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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

terça-feira, 6 de março de 2012

"Vilões" da crise, bancos se tornam alvos diretos do Occupy Wall Street (6mar2012)


Movimento conseguiu que mais de 600 mil pessoas retirassem as poupanças

No início do ano, os grandes bancos nos Estados Unidos deram indícios claros de que sentiram nos cofres a nova estratégia do Occupy Wall Street. Em dezembro de 2011, o movimento pediu aos norte-americanos para que retirassem suas poupanças e as depositassem nos bancos mais pequenos.

Em princípio, pareceu uma iniciativa com poucas chances de sucesso. Porém, desde janeiro, instituições como o Bank of America lançaram uma série de promoções para atrair a clientela perdida, indicando que o impacto do movimento popular foi substancial.

 Manifestantes do Occupy Wall Street protestam em frente à sede do Bank of America em Nova York | Foto: Efe (29/02/2012)

Apesar de os números não serem exatos, diversos estudos mencionados pela imprensa local revelam que nos últimos três meses quase seis milhões de norte-americanos moveram dinheiro de grandes bancos para outros mais pequenos, principalmente, instituições de credito das empresas donde trabalham.

Dos seis milhões, pelo menos 600 mil decidiram fechar as contas logo após uma ativista do Occupy na Califórnia lançar essa iniciativa, chamada “Bank Transfer Day”, ou seja, o “dia de transferir de banco seu dinheiro”.

Apesar da indignação popular em relação às tarifas que os grandes bancos impõem aos clientes para efetuar qualquer tipo de serviço, o Bank of America foi a instituição que mais sofreu com o fechamento das contas. Isso porque no momento em que a indignação popular estava no topo, em novembro, decidiu criar uma tarifa de cinco dólares mensais para os usuários do cartão de débito. Uma semana depois o banco voltou atrás, mas a indignação popular não diminuiu e as pessoas fecharam suas contas.

Analistas entrevistados pelo Opera Mundi acreditam que a revolta popular contra os bancos é uma catarse dos últimos quatro anos de frustrações. “Desde o início da crise, em 2007, as pessoas andam muito aborrecidas com os grandes bancos. No fim de contas, eles criaram a crise da bolha imobiliária, quando aumentaram de propósito o preço e os juros das casas, só para ganhar mais dinheiro”, explicou o analista financeiro Mark Wausen.

Em sua opinião, a indignação chegou a um ponto-chave quando, em fevereiro de 2009, o presidente Barack Obama criou um plano para refinanciar os bancos em quebra, como consequência da crise imobiliária, utilizando o dinheiro público.

“As pessoas ficaram com a impressão de que Obama salvou os bancos com o dinheiro delas, apenas para que os bancos continuassem a ganhar fortunas. 'Estou emprestando meu dinheiro para que garantam que ele esteja a salvo'”, comparou Wausen.

O Occupy Wall Street cresceu nesse terreno. “Não importa que os bancos demoraram menos que um ano para devolver o empréstimo presidencial. As pessoas já estavam esgotadas”, acrescentou o analista.

Nas últimas semanas, os clientes dos grandes bancos receberam em suas caixas de correio toneladas de propostas e propaganda, não só pedindo o regresso daqueles que foram embora, como propondo queda dos juros de empréstimos para habitação, redução dos juros dos cartões de crédito e até a abertura de novas contas sem depósitos mínimos, algo impensável há alguns anos.


Occupy resiste

Por outro lado, o movimento Occupy não arrefeceu, apesar de grande parte dos EUA sofrer os rigores do frio num inverno tardio e gelado. Semana passada, a polícia continuou a prender ativistas durante manifestações pacíficas em Nova York e Portland, no Oregon.

Em Portland, foram presos 12 manifestantes diante da sede do Conselho Legislativo Norte-Americano de Cambio (ALEC, por suas iniciais em inglês). O Occupy acusa o ALEC de receber financiamento de grandes corporações para alterar o voto dos políticos, de modo a criar leis financeiras que favorecem os grandes bancos.

Em Nova York, oito ativistas foram presos depois de desfilar em uma manifestação diante da sede da multinacional farmacêutica Pfizer, a quem acusam de influir na classe política para também criar leis que lhe são favoráveis.

No sul da Flórida, após as autoridades dissolverem o acampamento dos Occupy no centro de Miami há um mês, os ativistas informaram a imprensa que não vão ficar de braços cruzados e estão organizando novas manifestações para as próximas semanas.

“Uma das ideias debatidas é a de outro acampamento. Ainda não sabemos onde, mas é certo que faremos. Também queremos mobilizar as pessoas nas ruas para protestar diante dos bancos e da sede do governo da cidade, além de outras surpresas”, confirmou Michelle Alton, uma das porta-vozes do grupo.


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