Dois estudantes universitários de Cuiabá foram flagrados portando 967 comprimidos de ecstasy. O flagrante deu-se no aeroporto de Goiânia quando eles embarcavam para Cuiabá. Os universitários foram presos e responderão a processo por tráfico de drogas.
Um dos presos, Raoni, é estudante de Direito, e sua colega, Ana Flávia, Filosofia.
Uma situação que se lamenta, mas que não deve ser muito incomum. Vários tipos de drogas ilícitas circulam por toda a Cuiabá e por todas as cidades do país (o que não é diferente da quase totalidade do resto do mundo). Mas a notícia que vi no MidiaNews me chamou a atenção por um aspecto. Observe:
Universitária da UFMT é presa com 967 comprimidos de ecstasy
Raoni Silva Correia e Ana Flávia de Luca Moraes foram flagrados no aeroporto de Goiânia
Da Redação
Com informações do G1 GO
Os universitários Raoni Silva Correia, de 24 anos, e Ana Flávia de Luca Moraes, de 21, de Cuiabá, foram presos nesta quinta-feria (31) no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, com 967 comprimidos de ecstasy.
A droga estava fixada nas pernas de Ana Flávia, com fitas adesivas, e em seu sutiã. Eles pegariam o voo das 10h55 com destino a Cuiabá.
A droga seria vendida em festas na Capital. Cada comprimido foi comprado por R$ 14,00 e seria vendido por R$ 35,00.
Raoni cursa o sexto período do curso de Direito em uma universidade particular e Ana Flávia o quinto período de Filosofia na UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso).
“Em virtude da ganância, da corrida atrás do dinheiro, jovens têm interrompido a carreira universitária em busca de lucratividade que o tráfico oferece”, afirmou o delegado Odair Soares.
A dupla está presa na Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) e vai responder por tráfico de drogas
O que me incomodou foi o destaque dado à UFMT tanto no titulo quanto no corpo da matéria. Em geral a mídia apresenta essa separação, essa diferenciação no tratamento entre o que é público e o que é privado. Reparem nos noticiários que, quando qualquer "lambança" envolve o setor privado há um esforço enorme dos informadores para contornar esse dado. Contam o milagre mas não contam o santo. Quando envolve um órgão público, isso aparece com um indisfarçável destaque.
Não proponho que se esconda isso, pois apoio que deva haver transparência em tudo o que se refere à coisa pública. Só gostaria que, quando algo de ruim acontece envolvendo o setor privado, fosse dado um, digamos assim, tratamento isonômico. No caso acima, se a reportagem citou a UFMT, por que não citou a "universidade privada"?
O mesmo se dá, na grande mídia, quando o setor público produz fatos positivos. Só que invertendo os sinais: se possível a mídia não noticia as coisas boas, ou se o faz, faz com muita discrição, sem chamar atenção. Se for obra e mérito de uma ala política que desagrade aos donos dos meios de comunicação, nem uma nota discreta aparece. Já, se um empresário X ou Y faz qualquer coisa que se possa elogiar, isso rende matérias completas, com fotos e mil detalhes. É assim que funciona...
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