Quem sou eu
- Aquiles Lazzarotto
- Bebedouro, São Paulo, Brazil
- Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
7 de setembro e os corruptos (7set2011)
Há uns 4 anos uma pessoa da minha família chegou e disse: "Nossa, pelo que a gente lê na Veja, nada do que o Lula faz é bom, né?".
Esse parente é um cidadão trabalhador e honesto, cumpridor de suas funções sociais. Mas não é nem nunca foi politizado. Certa vez lhe emprestei um livrinho básico sobre política mas ele não leu. Demorou uns 3 anos pra sair das 10 primeiras páginas. E olha que era um livro de bolso, pequeno, o "manual básico sobre política" não partidária. Era algo pra entender a dinâmica do mundo e das sociedades modernas.
Pra ele, as fórmulas da engenharia são mais simples de serem compreendidas do que as entrelinhas do Jornal Nacional e de organizações fascistóides como a dos Civita.
Mesmo assim, ele conseguiu notar que cada uma das páginas de "notícias" do pastelão impresso, trazia um viés ameaçador e estridente contra o governo. "Nem Hitler, que era um demônio, só fazia coisas erradas" disse coerentemente meu familiar. Como é que Lula erraria em tudo?
No 7 de setembro de 2011 o Brasil é um país diferente do que era há 10 anos. A Veja, no entanto, continua com sua cantilena diária de dizer que estamos na beira do buraco.
Pra isso, ela se utiliza de um discurso sobre o qual poucos poderiam discordar. A corrupção política. No entanto, a corrupção política que temos hoje, é a mesma que tínhamos em 2001. A diferença é que em 2001 os governantes eram os amigos dos Civita, aqueles que lhes davam contratos milionários para o fornecimento de lixo impresso e midiático, bem como para a ajuda aos companheiros da elite nacional.
Inclusive, ainda que a Veja não goste de falar sobre o assunto, a maior parte do que hoje constitui a oposição já estava no poder naquela época. E eram eles os que se refestelavam (e ainda se refestelam) da lambança em Brasília e nos Estados.
O Brasil mudou, a economia cresceu, a pobreza diminuiu muito e a classe média aumentou intensamente.
No entanto, o imprensalão não ganha mais dinheiro fácil como ganhava naquela época.
Há quatro anos eu disse para o meu parente que, o que faz a Veja e a imprensa agirem como agem, é o fato de que antes eles ganhavam com a corrupção no plano Federal. Hoje não ganham mais.
Sendo assim, é preciso reconduzir os anteriores ao poder, para que possam novamente silenciar e entupir as burras com nossa grana.
Desta feita a preocupação do meu prezado interlocutor era se continuariamos sempre pulando de corrupto em corrupto. Eu disse que infelizmente sim, até que aprendêssemos a efetivamente, eleger gente decente. Algumas vezes nossos eleitores compatriotas não se dão conta que não basta ter um Governo Federal honesto. É preciso ter Governadores, Prefeitos, Deputados, Senadores e Vereadores também honestos. Além disso, é preciso ter um povo honesto, que não se satisfaça com o "jeitinho" e que só coloque a boca no trombone quando são excluídos da bandalheira da corrupção. Mas quanto estão levando algum, ficam quietinhos.
O político é o espelho da sociedade. Do povo, do cidadão, do empresário, do lixeiro, do padre e da dona-de-casa. Enquanto continuarmos a achar que o exemplo tem que vir do outro vamos ter que aguentar gente como Álvaro Dias e ACM Neto irem para a TV falar sobre "tudo o que está aí".
Esperando, claro, loucamente que o eleitor novamente lhes conceda a chance de serem os governantes da hora. Só que desta vez, não serão vidraça, porque mantém a mídia sempre muito bem paga em um canto estratégico do bolso.
Postado hoje no blog Anais Políticos.
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