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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Santiago do Chile: cerca de 80.000 estudantes e professores vão às ruas por reformas na educação (24jun2011)

Si vas para Chile
Huasos Quincheros
Canção emblemática no período da ditadura chilena, muito lembrada pelos exilados perseguidos pelo regime e por aqueles que saíram do Chile por causa da opressão do regime; os problemas educacionais de hoje têm raíz nas reformas neoliberais (os Chicago Boys, lembram?) e que ecoam até hoje em diversos países, inclusive, e bastante, no Brasil


Estudantes secundaristas, universitários e professores compuseram uma passeata pelas ruas de Santiago do Chile, em 16 de junho, demandando por reformas na educação

Em matéria publicada no jornal The Santiago Times, um dos manifestantes, professor Pedro Valenzuela - 60 anos e ensinando Matemática há 40 anos - declara que o presidente Piñera e o ministro da educação chileno "não têm respostas para resolver os problemas do sistema educacional", "que os líderes administrativos sabem somente sobre o setor privado". Continua o professor, afirmando que "vemos em outros países que o Ministério da Educação é o mais importante, mas aqui ele é o menos importante".

Foto: Nathaniel Frandino / The Santiago Times

Em Santiago, 180 escolas secundárias estão em greve ou estão tomadas pelos estudantes, com o ministro da educação permanecendo em silêncio sobre isso. O ministro também não se manifestou quanto à petição que recebeu da Federação Metropolitana de Estudantes Secundaristas, o que é considerado pelos estudantes como ruim.

Segundo o autor da matéria, jornalista Nathaniel Frandino, os manifestantes demandavam que melhorias sejam feitas sem privatização ou subsídios de escolas públicas e privadas, afirmando que o sistema de subsídio público para escolas privadas (charter school system) adotado no Chile não teve sucesso desde sua implementação.

Foto: Nathaniel Frandino / The Santiago Times

O charter school system foi adotado no Chile na década de 1980, com as reformas neoliberais implementadas pelo ditador Pinochet. Trata-se de um sistema competitivo envolvendo escolas públicas e privadas na conquista de bônus de recursos públicos. Pelo que entendi de minhas leituras, instaurou-se um sistema de franquias de escolas privadas (será que temos isso no Brasil? - Anglo, Positivo, COC, Objetivo?).

Foto: Nathaniel Frandino / The Santiago Times (o rosto na faixa é do ministro da educação chileno)

O resultado que algumas pesquisas de educadores apontam, segundo minhas buscas por artigos na internet, é que tem se registrado um crescimento maior das grandes franquias de escolas privadas, bem como a avaliação dos estudantes tem sido crescentemente favorável a essas escolas, relativamente aos estudantes de escolas públicas.

É esse o cerne da luta dos estudantes e professores chilenos. Eles querem financiamento público para as escolas públicas desvinculado do sistema de subsídios por bônus. Lutam por educação pública, gratuita e de qualidade. Coincidentemente, essa é uma histórica bandeira de luta de estudantes e trabalhadores da educação no Brasil.

A matéria de Nathaniel Frandino, "Nearly 80,000 march in Chile, demanding Education reform", pode ser acessada clicando-se aqui.


Força para los hermanos chilenos!
Sua luta é justa e necessária.

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