Quem sou eu
- Aquiles Lazzarotto
- Bebedouro, São Paulo, Brazil
- Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
O plano de saúde é uma falácia, armadilha para saquear os incautos
(4fev2013)
(4fev2013)
Por Gabriel Novis Neves*, no sítio MidiaNews
Diariamente assistimos pela televisão cenas deprimentes com relação ao atendimento médico do SUS. Ficamos revoltados com a exibição dos atos desumanos praticados contra os fragilizados pacientes que procuram a proteção do Estado, que tem o dever constitucional de fornecer.
O sonho dessa gente sofredora é o de conseguir um plano de saúde, pensando, na doce ilusão, de receber um tratamento, pelo menos, mais humanizado.
Ilusão ou inocência pensar que o que se passa no SUS é privilégio do desprezo do governo para com o ser humano.
Tenho observado que há anos o atendimento médico pelo plano de saúde em pouco difere ao do SUS.
Talvez a parte imobiliária do atendimento privado seja um pouco melhor.
Com relação à recepção do paciente na unidade de atendimento, é simplesmente sofrível, humilhante e devastadora sob o ponto de vista humano.
Gente despreparada, selecionada pelos baixos salários ofertados e sem educação caseira, transforma a chegada do paciente aos locais de socorro médico em centros de tortura mental, agravando e produzindo novas patologias.
Quando a passividade de uma sociedade chega ao ponto de negar solidariedade aos necessitados, é que perdemos totalmente a nossa capacidade de amar ao próximo como a nós mesmos.
Somos uma sociedade “monstra”, construída por seres antissociais, aptos a cometerem todo o tipo de crimes contra o próximo. Dizem que a violência gera violência.
Ficamos consternados quando um trabalhador, pai de família e com representatividade social é vítima de uma violência fatal, mas esquecemos da violência que cometemos diariamente, especialmente
contra os pobres, crianças abandonadas, doentes e idosos fragilizados.
O ser humano está em processo de deterioração, não respeitando, nem mesmo importando-se, com o sofrimento alheio.
Cada vez estamos mais egoístas, individualistas, antissolidários.
O plano de saúde é uma falácia, armadilha para saquear os incautos com o beneplácito e colaboração de grande parte dos profissionais da saúde.
A desumanização do atendimento médico, cujo início está na recepção do paciente na unidade de saúde, foi a última barreira derrubada para a adequação do ser humano descartável.
*Gabriel Novis Neves é médico em Cuiabá, foi reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
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