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Geólogo e professor aposentado, trabalho este espaço como se participasse da confecção de um imenso tapete persa. Cada blogueiro e cada sitiante vai fazendo o seu pedaço. A minha parte vai contando de mim e de como vejo as coisas. Quando me afasto para ver em perspectiva, aprendo mais de mim, com todas as partes juntas. Cada detalhe é parte de um todo que se reconstitui e se metamorfoseia a cada momento do fazer. Ver, rever, refletir, fazer, pensar, mudar, fazer diferente... Não necessariamente melhor, mas diferente, para refazer e rever e refletir e... Ninguém sabe para onde isso leva, mas sei que não estou parado e que não tenho medo de colaborar com umas quadrículas na tecedura desse multifacetado tapete de incontáveis parceiros tapeceiros mundo afora.

sábado, 30 de abril de 2011

Falta de educação, grosseria e falta de interesse: o que acontece com os jovens? (30abr2011)

Em postagem no sítio de Luis Nassif, a transcrição do e-mail de uma professora do Paraná em que ela responde à revista Veja (ou melhor, na minha modesta opinião: NÃO PERCA TEMPO, NÃO VEJA - na opinião do jornalista Paulo Henrique Amorim, "detrito de maré baixa").

Clique aqui para ver a postagem.

A resposta é ótima sob diversos aspectos, mas também chamou-me a atenção um dos comentários dos leitores, que fala sobre esses atributos indesejáveis em seu filho:
Concordo com tudo que a professora reclamou.

Até um mês atrás eu estava morando na Argentina, fiquei 4 anos lá, longe de meu filho mais novo que recém entrou na USP Leste. Fiquei realmente espantado ao ver o comportamento dele. Egoísta, hedonista, mal-educado ao extremo comigo e com a avó, que cuidou dele desde pequeno. E olha que até os 14-15 anos ele era um doce de menino! Realmente não sei o que aconteceu com ele. Excesso de mimo não foi, excesso de liberdade também não, porque minha mãe cuidou dele da mesma forma que cuidou de mim e de meu irmão. Nem sei se vale a pena ficar procurando culpados pra explicar o comportamento dele.

Excesso de Internet? Influência de amigos? Rebeldia da pós-adolescência? Realmente não sei. E o que mais me desespera é que também não sei como lidar com isso. Tem horas que dá vontade de enfiar-lhe a mão na cara, tamanho o descaso com os outros. E fora isso, vejo que hoje os jovens em geral, e meu filho em particular, não sabem fazer um "O" com o copo, não se interessam por nada, não leem nada, não se espantam e não se comovem com nada. Parecem uns zumbis rastejando de balada em balada, com os cérebros vazios e as cabeças cheias de minhocas. Não são capazes de articular uma frase completa, comunicam-se como estúpidos e se tratam entre eles de forma torpe, com linguagem violenta, parece que estão sempre no limite de partir para uma agressão. Realmente lamentável. No caso de meu filho fico desiludido ao ver que também não se interessa pelo curso que recém começa. Com pouco mais de um mês de aula já acha que não gosta do curso, pensa em perder mais um ano estudando pra tentar outra carreira da qual, assim como a que faz agora, não sabe nada. Ele e seus amigos são completos ignorantes, e apesar disso sonham com viajar ao exterior (o meu queria porque queria ir pra Inglaterra porque a namorada está lá num intercâmbio, mas nem sabia que tinha que tirar passaporte e que isso demora alguns meses!), acham que podem abandonar um curso que recém começam porque "não gostam do ciclo básico, que só tem matéria chata"...

Eu comecei a trabalhar com 14 anos, de arquivista e oficceboy. Meu irmão também. E acho que foi o melhor que nos aconteceu, entrar cedo no mundo do trabalho e sair da barra da saia da mãe e da proteção do pai. Nem por isso ficamos traumatizados. Hoje em dia se dá muita moleza pra essa molecada, não só os pais mas o "sistema" também. Foi o que disse a professora: eles sabem que não tem que estudar pra passar de ano, sabem que não vão ter que pagar pelos erros que cometem, por que vão se esforçar? O resultado é que se transformam em parasitas da família, saindo cada vez mais tarde de casa, assumindo cada vez mais tarde sua própria vida.

Me desculpem o desabafo, mas eu acho que essa molecada tinha mais é que pastar mesmo, tinham que trabalhar pra poder dar valor às coisas, pra saber que nada cai do céu e que ninguém na vida vai passar a mão na cabeça deles quando eles errarem.

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