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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

terça-feira, 16 de julho de 2013

A verdade não falada: Golpe de Estado na América
(16jul2013)

Por Dr. Paul Craig Roberts

Global Research, 14 de julho de 2013
paulcraigroberts.org

O povo estadunidense sofreu um golpe de Estado, mas está hesitante em reconhecer isso. Falta legitimidade constitucional e legal ao regime hoje no poder em Washington. Estadunidenses são governados por usurpadores que proclamam que o poder executivo está acima da lei e que a Constituição dos EUA é um mero "chumaço de papel".

Um governo inconstitucional é um governo ilegítimo. O juramento de obediência requer a defesa da Constituição "contra todos os inimigos, externos ou domésticos". Conforme os Pais Fundadores deixaram claro, o principal inimigo da Constituição é o próprio governo. O poder não gosta de ser limitado e manietado, e constantemente trabalha para se libertar de restrições.

A base do regime em Washington não é nada mais do que um poder usurpado. O Regime de Obama, assim como o Regime de Bush/Cheney, não tem legitimidade. Estadunidenses são oprimidos por um governo ilegítimo atuando não pela lei e pela Constituição, mas por mentiras e pura força [sem disfarces]. Aqueles que estão no governo veem a Constituição dos EUA como uma "corrente que prende nossas mãos".

O regime do apartheid na África do Sul era mais legítimo do que o regime em Washington. O apartheid israelense na Palestina é mais legítimo. O Taliban é mais legítimo. Muammar Gaddafi e Saddam Hussein eram mais legítimos.

A única proteção constitucional que os regimes Bush/Obama deixaram em pé é a Segunda Emenda, uma emenda sem sentido se se considera a disparidade nos braços entre Washington e o que é permitido à cidadania. Nenhum cidadão com um rifle poderá proteger a si próprio e à sua família de um dos 2.700 tanques do Departamento de Segurança da Pátria [Department of Homeland Security], de um drone ou de uma força da SWAT com armaduras e armamentos pesados.

Da mesma forma que servos das idades das trevas, os cidadãos estadunidenses podem ser apanhados pela autoridade de uma pessoa desconhecida do braço executivo e atirados num calabouço, sujeitos a torturas, sem que nenhuma evidência nunca seja apresentada para um tribunal ou que qualquer informação sobre seu paradeiro seja repassada a seus familiares. Ou eles podem ser incluídos sem explicação numa lista que cerceie suas viagens aéreas. Toda comunicação de todos os estadunidenses, exceto por conversas cara a cara em ambientes não grampeados, é interceptada e gravada pela National Stasi Agency, da qual frases podem ser postas juntas para produzir um "extremista doméstico".

Se atirar um cidadão estadunidense num calabouço for muito problemático, o cidadão pode simplesmente ser explodido com um míssil lançado de um drone. Nenhum esclarecimento é necessário. Para o tirano Obama, o ser humano exterminado era somente um nome em uma lista.

O presidente dos estados unidos [em minúsculas no original em inglês] declarou que ele possui esses direitos constitucionalmente proibidos, e seu regime os tem usado para oprimir e assassinar cidadãos estadunidenses. A proclamação do presidente de que sua vontade está acima da lei e da Constituição é do conhecimento público. Todavia, não há uma demanda pelo impedimento do usurpador. O Congresso está indiferente. Os servos estão obedientes.

O pessoal que ajudou a transformar um presidente democraticamente responsável em um César inclui John Yoo, que foi recompensado por sua traição sendo aceito como professor de leis na Universidade da Califórnia, Berkeley, escola de direito de Boalt. Jay Scott Bybee, colega de Yoo na traição, foi recompensado com sua indicação como juiz federal do Nono Circuito na Corte de Apelação dos Estados Unidos. Agora temos um professor de direito ensinando, e um juiz federal regulamentando, que o poder executivo está acima da lei.

O golpe do poder executivo contra os EUA teve êxito. A questão é: vai ficar assim? Hoje, o poder executivo consiste de mentirosos, criminosos e traidores. O mal sobre a Terra parece concentrar-se em Washington.

A resposta de Washington à evidência posta por Edward Snowden de que Washington, em total desrespeito à lei tanto doméstica quanto internacional, está espionando o mundo inteiro demonstrou a todo o país que Washington coloca o prazer da vingança acima da lei e dos direitos humanos.

Sob ordens de Washington, seus estados fantoches europeus recusaram permissão de sobrevoo ao avião presidencial boliviano que transportava o Presidente Morales e forçaram o avião a pousar na Áustria e ser revistado. Washington imaginou que Edward Snowden poderia estar a bordo do avião. Capturar Snowden era mais importante para Washington do que o respeito à lei internacional de imunidade diplomática.

Quanto tempo sinda falta para que Washington ordene ao seu fantoche Reino Unido que envie uma tropa SWAT para arrancar Asange da embaixada equatoriana em Londres e entregá-lo para a CIA simular seu afogamento?

Em 12 de julho, Snowden encontrou-se no aeroporto de Moscou com organizações de direitos humanos de diversas partes do mundo. Ele afirmou que o exercício ilegal de poder em Washington o impede de viajar para qualquer dos três países latino-americanos que lhe ofereceram asilo. Consequentemente, Snowden disse que aceitou as condições do presidente russo Putin e requereu asilo na Rússia.

Estadunidenses despreocupados e os jovens desconhecedores do passado não sabem o que isso significa. Durante minha vida profissional era a Rússia Soviética que perseguia os reveladores de verdades, enquanto que os EUA lhes davam asilo e tentavam protegê-los. Hoje é Washington que persegue aqueles que falam a verdade, e é a Rússia que os protege.

O público estadunidense não caiu, desta vez, na mentira de Washington de que Snowden é um traidor. As pesquisas mostram que uma maioria dos estadunidenses vê Snowden como um denunciante.

Não é aos Estados Unidos que as revelações de Snowden causam danos. São os elementos criminosos no governo dos EUA que executaram um golpe contra a democracia, a Constituição, e o povo estadunidense é quem sofreu danos. São os criminosos que capturaram o poder, e não o povo estadunidense, que estão exigindo o escalpo de Snowden.

Sob a tirania de Obama, não é somente Snowden quem é visado para extermínio, mas todo estadunidense no país que diga a verdade. Foi a chefe do Departamento de Segurança da Pátria, Janet Napolitano - recentemente recompensada por seus serviços à tirania com sua indicação para Reitora do sistema da Universidade da Califórnia - quem disse que a Segurança da Pátria havia migrado seu foco dos terroristas muçulmanos para os "extremistas domésticos", um termo elástico e indefinido que facilmente inclui divulgadores da verdade como Bradley Manning e Edward Snowden que embaraçam o governo com a revelação de seus crimes. Os criminosos que alcançaram poder ilegítimo em Washington não podem sobreviver a menos que a verdade possa ser suprimida ou redefinida como traição.

Se os estadunidenses aquiescerem ao golpe de estado, eles se colocarão firmemente nas garras da tirania.


Paul Craig Roberts, ex-secretário assistente do Tesouro dos EUA e editor associado do Wall Street Journal, ocupou vários cargos universitários. É um colaborador frequente do Global Research.

Tradução: Aquiles Lazzarotto

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