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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

domingo, 5 de outubro de 2014

Ciência caminha para o que acreditávamos ser coisa de lunáticos
(3out2014)

Destaco algumas postagens do sítio Inovação Tecnológica que mostram que a Ciência atual caminha para muito do que acreditávamos que só poderia ser ficção científica. Um futuro que até então parecia distante, ou mesmo "cientificamente" impossível, aproxima-se velozmente, provavelmente confirmando teses caras aos defensores de que estamos no portal de uma Nova Era.

No artigo Motor quântico gera trabalho sem produzir nenhum atrito, informa-se que cientistas trabalham sobre um motor "que opera com atrito zero e, ainda assim, gera um trabalho". Cientistas do Laboratório Nacional de Los Alamos (EUA) "mostraram a possibilidade de construção de um motor 'super-adiabático', cujo funcionamento pode ser revertido sem qualquer dissipação de energia". Teria chegado a hora de rever nossos conceitos de termodinâmica?

Diagrama de pressão-volume do motor de ciclo Otto quântico. [Imagem: Campo, et al - 10.1038/srep06208, apud sítio Inovação Tecnológica]
No artigo Inflação cósmica balança, multiverso ganha firmeza, pode-se ler a declaração do cientista Paul Steinhardt, da Universidade de Princeton, um dos criadores da teoria inflacionário para o universo, o seguinte, em entrevista à revista New Scientist:
"O problema mais profundo é que, uma vez que a inflação começa, ela não termina da forma como estes cálculos simplistas sugerem. [...] Em vez disso, devido à física quântica, ela leva a um multiverso, onde o universo de divide em um número infinito de fragmentos. Os fragmentos incluem todas as propriedades concebíveis conforme você vai de um para o outro. Assim, não faz nenhum sentido dizer o que a inflação prevê, exceto dizer que ela prediz tudo. Se for fisicamente possível, então acontece no universo."
Por fim, por enquanto, o artigo Teólogo medieval antecipou teoria cosmológica atual aponta que cientistas "descobriram que um teólogo inglês previu a ideia dos multiversos em 1225". No tratado De Luce (Sobre a Luz), Robert Grosseteste, teólogo medieval, "propôs que o universo concêntrico começou com um flash de luz, que empurrou tudo a partir de um ponto minúsculo, formando uma grande esfera". Grosseteste propõe, também, "que a luz e a matéria são intimamente relacionadas - essencialmente acopladas".

A coincidência entre a cosmologia atual e o modelo proposto por Robert Grosseteste em 1225 é impressionante - e leva aos mesmos gargalos. [Imagem: McLeish et al., apud sítio Inovação Tecnológica]

Bibliografia citada nas postagens:

Campo, Adolfo del; Goold, J.; Paternostro, Mauro. More bang for your buck: Super-adiabatic quantum engines. Nature Scientific Reports, vol.: 4, Article number: 6208, DOI: 10.1038/srep06208.

McLeish, Tom C. B.; Bower, Richard G.; Tanner, Brian K.; Smithson, Hannah E.; Panti, Cecilia; Lewis, Neil; Gasper, Giles E. M.. History: a medieval multiverse. Nature, vol.:507, 161-163. DOI: 10.1038/507161a.

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