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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Viola de cocho: um ícone da cultura mato-grossense, saudades de uma outra Cuabá | Vídeo
(16mai2012)

Nos primeiros anos após chegar em Cuiabá, tive o privilégio de participar de festas de São Gonçalo no bairro do Coxipó. Eram festas feitas em casas simples, em que os anfitriões serviam guaraná e pastéis (vinham bacias com pequenos pastéis e circulavam entre os convidados). Passava uma sensação de fartura na simplicidade.

Na sala da casa, uma imagem de São Gonçalo montada em um pequeno altar era o centro da festividade. Diante dela, os cururueiros tocavam e cantavam para o santo, com o público em volta cantando os refrões devotados a São Gonçalo.

Era uma sensação agradável para quem, como eu, chegava do eixo Rio-São Paulo e ignorava completamente essa manifestação viva da cultura popular mato-grossense. O evento exalava boa vontade, segurança, sossego. Nada dos agitos das metrópoles, cheios de sustos e desconfianças.

Hoje vi no Luis Nassif Online um vídeo do que acredito ser uma série denominada Documentação, em que a viola de cocho é mostrada em detalhe, assim como os mestres artesãos que as produzem, e a forma de sua confecção. Um detalhe que soa como música aos meus ouvidos, e que já está ficando escasso em Cuiabá, é o falar cuiabano desses artesãos.

Para os muitos moradores de Cuiabá que para cá vieram há pouco tempo, sugiro que afinem os ouvidos para esse modo de falar muito especial e saboroso. Lamento que isso esteja se perdendo no remoinho das múltiplas falas que para cá vieram e que vão soterrando paulatinamente esse patrimônio cultural, imaterial. A viola de cocho, junto com o falar cuiabano, vai aos poucos se esvanecendo do nosso cotidiano, de nossas festividades, do nosso imaginário.



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