Literatura de cordel ajuda a contar a história de Lula desde a sua infância
Fotos: Alexandre Schneider / UOL
A má fé da Globo no
desfile da Gaviões
Do blog Brasil Que Vai
Este é talvez o carnaval
mais desafiador para as Organizações Globo. Isso porque depois de haver sido
alçada á condição de monopólio midiático, pelo persistente apoio do governo
americano e do regime militar que se instou no País entre 1964 e 1986, foi a
primeira vez que a empresa viu-se obrigada a narrar um desfile de carnaval em
homenagem ao seu maior adversário, o ex-presidente Lula da
Silva.
Foi aparente a
contrariedade da emissora ao mostrar e comentar com menor destaque a apresentação da
escola de samba que levou a homenagem ao
ex-presidente para a avenida. Nos breves comentários que fizeram, os locutores
não deixam de enfatizar o fato de que o homenageado “não esteve presente devido
a um câncer na garganta”, como que querendo atribuir a
homenagem não ao mérito do homenageado, mas a uma espécie
de despedida de alguém à beira da morte.
As tomadas
à distância, o quase ocultamento do carro simbolizando Brasília,
o foco
nas fantasias em negro e o destaque à águia dos gaviões da fiel, acompanhada
do comentário de tratar-se de uma ave de rapina, foram todos artifícios
de que se valeu a inescrupulosa emissora para diminuir o brilho do desfile de
alegorias que cercou a figura de Lula da Silva.
Mas ainda assim os narradores da televisão tiveram que relatar cada um dos momentos da vida do homem público, representados pelas diferentes alas que percorreram a avenida do desfile: o menino pobre, o jovem operário, o líder sindical e, por fim, o festejado presidente do Brasil.
Mas ainda assim os narradores da televisão tiveram que relatar cada um dos momentos da vida do homem público, representados pelas diferentes alas que percorreram a avenida do desfile: o menino pobre, o jovem operário, o líder sindical e, por fim, o festejado presidente do Brasil.
No afã de diminuir o
impacto da Gaviões na passarela, os apresentadores da Rede Globo insistiram em
fazer um contraponto de seu desfile, propositalmente sombreado,
com o de outra escola que se valeu de apelos religiosos e pacifistas na
evolução. Foi o modo de a emissora fazer passar as alegorias em homenagem a Lula da Silva
como associadas a algo que não era exatamente o bem, este fixado nos
motivos da outra escola.
A despeito de todo
engenho de que a Globo utilizou-se para que a apresentação da escola parecesse
menos grandiosa do que era, não conseguiu evitar que ao final em seus estúdios
um comentarista, contratado entre sambistas, chorasse e dissesse diante das
câmeras que era esse o carnaval mais lindo da vida dele.
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