indicativo de greve dos docentes.


Ato Unificado

Nesta quarta-feira, 31, acontecerá um ato e plenária unificados dos três segmentos da UFES. Estudantes, professores e tácnico-administrativos estarão nas ruas para denunciar o descaso do Governo Federal com a educação pública.


Mobilização estudantil nos campi do interior

Além de aprovar a paralisação estudantil na assembleia da última sexta-feira, 26, os estudantes da Ufes estão mobilizados nos campi do interior. Em São Mateus, na manhã desta segunda-feira, houve assembleia local onde foi aprovada paralisação estudantil. Os alunos do campus de Alegre já estão com as atividades suspensas desde a última quinta-feira, 25.

Segundo o professor do Ceunes, Raphael Furtado, que participou da assembleria geral dos estudantes em São Mateus, existe um desejo de aderir ao movimento de greve. “Foi aprovado por unanimidade o indicativo de greve e os estudantes se disponibilizam, inclusive, a fechar as entradas da universidade, garantindo a paralisação”, destacou. Raphael também informou que, na ocasião, os discentes escreveram uma carta na qual constam os principais itens de reivindicação estudantil.


Confira abaixo os itens da pauta de reivindicações gerais dos estudantes:
- Restaurante Universitário (RU) de graça enquanto dure a greve de servidores.

- Melhorias na infraestrutura, contratação de professores, alimentação para as crianças e ampliação das vagas na CRIARTE (creche).

- Programa claro de assistência estudantil. Melhorias e mais investimentos para a política de permanência na universidade.

- Funcionamento de todos os serviços da UFES, como secretarias, colegiados, prograd etc., no período da noite.*

- Garantia de segurança e apoio às festas promovidas por entidades estudantis.

- Política de segurança humanizada para os campi da UFES, sem presença de policia militar ou civil.

- Melhorias concretas na estrutura física de todos os campi. Melhoria na iluminação.

- Investimentos em acessibilidade completa.

- Ampliação e atualização do acervo das bibliotecas, incluindo exemplares para pessoas com deficiências visuais.

- Cumprimento do acordo celebrado após a greve de bolsistas. Pelo não atraso e ampliação do numero de bolsas.

- Fim dos cursos pagos: que a UFES seja 100% pública. Mantêm-se os cursos, mas precisam ser gratuitos.

- Centro de línguas 100% gratuito e que seja implantado um Centro de Línguas estrangeiras em todos os campi da UFES.

- Publicização e transparência nas finanças da universidade, principalmente relacionadas à assistência estudantil.

- Democratização e abertura da Rádio Universitária para a comunidade acadêmica, como forma de luta pela democratização da comunicação e de melhorar a formação dos estudantes;

- Criação de um jornal da UFES que tenha notícias de todos os campi e seja gerido pelos três setores da universidade.

- Democratização, melhoria na estrutura e aumento de investimentos na editora da UFES.

- Efetivação já do profeto de moradia estudantil nos campi.

- Salas para os CA’s de Alegre.

- Wireless em todos os campi.

- Conclusão e funcionamento imediato do RU do CEUNES – São Mateus.

- Anel viário para o CEUNES já.

- Contrução de salas para as entidades estudantis do CEUNES.

- Construção de um centro de vivência no CEUNES.

- Investimento específico em estrutura para os cursos do REUNI.

- Durante a paralisação os professores, só dar aula caso mais de 50% dos estudantes da turma estejam em sala de aula.

- Que não sejam registradas faltas para os estudantes e nem haja repressão que estiverem participando do movimento.

- Ficha limpa para reitoráveis. Que os candidatos que tenham investigações a respeito de corrupção não possam se eleger, se provadas as denúncias.

- Caso haja greve dos 3 setores, suspensão do calendário eleitoral para reitor.

- Que o governo negocie com os servidores e atenda às reivindicações da FASUBRA.

- 10% do PIB pra educação já!

- Contra a privatização do Hospital Universitário.
*Após o termino da greve dos servidores, claro.

Fonte: Adufes - Seção Sindical


Glamour do agronegócio (31ago2011)

Lambada de serpente (Djavan / Cacaso)
Pena Branca e Xavantinho


Para que se fazer propaganda do agronegócio? É somente para inculcar na população que eles são tudo de bom e que tudo o que eles precisam é de apoio geral, incentivos, recursos públicos, leis trabalhistas e fiscais MAIS brandas.


Busca-se, com isso, a naturalização dos grandes latifúndios, das grandes empresas de agronegócio, sem questionamentos quanto aos estragos ambientais, quanto à origem dos donos dos grandes negócios, quanto ao respeito à saúde do trabalhador, quanto ao respeito às normas de segurança do trabalho, quanto aos direitos trabalhistas, quanto...

Abaixo vai um vídeo que faz o contraponto, mostrando o "outro lado" do agronegócio glamourizado em propaganda.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Guerrilheiros Virtu@is: Tem comentário que é tão bom, que vira postagem! (30ago2011)

GUERRILHEIROS VIRTU@IS: Tem comentário que é tão bom, que vira postagem!: Aquiles Lazzarotto disse... O preço da energia elétrica aumentou para acima de preços internacionais, mesmo os preços dos países onde a...

Grã-Bretanha criminaliza manifestações da insatisfação popular (30ago2011)

London, London (Caetano Veloso)
Caetano Veloso


Problemas econômicos ou banditismo

Po Hedelberto López Blanch
Rebelión

Os grandes tumultos ocorridos em várias cidades da Grã-Bretanha na primeira metade de agosto têm, em grande parte, fundo econômico e social, e não problemas de banditismo como insistiu em catalogá-los o governo conservador do primeiro-ministro David Cameron.

Londres, Birmingham, Manchester e outras importantes cidades inglesas foram tiveram ondas de manifestantes, jovens, em sua maioria, que saíram às ruas, saquearam lojas e escritórios, com olhos postos sobre a precária situação social e econômica a que estão submetidos.

A repressão policial não se fez esperar, enquanto Cameron afirmava que não haveria nenhuma tolerância para os participantes dos distúrbios de rua.

Cerca de 3.000 manifestantes foram presos e centenas foram feridos pela fúria policial. Como um exemplo de aviso, dois jovens foram condenados a penas de quatro anos de prisão por usarem as redes sociais para incitar um motim ao qual ninguém compareceu; uma sanção que os advogados consideraram exagerada porque esse crime não implicaria nem mesmo em privação de liberdade.

Dados do Ministério da Justiça indicaram que o total de réus na Inglaterra e no País de Gales chegou ao máximo alcançado até agora: 86.654, e com as rápidas condenações dos participantes nos distúrbios pode ser gerada uma crise penitenciária de longo prazo.

Já na primeira quinzena de novembro de 2010, mais de 50.000 jovens foram às ruas da capital e uma centena deles entrou na sede do Partido Conservador para rejeitar o aumento nas matrículas iniversitárias.

Na ocasião, os jovens enfurecidos romperam janelas e entraram no átrio do vestíbulo do edifício localizado na Millibank, 30, às margens do Tâmisa, no bairro central de Westminster.

O mesmo novembro viu aparecerem inúmeras manifestações promovidas pelos sindicatos ingleses, que rejeitavam as medidas econômicas impostas pelo governo conservador dos Tories, as quais Alan Johnson, porta-voz do Partido Trabalhista qualificou como injustas e insensatas.

Embora pareça que a recente revolta foi aplacada, todos entendem que o ambiente no país está bastante tenso com possibilidades de, a qualquer momento, de ela estalar novamente.

O Prêmio Nobel de Economia, o norteamericano Joseph Stiglitz havia prognosticado, em julho de 2010, o fracasso a que levaria a aplicação dos cortes de orçamento nessa nação europeia, que passaram a vigorar em novembro daquele ano.

Stiglitz, professor de economia e finanças da Columbia Business School, disse ao jornal britânico The Independent que a proposta apresentada em junho de 2010 pelo ministro das Finanças, George Osborne, provocaria uma recessão profunda e afetaria milhões de britânicos. O tempo lhe deu razão.

Com a entrada em vigor das reduções, no estilo da mais extrema política neo-liberal, os maiores efeitos foram diretamente ao coração dos gastos públicos com graves consequências para os estratos sociais mais desfavorecidos do país.

Os cortes são radicais e chegam até a 40% dos orçamentos de alguns ministérios, por um período de cinco anos, ou seja, muito mais do que os 10% a 25% anunciados pelo chefe das finanças do governo.

Antes por essas medidas em marcha foi desencadeada uma extensa campanha de propaganda pelo Escritório de Responsabilidade Fiscal (ORF) criado pelo governo conservador.

O ORF decidiu que até 2015 a dívida acumulada estaria nos 2 bilhões de dólares e os juros a serem pagos aos credores seriam superiores a 100 bilhões de dólares anuais.

Os conservadores estão empenhados em eliminar 80 bilhões de libras de seus gastos (126 bilhões de dólares) até o fim da legislatura, em 2015, o que afeta diretamente as camadas pobres da população.

O pacote posto em marcha determina: aumento do imposto ao consumo de 17,5% para 20%; congelamento dos impostos municipais; tributar os bancos em cerca de 2 bilhões de libras; aumento de impostos sobre o capital em propriedades não empresariais tais como segundas casas; redução do subsídio à moradia; redução de 40% dos gastos de alguns Ministérios.

Redução dos subsídios sociais em 18 bilhões de libras (28 bilhões de dólares), com o que os convervadores encaminham o desmantelamento do estado de bem-estar social instaurado após a Segunda Guerra Mundial.

Com as fórmulas neoliberais em ação, o próprio Escritório de Responsabilidade Orçamentária apontou que serão perdidos 1.200.000 postos de trabalho, o que aumentará a taxa de desemprego na nação a quase 10%. Junto com isso, os subsídios aos desempregados são reduzidos a somente uma categoria de trabalho.

Com referência à educação, cada vez mais passa a ser uma possibilidade alcançavel somente pelas classes ricas da sociedade. No caso das matrículas universitárias os custos foram triplicados, pois passaram de um máximo de 2.390 libras para 9.000 libras (14.000 dólares), valor que não poderá ser pago por mais de 60% dos estudantes que não encontram trabalho e têm que depender do suporte financeiro que suas famílias lhes possam dar.

Certamente, com as medidas de autoridade impostas pelo governo de David Cameron, aumentará a taxa de desemprego, diminuirá o montante de arrecadação de impostos, reduzir-se-á a atividade econômica pela contração dos investimentos, cairá a venda no varejo à população, haverá cortes nos já débeis programas sociais, elevar-se-á a pobreza dentro da população e não haverá dinheiro suficiente para se pagar a dívida pública.

Em resumo, a culpa das revoltas que estremecera Londres e outras importantes cidades da outrora antiga primeira potência econômica e política mundial é das drásticas medidas neoliberais dentro de um sistema social cada vez mais obsoleto.

Rebelión publicou este artigo com a permissão do autor mediante uma licancça de Creative Commons, respeitando sua liberdade para publicá-lo em outras fontes.

Texto original em espanhol, postado hoje no sítio Rebelión.

Tradução: Aquiles Lazzarotto

Sobre um final para a greve (30ago2011)

Minhas postagens podem dar a entender que eu defendo a greve a qualquer custo. A impressão é falsa, pois estou ciente dos transtornos que uma greve causa. Se não causasse transtornos não teria sentido, e nem efeito.

A questão que me incomodou nestes últimos acontecimentos foi a forma como tudo foi "resolvido". É visível a insatisfação dos professores, principalmente os que têm menos tempo de carreira, jovens doutores em sua maioria, com a situação salarial por que passam.

Salários insatisfatórios são um passaporte para o professor buscar outras fontes de renda ou então outros empregos que remunerem melhor e deem mais perspectivas futuras, inclusive em outros setores do serviço público cujas carreiras proporcionam melhores condições de trabalho e de qualidade de vida.

A expansão que as universidades tiveram nos últimos anos é elogiável, mas agora vem a parte mais difícil para o governo, que é a consolidação dessa expansão com a atratividade para bons profissionais realizarem concurso para ingresso na carreira docente. Há um deficit de servidores técnico-administrativos, pois as vagas daqueles que se aposentaram ou faleceram foram extintas durante muitos anos, sem possibilidade de reposição.

Faltam técnicos para laboratórios, sendo que diversos servidores que antes atuavam em setores que agora estão terceirizados passaram a cuidar de laboratórios sem terem formação e conhecimento adequados para isso.

Exige-se produtividade das universidades na pesquisa e na extensão, e isso faz parte do "ser uma universidade". O que vejo são os professores se batendo entre sala de aula e atividades de campo de graduação e pós-graduação, busca por recursos e financiamento para suas pesquisas, execução das pesquisas dentro de cronogramas definidos, confecção e entrega de relatórios.

Para quem está fora, o ambiente das universidades pode parecer idílico, lembrando filmes românticos sobre a vida acadêmica. O que existe, no entanto, é um stress constante de cobranças, sendo que a dimensão do prazer da busca do conhecimento e das atividades pedagógicas vai continuamente para um esmaecido pano de fundo, quase desvanecido.

O resultado disso já aparece em pesquisas sobre as condições de saúde dos professores universitários, sendo que a depressão, os acidentes cárdio-vasculares e os acidentes vasculares cerebrais têm uma incidência bem acima da média da população em geral.

Outro aspecto relacionado à expansão das universidades é o fato de elas terem absorvido praticamente todo o quadro de doutores formados durante o período de estagnação da economia. Os recém-formados, ante a dificuldade de inserção no mercado de trabalho, buscaram a pós-graduação (mestrados e doutorados) tanto como forma de se manterem com as bolsas de pós-graduação quanto como meio para se tornarem mais viáveis num mercado de trabalho em recessão.

Hoje, o mercado de trabalho está aquecido e a procura por pós-graduação não é mais a melhor alternativa para o recém-graduado. Muitos professores estão em vias de se aposentar e, em algumas áreas do conhecimento, ficará difícil encontrar doutores que se disponham a disputar uma vaga para a carreira acadêmica. Isso pode comprometer diversos programas de pós-graduação no país pela falta de corpo docente.

Há, portanto, necessidade de se lutar para que a universidade pública brasileira constitua para si as condições de continuidade e de crescimento. E essa é uma luta que deve ser abraçada por todos os segmentos da academia, bem como por setores da sociedade que tenham essa mesma percepção.

Quando se vê o governo investindo pesadamente em obras de infraestrutura, uma excelente política, por sinal, vê-se, também, que o mesmo não coloca a educação e a formação de corpo técnico e científico que atenda às demandas que virão do crescimento econômico e dos investimentos governamentais.

O investimento na educação em todos os níveis é essencial. É investimento na mais importante das infraestruturas, que permite a efetiva ascensão social, que é a que ocorre com a formação de técnicos e cientistas com saberes e discernimento para alavancarem a ascensão social do conjunto da sociedade.

Por sua vez, a grande mídia vive colocando o custo da educação como "gastança" do governo, que vai contra o alcance das metas de "superavit primário". O que tem que ser privilegiado, na visão dessa mídia, é o pagamento dos interesses (juros) de investidores privados nacionais e internacionais, e sempre com taxas Selic ascendentes para o aumento desses ganhos. Isso, mesmo que à custa de cortes profundos em investimentos em educação e saúde. Esses setores devem, dentro dessa mentalidade, ser explorados primordialmente pelo setor privado.

Postei outro dia (ver aqui) que professores de uma universidade norteamericana descobriram / desenvolveram um "matador turbinado" de vírus, e que fizeram testes de sua aplicação em um dos rios mais poluídos do mundo, obtendo excelentes resultados na decomposição de elementos orgânicos deletérios daquelas águas. Ao invés de patentearem a descoberta, os professores tornaram seus conhecimentos públicos para serem utilizados com maior rapidez e sem pagar royalties em todo o mundo. Esse é o espírito do cientista de fato comprometido com o conhecimento e com o bem coletivo. Eles abriram mão de ficarem muito ricos em nome das muitas vidas que podem ser salvas pela sua descoberta.

Esse espírito está se perdendo nas universidades do mundo, onde a visão capitalista - da competição, da pressão psicológica, da pesquisa aplicada com financiamento privado, tudo isso - leva ao individualismo, à colocação dos interesses pessoais acima do bem comum.

Por fim, pergunto: não temos que pelo menos tentar reagir ante esse quadro? O que eu defendo é que as universidades públicas devem ser estruturadas dentro de uma visão sistêmica de todo o processo de crescimento do país. É seu papel produzir conhecimentos teóricos e aplicados. É seu papel formar pessoal técnico não só com saberes adequados mas também com a consciência cidadã, para que participem cooperativamente do contexto atual e futuro do desenvolvimento brasileiro.

Festival de notícias boas do Pentelhão (30ago2011)

Domingão da Míriam Leitão!!! Muitas notícias boas!!! Agora às quartas e domingos!!!

Querida Míriam Leitão, a notícia não é boa. O Pentelhão não está dando conta de tanta notícia boa publicando-as só aos domingos. Ele está chegando ao ponto de ter que jogar algumas fora. Agora diga você, tem cabimento jogar notícia boa fora??? Então, azar o seu, a partir de agora, dois dias da semana passam a ser dedicados às notícias boas, na seguinte conformação:

Domingo, trazendo as notícias boas de quarta, quinta e sexta;

Quarta-feira, trazendo as notícias boas de sábado, domingo, segunda e terça!!!

Começa já agora nesta quarta, dia 31/08/2011. Então vamos às notícias boa da última semana!

As empresas do povo

Petrobras

- Coluna Negócios & Cia, Flávia Oliveira, jornal O Globo, sexta-feira, dia 26/08/2011:
Caravana passa: A Petrobrás inicia dia 30 a série de caravanas que preparam ONGs para disputar a edição 2011 do programa Esporte & Cidadania. O investimento é de R$ 30 milhões, em dois anos. Nas oficinas, as ONGs aprendem a elaborar projetos. O roteiro começa em Porto Velho (RO). Chega ao Rio em outubro.
Comentário do Pentelhão: Bonito isso, hein, Míriam Leitão??? Espero que você não fique chateada com o uso do slogan global, mas o negócio é o seguinte: Petrobras e responsabilidade social, tudo ver!!!

- Folha de S. Paulo, quinta-feira, dia 25/08/2011:
Programa da Petrobras financia R$ 327 milhões para fornecedores

Progredir permite a empresas obter recursos com bancos credenciados e a taxas reduzidas

... Segundo o diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, Almir Guilherme Barbassa, o programa terá continuidade para aumentar a competitividade das empresas. O objetivo, segundo ele, é oferecer condições aos fornecedores e, assim, aumentar a porcentagem de conteúdo nacional nos investimentos da empresa, considerado um gargalo pelo setor. Atualmente, o conteúdo nacional em qualquer investimento da empresa tem de ser superior a 65%.
Comentário do Pentelhão: Que loucura!!! Além de comprar no Brasil, a Petrobras vai ajudar os fornecedores nacionais!!! É Política Industrial sim senhor, que garante o desenvolvimento e, fundamental, o emprego!!!

Eletrobras

- Coluna Negócios & Cia, Flávia Oliveira, jornal O Globo, terça-feira, dia 23/08/2011:
Reforma agrária I - Até o fim do mês, oito centros comunitários de produção (CCPs) entram em operação na área rural do Mato Grosso, com apoio da Eletrobras. Vão funcionar num pedaço da fazenda Itamarati, desapropriado pelo INCA para reforma agrária, em 2006. A propriedade pertence a Olacyr de Moraes, que nos anos 90 era conhecido como Rei da Soja.

Reforma agrária II - A Eletrobras já pôs 8 CCPs em funcionamento. Até o fim do ano, inaugura mais 13 no país, incluindo os oito de Mato Grosso. O projeto usa energia para agregar valor à produção de cooperativas rurais. Os 21 centros vão benefiar 1.074 famílias. Predominam atividades de leite (11 CCPs) e fabricação de farinha de mandioca (3).
Comentário do Pentelhão: Como se já não bastasse essa menina, a Flávia Oliveira, não parar de perturbar a colega de trabalho, nossa querida Míriam, agora também a Eletrobras, além da Petrobras, resolveu tirar uma casquinha com ela. Como essas empresas estatais gostam de ajudar o povo!!!

Economia

- O Estado de S. Paulo, sexta-feira, dia 26/08/2011:
S & P eleva perspectiva para a nota do Brasil

Revisão metodológica e solidez econômica levaram agência a melhorar a expectativa

A agência de classificação de risco de crédito Standard & Poor"s, a mesma que rebaixou a nota dos Estados Unidos três semanas atrás, revisou ontem a perspectiva para o rating do Brasil em moeda local para positiva, de estável. A perspectiva em moeda estrangeira foi mantida em positiva.

Isso significa que a nota brasileira, tanto para títulos do governo emitidos em reais quanto para papéis em dólar, pode ser elevada a qualquer momento.
Comentário do Pentelhão: Viu isso, Míriam??? Eles podem elevar a qualquer momento a nota brasileira devido a solidez econômica e apesar de você!!!

Opinião

- Folha de S. Paulo, quarta-feira, dia 24/08/2011:
Leilões de energia da Aneel terminam com saldo positivo

Os leilões realizados pela Aneel no último dia 18 podem ser considerados positivos devido aos preços atrativos alcançados e à diversificação das fontes de energia. Foram dois leilões para a construção de novos empreendimentos: um para a contratação de energia para atender à demanda das distribuidoras a partir de 2014 e outro voltado à ampliação da energia de reserva do sistema. Chama a atenção o baixo custo da energia vendida pelas usinas vencedoras.

... A competição entre as diversas fontes de energia é um dos fatores que explicam os baixos preços. Em que pesem as críticas quanto à falta de isonomia (por exemplo, a tributária), a concorrência amplia o leque de projetos e aumenta a competição, contribuindo para baixar as tarifas. Por fim, deve-se ressaltar o papel da estabilidade econômica e do marco legal do setor elétrico como fator de moderação do custo de geração de energia, que ajuda a reduzir os riscos dos empreendimentos, produzindo reflexos sobre a taxa de retorno exigida pelos empreendedores para a execução dos projetos.

Walter de Vitto, mestre em economia pela FEA-USP, é analista da Tendências Consultoria.
Comentário do Pentelhão: O Walter gostou!!! Míriam, não sabemos. Ela não falou nada sobre o leilão!!! Mas não foi sempre assim. Ela sempre demonstrou grande apreço pela energia eólica. Bem, pelo menos até começar o boom deste tipo de energia. Arruma outra então, querida!

- O Estado de S. Paulo, quarta-feira, dia 24/08/2011:
Não param de chegar - Celso Ming

No período de 12 meses terminado em 31 de julho, os Investimentos Extrangeiros Diretos (IEDs) somaram US$ 72,2 bilhões, o equivalente a 3,17% do Produto Interno Bruto do Brasil.
Comentário do Pentelhão: E não dá nem pra dizer que a 'maleta' do Celso Ming é ufanista, né?

Governo/política

- O Estado de S. Paulo, quinta-feira, dia 25/08/2011:
Governo vai baixar juro do microcrédito

O governo federal vai desembolsar R$ 843 milhões até 2013 para bancar uma redução de 87% na taxa de juros das operações de microcrédito produtivo. A nova versão do Programa Nacional de Microcrédito Orientado, lançada ontem pela presidente Dilma Rousseff como Crescer, prevê queda do juro de 60% para 8% ao ano, redução de 3% para 1% do valor da operação da Taxa de Abertura de Crédito (TAC) e metas de empréstimos a serem atingidas pelos bancos públicos.
- Especial Portos Brasileiros, jornal O Estado de S. Paulo, terça-feira, dia 23/08/2011:
O Patinho feio começa a vira cisne

Hidrovias se tornam alternativa para o escoamento de carga

... apenas na última década é que começou uma ação coordenada para reverter este quadro, com iniciativas como a concepçaõ do PNLT e o direcionamento de recursos para infraestrutura hidroviária e estudos setorias, com a destinação de recursos do PAC 1 e PAC 2.
Comentário do Pentelhão: Tem gente que realmente não acredita que os Pacs estão parados!!!

- O Globo, segunda, dia 22/08/2011:
Vinda do papa atrairá mais gente do que a Copa

A fé que move montanhas manteve acordados cerca de sete mil católicos no Ginásio do Maracanãzinho, durante toda a madrugada de ontem, para acompanhar, num telão, o anúncio oficial do Rio como sede da 28ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em 2013. Por volta das 6h30m (horário de Brasília), o Papa Bento XVI confirmou, em Madri, a cidade como o próximo cenário do evento. Os fiéis explodiram no Maracanãzinho como uma torcida comemorando um título. O entusiasmo é geral: o prefeito Eduardo Paes garante que o evento atrairá mais gente ao Rio do que a Copa de 2014.
Comentário do Pentelhão: Bem, ficamos assim. Veja, por favor, Míriam, se esquecemos de alguma coisa:

2013 - Jornada Mundial da Juventude;

2014 - Copa do Mundo;

2016 - Olimpíadas!!!

Quarta-feira, como já falamos, estaremos de volta com mais notícias boas!

Abraços, Passarinho Pentelhão.

Publicado em 28 de agosto de 2011 no Blog do Passasinho Pentelhão.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Míriam Leitão murchou (29ago2011)

O que é feito de você? (Cartola)
Galo Preto


Postagem de hoje do blog Anais Políticos. Expressa minha completa inapetência em assistir a qualquer comentarista da Globo, em especial a citada no título. Eles todos são amargos, parece que não querem surfar na onda da possibilidade de o país estar com índices sociais e perspectivas melhores do que no tempo em que os Chicago Boys (a akipeconômica do FHC) fizeram a farra com os recursos e bens brasileiros. O governo dos trabalhadores é passível de inúmeras críticas, mas pelo menos está, de fato, tirando muita gente da pobreza imensa em que estava. Não há como negar. Está certo que os bacanas continuam nadando de braçada no quesito enriquecimento. Mas pelo menos as "migalhas" do banquete estão sendo mais substanciais.


Paulo Henrique Amorim chama Mirian Leitão de urubóloga. Não é para menos, ela está sempre prevendo o fim do mundo e para isso, fazendo uma cara de "eu não avisei?".

Quando o fim do mundo não vem (ele tem sido adiado desde janeiro de 2003 em relação ao Brasil), Mirian sobe nas tamancas e com seu ar professoral nos adverte que é bom nos prepararmos. O mundo vai sim, acabar. Se ela está falando, é porque vai.

Então, nas vésperas do suposto e inevitável fim do mundo, Mirian ia para a TV com aquela cara de agente funerário dizer que a única salvação do Brasil era aumentar os juros e cortar empregos. Com base nesse receituário vencedor é que os Chicago Boys ficaram trilionários fazendo arroxo em toda a América Latina quando os amigos de Mirian ainda estavam no poder.

Por causa dessa maneira idiota de se conduzir um país (para empobrecer a pátria e enriquecer os bacanas) é que todos nós quebramos e que agora, os EUA estão na lona.

A isso convém dizer que era inevitável a recessão americana. Os Chicago Boys foram escorraçados de nossos países ao sul, mas continuaram sendo amados pelos estadunidenses. Quem não lembra do auge da crise em 2008, quando os gestores dos bancos quebrados cobraram indenizações milionárias baseadas em seus contratos? O previsto era, por mais que eu quebre o banco, se me mandarem embora terão que me pagar 150 milhões de dólares.

Uma beleza.

Pois bem, os Chicago Boys não mandam mais no Brasil e o Ministro da Fazenda tem a satisfação de anunciar que para impedir que a crise americana e europeia chegue até aqui com força, o governo cortará os juros e aumentará os gastos sociais para promover a geração de empregos.

Afinal a matemática é imbatível. É só com gente empregada que se produz renda e bonança. Desemprego só causa mais desemprego.

Quem tinha ao menos uns 20 anos em 1999 deve se lembrar da lógica tucana de administração econômica, a lógica que só favorecia as megaempresas. Até a crise da Tailândia e da Rússia (economias inexpressivas) nos afetou de maneira absurda porque éramos incipientes em termos econômicos. O que o Ministro da Fazenda e o Presidente do Banco Central faziam? Aumentavam os juros. Nessa época a taxa nominal da Selic era cerca de 39% ao ano. Hoje não é um terço disso.

A urubóloga está aquietada esses dias. Notou que quase ninguém presta atenção ao que ela fala, além dos colegas da Globo e de quem ganha com a recessão. Como é uma meia-dúzia, ela entristeceu e murchou.

O ponto sem retorno de Veja (29ago2011)

The Phamtom of the Opera (The point of no return) (Andrew Lloyd Webber)
Original Cast of London


Por Luis Nassif

Veja chegou a um ponto sem retorno. Em plena efervescência do caso Murdoch, com o fim da blindagem para práticas criminosas por parte da grande mídia no mundo todo, com toda opinião esclarecida discutindo os limites para a ação dá mídia, ela dá seu passo mais atrevido, com a tentativa de invasão do apartamento de José Dirceu e o uso de imagens dos vídeos do hotel, protegidas pelo sigilo legal.

Até agora, nenhum outro veículo da mídia repercutiu nenhuma das notícias: a da tentativa de invasão do apartamento de Dirceu, por ficar caracterizado o uso de táticas criminosas murdochianas no Brasil; e a matéria em si, um cozidão mal-ajambrado, uma sequência de ilações sem jornalismo no meio.

Veja hoje é uma ameaça direta ao jornalismo da Folha, Estadão, Globo, aos membros da Associação Nacional dos Jornais, a todo o segmento da velha mídia, por ter atropelado todos os limites. Sua ação lançou a mancha da criminalização para toda a mídia.

Quando Sidney Basile me procurou em 2008, com uma proposta de paz – que recusei – lá pelas tantas indaguei dele o que explicaria a maluquice da revista. Basile disse que as pessoas que assumiam a direção da revista de repente vestiam uma máscara de Veja que não tiravam nem para dormir.

Recusei o acordo proposto. Em parte porque não me era assegurado o direito de resposta dos ataques que sofri; em parte porque – mostrei para ele – como explicaria aos leitores e amigos do Blog a redução das críticas ao esgoto que jorrava da revista. Basile respondeu quase em desespero: "Mas você não está percebendo que estamos querendo mudar". Disse-lhe que não duvidava de suas boas intenções, mas da capacidade da revista de sair do lamaçal em que se meteu.

Não mudou. Esses processos de deterioração editorial dificilmente são reversíveis. Parece que todo o organismo desaprende regras básicas de jornalismo. Às vezes me pergunto se o atilado Roberto Civita, dos tempos da Realidade ou dos primeiros tempos de Veja, foi acometido de algum processo mental que lhe turvou a capacidade de discernimento.

Tempos atrás participei de um seminário promovido por uma fundação alemã. Na mesa, comigo, o grande Paulo Totti, que foi chefe de reportagem da Veja, meu chefe quando era repórter da revista. Em sua apresentação, Totti disse que nos anos 70 a revista podia ser objeto de muitas críticas, dos enfoques das matérias aos textos. "Mas nunca fomos acusados de mentir".

Definitivamente não sei o que se passa na cabeça de Roberto Civita e do Conselho Editorial da revista. Semana após semana ela se desmoraliza junto aos segmentos de opinião pública que contam, mesmo aqueles que estão do mesmo lado político da publicação. Pode contentar um tipo de leitor classe média pouco informado, que se move pelo efeito manada, não os que efetivamente contam. Mas com o tempo tende a envergonhar os próprios aliados.

Confesso que poucas vezes na história da mídia houve um processo tão clamoroso de marcha da insensatez, como o que acometeu a revista.

Publicado no sítio de Luís Nassif em 27 de agosto de 2011.

Matador de vírus turbinado é colocado em domínio público (29ago2011)

Estranho jardim (José Miguel Wisnick)
Eveline Hecker


Veja essa matéria completa no sítio Inovação Tecnológica, postagem de 15 de agosto de 2011
Em vez de requerer uma patente para o invento, os cientistas colocaram a técnica em domínio público, na esperança de que sua adoção em larga escala possa salvar vidas.


Com a adição de silicone, o dióxido de titânio torna-se altamente eficaz contra vírus que se espalham tanto por meio aéreos quanto líquidos.[Imagem: Jafry et al./ACS]

Para que não pairem dúvidas, o matador é turbinado, e não o virus.

Quando a gente se depara com uma atitude dessas sente até estranheza, pois os cientistas abriram mão da patente da descoberta resultante de suas pesquisas por um motivo que dificilmente empolga a classe científica atual: SALVAR VIDAS SEM FICAR RICO POR ISSO!

Professores da UFMT não aceitam proposta do governo e decidem permanecer em greve (29ago2011)

Professores da UFMT avaliam proposta do governo e mantêm greve

Por Alex Fama e Tania Rauber, de Cuiabá

Os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) se reuniram, esta manhã, e decidiram manter o movimento grevista. Eles consideraram insuficiente a proposta de reajuste salarial feita pelo governo federal, de 4% para os professores, a partir de março do ano que vem, além de criar o Plano de Carreira, que entra em vigor em setembro deste ano. A proposta foi apresentada na sexta-feira (26).

O presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat), Carlos Alberto Eilert, afirmou, anteriormente, que a proposta não foi a esperada pela categoria, que reivindicava 14% de aumento. A greve afeta diretamente mais de 45 mil alunos, distribuídos nos campi Cuiabá, Médio Araguaia, Rondonópolis e Sinop. O movimento grevista iniciou no dia 24.

domingo, 28 de agosto de 2011

Docentes da Federal do Paraná votaram por não aceitar proposta do governo em AG de 23 de agosto (28ago2011)

Os professores da UFPR discutiram as propostas do governo que levaram ao acordo do sindicato com o governo.

Apesar de defesas de aceitação da proposta governamental, feita por participantes experientes e conhecidos dentro do movimento docente nacional, foi rebatida e, ao final foi rejeitada. Os professores votaram por não aceitar fazer acordo com o governo nos termos da proposta apresentada, optando por indicar a continuidade da greve.

Já postei aqui que a forma súbita como tudo foi decidido foi estonteante. Sou filiado ao sindicato desde a criação da ADUR-RJ, de cuja criação participei ativamente. Todas as greves tiveram seus rituais próprios e adequados tanto para seu início quanto para seu encerramento. As bases eram ouvidas e suas deliberações eram levadas para o sindicato, em Brasília, indicando à diretoria os rumos a seguir.

Desta vez, foi tchan, tchun e tchã tchã tchã tchãããã!!!!!!!

Com base no histórico das greves docentes, com seus ritos democráticos, de base, calculava-se que haveria um certo tempo prolongado de greve, nas idas e vindas de negociações e convencimentos na base do movimento.

Diante disso, muitos alunos que residem fora de Cuiabá, boa parte tem suas famílias em outros Estados, decidiram viajar para aguardar em casa o desfecho da greve. Há que se lembrar que os servidores técnico-administrativos estão em greve, e que o cotidiano fica encarecido e mais difícil para alunos de baixo poder aquisitivo. Diversos serviços não estão disponíveis para os estudantes já desde o início da greve dos técnico-administrativos.

Eu estava preparando o fôlego para trabalhar no Comando Local de Greve, pois dele participei em um grande número das greves passadas.

Também fui delegado da Adufmat no Comando Nacional de Greve por diversas vezes, e digo que aquela instância é uma escola fantástica de análises, questionamentos e percepções do contexto político-social em que o movimento se insere.

Estou ainda por entender por quais caminhos se deu esse acordo, sinceramente.

Vou expressar o primeiro raciocínio que me veio ao saber da notícia: há uma grande quantidade de colegas petistas dentro da direção do sindicato. O governo é petista e diversos parceiros bastante ativos na história do movimento docente ocupam, hoje, cargos dentro dos ministérios. Há, é de se esperar, canais de comunicação entre eles e o seu sindicato.

O problema que vejo é que, se algo parecido com isso de fato aconteceu, deu-se uma mistura de duas coisas imiscíveis. O sindicato não é partidário. Os sindicalizados podem ter, e muitos têm, filiações partidárias e ideais políticos diferentes. O sindicato representa a todos, indistintamente.

Daí o motivo de se ter que ouvir as bases e de que as atitudes do sindicato sejam dirigidas pela base. Se houve mistura dos vínculos partidários com essa negociação, será o fim da crença dos afiliados na postura ética de seus "comandantes".

Sinceramente, e pelo bem do movimento docente e do futuro das universidades públicas, espero que isso não tenha ocorrido.

Abaixo está um vídeo postado no sítio da APUFPR (UFPR) com notícia e flashes da assembleia geral que mencionei no início desta postagem.

Aliás, parabenizo a APUFPR pela qualidade de seu sítio, pelos conteúdos e informações ali contidos, muito distantes, para melhor, do que o que vimos observando no sítio do ANDES-SN. Comunicação e presteza - informação - a hora e a tempo são fundamentais para qualquer mobilização da categoria. O sítio da Seção Sindical da Universidade Federal do Paraná dá de 10 a 0 no sítio do ANDES-SN e em outros sítios das seções sindicais.

sábado, 27 de agosto de 2011

Nova PCH extinguirá a Cachoeira do Prata, em Juscimeira-MT (27ago2011)

Hoje estive na cidade de Juscimeira-MT, para prestigiar a realização de reunião da comunidade local que está se mobilizando contra a construção de uma Pequena Central Hidrelética (PCH) no município, cuja obra desviará definitivamente o curso de Rio Prata. Com isso, desaparecerá um dos bens naturais e praticamente o único local de lazer público e gratuito da cidade, que é a Cachoeira do Prata.


A reunião acabou por se instituir como o locus de criação do Fórum de Defesa da Cachoeira do Prata. Os debates se estenderam por todo o dia, e ao final da tarde a equipe de professores e alunos da UFMT que lá estava presente deslocou-se até a cachoeira.

Maiores detalhes das implicações dessa obra que se pretende construir eu apresentare em postagens posteriores.

Por enquanto, para registro, fica uma das fotos que tirei do local do evento e duas fotos da Cachoeira do Prata.



Fotos: Aquiles Lazzarotto

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sindicato dos docentes aceita (?) proposta do governo (26ago2011)

Estou pasmo com a correria para o fim da greve. Vamos ter assembleia geral na segunda-feira. E a direção do Sindicato já assinou acordo com o governo? Assim, de repente?

Só Notícias - Sindicato dos docentes aceita proposta e nova assembleia é marcada

Servidores Federais da Educação Tecnológica: 216 campi em greve (26ago2011)

Quadro da greve do SINASEFE

Campi que aderiram ao movimento
(situação em 24 de agosto de 2011)

Alagoas:
Arapiraca / Maceió / Maragogi / Marechal Deodoro / Murici / Palmeira dos Índios / Penedo / Piranhas / Santana do Ipanema / Satuba / São Miguel dos Campos
Amazonas:
São Gabriel da Cachoeira
Bahia:
Barreiras / Camaçari / Catu / Eunápolis / Guanambi / Ilhéus / Irecê / Itapetinga / Jequié / Paulo Afonso / Porto Seguro / Salvador / Santa Inês / Santo Amaro / Senhor do Bonfim / Simões Filho / Valença-Tento / Valença / Teixeira de Freitas / Uruçuca / Vitória da Conquista
Ceará:
Acaraú / Aracati / Baturité / Canindé / Cedro / Crateús / Crato / Fortaleza / Iguatu / Jaguaribe / Juazeiro do Norte / Limoeiro do Norte / Maracanaú / Quixadá / Sobral / Tauá / Tianguá / Umirim
Distrito Federal:
Brasília / Gama / Planaltina / Samambaia / Taguatinga
Espírito Santo:
Aracruz / Cachoeiro do Itapemirim / Cariacica / Colatina / Itapina / Linhares / Nova Venécia / Santa Teresa / São Mateus / Serra / Vila Velha / Vitória
Goiás:
Anápolis / Ceres / Formosa / Goiânia / Inhumas / Itumbiara / Luziânia / Rio Verde / Uruaçu / Urutaí
Maranhão:
Buriticupu / Centro Histórico / Codó / Maracanã / Monte Castelo / Santa Inês / Zé Doca
Mato Grosso:
Barra do Garças / Bela Vista / Cáceres / Campo Novo do Parecis / Confresa / Cuiabá / Juína / Rondonópolis / São Vicente / Sorriso
Minas Gerais:
Almenara / Araçuaí / Arinos / Barbacena / Bambuí / Congonhas / Formiga / Governador Valadares / Januária / Juiz de Fora / Machado / Montes Claros / Muriaé / Muzambinho / Ouro Preto / Pirapora / Rio Pomba / Salinas / São João Evangelista
Pará:
Abaetetuba / Altamira / Belém / Bragança / Castanhal / Conceição do Araguaia / Marabá / Santarém / Tucuruí
Paraíba:
Cabedelo / Cajazeiras / Campina Grande / João Pessoa / Monteiro / Patos / Picuí / Princesa Isabel / Sousa
Rio de Janeiro:
Arraial do Cabo / Bom Jesus / Cabo Frio / Campos Centro / Colégio Pedro II (14 unidades educacionais) / Duque de Caxias / Guarus / Engenheiro Paulo de Frontin / Instituto Nacional de Educação de Surdos / Itaperuna / Macaé / Maracanã / Mesquita / Nilópolis / Paracambi / Pinheiral / Quissamã / Realengo / São Gonçalo / Volta Redonda
Rondônia:
Colorado do Oeste / Vilhena
Roraima:
Amajari / Boa Vista / Novo Paraíso
Rio Grande Norte:
Apodi / Caicó / Currais Novos / Ipanguaçu / João Câmara / Macau / Mossoró / Natal Central / Natal Cidade Alta / Natal Zona Norte / Nova Cruz / Parnamirim / Pau dos Ferros / Santa Cruz / São Gonçalo
Rio Grande do Sul:
Pelotas / Campus CAVG
São Paulo:
Avaré / Boituva / Capivari / Cubatão / Sertãozinho / Salto / São Roque / São Paulo
Santa Catarina:
Araquari / Araranguá / Caçador / Camboriú / Canoinhas / Chapecó / Continente Fpolis / Criciúma / Florianópolis / Garopaba / Gaspar / Geraldo Werninghaus (Jaraguá do Sul) / Itajaí / Jaraguá do Sul / Joinville / São José / Lages / Palhoça Bilíngui / Rio do Sul / São Miguel do Oeste / Urupema / Xanxerê
Sergipe:
Aracaju / Estância / Itabaina / Lagarto / Nossa Senhora da Glória / São Cristóvão
Tocantins:
Araguaína / Araguatins / Gurupí / Palmas / Paraíso / Porto Nacional
Totais:
21 Estados
58 Seções
216 campi

Fonte: Sinasefe