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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Míriam Leitão murchou (29ago2011)

O que é feito de você? (Cartola)
Galo Preto


Postagem de hoje do blog Anais Políticos. Expressa minha completa inapetência em assistir a qualquer comentarista da Globo, em especial a citada no título. Eles todos são amargos, parece que não querem surfar na onda da possibilidade de o país estar com índices sociais e perspectivas melhores do que no tempo em que os Chicago Boys (a akipeconômica do FHC) fizeram a farra com os recursos e bens brasileiros. O governo dos trabalhadores é passível de inúmeras críticas, mas pelo menos está, de fato, tirando muita gente da pobreza imensa em que estava. Não há como negar. Está certo que os bacanas continuam nadando de braçada no quesito enriquecimento. Mas pelo menos as "migalhas" do banquete estão sendo mais substanciais.


Paulo Henrique Amorim chama Mirian Leitão de urubóloga. Não é para menos, ela está sempre prevendo o fim do mundo e para isso, fazendo uma cara de "eu não avisei?".

Quando o fim do mundo não vem (ele tem sido adiado desde janeiro de 2003 em relação ao Brasil), Mirian sobe nas tamancas e com seu ar professoral nos adverte que é bom nos prepararmos. O mundo vai sim, acabar. Se ela está falando, é porque vai.

Então, nas vésperas do suposto e inevitável fim do mundo, Mirian ia para a TV com aquela cara de agente funerário dizer que a única salvação do Brasil era aumentar os juros e cortar empregos. Com base nesse receituário vencedor é que os Chicago Boys ficaram trilionários fazendo arroxo em toda a América Latina quando os amigos de Mirian ainda estavam no poder.

Por causa dessa maneira idiota de se conduzir um país (para empobrecer a pátria e enriquecer os bacanas) é que todos nós quebramos e que agora, os EUA estão na lona.

A isso convém dizer que era inevitável a recessão americana. Os Chicago Boys foram escorraçados de nossos países ao sul, mas continuaram sendo amados pelos estadunidenses. Quem não lembra do auge da crise em 2008, quando os gestores dos bancos quebrados cobraram indenizações milionárias baseadas em seus contratos? O previsto era, por mais que eu quebre o banco, se me mandarem embora terão que me pagar 150 milhões de dólares.

Uma beleza.

Pois bem, os Chicago Boys não mandam mais no Brasil e o Ministro da Fazenda tem a satisfação de anunciar que para impedir que a crise americana e europeia chegue até aqui com força, o governo cortará os juros e aumentará os gastos sociais para promover a geração de empregos.

Afinal a matemática é imbatível. É só com gente empregada que se produz renda e bonança. Desemprego só causa mais desemprego.

Quem tinha ao menos uns 20 anos em 1999 deve se lembrar da lógica tucana de administração econômica, a lógica que só favorecia as megaempresas. Até a crise da Tailândia e da Rússia (economias inexpressivas) nos afetou de maneira absurda porque éramos incipientes em termos econômicos. O que o Ministro da Fazenda e o Presidente do Banco Central faziam? Aumentavam os juros. Nessa época a taxa nominal da Selic era cerca de 39% ao ano. Hoje não é um terço disso.

A urubóloga está aquietada esses dias. Notou que quase ninguém presta atenção ao que ela fala, além dos colegas da Globo e de quem ganha com a recessão. Como é uma meia-dúzia, ela entristeceu e murchou.

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