Foto: AP Photo/Virginia Mayo
O desmembramento do banco franco-belga Dexia
BRUXELAS, Bélgica — A liquidação ordenada do Banco Dexia, selada nesta segunda-feira, dará lugar à criação de uma entidade belga nacionalizada, a uma estrutura francesa de financiamento das instituições locais e a um 'banco podre' voltado para os ativos tóxicos, enquanto o restante foi colocado à venda.
Estas são as linhas gerais do projeto de desmantelamento:
A estrutura francesa:
O Estado francês espera criar um novo banco dedicado ao financiamento das instituições locais, que terá a participação do Banco Postal e da Caixa de Depósitos (CDC), com uma pasta de mais de 70 bilhões de euros constituída em grande parte por empréstimos. As discussões são difíceis com a CDC e ainda não foram concluídas.
A estrutura belga:
O Estado belga compra a filial do banco de clientes do Dexia na Bélgica por 4 bilhões de euros, depois de ter salvado a Dexia pela primeira vez em 2008, injetando 3 bilhões de euros. A Bélgica pretende permanecer vários anos como proprietária do banco.
Criação de um banco de distribuição dos ativos tóxicos
A França, Bélgica e Luxemburgo vão criar uma estrutura denominada 'banco podre' para isolar os ativos de maior risco que atualmente afundam o balanço da entidade, incluindo os títulos da dívida de países fragilizados da Europa. Os três países vão dar uma garantia ao financiamento desta entidade e não sobre os próprios ativos.
Depois das negociações difíceis, os Estados vão dividir esta garantia em proporções idênticas às que assumiram, em 2008, no primeiro plano de socorro ao Dexia: Bélgica assumirá 60,5%, a França 36,5% e Luxemburgo 3%. A operação terá repercussões na dívida pública dos três países.
O restante das atividades:
O holding Dexia SA que agrupa as diferentes atividades perde razão de ser. Os 600 empregados afetados deverão ser realocados. A filial bancária em Luxemburgo, Dexia Banque Internationale, será comprada pelo capital do Qatar. Quanto à filial turca, o DenizBank, a joia da coroa, também está à venda. Segundo a imprensa, vários bancos estão interessados em adquiri-la, entre eles o espanhol BBVA e o grupo russo Sberbank.
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