Cor de cinza (Noel Rosa)
Rumo
O texto é o editorial da 23ª edição do Jornalismo B Impresso, a edição da segunda quinzena de julho, que será distribuída em Porto Alegre na próxima semana. Os locais de distribuição continuam os mesmos, e estão sendo divulgados pelo Twitter do Jornalismo B.
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A mídia e a volta dos que não foram
Quando se afirma que a mídia hegemônica brasileira tem um projeto comum de poder e possui sua fatia na divisão econômica e política da dominação, não se está longe de um acerto importante para compreender as castas da sociedade nacional. Reproduzindo o discurso e as estratégias dos donos do poder, os grandes conglomerados de comunicação alimentam de dólares seus bolsos e de ideário neoliberal a imaginação dos leitores / espectadores.
Recentemente teve início efetivo mais uma construção nesse sentido, com o uso e abuso da exposição da imagem do ex presidente Fernando Henrique Cardoso nos veículos ligados às famílias que controlam a comunicação brasileira. Pode ser que Fernando Henrique esteja se tornando uma alternativa para as próximas eleições presidenciais para o caso de Aécio Neves não entrar na linha. Ou há simplesmente o entendimento de que reescrever a história dos dois mandatos de FHC poderá tirar do PT, principal adversário nas últimas disputas pela presidência, a força da crítica ao passado recente do PSDB.
Fato é que o aniversário do ex presidente, comemorado no dia 18 de junho, foi objeto de reportagens, artigos e comemorações durante o mês inteiro. Foi a oportunidade perfeita para iniciar a batalha de reconstrução de sua imagem. Em reportagem recente sobre um tema paralelo, Zero Hora deixou escapar o que o PSDB vem buscando fazer: “(…) a estratégia de restaurar a imagem de FHC e reduzir o índice de rejeição à sigla”. Não deu, porém, destaque a esse ponto. E nem poderia, já que esse setor da mídia é peça fundamentais da estratégia.
Desde a vitória de Dilma Rousseff, a oposição de direita vem tentando se reinventar para chegar com fôlego a 2014. Com dificuldades de recriar seus programas, investem em novas marcas ou na retomada de antigas, caso de FHC. Nessa edificação de imagens, contam com seus aliados midiáticos para levar ao povo – pretensamente com memória fraca – uma nova versão da história real de aprofundamento das desigualdades a partir da implantação do modelo neoliberal pelo governo do PSDB, entre 1994 e 2002.
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