Acordo automotivo é com México, não com os EUA
Por Fernando Brito | Do Tijolaço
Foi preciso que uma agência de notícias estrangeira – a Reuters - viesse esclarecer as razões do governo brasileiro sobre o acordo com o México, que isenta de taxação a importação de automóveis entre os dois país.
Passamos uma semana ouvindo “sumidades” dizendo que o Brasil reclamava do acordo porque, de alguns anos para cá, a balança virou em desfavor de nosso país, quando antes nos era benéfica.
Aí vem a Reuters e explica: o problema é que, segundo uma fonte ouvida pela agência, atualmente “apenas 20 por cento das peças dos carros produzidos no México e importados para o Brasil são produzidas naquele país e o restante é proveniente dos Estados Unidos, usando acordos firmados no âmbito do Nafta”.
O Nafta, como se sabe é o North American Free Trade Agreement, Tratado de Livre Comércio da América do Norte, que isenta de impostos a importação entre México, EUA e Canadá.
Nestas condições, estamos comprando mais de US$ 2 bilhões em veículos, na prática, fabricados nos EUA, com isenção de impostos que estamos negando aos chineses e coreanos. Foram 134, 6 mil veículos em 2011, 80% a mais do que em 2010.
Mais que um contra-senso, um absurdo.
A mídia brasileira, porém, prefere tratar como se fosse um problema com o México. Não é. É com o Tio Sam de sombrero que o Nafta criou.
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