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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Congresso Nacional concorre com os stand-ups
(7mar2013)

Parece piada o que acontece no Congresso Nacional. Seria cômico se não fosse devastador.

Um deputado pastor, MARCOS FELICIANO, que afirma coisas como:
“Índio nasce índio, não tem como mudar. Negro nasce negro, não tem como mudar. Mas quem nasce homossexual pode mudar. Até a palavra ‘homossexual’ deveria ser abolida do dicionário, já que se nasce homem ou mulher”
"Aids é um câncer gay"
"Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé" 
é indicado para presidir a COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E MINORIAS da Câmara Federal.

Com relação a essa indicação, há um abaixo assinado que está chegando a 80.000 assinaturas - há três dias, quando assinei, eram 5.000 - e pode ser acessado aqui por quem quiser confirmar ou, de preferência, assinar.

Mas não para por aí!

Adivinhem quem é o escolhido para presidir a COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE, FISCALIZAÇÃO E CONTROLE do Senado Federal? O senador BLAIRO MAGGI. Uma liderança do agronegócio que vem contribuindo com a devastação do Cerrado brasileiro para a implementação de seus projetos. E não somente isso. Levou o agronegócio em Mato Grosso a circundar apertadamente as áreas indígenas, construindo diversas estradas em seu entorno e estimulando o avanço da fronteira agrícola até o norte do Estado (enquanto Governador de Mato Grosso), onde imensas áreas da floresta amazônica vêm sendo devastada para dar espaço a extensas pastagens de baixa produtividade e para algumas plantações. Os grandes pecuaristas lá de Barretos, por exemplo, trouxeram seu "gadinho" para pastar no Mato Grosso (ou em Tocantins e Goiás) para dar espaço à rentável monocultura canavieira que, por sinal, inferniza a vida dos moradores daquela região.

Essas indicações são piada pronta. Basta lê-las para rir. Ou chorar.

Colocam as raposas para tomar conta do galinheiro. Para finalizar reproduzo os últimos parágrafos da postagem de Leonardo Sakamoto, intitulada "Não acredito no demônio. Só na intolerância da bancada evangélica", publicada em seu blog:

"A partir da brilhante exposição de Marco Feliciano, citada no início deste texto, um comentário: intolerante não nasce intolerante, tem como mudar. Preconceituoso não nasce preconceituoso, tem como mudar. Homofóbico não nasce homofóbico, foi criado para ser assim. Tenho fé que, um dia, as palavras “intolerante” e “preconceito” sejam abolidas do dicionário por não fazerem mais sentido. Já que – não importa a etnia, a cor da pele ou a orientação sexual – nascemos iguais em direitos perante a lei.
Agora, que ele deve assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos, desejo boa sorte. Como também desejo boa sorte por conta de Blairo Maggi, que tornou-se presidente da Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle do Senado Federal.
Não aos dois, mas a todos nós. Porque vamos precisar."

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