Por: Fernando Brito, no sítio Tijolaço
A matéria, hoje, na Folha, onde se aponta que o Brasil paga, anualmente, 5,7% – ou 4,9%, que seria o patamar atual – de seu PIB em juros deveria ser um escândalo nacional.
É curioso, porém, que a matéria não mencione quanto isso representa em dinheiro que o país entrega ao rentismo.
Isso significa algo em torno de R$ 250 bilhões.
É como se entregássemos, a cada ano, mais do que gastamos com a educação, ou com a saúde.
Isso não entra no discurso do pessoal que fala em um Brasil “padrão Fifa”.
Não é possível sonhar se não se olha a corrente no pé.
Um corrente que não é possível romper, o que é o pior dela, sem romper a própria estabilidade econômica e política do país.
Mas que não pode ser esquecida ou tratada como “normal” na vida do país.
Dilma não mereceu um aplauso dos “sonháticos” quando baixou os juros.
Mas a mídia e o conservadorismo urraram: “Intervencionista, interferindo no Banco Central!”
E desencadearam a campanha “inflacionista”.
Depois, a da explosão do dólar, mesmo que esta tivesse evidentes causas externas.
Agora, os idólatras do “tripé macroeconômico” vêm com a história do “rombo”, do superávit primário que não vai ser atingido – e será.
Os juros brasileiros são uma hemorragia, que mal e mal tentamos estancar com a sua redução e a do montante da dívida, que a década Itamar-FHC tornou gigantesca.
É curioso, para não dizer chocante, que os arautos do “equilíbrio” falem tanto em responsabilidades e controles, em dosar a torneira da despesa – a que paga serviços e obras públicas – sem jamais mencionar o ralo da dívida.
Quem sou eu
- Aquiles Lazzarotto
- Bebedouro, São Paulo, Brazil
- Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário