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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

PROIFES senta-se nos dois lados das mesas de negociação entre sindicatos e governo
(30mai2012)

Resposta ao Proifes e ao sindicalista dos dois senhores

Por Pierre Lucena | Acerto de Contas


No ano passado fiz um estudo (que recentemente foi atualizado), falando do salário dos professores das Federais, na categoria Adjunto 1, mostrando que hoje é menor que 1998. Ali considerei o valor final do salário, incluindo as gratificações, deflacionando pelo IPCA (disponível no IPEA DATA).

Pois bem, o Professor Gil Vicente, sindicalista profissional e bajulador oficial do Governo, fundador do Proifes (sindicato paralelo nacional, adepto à entrega ao Governo), resolveu enviar um email a todos os filiados ao braço Governamental Sindical, me criticando abertamente, acusando de ter feito um gráfico errado, além de outros adjetivos que poderão ver no email abaixo.

Não tenho problemas com críticas, mas em respeito à verdade gostaria de dizer algumas palavras.

Reafirmo que o gráfico que fiz está CORRETO, e considero o salário cheio do Adjunto 1. Este cidadão deve ter se baseado em alguma informação do sindicato abduzido que ele comanda nacionalmente. Ele é quem está distorcendo informações a serviço do Governo.

Provavelmente não deve ter considerado a GED (Gratificação de Estímulo à Docência) cheia. Ou então considerou outra categoria. No meu caso utilizei a de Adjunto 1, que é a porta de entrada de um professor com Doutorado.

Estes são os gráficos a que o Senhor Gil Vicente se referiu.


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Mas o estudo e o post que fiz ontem correu em várias listas de email (o Blog está com mais de 40 mil visitantes apenas hoje), incomodando o Senhor Gil Vicente, a ponto de sair de seu sofá para tentar me desqualificar.

Vou colocar abaixo o email enviado por ele aos colegas do Sindicato Chapa-branca. Volto em seguida.
De: Gil Vicente Reis de Figueiredo <gvrf2011@gmail.com>
Data: 27 de maio de 2012 17:47
Assunto: Re: Proifes.Sindicato Greve nas federais promete ser longa
Para: proifes-sindicato@googlegroups.com
Colegas,
O professor do blog precisa refazer seu doutorado em finanças, em especial no que diz respeito à especial habilidade de elaborar e interpretar gráficos. O dele, que fala em perdas reais dos docentes, se considerado 1998 como ponto de partida, está errado. Não sei se por má fé, por incompetência ou por uma combinação de ambos. Além disso, as referências ao PROIFES são lamentavelmente simplórias, equivocadas e mentirosas.
Se observarmos a evolução dos valores dos salários reais dos professores adjunto 4, com doutorado, a partir de 1998 (ver arquivo anexo, devidamente fundamentado com todos os dados sobre a inflação e sobre os reajustes ocorridos desde então), veremos que em instante nenhum, até o momento, esses salários reais ficaram abaixo do patamar de 1998. Se considerarmos que, com a criação da classe de associado, os docentes da ativa puderam progredir, então o aumento real de salários é muito significativo (ver gráfico anexo, igualmente).
É óbvio que um erro não justifica outro e nada disso faz com que seja menos grave a perspectiva de eventual descumprimento do acordo de equiparação dos nossos salários com os da Ciência e Tecnologia, conforme já apontado pelo MPOG há quase dois anos. Isso está sendo e continuará a ser duramente cobrado do governo com toda a ênfase e os nossos sindicalizados decidirão o que fazer se não formos bem sucedidos. São eles a nossa referência.
Bom final de domingo a todos,
Gil.
* * *
Em 27 de maio de 2012 14:55, Lucio Olimpio de Carvalho Vieira <lucio.vieira@poa.ifrs.edu.br> escreveu:
Bobinhos esses garotos. Discurso velho. Se a Andes fosse forte e a greve real por que estao preocupados com o Proifes ?

Quem é o Senhor Gil Vicente e o Proifes?


Gil Vicente é daqueles profissionais de Sindicato. Ele não precisa entrar em greve, já que não dá aulas. Está à disposição do “Sindicato” forever and ever.

Mas algumas curiosidades permeiam a vida deste senhor barbudo da foto acima.

Como não conseguia ganhar a eleição para o Andes, seu grupo criou em 2005 o Proifes, como forma de abrir diálogo com o Governo. O Proifes é uma espécie de sindicato paralelo. Confesso que acreditei que isso iria ajudar, já que o Andes não conseguia se encontrar nas negociações.

Mas Gil Vicente, que segundo informações é filiado ao PT, leva uma dupla jornada.

Participa de negociações com o Governo através do Proifes (onde é praticamente o dono) e recebe um agrado do Governo via convênio para fazer algo que só ele sabe fazer: “estudar um Plano de Cargos e Carreira”.

O valor do Convênio? R$ 370 mil do meu, do seu, do nosso suado dinheiro em impostos.

Duvida que isso é verdade?

Pois o Senhor Gil Vicente ainda recebeu parte dele como Pessoa Física, basta ver no Portal da Transparência.

É o que o Presidente do Andes chamou de “Bolsa Sindical”.

gil

O Ministério Público Federal está investigando o repasse ao Sindicalista dos Dois Senhores.

Um dia negocia com o Governo em nome de milhares de professores e no outro vai prestar a consultoria ao próprio Governo sobre como fazer isso.

Como disse com muita propriedade o ex-presidente do Andes, Ciro Correia: “Como é possível que a pessoa que vai à mesa de negociações do Ministério do Planejamento seja a pessoa contratada pelo mesmo ministério para uma pesquisa que envolve os interesses dos professores federais?”. Ele ainda completa: “”Em qualquer outro lugar do mundo um contrato desse tipo já teria sido de motivo de escândalo público. Mas aqui não aconteceu nada.”

Isso aí é o que podemos chamar de “Sindicalismo de Resultados”, pelo menos para o Senhor Gil Vicente o resultado é positivo.

Mas como diz o seu colega de “sindicato”, o Professor Gaúcho Lucio Olimpio de Carvalho Vieira, em resposta ao amigo Gil Vicente: “Bobinhos esses garotos”.

Realmente, comparando-se a estes senhores, somos muito bobinhos.

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