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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

sábado, 27 de julho de 2013

30%: Propina da Siemens para políticos brasileiros
(27jul2013)

"10%”? Esqueça: a taxa São Paulo-Siemens é 30%

Por Fernando Brito no sítio Tijolaço


A Istoé que vai às bancas hoje traz mais  uma reportagem explosiva sobre o caso de corrupção promovido pela americana Alstom e e pela alemã Siemens nos contratos com o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, ambas controladas pelo Governo do Estado.

Leia-se, portanto, José Serra e Geraldo Alckmin.

O escândalo, que não é novo, reacendeu semana passada com uma matéria da mesma revista revelando um “propinoduto” paulista. Uma reportagem publicada  esta semana pela Deustche Welle, agência de notícias alemã, confirma que a Siemens, embora tivesse prometido. em 2007, esclarecer todas as suspeitas de corrupção que a abalavam, continuou operando o pagamento de propinas na aquisição de contratos no Brasil.

Como a Siemens admitiu, esta semana, que “notificou as autoridades antitruste brasileiras sobre uma formação de cartel, com participação da multinacional alemã, para fraudar licitações para a compra de equipamento ferroviário e para a construção e manutenção de linhas de trem e de metrô em São Paulo e em Brasília”, o Ministério Público teve de abrir informações sobre o caso.

E o que revela a Istoé é – não há outra palavra – é uma corrupção cavalar.

Esqueça os famosos “10%”. O bico aqui é grande, muito grande: 30%.

Os prejuízos aos cofres públicos somente nos negócios já investigados, chegam a RS 425,1 milhões. Há muitos contatos para averiguar e o céu é o limite.

No final de 2011, já com o caso em apuração, a Siemens demitiu sumariamente – e publicando que tinha havido uma séria “transgressão às normas internas da empresa” – o seu presidente no Brasil, Adílson Primo.

Não se sabe qual foi a transgressão nem se conhece a norma interna violada. O que se sabe é que a Siemens tem um belo prontuário, que inclui multas de US$ 2,6 bilhões na Alemanha e nos EUA. E que deu cadeia para funcionários de empresa.

Há um magistral relatório sobre o assunto, publicado em dezembro de 2008 pelo The New York Times que descreve a ação da multinacional, sob o expressivo título de “Na Siemens, propina é apenas um item de série”, narrando requintes de corrupção, que era até contabilizada como NA - ”nutzliche Aufwendungen”, o que significa “dinheiro útil” em alemão.

Como sempre, a repercussão no restante da mídia será zero.

Atinge seus preferidos, então não é notícia.

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