Por Paulo Henrique Amorim | Conversa Afiada
A CPI da Veja e do Globo já prestou um excelente serviço.
CPI não põe ninguém na cadeia.
Mas, pode deixar o sol desinfetar.
E, nesta quadra da vida nacional, tirar de dentro do armário o esqueleto do cunhado ladrão.
Promover o esculacho da República.
A CPI já provou que PiG tem um braço no crime organizado.
Que a “mídia nativa”, como diz o Mino Carta, se nutre dos detritos sólidos de maré baixa da Veja e, no reator do jornal nacional, os transforma em Chanel # 5.
A CPI já demonstrou – como prova o excelente artigo do professor Venício Lima – que o Governo Dilma não pretende igualar-se ou superar a Inglaterra no que se refere a Ley de Medios.
Aqui, o Murdoch nadaria de braçada.
E receberia do Globo o prêmio “Fazer a Diferença”!
A CPI já demonstrou que a Globo e a Veja têm uma bancada significativa no Congresso, sob a batuta do deputado Miro Teixeira.
Mas, convenhamos, essa bancada já foi mais forte.
A Globo e a Veja desagradaram muito parlamentar (que fica em silêncio, mas na hora de votar se vinga).
E não é só o Collor, embora ele, purgados os pecados, preste agora um insubstituível serviço: exigir que o Robert(o) Civita e o brindeiro Gurgel se expliquem à Nação.
Nem todos na Casa Grande estão felizes com a Veja e o Ali Kamel.
A CPI já revelou que a Delta, embora fosse – e provavelmente continuará a ser, sob o controle dos irmãos do Junior da J&F – a sexta empreiteira do Brasil, não ficava nada a dever às cinco primeiras, em alguns métodos.
O brindeiro Gurgel, por exemplo, deve à Nação explicações de por que não enviou ao Supremo o pedido para reinstalar a Operação Castelo de Areia, aquela em que aparecem, com destaque, o senador tucano Aloysio 300 mil e seu “banqueiro”, o Paulo Preto.
Haverá, aí, amigo navegante o risco de prevaricação ?
A indústria da empreitagem no Brasil continua a mesma, impune, e, provavelmente, teceu laços fortíssimos no Congresso e com o PiG.
É o PiG que revela sua fúria por perder o filé mignon da Delta – 60% do PAC – para um grupo forasteiro.
A CPI já expôs uma face sombria da Magistratura em sua Instância mais Alta.
Não se trata apenas da tibieza do brindeiro Gurgel, que até agora não se coçou diante da Privataria Tucana.
Trata-se também, da relação entre Gilmar Dantas (*) e Demóstenes Torres.
Não só naquele inacreditável grampo sem áudio que impôs um fim de carreira amargo a um probo servidor público, Dr Paulo Lacerda.
O grampo sem áudio fazia parte do elenco de malabarismos do Carlinhos Cachoeira.
E aquela frase inesquecível do Catão do Cerrado, o Demóstenes, ao Carlinhos: “o Gilmar mandou buscar”?
Sabe-se que Gilmar Dantas (*) tinha especial deferência com os pleitos de Goiás – no caso do amianto, por exemplo.
Mas, não que pudesse atender a um pleito “técnico” do Varão do Cerrado, evidentemente associado a um negócio privado.
Outro muito chegado ao ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo é o Padim Pade Cerra, a ponto de chamá-lo ao telefone de “meu Presidente!”, como se fosse o Belluzzo do Palmeiras.
A CPI vai chegar ao Cerra, às obras do Cerra na marginal (sic) de São Paulo, em associação com a Delta.
Quer dizer, amigo navegante, que, em Goiás, no Rio e no Distrito Federal a Delta era suja, mas, na São Paulo tucana, era imaculadamente limpa ?
A Delta se purificava ao se aproximar do Cerra!
O rio Tietê era uma espécie de rio Jordão.
(Sobre a pureza da jestão de Cerra e Kassab em São Paulo, não deixar de ler sobre o funcionário que aprovava a construção de prédios de luxo e erigiu uma pequena fortuna de R$ 50 milhões em apartamentos de luxo.)
De novo, a opinião pública precisou recorrer aos órgãos de imprensa que vivem fora da Casa Grande.
A Carta Capital, a TV Record – clique aqui para ler “Os áudios que incriminam Robert(o) Civita” – e os blogueiros sujíssimos.
Foi a TV Record que melou o mensalão.
E essa é outra virtude dessa CPI que mal começa.
Melou o mensalão.
Mostrou a ligação entre o crime organizado e a crise que tentou derrubar o Nunca Dantes.
Uma ligação de objetivos – derrubar um presidente eleito pelo povo – e de métodos: os mais sórdidos.
E, nesse sentido, o brindeiro Gurgel tem razão mesmo: a patranha do Demóstenes/Cachoeira/Veja/Globo está inteirinha na gênese do mensalão.
A CPI vai melar o mensalão ainda mais.
E vai exigir do brindeiro Gurgel mais profissionalismo e menos tibieza quando for acusar os mensaleiros.
Não adianta jogar para o PiG (**), como tem feito.
Tem que provar.
Por “a” mais “b”.
Provar que existiu um mensalão.
Provar que o José Dirceu é chefe de uma quadrilha.
E ao contrário do que diz o brindeiro Gurgel, o mensalão não é o maior escândalo da História da República.
Isso é o que dizem os mervais globais.
O maior escândalo, brindeiro Gurgel, é a batata que está para assar na sua mesa: a Privataria Tucana.
A maior roubalheira de uma Privataria Latino-Americana.
Os dez mil réis do professor Luizinho, brindeiro Gurgel … convenhamos.
Pagar mesada para o líder do PT votar com o Governo do PT …
O senhor quer fazer a filha do Cerra morrer de rir.
Cerra purifica Cavendish, com a ajuda de Perugino
(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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