Quem sou eu
- Aquiles Lazzarotto
- Bebedouro, São Paulo, Brazil
- Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
Os aposentados e pensionistas (alcunhados de vagabundos por FHC) drenam recursos que poderiam socorrer os banqueiros e os ricaços
(23jan2013)
(23jan2013)
Desde que me entendo por gente, tenho a compreensão de que o homem organizou-se socialmente de forma tal que cada grupo social estabelecesse regras de proteção e amparo para crianças, idosos e indivíduos por alguma razão incapacitados de garantir a própria sobrevivência. Para isso, todos pagamos impostos e taxas as mais variadas que têm, naturalmente, em sua destinação, a parcela destinada ao cumprimento dessa obrigação nossa para conosco. Todos já fomos crianças e a maioria de nós ficará velha mais cedo ou mais tarde. Essa rede de proteção aos mais frágeis ou vulneráveis é prevista em nossos grandes acordos coletivos, principalmente no que designamos como Constituição Federal, e derivativamente nas legislações infraconstitucionais. Por isso, considero absurdo, por exemplo, falar-se em déficit previdenciário. A previdência pública deve estar lastreada pelo Tesouro Nacional, uma vez que todos nós acordamos, via Constituição, que seria dada essa cobertura e garantia de vida digna aos cidadãos que chegassem ao estágio da vida em que necessitassem de tal suporte.
Ao se tratar a Previdência como mero balanço contábil, como se uma empresa fosse, retira-se o foco de seu papel e de sua função originários para tentar justificar cortes em benefícios cujas "promissórias" assinamos um dia. Trata-se na verdade de buscar calotear o cidadão que por toda a vida fez sua parte para ter direito a essa cobertura.
Os mesmos que vivem urrando contra o "déficit" da previdência esquecem-se, providencialmente, de que os recursos da previdência foram utilizados largamente para cobrir outras despesas do Estado, como a construção da Ponte Rio-Niterói (e os aposentados e pensionistas sequer têm passe livre em seus pedágios), a Transamazônica e sabe-se lá quantas outras obras faraônicas erigidas durante a ditadura civil-militar que vivemos. Há quem afirme que o dinheiro da previdência também verteu generosamente para a construção de Brasília, com polpudos abusos de sobrepreço que enriqueceram uma geração de "empresários" que hoje estufam o peito fazendo-se de pais da moralidade e dos bons costumes - ou pior, seus herdeiros achando-se o ó do borogodó porque nasceram em "berço de ouro" fruto do "trabalho incansável" de seus pais ou avós. Pois sim, berço de ouro...
Finalmente, no Japão, conhecido mundialmente pelo milenar respeito aos anciãos ali desenvolvido, um político abre o jogo do capital, verbaliza aquilo que os donos do capital pensam como mais uma forma de mais acumular. Leia a matéria Os idosos “devem se apressar e morrer”, de Altamiro Borges, em seu blog Viomundo, e pasme com a desfaçatez desses caras. A que ponto estamos chegando... tsc, tsc!!
Interessante é que ELES (os mesmos) sempre reclamam de inseguranças jurídicas relativas aos seus contratos e seus bens pessoais a cada vez que um governo em algum país resolve aumentar de alguma maneira o bem-estar de seus cidadãos. No entanto, quem vive em total pânico de insegurança jurídica são os aposentados e pensionistas, pois a estes não é dado sequer uma chance de se contrapor às reformas que lhes retiram (olha o calote aí) direitos trabalhistas e previdenciários.
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