Ao ler, no sítio de Luís Nassif, a notícia da morte do presidente venezuelano Hugo Chávez, minha primeira reação foi a de me dirigir à televisão para assistir as notícias nos canais de notícias da TV por assinatura. Aí, pensei: em qual emissora?
Ora, se eu estou triste e lamento muito essa perda sofrido pelo povo latino-americano, como é que vou poder assistir aos noticiários de empresas que eu sei que torciam, mais ou menos abertamente, pela morte do presidente? Empresas que fazem seus apresentadores referirem-se a Hugo Chávez como "ditador", ignorando maliciosamente que o mesmo foi eleito sucessivamente por maioria inquestionável da população venezuelana, em eleições livres e limpas.
Daí fica fácil esclarecer porque se faz necessário reformar amplamente o sistema de concessões públicas do espectro eletromagnético televisivo. Não há alternativas para quem busca por informação equilibrada e qualificada. Não há imparcialidade na mídia. Todos terão, sempre, um substrato político e ideológico que determinará o que mostrar e o que não mostrar. Eu somente gostaria de poder acessar um canal onde jornalistas, apresentadores e editores fossem de minha confiança, merecedores de meu respeito.
Todos os canais de que dispomos falam a partir de uma perspectiva exclusivamente do interesse dos seus patrocinadores. Logo, de um ponto de vista que diverge do meu. Não se abrem espaços para o contraditório. Portanto, para não ficar a ouvir baboseiras e mensagens subliminares desagradáveis, e para manter minha serenidade e saúde, mantive a televisão desligada e resolvi acessar a TeleSur, televisão venezuelana (que pode ser acessada clicando-se aqui), onde está sendo feita uma cobertura ao vivo que se mostra sincera e respeitosa em relação ao infausto acontecimento.
Aqui pelo Brasil, fico torcendo para que algum dia nossas mídias sejam realmente livres e diversificadas de modo que tenhamos a verdadeira liberdade de informação, que deve nos chegar de fontes diversificadas, tanto nas formas quanto nos conteúdos.
Ao povo venezuelano que lamenta a perda de seu presidente, deixo aqui minhas sinceras condolências. Lamento junto com vocês a perda que todos tivemos de uma liderança tão importante para todos nós que fazemos parte deste fantástico, múltiplo, belo e vibrante povo latino-americano. De todos nós que tercemos para a liberdade e soberania desta América Latina por tanto tempo humilhada e submetida aos interesses colonialistas e neocolonialistas.
Quem sou eu
- Aquiles Lazzarotto
- Bebedouro, São Paulo, Brazil
- Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.
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