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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

terça-feira, 7 de junho de 2011

O nosso histórico desprezo para com os rios (7jun2011)


Um documentário feito por estudantes como Trabalho de Conclusão de Curso (já publiquei postagem sobre esse TCC aqui e agora aprendi a postar o próprio vídeo - acho que sim) apresenta o percurso histórico em que os interesses imobiliários levaram a cidade de São Paulo a tornar insustentável sua relação com os rios que a cortam.

Como leigo nessa área, considero o vídeo editado e composto com muito bom gosto, agradável de assistir e instigante, mostrando vários aspectos que eu desconhecia sobre o processo de ocupação das terras de São Paulo.

Tivemos oportunidade de discutir aqui na UFMT, na Semana de Geologia deste ano, a questão da sustentabilidade, e cheguei a citar o fato de São Paulo e a maioria das nossas cidades crescerem de costas para os rios, transformando-os em seus esgotos e depósitos de lixo, ao invés de respeitados e belos mananciais de água pura.

Os índios, conforme pude presenciar em várias aldeias, são incapazes de sequer urinar dentro de rios ou lagoas. Em aldeias do Mato Grosso testemunhei por diversas vezes crianças bem pequenas saírem correndo de dentro da água, onde brincavam, para urinarem longe do rio, na mata.

E essa atitude em relação aos rios não é exclusividade de São Paulo. Na maioria das cidades brasileiras que conheço acontece o mesmo. Não é verdade, Cuiabá?

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